quarta-feira, 2 de julho de 2008

RELACIONAMENTOS - 9

    Lição 9 - Lares de paz e cura 


    VERSO PARA MEMORIZAR: 'Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize' (João 14:27). 

    Leituras da semana: Sal. 37:8; Mat. 5:22; 12:1-14; 18:15-18; Mar. 7:6-13; Filip. 2:1-16; Col. 3:12-15 

    Introdução. As crianças estavam experimentando uma nova gangorra na escola. As crianças grandes e mais pesadas se colocavam mais perto do centro; as menores e mais leves ficavam perto da ponta. Quando todos se equilibravam, cada criança conseguia divertir-se. As coisas foram bem até que alguns meninos crescidos pareceram tirar prazer em jogar as meninas para o ar como bonecas de pano, fazendo-as gritar de medo. Depois disso, os meninos começaram a empilhar-se nas pontas opostas, cada lado tentando pesar mais e ganhar a guerra. Logo, a gangorra, o brinquedo que tinha sido motivo de muita diversão, se tornou um lugar de medo e dor. Ninguém mais queria brincar nela. 

    A vida em família às vezes é como uma gangorra. A vida é mais agradável quando as pessoas respeitam e se interessam umas pelas outras. Infelizmente, as pessoas sofrem quando alguns usam seu status ou posição na família para dominar, controlar ou tratar os outros com severidade. A lição desta semana examina como as relações entram em dificuldade e como Deus, em Sua Palavra, oferece conselhos que ajudam Seus filhos a passar da dor para a cura. 


    Os santos também têm problemas familiares 

    'Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz' (Efés. 4:3). 

    Os crentes cristãos possuem pela fé a preciosa realidade espiritual de assentar-se nos lugares celestiais com Cristo (Efés. 2:6). Na vida cotidiana, enquanto aguardam Sua volta e esperam ser retirados da presença do pecado, alguma tensão, discórdia e até mesmo conflito pode acontecer. Esta é parte da experiência humana nas relações íntimas (Gál. 5:17). Pode surgir atrito porque as pessoas são muito diferentes em disposição, hábitos, educação e maneiras de encarar as coisas. As famílias devem achar caminhos para respeitar a individualidade de cada um e ainda desfrutar a vida como um grupo unido. A marca das relações cristãs saudáveis não é apenas conservar os conflitos em um mínimo, mas superá-los de acordo com o evangelho. 

    1. Como o povo de Deus deve lidar com os conflitos? Resuma os princípios em Mateus 18:15-18, Filipenses 2:1-16 e Colossenses 3:12-15. 

    O amor e a tolerância cristãos capacitam muitas famílias a lidar com grandes diferenças. Outros se acham em situações desconfortáveis, que precisam ser corrigidas a fim de manter a unidade e a paz. Sem solução, a raiva, a hostilidade e o distanciamento podem se desenvolver na relação. Enfrentar o conflito pode ser difícil; muitos o evitam ou se afastam dele, negando que exista ou se distanciam emocionalmente. Outros decidem seguir seu caminho a qualquer preço, e outros simplesmente desistem de manter a paz. 

    Pense nos conflitos de família que você experimentou ou viveu. O que provocou esses conflitos? Como poderiam ter sido resolvidos mais facilmente? Como os princípios que podem ser vistos no texto de hoje fizeram diferença? 


    Pondo a ira em seu lugar 

    A Escritura condena claramente as atitudes e o comportamento irados, destrutivos para os indivíduos e para as relações (Gên. 49:6 e 7; Sal. 37:8; Mat. 5:22; Gál. 5:19-21). Estes pertencem ao 'velho homem', que os cristãos são chamados a afastar para longe (Efés. 4:31; Col. 3:8-10). Porém, a Bíblia reconhece que a raiva como emoção faz parte da vida em Cristo (Efés. 4:22-27). 

    A ira faz soar um alarme dentro de nós quando reconhecemos a injustiça ou quando existe opressão sobre os inocentes. Moisés sentiu essa emoção em defesa do nome e da causa de Deus (Êxo. 32:19); Jesus também viveu essa emoção, quando Seu ministério, o sábado e o homem da mão ressequida foram tratados com fria indiferença pelos líderes religiosos (Mar. 3:1-5). A injustiça despertou ira em Davi e em Neemias (compare II Sam. 12:5; Nee. 5:6). Jacó amava Raquel (Gên. 29:30) mas ficou irado quando se sentiu acusado injustamente por ela (30:1 e 2). 

