terça-feira, 28 de setembro de 2010

Meditações Diárias

12 de setembro Domingo


Casa sem forro


O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. 1 João 1:3


Jonas e Maria moravam em um pequeno sítio, na zona rural de Mara Rosa, Goiás. Eles possuíam um antigo rádio à pilha para ouvir notícias e músicas regionais. Certa vez, Jonas sintonizou casualmente a Rádio Universo de Curitiba, PR, que operava em ondas curtas. Naquele momento estava sendo irradiado o programa A Voz da Profecia. O casal gostou tanto da mensagem que resolveu ouvir diariamente o programa. Como não tinha relógio em casa, Jonas criou uma espécie de relógio de Sol para não perder aquele horário. Fincou no solo uma estaca de madeira ao lado da casa e marcou o lugar exato onde a sombra era projetada na hora do programa.


Mais tarde o casal relatou: "Quando a sombra batia no lugar marcado, era só ligar o rádio e lá vinha o pastor Rabello com os trem bão de Deus para nós." Com o tempo, Jonas e Maria resolveram se ajoelhar para ouvir as mensagens e dedicaram o rádio exclusivamente para A Voz da Profecia, que eles já consideravam sua igreja.


Alguns meses depois, os dirigentes do programa A Voz da Profecia anunciaram que o Quarteto Arautos do Rei faria uma série de palestras na cidade de Uruaçu, cerca de 60 km de onde Jonas e a esposa moravam. Como seus "compadres" residiam em Uruaçu, fizeram arranjos para se hospedar na casa deles durante as três semanas da série de conferências. O fato ocorreu em julho de 1972.


Nas duas primeiras noites os "compadres" acompanharam Jonas e a esposa, mas depois resolveram não ir mais às reuniões. Jonas ficou inconformado, pois achava que seus amigos não poderiam deixar de ouvir temas tão importantes. Então combinou com a esposa uma estratégia: cada noite, após voltarem das conferências, Jonas e a esposa comentavam em voz alta tudo o que haviam ouvido na palestra. Como a casa não possuía forro, o outro casal ficava acordado até tarde, tendo de ouvir a conversa dos visitantes. Após uma semana, o "compadre" chamou o amigo e fez uma proposta: "A partir de amanhã, vamos acompanhar vocês às reuniões, mas por favor, não fiquem repetindo a palestra até tarde da noite, pois temos que levantar cedo!"


Esse era exatamente o propósito de Jonas e da esposa, e certamente o plano de Deus para alcançar ambos os casais. O resultado foi que as duas famílias entregaram a vida a Jesus e foram batizados, tornando-se fiéis membros da igreja adventista. (Narrado por Wilson de Almeida, integrante do quarteto Arautos do Rei, na ocasião.)

 



13 de setembro Segunda


A galinha e seus pintinhos


Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis Eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Mateus 23:37


Quando uma galinha chocou os seus ovos e teve uma linda ninhada de pintinhos listrados, Sharon ficou encantada.


Ela notou que a galinha passava apuros tentando fazer aqueles filhotes teimosos obedecer. Ela cacarejava para eles, trazia-os para debaixo de si para mantê-los aquecidos, mas logo surgiam suas cabecinhas espiando em todas as direções. Ela se acomodava novamente sobre eles, arrepiando-se toda, mas, num instante, os filhotes escapavam, achando que o mundo lá fora era mais interessante do que ficar protegidos embaixo das asas da mãe.


Os pintinhos tinham apenas alguns dias quando o Serviço de Meteorologia anunciou frio intenso. Ao entardecer as galinhas foram para os seus ninhos macios, no galinheiro. Mas os pintinhos curiosos não ficavam embaixo da mãe. Sharon foi para a cama pensando se a coitada da galinha não passaria a noite em claro, tentando proteger os 14 pequenos rebeldes.


Pela manhã a galinha cacarejava desesperadamente. Espalhados em volta dela estavam oito pintinhos congelados. Os outros seis estavam embaixo dela, aquecidos e salvos. Ela havia feito o que podia para protegê-los, mas alguns deles acharam que lá fora era melhor. E morreram congelados.


Jesus, o Bom Pastor, usou a analogia da galinha e seus pintinhos para ilustrar Seu amor e cuidado por Seu povo. Mas, com frequência, alguns de Seus filhos, atraídos por luzes ofuscantes, diversões e outros interesses, abandonam a segurança da família de Deus e se aventuram pelo mundo, até descobrirem que o seu amor pelas coisas espirituais se esfriou.


