quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Meditações Dias 26 - 30/09/2010

26 de setembro Domingo


O último dia de Ulício


Perece o justo, e não há quem se impressione com isso; e os homens piedosos são arrebatados sem que alguém considere nesse fato; pois o justo é levado antes que venha o mal. Isaías 57:1


Delcina Dias da Rocha é uma mulher sofrida. Dos quatro filhos que teve com seu marido Ulício, perdeu três. O primeiro nasceu morto; o segundo faleceu com dois meses e meio, vítima de infecção. E o terceiro morreu de acidente, aos 33 anos de idade. Agora só lhe resta a filha Adriana, pois Ulício também morreu de acidente aos 42 anos, em São Paulo.


Delcina conta que Ulício havia contraído um câncer de pele muito grave que, segundo os médicos, poderia se alastrar rapidamente pelo corpo todo. Ele passou por três cirurgias no Hospital do Câncer. Logo que pôde sair do seu quarto hospitalar, Ulício passou a visitar os demais pacientes e a pregar-lhes o evangelho, inclusive aos médicos e enfermeiras.


Daí foi para casa. Ao retornar para uma nova consulta, o médico constatou que ele havia sido curado. O próprio médico atribuiu a cura a um milagre divino. Ulício voltou para casa feliz e contou para a família o que havia acontecido.


No domingo seguinte ele foi dar um estudo bíblico a Márcio e sua esposa. No apelo que fez ao casal, perguntou-lhes se eles queriam ir para o Céu junto com ele. Eles responderam que sim. "Então vocês se preparem", respondem Ulício, "porque se eu morrer hoje, tenho certeza de que estou preparado."


Ele não sabia que realmente estava vivendo o último dia de sua vida. Voltou para casa, e à noite não pôde ir à igreja porque chovia muito. Sentou-se na cama e cantou vários hinos. Depois orou e deitou-se para dormir.


No dia seguinte, às 6 horas da manhã, ele apanhou o ônibus, e ao descer pouco adiante, foi atropelado, vindo a falecer. Delcina sofreu muito, emagreceu, mas nunca se revoltou contra Deus, porque sabia que Ulício estava com a salvação assegurada.


Cinco anos depois, ao ir à igreja adventista de São Mateus, em São Paulo, encontrou ali Márcio, a esposa e as filhas, e só então ficou sabendo da conversa que seu marido havia tido com eles em seu último dia de vida. E Márcio então diz: "Estou aqui porque quero me encontrar com o Ulício, quando Jesus voltar."


A morte do justo é muitas vezes prematura porque Deus, em Sua misericórdia, o leva antes que seja afligido pelo mal. E isso é confortador.

 



27 de setembro Segunda


Serendipidade


O reino dos Céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. Mateus 13:44


Serendipidade é uma palavra nova em português. É originária do inglês serendipity, e foi criada pelo escritor inglês Horace Walpole, em 1754, a partir do conto persa infantil Os Três Príncipes de Serendip (atual Sri Lanka), que viviam fazendo descobertas inesperadas.


A palavra foi aportuguesada justamente por não haver uma tradução exata.


O que significa? É a capacidade de fazer descobertas felizes ou úteis por acaso. Geralmente ocorre quando alguém está procurando uma coisa e acha outra. A descoberta da América, por exemplo, teria sido um caso de serendipidade, pois Cristóvão Colombo procurava um caminho para a Índia, quando descobriu a América.


Outro caso famoso foi o de Alexander Fleming, que descobriu a penicilina acidentalmente, ao verificar que algumas culturas de bactérias morriam quando um tipo de bolor se desenvolvia nessas culturas. Estudando os constituintes desse bolor, veio a isolar o primeiro antibiótico.


Conta-se que Newton formulou a Lei da Gravitação Universal graças à queda ocasional de uma maçã, numa tarde em que tomava chá no jardim. Os sucrilhos, ou corn-flakes, surgiram porque os irmãos Kellog, em 1898, esqueceram o milho em um forno aceso durante todo um dia. A borracha vulcanizada foi inventada quando Charles Goodyear, em 1844, deixou cair um pedaço de borracha escolar dentro de uma frigideira quente. A ciência moderna está repleta de serendipidades.


