O ano de 2008 já começa com mais um capítulo da batalha entre a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e a mídia. Desta vez, os fiéis estão movendo processos na Justiça contra os jornais Folha de S. Paulo e O Globo. A reportagem, mais uma que trata de corrupção em igrejas neopentecostais, refere-se à igreja como seita (cujo sentido pejorativo teria ofendido a fé dos membros) e levanta a hipótese de que o dízimo dos fiéis seria "esquentado" em paraísos fiscais (alguns fiéis entenderam que estavam sendo chamados de bobos ou alienados, o que consignaria ofensa moral).
Em que pese o tratamento claramente pejorativo (esse é o sentido mais utilizado da palavra seita – o conceito semiológico do termo não é comum) e a especulação jornalístico-investigativa, a reação da IURD, principalmente através da Rede Record, tenta deslocar a discussão das páginas policiais para a seção de cartas do leitor. Isto é, a defesa da igreja pode estar desviando o foco sobre um crime supostamente cometido por pastores fazendo parecer que seus fiéis é que são os suspeitos de corrupção.
Por outro lado, a mídia usa toda a sua massa de trabalho não apenas para desvendar casos de corrupção, mas também para invocar para si atributos inquestionáveis de liberdade de expressão. Às vezes, o faz com o discurso requentado de uma cruzada anti-censura. [Leia mais]
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