Então alguns dos seus irmãos se perguntam: "Terá sido falha nossa? E se lhes tivéssemos feito uma visita? Tirado suas dúvidas? Isso faria diferença?"
Quando alguém se perde pelos meandros do mundo, fazendo uso de seu livre-arbítrio, e atraído pelas seduções de Satanás, o inimigo aponta o dedo aos membros da igreja e acusa: "Foi culpa sua!"


Mas não podemos salvar a todos. Na verdade, não podemos salvar ninguém, nem mesmo nossos filhos (ver Ez 14:20). Jesus quis salvar Jerusalém e seus filhos, mas eles não quiseram. O seu sangue será sobre a cabeça deles.


Mas Cristo pode salvar totalmente os que, por Ele, se chegam a Deus (Hb 7:25).

 



14 de setembro Terça


Homens do deserto e da cidade


O menino crescia e se fortalecia em espírito. E viveu nos desertos até ao dia em que havia de manifestar-se a Israel. Lucas 1:80


João Batista nasceu em uma cidade da Judeia quando seus pais, Zacarias e Isabel, já eram avançados em idade (Lc 1:7, 39, 40). Eles provavelmente morreram quando João ainda era jovem, e ele então decidiu viver na região desértica próxima. Voltando as costas à solidão barulhenta da cidade, ele mergulhou na silenciosa solidão do deserto para ouvir a voz de Deus.


O deserto foi a grande escola para treinar líderes como Moisés, Amós e João Batista. A vida moderna não favorece a meditação na Palavra de Deus e, a menos que encontremos tempo para escapar da agitação do mundo, não ouviremos a suave voz de Deus nos falando ao coração.


Jesus, porém, era um homem da cidade. Nasceu e Se criou na cidade, trabalhou na cidade e amava o povo da cidade. As Escrituras dizem que "vendo Ele as multidões, compadeceu-Se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor" (Mt 9:36).


As pessoas do deserto e as da cidade podem viver em mundos diferentes, mas se estiverem sedentas pelas coisas de Deus, terão algo em comum. E essa era a característica, tanto de João como de Jesus. A paixão pelo reino de Deus os uniu num mesmo ministério. "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus", clamava João Batista no deserto (Mt 3:2). "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus", pregava Jesus nas cidades da Galileia (Mt 4:17).


"Raça de víboras", bradava João aos fariseus e saduceus que vinham para serem batizados (Mt 3:7). "Serpentes, raça de víboras!" (Mt 23:33), ecoava Jesus na cidade. Os dois homens nunca trabalharam lado a lado, mas, na verdade, estavam trabalhando juntos o tempo todo. Sua identificação havia sido tão grande, que após a morte de João Batista, muitos, inclusive Herodes, acreditavam que Jesus era João Batista ressuscitado dos mortos (Mt 14:2; 16:14).


Isso indica que Deus pode usar tanto as pessoas do deserto como as da cidade, para pregar Sua Palavra. Alguns serão ganhos pela mensagem austera do deserto. Outros serão ganhos por pregadores da cidade, que comem e bebem com os pecadores.


O reino de Deus precisa de ambos.

 



15 de setembro Quarta


Um estranho pedido

 

Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia. Josué 14:12


Há muitos pedidos na Bíblia. A mãe de Tiago e João aproximou-se de Jesus e Lhe pediu um "favorzinho": "Manda que, no Teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à Tua direita, e o outro à Tua esquerda" (Mt 20:21). Ela queria para os filhos os lugares de maior honra e autoridade. Mas se eles entendessem que Jesus, em vez de ser entronizado seria crucificado, certamente não teriam pedido à mãe para fazer esse pedido.


O cego Bartimeu, de Jericó, ao ouvir que Jesus estava passando, pôs-se a clamar: "Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!" "Perguntou-lhe Jesus: Que queres que Eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver" (Mc 10:51).


Um homem que estava no meio da multidão interrompeu o sermão de Jesus para pedir-Lhe que ordenasse a seu irmão que repartisse com ele a herança. Mas Jesus Se recusou a atender esse pedido porque refletia profundo egoísmo.


