O que você faz quando adoece?
Respondeu-lhes Jesus: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Lucas 5:31
Quando alguém adoece, pode adotar uma das seguintes atitudes: 1. Não procurar ajuda de ninguém; 2. Procurar só ajuda humana; 3. Buscar só a ajuda divina; 4. Buscar tanto a ajuda humana quanto a divina.
A esposa de Mahatma Gandhi estava gravemente enferma, com pneumonia, mas Gandhi se recusou a administrar-lhe penicilina, argumentando que substâncias estranhas não deviam ser introduzidas no corpo. Como resultado, a esposa morreu.
Uma tragédia semelhante se abateu sobre a família de Larry Parker. Eles ficaram arrasados quando o seu filho, de apenas onze anos, morreu de diabete. E por que o menino morreu? Porque a família, aconselhada por seu pastor e amigos, decidiram suspender as doses de insulina e apenas confiar no poder da oração.
Esses exemplos parecem transmitir com clareza a verdade de que quando você dispõe de recursos humanos, mas não faz uso deles, as consequências são trágicas. Temos hoje um acervo extraordinário de recursos médicos, e Deus certamente não deseja que desprezemos esses recursos, trocando-os pela oração, e esperando de braços cruzados que Ele faça tudo enquanto não fazemos nada. É preciso unir a ajuda humana com a divina, em vez de optar por uma com exclusão da outra.
Por outro lado, a Bíblia registra o caso do rei Asa, que teve uma doença grave nos pés (alguns pensam ter sido gangrena), mas não recorreu ao Senhor. Ele confiou apenas nos médicos de seu tempo, que eram pouco mais do que curandeiros, e morreu também (2Cr 16:12, 13).
Teríamos algum exemplo bíblico de alguém que uniu os recursos humanos com os divinos para a sua cura? Sim. Em atendimento à oração do rei Ezequias, e sob a orientação do profeta Isaías , foi colocada uma pasta de figos sobre a úlcera do rei e ele recuperou a saúde (2Rs 20:7). O recurso humano disponível mais a ajuda divina, restauraram-lhe a saúde.
Podemos agora concluir que os remédios humanos mais a oração sempre salvarão o doente? Não, nem sempre. Há algumas condições que precisam ser preenchidas. Amanhã veremos mais sobre isso.
Condições para ser curado
Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo. Tiago 5:14, 15
Um capelão americano contou que muitos pacientes que davam entrada no hospital se sentiam culpados por isso. Eles desabafavam dizendo: "Se eu tão-somente tivesse tido a necessária fé, poderia ter sido curado pelo poder da oração, evitando assim despesas médicas e hospitalares!"
Mas essa atitude é incorreta, pois embora Deus deseje operar milagres ainda hoje, há certas condições que precisam ser observadas:
1. Tanto quanto possível, Ele quer que façamos a nossa parte. Caso contrário a operação de milagres nos encorajaria à preguiça.
2. Deve-se unir a cura à educação e reforma. Se o doente contraiu uma enfermidade devido à transgressão das leis naturais, ele deve ser orientado a corrigir seus hábitos de vida, pois Deus não é honrado em curar alguém apenas para que este continue a viver erroneamente e contrair novamente a mesma doença da qual já foi curado uma vez.
3. Deus nos ouve se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade (1Jo 5:14, 15). Mas algumas coisas que desejamos ardentemente, inclusive a cura, podem não estar de acordo com a vontade de Deus (W. Endruveit, Movimento Carismático, p. 55).
4. Embora Deus tenha poder para curar, Ele nem sempre o faz, porque uma doença pode ser usada por Deus como instrumento de correção para produzir frutos (2Co 4:17). Algumas das mais necessárias e preciosas lições da vida são aprendidas através do sofrimento. O apóstolo Paulo é um exemplo de alguém que por três vezes orou pedindo cura para seu "espinho na carne", mas não foi atendido como queria. A resposta divina foi: "A Minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2Co 12:9).
E qual foi a reação do apóstolo Paulo diante dessa recusa? Passou o resto da vida choramingando e reclamando? Não. Ele se conformou dizendo: "De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo" (v. 9).
Dessa experiência podemos concluir que precisamos confiar na sabedoria divina e aceitar Sua decisão. Se Ele decidir não nos curar, devemos nos conformar e crer que isto também é para o nosso bem eterno.