    2. O que significa para os crentes a ordem: 'Irai-vos e não pequeis' (Efés. 4:26 e 27)? 

    'Irai-vos e não pequeis' indica que a emoção da ira e o pecado não são a mesma coisa. O sentimento de ira não é pecado em si mesmo. Os membros da família devem dar permissão um ao outro para ter essa emoção e relatá-la sem culpa. 

    'Não se ponha o sol sobre a vossa ira' (Efés. 4:26) indica que a ira deve ser prontamente processada. A solução final das questões pode levar tempo, mas a ira pode ser freqüentemente dissipada por uma 'resposta branda' (Prov. 15:1). Respostas brandas são respostas cuidadosas que vêm como resultado de ouvir, aceitando a pessoa e reconhecendo os sentimentos mais profundos como medo, frustração ou dor que deram oportunidade à ira. Desse modo, as famílias podem resolver as coisas e aproximar-se mais um do outro. 

    Algumas pessoas tendem a explodir no momento em que ficam zangadas; outras retêm a ira por dentro, onde ela ferve e produz feridas. Qual é sua tendência, e que promessas você pode achar na Bíblia para buscar uma solução mais semelhante à de Cristo para a sua ira? 


    Corações angustiados 

    Pode ser inconcebível, mas as pesquisas revelam que o lar é o lugar mais violento na sociedade. A violência familiar atinge todos os tipos de famílias, inclusive os lares cristãos. A violência é um assalto de qualquer tipo – verbal, físico, emocional, sexual ou negligência ativa ou passiva – cometido por uma ou mais pessoas contra outra na família. 

    3. A Bíblia registra histórias de violência familiar, mesmo entre o povo de Deus. Quais são seus pensamentos ou sentimentos ao ler estes versos? Por que estas histórias foram registradas na Escritura? 

    Gên. 37:17-28 

    II Sam. 13:1-22 II Reis 16:3; 17:17; 21:6 

    4. Embora hoje as pessoas não queimem seus filhos em altares, oferecendo-os aos deuses pagãos, que paralelos modernos existem desse mesmo princípio? 

    O comportamento abusivo é a escolha consciente de uma pessoa de exercer poder e controle sobre outra. Não pode ser explicada nem desculpada pelo alcoolismo, tensão, necessidade de atender aos desejos sexuais, necessidade de controlar melhor a ira ou qualquer comportamento da vítima. As vítimas não são responsáveis pelos abusos do abusador. Os abusadores distorcem e pervertem o amor, pois 'o amor não pratica o mal contra o próximo' (Rom. 13:10). O tratamento profissional pode facilitar a mudança do comportamento do que abusa, mas só se essa pessoa assumir a responsabilidade pelo comportamento e buscar essa ajuda. Aos que se abrirem à Sua presença, Deus pode fazer muito para ajudar essas pessoas deixarem de abusar, arrepender-se de suas atitudes e comportamento, fazer restituição em todos os sentidos possíveis e abraçar as qualidades de amor ágape para curar seu coração e amar os outros (compare Efés. 3:20). 


    Distorcendo a Palavra 

    Com qual destas declarações você concorda ou discorda? Por quê? 

    • Os que são abusados devem voltar a outra face. 

    • As esposas devem ser submissas, não importa o que o seu marido lhes faça. 

    • O comportamento violento de um cônjuge ou pai é a cruz que algumas pessoas têm que levar. 

    • Em última instância, a dor que sofremos na vida é para nosso próprio bem. 

    Nas famílias cristãs, as vítimas de violência precisam de apoio para encontrar segurança para si mesmas e seus filhos e atender outras necessidades práticas e emocionais. Ocasiões de violência doméstica são momentos de grande crise espiritual. Onde estava Deus quando eu estava sofrendo abuso? Deus está me castigando por algo que eu fiz ou tentando me ensinar uma lição? Às vezes, suas crenças arraigadas profundamente ou o conselho que recebem podem ter a tendência de prolongar, em lugar de aliviar, a situação. 

    Nenhum princípio cristão apóia ou tolera o abuso. Os que buscam textos bíblicos para defender seu comportamento são culpados não só de abusar mas de perverter a Palavra de Deus. Cristo defendia a causa dos oprimidos. É Seu Espírito amar e aceitar, afirmar e fazer os outros crescerem, e não de abusar ou destruir os outros. Seus seguidores são chamados a corrigir as crenças religiosas e culturais que alguns podem distorcer e perverter a fim de justificar ou encobrir a violência familiar. 