Salomão pediu sabedoria. Um outro pediu fé: "Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé" (Mc 9:24). Esta é uma oração que todos devemos fazer, na certeza de que seremos atendidos. Os pedidos refletem o caráter do solicitante.


Um dos pedidos mais estranhos foi feito por Calebe a Josué, e revela nobreza de caráter: "Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia." Um homem de 85 anos estava pedindo um monte, cheio de gigantes e cidades fortificadas, que aterrorizaram o povo de Israel. Mas foi esse o lugar que Calebe quis ter como herança – uma montanha cheia de dificuldades, um obstáculo para ocupar a Terra Prometida.


Quando John Paton era jovem e estava estudando para se tornar missionário nas ilhas do sul do Pacífico, no começo do século 19, seu tio procurou desencorajá-lo dizendo: "John, se você for para essas ilhas será devorado pelos canibais." John Paton contestou dizendo: "O senhor vai morrer logo e será comido pelos vermes. Para mim faz pouca diferença ser comido pelos vermes ou pelos canibais." Paton trabalhou durante trinta anos nas ilhas do sul do Pacífico e não foi devorado pelos canibais, mas ganhou muitos deles para Cristo.


Paton e Calebe pertenciam àquela classe de homens dos quais a Bíblia diz que "da fraqueza tiraram força" (Hb 11:34). O mundo deve muito a eles.

 



16 de setembro Quinta


Um cego ou dois?


Aconteceu que, ao aproximar-se Ele de Jericó, estava um cego assentado à beira do caminho, pedindo esmolas. Lucas 18:35


Os Evangelhos foram escritos por homens que testemunharam o que Jesus fez e disse. E há pequenas discrepâncias nos seus relatos. Lucas, por exemplo, diz que quando Jesus Se aproximava de Jericó, um cego estava assentado à beira do caminho (Lc 18:35). Mateus, porém, diz que quando eles estavam saindo de Jericó, havia dois cegos à beira do caminho (Mt 20:30).


Marcos e Lucas falam de um endemoninhado geraseno (Mc 5:2; Lc 8:27), enquanto Mateus menciona dois (Mt 8:28). Marcos diz que antes que o galo cantasse duas vezes, Pedro negaria a Jesus três vezes (Mc 14:30). Mateus diz apenas "antes que o galo cante" (Mt 26:34). Os quatro evangelistas também divergem no tocante à inscrição sobre a cruz, acima da cabeça de Jesus (ver Mt 27:37, Mc 15:26, Lc 23:38, Jo 19:19).


Para os incrédulos essas divergências são uma prova de que esses relatos não são confiáveis e, consequentemente, não inspirados. Mas um exame meticuloso desses fatos atesta justamente o contrário, pois duas testemunhas do mesmo incidente, ao descreverem o que viram ou ouviram, dificilmente apresentarão versões coincidentes em todos os seus detalhes. Se isto acontecesse, haveria maior desconfiança de que ambas "fabricaram" a história de comum acordo do que se houvesse pequenas discrepâncias, pois a experiência demonstra que duas pessoas nunca enxergam o mesmo evento exatamente da mesma maneira.


As diferenças mostram que não houve conluio entre os autores, e que eles relataram, independentemente, o que mais impressionou a mente deles no tocante à vida e ensinos de Cristo. Os evangelistas escreveram em momentos diferentes, em lugares diferentes, os seus relatos ligeiramente diferentes. Além disso, Cristo falava aramaico, e os evangelhos foram escritos em grego. Dois tradutores, ao traduzirem o mesmo texto, se expressarão em linguagem diferente, segundo o seu estilo. No entanto, pode-se ver harmonia e unidade no que escreveram.


"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2Tm 3:16). O seu poder transformador na vida de homens e mulheres atesta sua origem divina.

 



17 de setembro Sexta


Deixando as sombras para trás


Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo. Filipenses 3:13, 14


Quando Alexandre, o Grande, tinha 19 anos, foi certa vez assistir a um rodeio com seu pai, Filipe II. E notou que ninguém conseguia montar um dos cavalos. Todos os cavaleiros eram jogados ao chão. Finalmente, Alexandre disse ao pai: "Gostaria de ter sua permissão para montar aquele cavalo. Acho que consigo."