Gravado para sempre
Eis que nas palmas das Minhas mãos te gravei. Isaías 49:16
Dois amigos estavam caminhando pelo deserto. Em determinado momento eles começaram a discutir e um deles deu um tapa no rosto do outro. Sem dizer uma palavra, o que levou o tapa se abaixou e escreveu na areia: "Hoje o meu melhor amigo me bateu na face."
Os dois continuaram a viagem e, ao chegarem a um oásis, decidiram se banhar num tanque próximo. O que havia sido agredido afundou tanto que começou a se afogar, mas o seu amigo o salvou. Depois de descansar um pouco, ele encontrou uma superfície rochosa perto do oásis. E ali ele esculpiu as palavras: "Hoje meu melhor amigo salvou-me a vida."
O outro então lhe disse: "Quando eu o agredi, você escreveu na areia. Mas quando eu o salvei, você gravou na rocha. Por quê?" O amigo respondeu: "Quando alguém nos fere, devemos escrever a ofensa na areia, para que os ventos do perdão apaguem essa lembrança. Mas quando alguém nos faz o bem, devemos registrar isso em pedra, para que o vento nunca consiga apagá-lo."
Em 1971, ao viajar pela Ásia, tive o privilégio de visitar a famosa inscrição de Behistun, no Irã. Eu já havia visitado templos, museus, ruínas e monumentos. Mas a inscrição de Behistun impressionou-me mais do que qualquer outra coisa. Não podia haver dúvida de sua autenticidade. A inscrição, que servira de base para a decifração da escrita cuneiforme, estava ali, intacta, havia 2.500 anos, desafiando o vento, o sol, a chuva e o passar do tempo. Ela havia sido gravada a cem metros de altura, numa rocha, por Dario I.
Isto nos faz lembrar que no Sinai, Deus deu a Moisés a Sua Santa Lei, escrita com Seu próprio dedo em duas tábuas de pedra, indicando que ela deveria resistir ao tempo.
Entretanto, quando os escribas e fariseus trouxeram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, Ele Se inclinou e escreveu na terra. Ao verem o que estava escrito, foram todos saindo de fininho, pois "ali, traçados perante eles, achavam-se os criminosos segredos de sua própria vida" (O Desejado de Todas as Nações p. 461). O que foi escrito certamente não merecia ser gravado em pedra, e logo foi pisado pelos transeuntes do Templo e apagado. De igual modo, Deus promete lançar nossos pecados nas profundezas do mar (Mq 7:19), para que sejam esquecidos.
O preço do pecado, porém, ficará gravado por toda a eternidade nas mãos e pés de Jesus, sendo um perpétuo lembrete de Seu amor pela humanidade.
Beijos e lágrimas andam juntos
Assim, por amor a Raquel, serviu Jacó sete anos; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava. Gênesis 29:20
Para fugir de Esaú, que pretendia matá-lo, Jacó caminhou cerca de 750 quilômetros, de Berseba a Harã. A viagem deve ter durado de vinte a trinta dias. Ao chegar, encontrou um poço, onde haviam sido ajuntados três rebanhos de ovelhas e alguns pastores. Na antiguidade, um poço era um lugar onde as pessoas se encontravam. E foi ali que começou a maravilhosa história de amor de Jacó.
Raquel, sua prima, dirigida pela providência divina, veio ao poço, tal e qual Rebeca, tia dela, setenta anos antes. Jacó deu de beber aos rebanhos da prima, beijou-a e então chorou. Por que ele chorou depois de beijá-la? Parece que uma coisa não tem a ver com a outra. O mais lógico seria ficar alegre. Mas talvez tenha sido um choro de emoção, porque após uma longa viagem, cansativa e cheia de perigos, ele agora estava entre seus parentes. É provável, também, que ele tenha chorado de felicidade por ter conhecido Raquel, a quem amou à primeira vista. Na vida, os beijos e lágrimas andam juntos.
Seja como for, o fato é que Raquel correu para casa e contou a seu pai, Labão, que Jacó, filho de sua tia Rebeca, estava junto ao poço. Labão, ganancioso como era, se lembrou dos presentes que Abraão havia mandado setenta anos antes (Gn 24:29, 30), e também saiu correndo ao encontro de Jacó, a quem também beijou (Gn 29:13).
Labão levou o sobrinho para casa e o hospedou-o por trinta dias. Depois disso, Labão lhe perguntou quanto queria ganhar pelo trabalho. Jacó prontamente respondeu: "Sete anos te servirei por tua filha mais moça, Raquel" (Gn 29:18). Assim Labão não recebeu pendentes de ouro, mas recebeu o trabalho dedicado de Jacó durante sete anos.