    5. O Novo Testamento tem exemplos de pessoas que torceram as doutrinas a fim de justificar seus erros. Veja, por exemplo, Mat. 12:1-14; Mar. 7:6-13. Que textos da Bíblia alguns pervertem hoje na tentativa de justificar seu abuso? 

    As vítimas de abuso precisam de pessoas sensíveis e cuidadosas para não ofertar soluções precipitadas ou moralistas. Precisam de ajuda para obter o atendimento especializado que o caso requer. Enquanto encorajam as vítimas a obter cuidado profissional, se possível, seus irmãos de fé também devem ajudá-las com bondade e compaixão, oferecendo-lhes estabilidade em uma ocasião de inquietação. 


    O dom do perdão 

    No coração do cristianismo existe um conceito incrivelmente maravilhoso – o perdão. Este é um dom de Deus às famílias quando os corações e os relacionamentos forem feridos. 

    6. O que os textos seguintes nos dizem sobre o perdão? Mat. 18:27; Luc. 23:34; Rom. 5:6-11; Efés. 1:7 

    Pela cruz de Cristo, o perdão é oferecido mesmo antes que os ofensores o peçam (Luc. 23:34; compare com Atos 5:31; 13:38; 26:18). Por Sua graça, Deus criou um manancial que nos lavou e nos convidou a arrepender-nos e ser limpos (compare Rom. 2:4). Humanamente, o perdão é a decisão de desistir do mal destrutivo da vingança. Lembramos ao coração ferido que Cristo sofreu por todos os pecados, os nossos contra Deus e os dos outros contra nós. Então, passamos o perdão adiante. O que foi ofendido agora está livre por dentro, quer o ofensor tenha pedido perdão, quer não. Mas esse fato não livra o malfeitor da responsabilidade, da necessidade de se arrepender, nem de todas as conseqüências do comportamento abusivo. 

    7. O que estes textos nos dizem sobre o perdão? II Crôn. 7:14; Mat. 18:32-35; I João 1:9 

    Note a condição 'se' nestes textos. Se, em última instância, o perdão deve ser eficaz, deve haver arrependimento da parte do malfeitor. Os sinais do verdadeiro arrependimento incluem: abandonar o comportamento ofensivo, desculpar-se sinceramente, assumir a responsabilidade pelo comportamento e dano ocasionados, mostrar interesse pela dor do ofendido, fazer restituição em todos os sentidos possíveis e fazer mudanças para evitar a repetição do mal. 

    Reconciliação não é o mesmo que perdão. Para que ocorra a reconciliação, os dois devem desejá-la e estar dispostos a tentar reconstruir novamente a confiança. Com o passar do tempo, mediante comunicação aberta e consideração pelas necessidades e sentimentos do outro, os padrões de relacionamento destrutivo podem mudar. Podem ser cultivados padrões de solução de conflito que atendam às necessidades de ambos. 


    Estudo adicional 

    Leia, de Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, págs. 304-306; 'Como é Alcançado o Perdão', Parábolas de Jesus, págs. 243-251; Filhos e Filhas de Deus, pág. 142; Testemunhos Para Ministros, pág. 100. 

    Indignação justificável. 'É verdade que há uma indignação justificável, mesmo nos seguidores de Cristo. Quando vêem que Deus é desonrado, e Seu serviço exposto ao descrédito; quando vêem o inocente opresso, uma justa indignação desperta as emoções. Tal ira, nascida da sensibilidade moral, não é pecado. Mas os que, a qualquer suposta provocação, se sentem em liberdade de condescender com a zanga ou o ressentimento, estão abrindo o coração a Satanás. Amargura e animosidade devem ser banidas do coração, se queremos estar em harmonia com o Céu.' – Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 310. 

    Perguntas para consideração 

    1. Que atitudes culturais em sua própria sociedade ajudam a criar o ambiente de tolerância do abuso familiar? O que a sua classe pode fazer para ajudar os membros a estarem em guarda contra essas atitudes? 

    2. Se os membros de sua classe estiverem dispostos, e no que for apropriado, conversem sobre como os membros resolvem os conflitos em seus lares. O que eles aprenderam dessas experiências? Como essa lições podem ajudar outras pessoas que estão enfrentando desafios semelhantes? 

    3. Qual é a diferença entre o perdão e o que às vezes é tomado erradamente por perdão – tolerância, desculpar o malfeitor, absorver a culpa ou racionalizar o comportamento nocivo? Por que é importante conhecer a diferença? 

    Resumo: Pode-se esperar alguns conflitos nas relações íntimas. Na maioria das vezes, o uso das Escrituras com oração pode ajudar os cristãos a reduzir e solucionar esses conflitos. 


   Lição 9   

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