O pai, embora hesitante, deu-lhe permissão e Alexandre desceu à arena, colocou a mão sobre o elegante garanhão negro, virou-lhe a cabeça na direção do Sol e montou-o. Cavalgou nele em volta do estádio, parou, desmontou e o amarrou num poste. A multidão se pôs em pé para aplaudi-lo.


Quando Alexandre voltou para junto de seu pai, que estava na galeria real, Filipe lhe perguntou: "Filho, como é que você conseguiu fazer isso?" Alexandre respondeu: "Foi simples, pai. Eu apenas virei a cabeça do cavalo para o Sol, de modo que ele não ficasse assustado com minha sombra. Com a sombra atrás dele, o cavalo não ficou com medo de mim."


Alexandre mais tarde relembrou que seu mestre, Aristóteles, lhe dissera: "Mantenha sempre sua sombra atrás de você, e conquistará o mundo."


Paulo não era nenhum iniciante quando escreveu a epístola aos Filipenses. Já era idoso e havia alcançado uma experiência espiritual bem mais rica do que a maioria dos cristãos. Mas ainda assim ele reconhecia não ter alcançado a perfeição. E esquecendo-se das coisas passadas, ele mantinha os olhos fitos em seu alvo: Cristo.


Nós também não devemos nos culpar porque ainda não atingimos o alvo. Seremos culpados se não prosseguirmos e nos acomodarmos com as realizações passadas.


Algumas pessoas olham para o Oeste, lamentando o Sol poente. Outros contemplam o nascer do Sol, animados com os primeiros clarões da alvorada. É melhor olhar para a frente, para o caminho que precisamos trilhar, do que olhar para o caminho já percorrido.


Como cristãos, devemos manter as sombras e fracassos do passado atrás de nós e virar o rosto na direção do Sol da Justiça. Os olhos precisam preceder os pés. Se nosso olhar não estiver nEle, os pés se desviarão.

 



18 de setembro Sábado


A mulher que se casou com o homem errado


Esta era sensata e formosa, porém o homem era duro e maligno em todo o seu trato. 1 Samuel 25:3


Sócrates, o grande filósofo, e um dos homens mais sábios que já existiu, casou-se com aquele tipo de mulher que a Bíblia descreve como "rixosa" (Pv 21:19). John Wesley, um dos homens mais piedosos que já existiu, também não foi feliz em seu casamento. Mas parece que as mulheres que se casaram com o homem errado são mais numerosas, e sua experiência mais trágica.


No Antigo Testamento temos uma dessas histórias. Às vezes, vemos uma senhora graciosa, encantadora, de fino trato, casada com um homem grosseiro, rude e perverso, e nos perguntamos como isto terá acontecido. Mas nos tempos antigos isso não era de admirar, pois as mulheres não tinham a liberdade de escolha que têm hoje. Os pais decidiam o casamento dos filhos, sem perguntar se eles queriam ou não.


E isso deve ter acontecido com Abigail. Seu casamento foi arranjado com um homem rico. Como poderia ela objetar? Mas foi um casamento triste para ela, pois a riqueza em nada contribui para a felicidade quando uma mulher se casa com um homem como Nabal.


A notícia de que Nabal estava tosquiando suas três mil ovelhas chegou a Davi, que para fugir de Saul, se refugiara no sul do país, reunindo em torno de si cerca de 600 homens. E Davi se lembrou que havia encontrado os rebanhos de Nabal e os havia protegido dos ladrões. De acordo com o costume, na época da tosquia o proprietário das ovelhas distribuía presentes a todos como demonstração de gratidão a Deus e de boa vontade para com os vizinhos. Tendo isto em mente, Davi enviou alguns de seus homens para saudar a Nabal e receber dele o presente costumeiro.


Mas Nabal respondeu que não daria seu pão, sua água e a carne das suas reses a um bando de vagabundos. Davi ficou furioso e planejou matar todos os membros do sexo masculino da família de Nabal. Mas Abigail, ao saber dessa ofensa, entendeu o que estava para acontecer. E imediatamente tomou providências para salvar de morte certa não apenas os inocentes familiares de Nabal, mas a ele próprio.


Talvez uma vozinha lhe tivesse segredado ao ouvido: "Abigail, não seja boba! Esta é a sua chance de se livrar desse bruto que tanto a maltratou. Deixe que Davi execute sua vingança e você vai se tornar uma viúva rica e feliz!"


Leia, amanhã, o fim desta história.

 

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