Outros homens teriam proposto menos tempo, ou talvez quisessem casar primeiro para pagar o dote depois. Mas Jacó trabalhou arduamente durante sete anos, por amor. E diz o texto, um dos mais belos da Bíblia: "E estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava". Os 2.555 dias voaram, pelo muito que a amava. Com certeza era amor, pois a paixão não dura todo esse tempo.
E esse amor durou desde o primeiro momento até o último. Mas foi entremeado por muitas, muitas lágrimas, como veremos.
O casamento de Jacó
Disse Jacó a Labão: Dá-me minha mulher, pois já venceu o prazo, para que me case com ela. Gênesis 29:21
Após sete anos de trabalho árduo, o grande dia finalmente chegou. "Reuniu, pois, Labão todos os homens do lugar e deu um banquete" (Gn 29:22). Jacó e a noiva trocaram votos de fidelidade e amor, e então Jacó a levou para sua tenda onde passaram a noite juntos.
Mas, ao amanhecer, Jacó teve a primeira decepção: a mulher com quem dormira não era a amada Raquel, mas a irmã Lia. Esse tremendo engano só foi possível porque nos casamentos antigos a noiva era coberta com um véu. "O costume da época determinava que o noivo fosse deitar-se primeiro. Então a noiva era trazida até ele, usando véu. Somente no escuro o véu era tirado" (Champlin).
A noite é propícia para enganar. Mas a luz do dia revela a fraude. Será que Jacó, ao perceber esse engano, lembrou-se de que alguns anos antes havia enganado seu pai Isaque de modo semelhante? Isaque não enxergou quem estava abençoando. E abençoou Jacó em vez de Esaú. Agora Jacó foi enganado de modo parecido. Ele não viu com quem estava dormindo. Talvez fosse sua consciência culpada que o impediu de dar uma cajadada na cabeça do trapaceiro Labão. O tio havia seguido o costume local, ao dar primeiro a filha mais velha. Mas isso não justifica a fraude. Ele poderia ter agido com honestidade.
Então Labão propôs uma maneira de resolver aquele impasse: "Você espera uma semana, até terminar a festa de casamento, e então te darei também Raquel, em troca de mais sete anos de trabalho." Não vendo outra saída, Jacó concordou.
Mas Jacó não teve felicidade em seu lar. Lia não era feliz porque sabia que o marido amava Raquel. E Raquel era infeliz porque não conseguia ser mãe. As duas começaram a competir entre si pelo amor de Jacó. Lia fazia de tudo para conquistá-lo. Ela chegou até a alugá-lo em troca de umas mandrágoras (Gn 30:15). Mas nada parecia dar resultado. Quando lhe nasceu o primeiro filho, Lia se encheu de esperança: "O Senhor atendeu à minha aflição. Por isso, agora me amará meu marido" (Gn 29:32).
Muitas esposas já devem ter manifestado a mesma esperança: "Agora que nasceu nosso filho, meu marido me amará." "Agora que nasceu nosso filho, meu marido vai me tratar bem." "Agora ele vai parar de beber." "Agora ele irá comigo à igreja." Essa esperança, no entanto, muitas vezes se prova infrutífera, especialmente quando o amor não é correspondido.
Mendigar amor só faz aumentar o desprezo do cônjuge indiferente. O melhor é afastar-se levemente e manter a dignidade.
Ele amou até o fim
Sabendo Jesus que era chegada a Sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. João 13:1
Lia já havia tido seis filhos, mas Raquel continuava sem nenhum. Toda vez que ela ouvia a voz dos filhos de Lia, na tenda ao lado, ela sentia inveja, aflição e culpa. A única vez em que ela e Jacó tiveram uma rixa foi quando, em desespero, ela disse a Jacó: "Dá-me filhos, senão morrerei" (Gn 30:1).
Não poder conceber filhos era um vexame para as mulheres daquele tempo. Sara, Rebeca e Raquel, três belas mulheres, foram estéreis durante algum tempo, e foi preciso a ajuda divina para solucionar o problema. Ao exigir que Jacó lhe desse filhos, Raquel talvez estivesse querendo dizer que as orações persistentes de Jacó poderiam convencer Deus a torná-la fértil.