A ciência da salvação também. Uma pessoa se converteu ao achar o livro O Grande Conflito no lixo. Outro aceitou a Jesus através de um folheto trazido pela enxurrada. Você deve conhecer outros casos.


Existe serendipidade na Bíblia? A palavra não, mas o conceito sim. Salomão já dizia que "tudo depende do tempo e do acaso" (Ec 9:11). Na parábola do tesouro escondido, o homem que estava cavando a terra não estava procurando um tesouro. O que ele achou foi inesperado e por acaso – um exemplo de serendipidade bíblica.


Mas o caso mais espantoso é o do peixe que tinha na boca uma moeda, a qual seria usada para pagar o imposto do Templo (Mt 17:27). Serendipidade ou milagre?


Seja como for, é importante frisar que quando confiamos em Deus, todas as coisas cooperam para o nosso bem (Rm 8:28).

 



28 de setembro Terça


O Deus que vem


Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, Aquele que era, que é e que há de vir. Apocalipse 4:8


Temos pregado com ardor sobre a segunda vinda de Cristo. Mas praticamente não se fala que Deus o Pai acompanhará o Filho em Sua segunda vinda. Entretanto, há evidências bíblicas de que isto ocorrerá.


As Escrituras mostram Deus vindo à procura do homem (ver Lc 19:10, Jo 1:14, 11; 1Jo 4:10). Este último verso nos apresenta a razão por que Deus Se mobilizou em busca do homem perdido: Seu grande amor por nós. A salvação, portanto, é Deus vindo até nós movido pelo amor.


O Antigo Testamento faz várias referências a essa atitude divina, mostrando Deus vindo ao encontro do Seu povo (ver Êx 19:9; 20:24). Mas é no Novo Testamento que temos as principais referências de que o Pai acompanhará Jesus em Sua vinda à Terra.


Em Seu julgamento, Cristo dissera a Caifás: "Desde agora vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do Céu" (Mt 26:64). Notem que aqui são mencionadas duas Pessoas: o Filho do Homem, que é Jesus, e o Todo-Poderoso, que é um dos nomes atribuídos a Deus o Pai. Ambos virão sobre as nuvens do Céu.


No auge do sexto selo, os ímpios clamam às rochas e às montanhas: "Caí sobre nós e escondei-nos da face dAquele que Se assenta no trono e da ira do Cordeiro" (Ap 6:16). Aqui novamente são mencionadas duas Pessoas: o Cordeiro, que é Jesus, e "Aquele que Se assenta no trono". O Apocalipse não deixa dúvida de que Aquele que Se assenta no trono é Deus o Pai (ver Ap 5:6, 7; 7:9, 10).


Finalmente, lemos em Apocalipse 16:12: "Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol."


Esta é uma referência à volta de Jesus, que é apresentado em Isaías como Rei do Oriente, através da figura do rei Ciro, um rei do Oriente. Mas o texto fala em reis, no plural. Deve ser mais de um, portanto. Mervyn Maxwell entende que se trata de Pai e Filho: O Filho do homem e o Todo-Poderoso, ou o Cordeiro e Aquele que Se assenta sobre o trono. Essa dupla divina vem ao lugar onde a terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo, já Se encontra desde a ascensão de Cristo (Uma Nova Era Segundo as Profecias do Apocalipse, p. 83, 84, 160, 161, 192, 193).


Pai e Filho vêm nos buscar, e junto com o Espírito Santo, que já está entre nós, os três Reis do Oriente retornam para o Seu reino, acompanhados de todos os santos anjos, e dos remidos, que somos nós. Que festa maravilhosa será essa! Façamos planos para estar lá.

 



29 de setembro Quarta


Começo humilde, final grandioso


Disse mais: A que assemelharemos o reino de Deus? Ou com que parábola o apresentaremos? É como um grão de mostarda, que, quando semeado, é a menor de todas as sementes sobre a terra. Marcos 4:30, 31


Telêmaco era um eremita. Mas um dia algo lhe disse que ele devia ir a Roma. Ele saiu do deserto e foi. Embora Roma fosse uma cidade nominalmente cristã, havia jogos em que os gladiadores lutavam até que um deles morresse. A multidão vibrava, com sede de sangue.