Mas Jacó não aceitou essa insinuação e respondeu com raiva: "Acaso, estou eu em lugar de Deus que ao teu ventre impediu frutificar?" (v. 2). Com o tempo, porém, Deus atendeu ao clamor de Raquel e ela deu à luz a José. Então os muitos anos em que ela esperou esse filho lhe pareceram como poucos dias, como foram os anos em que Jacó esperou por Raquel. A maternidade a fez esquecer rapidamente todos os desgostos e decepções pelos quais havia passado.
Após vinte anos de trabalho em Harã, Jacó voltou a sua terra natal com as duas esposas e servas e todos os filhos que haviam tido. Um dia, no caminho de Betel para Belém, Raquel teve um parto difícil. O filho se salvou, mas ela não. Com o coração quebrantado, Jacó olhou pela última vez para aquele belo rosto pelo qual se apaixonara. Raquel havia sido a mulher da sua vida, e Jacó a amou até que a morte os separou.
Agora, seu amor por Raquel foi transferido para o filho José, a quem amava mais do que aos outros. Um dia, porém, os outros filhos chegaram em casa com uma notícia trágica: José havia sido morto por um animal.
Mais lágrimas. Jacó já havia bebido o suficiente do cálice da amargura. Mas Deus lhe reservava ainda uma alegria. Vinte e dois anos se passaram. E então ele recebeu uma notícia maravilhosa: José estava vivo! Jacó quase desmaiou. Era bom demais para crer. Mas desta vez os filhos estavam falando a verdade. Jacó foi para o Egito, abraçou o filho querido e lá viveu por dezessete anos. Sua vida, cheia de altos e baixos, de alegrias e tristezas, de beijos e lágrimas, terminou em paz.
Jacó amou Raquel até o fim. E isto nos lembra que Jesus, "tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim".
O diabo conhece a Bíblia
Então, o diabo O levou à Cidade Santa, colocou-O sobre o pináculo do templo e Lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-Te abaixo, porque está escrito: Aos Seus anjos ordenará a Teu respeito que Te guardem; e: eles Te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. Mateus 4:5, 6
Quando Jesus foi batizado, Satanás ouviu muito bem a voz do céu que disse: "Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo" (Mt 3:17). Nessa ocasião o semblante de Cristo resplandeceu à luz do céu. Entretanto, após 40 dias de jejum, no deserto, Sua aparência havia mudado muito. Estava agora pálido, esgotado, emagrecido e mais parecia um ser humano a ponto de morrer do que o Filho de Deus. Daí a dúvida que o diabo tentou lançar na mente de Jesus, começando as duas primeiras tentações com as palavras: "Se és Filho de Deus..."
Essas tentações, na verdade, consistiam em levar Jesus a usar o Seu poder em benefício próprio. Mas Jesus havia concordado em viver como ser humano e em não usar poder não disponível a nós. Como seres humanos, temos acesso ao poder que vem do alto, não de dentro de nós. Jesus tinha acesso ao poder dentro de Si, mas não poderia utilizá-lo se quisesse salvar a humanidade. O diabo não pode nos tentar nesse aspecto, pois não temos poder próprio. Jesus tinha.
O âmago dessas tentações era o seguinte: "Será que Você confia em Deus o suficiente para esperar que Ele Lhe diga o que fazer? Ou resolverá o problema por Si próprio e agirá independentemente?" Raoul Dederen diz: "Quando você e eu somos tentados hoje, a situação é a mesma. Quando caminhamos pelas ruas da cidade, ou quando assistimos televisão, ou conversamos, lemos um livro, ou nos deitamos – qualquer que seja a forma que a tentação assuma, o ponto crucial é este: Continua Deus a ser o primeiro em minha vida? Submeto-me a Sua palavra, ou tomo as rédeas em minhas próprias mãos?"
Na segunda tentação, o diabo citou as Escrituras, mas fora de seu contexto. Para provar que o diabo havia aplicado mal as palavras do Salmo 91:11, 12, Jesus citou outro texto: Deuteronômio 6:16: "Não tentarás o Senhor, teu Deus", cujo contexto estabelece as circunstâncias sob as quais as bênçãos de Deus devem ser solicitadas (v. 17-25). Isso significa que, além de conhecer bem as Escrituras, é preciso conhecer também a vontade de Deus.
"Cristo não venceu só porque citou as Escrituras, como alguns pensam. Ele venceu porque colocou Deus em primeiro lugar" (Raoul Dederen).
Este é o segredo da vitória.
Promessas humanas
Veio, pois, Moisés e referiu ao povo todas as palavras do Senhor e todos os estatutos; então, todo o povo respondeu a uma voz e disse: Tudo o que falou o Senhor faremos. Êxodo 24:3
Conta-se que um candidato a prefeito de uma cidade do interior baseou sua campanha eleitoral em cima da escassez de leite, na cidade, e prometeu: "Se eu for eleito, prometo construir uma caixa dágua de leite aqui."
Prometer e não cumprir é tão velho quanto a própria humanidade. Muitas vezes a promessa é feita de má fé: a pessoa promete já sabendo que não vai cumprir. Em outros casos o promitente tem a intenção de cumprir, mas não o faz por motivos alheios à sua vontade.
Há um provérbio judaico que diz: "Os bons prometem pouco e fazem muito; os maus prometem muito e fazem pouco." Poderíamos acrescentar ainda que há também os que prometem e não fazem nada.
Deus deu abundantes evidências ao povo de Israel de que os estava guiando e de que supriria todas as suas necessidades. Eles haviam visto os milagres operados, tanto no seu êxodo do Egito, como durante a peregrinação pelo deserto. Viram abrir-se as águas do Mar Vermelho, e comeram o maná durante quarenta anos. "Quando foram tão abundantemente supridos de alimento, lembraram-se com vergonha de sua incredulidade e murmuração, e prometeram para o futuro confiar no Senhor; mas logo se esqueceram da promessa, e fracassaram na primeira prova de fé" (Patriarcas e Profetas, p. 297).
Deus sabe que muitos se apressam a prometer, mas depois não cumprem, não só as promessas feitas a outras pessoas, mas também a Ele. Por isso advertiu: "Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não Se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não cumpras" (Ec 5:4, 5).
Em contraste com as promessas humanas, que muitas vezes se provam falhas, temos as promessas divinas, que nunca falham. Josué afirma: "Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu" (Js 21:45). A Terra Prometida agora lhes pertencia.
Milhões de filhos de Deus "morreram na fé, sem ter obtido as promessas" (Hb 11:13). Mas precisamos continuar olhando para o alto, aguardando "a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (Tt 2:13).
Ele virá sem falta, na plenitude do tempo.
Confronto com o inimigo
Ora, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos doze. Lucas 22:3
Em um sábado, o pastor estava pregando e os ouvintes estavam maravilhados com a mensagem, quando, de súbito, sua pregação foi interrompida por "um homem possesso de espírito imundo, o qual bradou: Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus! Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai desse homem. Então, o espírito imundo, agitando-o violentamente e bradando em alta voz, saiu dele" (Mc 1:23-26).
Há vários relatos de possessão demoníaca durante o ministério terreal de Cristo. Na verdade, "foi o tempo de maior atividade das forças do reino das trevas. [...] Satanás convocou todas as suas forças, e a cada passo combatia a obra de Cristo" (O Desejado de Todas as Nações, p. 257). Talvez nesse período Deus tenha permitido a Satanás maior liberdade para demonstrar os resultados de seu poder para controlar as pessoas que voluntariamente decidiram servi-lo. Mas em todos os confrontos com os espíritos malignos Cristo saiu vitorioso.
No Monte da Transfiguração os discípulos contemplaram a glória da humanidade transfigurada à imagem de Deus, mas ao descerem do monte, alguns momentos depois, viram o outro extremo: a degradação da humanidade à semelhança de Satanás, na pessoa do jovem lunático, rangendo os dentes e espumando a boca (Mc 9:17-20).
Qual é a causa da possessão demoníaca? "Quando os homens progressivamente se separam da influência e controle do Espírito Santo, eles acabam ficando totalmente à mercê do diabo. Premidos por uma vontade mais forte do que a sua, eles não conseguem, por si próprios, escapar de seu poder maligno. Eles automaticamente pensam e agem conforme Satanás lhes ordena. Onde a Inspiração indica a causa, ela declara que a possessão demoníaca ocorre como resultado de um viver errôneo" (SDA Bible Commentary, v. 5, p. 575; ver também O Desejado de Todas as Nações, p. 256).
É importante notar, porém, que a pessoa controlada por Satanás nem sempre manifesta os sintomas físicos característicos de uma desordem nervosa, tais como gritos, ranger de dentes, olhar penetrante, mutilação do corpo, convulsões semelhantes à de um ataque epiléptico, e outras. Às vezes, Satanás pode alcançar melhor seus objetivos deixando que a vítima conserve as faculdades mentais e assuma uma postura de piedade, como foi o caso de Judas.
Mas quem escolheu servir a Deus não precisa temer, pois será inexpugnável aos ataques de Satanás.