Telêmaco foi assistir a uma dessas lutas. Oitenta mil pessoas estavam no estádio. Ele ficou horrorizado. Os gladiadores que estavam se matando também não eram filhos de Deus? Ele saltou da arquibancada para dentro da arena e se colocou entre os gladiadores. Foi empurrado para o lado, mas voltou. A multidão ficou irada e começou a apedrejá-lo. Mas ele continuou se interpondo entre os lutadores.
Então o prefeito de Roma emitiu uma ordem e uma espada resplandeceu ao Sol. Num instante, Telêmaco estava morto. Os espectadores silenciaram. De repente a multidão entendeu o que havia acontecido: um homem santo havia morrido. Algo extraordinário ocorreu naquele dia em Roma: as lutas entre gladiadores foram suspensas. Através de sua morte um homem deu início a um movimento que extirpou do império uma prática criminosa.


Grandes realizações começam com uma ideia. Uma reforma começa com um homem. A parábola do grão de mostarda nos ensina que o reino de Deus começa pequeno, mas terminará como uma árvore frondosa que abriga muitas nações. No Antigo Testamento, uma das figuras mais comuns para representar um grande império é a de uma grande árvore, e as nações súditas como aves que se aninham nos seus ramos (Ez 31:3, 6).


"Jesus não poderia ter escolhido uma figura melhor do que o insignificante grão de mostarda para ilustrar a maneira como o reino de Deus opera na mente de pessoas não regeneradas. Os líderes judaicos olhavam com desprezo para a multidão heterogênea que ouvia Jesus, especialmente os poucos pescadores e camponeses iletrados que se assentavam ao Seu lado. Eles concluíram que Jesus não podia ser o Messias, e que o 'reino' que Ele proclamava nunca daria em nada" (SDA Bible Commentary, v. 5, p. 409).


Mas eles se enganaram, pois o reino de Deus cresceu e continuará crescendo até atingir o mundo todo.

 



30 de setembro Quinta


Doença é castigo?


Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os Seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? João 9:1, 2


O rabino Harold S. Kushner conta que conheceu um garoto de 11 anos que se submeteu a um exame de vista na escola. Foi constatado um grau de miopia suficiente para o uso de óculos. Ninguém ficou chocado com isso, pois tanto seus pais como sua irmã mais velha usavam óculos. "Mas o garoto ficou profundamente transtornado com o fato, não se abrindo, porém, com ninguém. Finalmente, certa noite, quando a mãe o colocava na cama, a verdade apareceu. Uma semana antes do exame de vista, o garoto e dois outros amigos mais velhos examinaram um monte de velharias que um vizinho colecionava e descobriram um exemplar da revista Playboy. Com o sentimento de que estavam fazendo algo perverso, eles passaram algum tempo olhando para as fotografias de mulheres nuas. Dias mais tarde, diante do resultado do exame de vista na escola, ele tirou a conclusão de que Deus iniciara o processo de puni-lo com a cegueira por ter olhado para aquelas fotografias" (Quando Coisas Ruins Acontecem às Pessoas Boas, p. 20).


Os judeus acreditavam que os sofrimentos desta vida eram castigos divinos pelo pecado. Os rabinos ensinavam ainda que Deus era muito cuidadoso, no sentido de punir cada pecado na medida exata. Sansão, por exemplo, cedeu ao desejo dos olhos, e como consequência, os filisteus lhe vazaram os olhos. Absalão se orgulhava de seu cabelo e por isso morreu pendurado pelos cabelos. E por aí afora.


Mas Cristo condenou esse raciocínio, dizendo: "Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus" (Jo 9:3). Uma tradução mais compreensível seria: "Nem ele pecou, nem seus pais; mas como resultado de seu sofrimento, as obras de Deus serão manifestadas nele." Jesus "não explicou a causa da aflição do homem, mas disse-lhes qual seria o resultado" (O Desejado de Todas as Nações, p. 471).


É verdade que os filhos muitas vezes colhem os resultados das transgressões dos pais. Mas não se deve confundir lei da causalidade com castigo divino. São duas coisas diferentes. O profeta Oseias já dizia: "Porque semeiam ventos e segarão tormentas" (Os 8:7). Isso é causa e efeito.


A punição pelo pecado, porém, não é aplicada agora. Será no dia do juízo.

 

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