domingo, 23 de novembro de 2008

Comentário da Lição 09 - Metáforas da salvação - Escola no Ar

4º Trimestre de 2008 - A Doutrina da Expiação

Comentário da Lição 09 - Metáforas da salvação

 

 

sábado, 22/11/2008
› Introdução

"Deus ofereceu Cristo como sacrifício para que, pela Sua morte na cruz, Cristo Se tornasse o meio de as pessoas receberem o perdão dos seus pecados, pela fé nEle". – Rom. 3:25 – NTLH.

Quem é Deus? É a intrigante pergunta. Existe realmente este Ser Todo-Poderoso, Criador e Mantenedor do Universo? Que explicações temos ou podemos dar a respeito deste Ser? Eis, em verdade, um grande dilema e ao mesmo tempo, uma extraordinária oportunidade para buscar explicações e obter compreensão. Se, como seres humanos pudéssemos explicar a Deus, teríamos de admitir que em termos de sabedoria, conhecimento e inteligência estaríamos acima desta Pessoa. Se, como criaturas, Lhe fôssemos superiores, então Ele deixaria de ser importante, deixaria de ser o Deus Eterno. Em verdade, se os homens pudessem explicar a Deus teria de haver uma inversão de posições: o homem ocuparia a posição de Deus e Este a posição de criatura. Porque quem explica a existência de outro, forçosamente está em posição superior.

Com quem comparar o Incomparável? Onde encontrar parâmetros para estabelecer semelhanças?

Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança e deu-lhe o poder da liberdade de escolha. Prevendo a escolha errada estabeleceu na eternidade o plano da salvação. A salvação fundamenta-se na encarnação de uma das pessoas da Trindade, Jesus. Se Deus é um mistério para nós humanos, como compreender esse Seu ato como criador de todas as coisas, assumir a natureza humana da criatura para restaurá-la ao Seu plano original?

Jesus falou por parábolas, partindo de coisas conhecidas para explicar as desconhecidas. A Escritura usa muitas figuras, metáforas, comparações para que possamos entender aquilo que é necessário e tomarmos decisões aceitando o plano de Deus.


Pense: "A quem haveis de assemelhar-Me? Quem igualareis a Mim? A quem haveis de comparar-Me, como se fôssemos semelhantes?... porque Eu sou Deus e não há outro! Sim, sou Deus e não há quem seja igual a Mim". - Is. 46:5 e 9 - BJ.'

Desafio: "Em resposta, Jesus declarou: digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo". – João 3:3 – NVI.



domingo, 23/11/2008
› Redenção

Analisemos mais detidamente o argumento de Paulo em Gálatas 3:14: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro". – ARA.

O argumento fundamenta-se em uma citação do "livro da lei": "O seu cadáver não permanecerá no madeiro durante a noite, mas certamente o enterrarás no mesmo dia: porquanto o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus". - Deut. 21:23 - ARA.

Da maldição de que lei Cristo libertou o pecador? Sabemos de sobejo que a lei moral é eterna e a norma da justiça divina. Paulo estava escrevendo para os gálatas, vindos do paganismo e sobre os quais os judaizantes queriam impor a observância das cerimônias rituais.

Cristo, com a Sua morte, libertou o pecador desse ritual de práticas repetitivas que tinham como objetivo ensinar para o pecador o método divino do perdão por graça, da reconciliação pela fé e da redenção pelo sangue, no Redentor prometido. Contudo, observar e praticar os ritos que apontavam para Cristo, tornou-se inócuo com a vinda e o sacrifício de Cristo. "O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações, agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória". - Col. 1:26 e 27 - ARA.

Todavia, quando Cristo desobrigou seus filhos das práticas rituais, não os desobrigou e não desobriga a todos àqueles que o aceitam como a Esperança da Glória, do dever de obedecer aos preceitos morais.


Pense: "Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus". – Ef. 1:7 – NVI.



segunda-feira, 24/11/2008
› Reconciliação

Normalmente entendemos a palavra reconciliação como um ato entre duas partes conflitantes, procurando orientar-se as partes para que coloquem termo ao conflito.

No entanto, em termos de evangelho, ainda que o significado não se altere, a situação é bastante diferente. A reconciliação evangélica não é entre duas partes conflitantes, mas entre uma que foi enganada e entrou em revolta contra o Pai e a outra que ama e vai em busca da revoltada e perdida. "Pois de qualquer forma, era Deus que em Cristo reconciliava o mundo consigo, não imputando aos homens as suas faltas". – II Cor. 5:19 - TEB.

A reconciliação evangélica não apresenta um Deus irado em estado de guerra com o homem e do outro o homem furioso contra a ira de Deus tendo a Cristo como mediador para acalmar as duas partes e fazer a paz. Mas sim, apresenta o Pai dolorosamente ferido em seu amor pelo filho que Ele criou à sua imagem, que foi enganado e lançado na lama e condenado à morte. O Pai, como que não conseguindo suportar a idéia de separação eterna deste Seu filho, faz uma oferta que extrapola a tudo que se pudesse imaginar em termos de amor e justiça. Oferece o próprio Filho, igual a Ele em onipotência, onisciência e onipresença; inocente, para morrer em lugar do filho rebelde e pagar a sua culpa. Se Deus mesmo, como Pai, se oferecesse para morrer em lugar do culpado, a revelação de amor traria manchas de egoísmo, o que não poderia acontecer.

Ilustremos: Se Deus houvesse dado a Abraão a oportunidade de escolha para o sacrifício, Abraão sem sombra de dúvida daria a si mesmo e pouparia o filho. Deus pediu o filho para provar até o extremo o amor e a lealdade de Abraão. Assim foi com a Divindade.



Pense: "Através de Cristo, cada obstáculo é removido, e obtemos amplo acesso a Deus. O homem é conduzido e aceito no amor perdoador de Deus. Por Seu amor pelo homem caído, Deus é honrado, glorificado, e magnificado através de Cristo Jesus. Deus pode ser justo e, ainda assim, perdoar o transgressor. Oh! Que amor, que insondável amor!" - The Home Missionary, 1 de novembro de 1897.


Desafio: "Aquele que não conheceu o pecado, ele o identificou com o pecado, por nós, a fim de que por ele, nos tornemos justiça de Deus". – II Cor. 5:21 – TEB.



terça-feira, 25/11/2008
› Justificação

Para estabelecer o status de quem é justo ou injusto, há a necessidade de uma norma determinando as condições para alguém pertencer a uma ou a outra classe. Esta norma transcrita é chamada de lei eterna pelas Escrituras, porque eterno é o caráter de Deus. "Eterna é a justiça dos Teus testemunhos". - Salmo 119:144.

Paulo declara: "Pois é mediante a lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado". – Rom. 3:20 – NVI. Esta é a função da lei, definir a justiça, conscientizar o pecador do pecado e proclamar a sentença da condenação.

Ainda que o pecador condenado procure viver retamente de nada lhe aproveitaria, por estar irrecorrivelmente condenado. A sentença da lei não pode ser revogada. Para salvá-lo da condenação, veio Jesus, Deus em Pessoa, o Justo, para morrer como substituto do culpado. A sentença é executada; a pena é aplicada, todavia, o pecador pode viver. Isto é justiça imputada; isto é graça. "Sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus". – Rom. 3:24 – NVI.

A justificação é obtida "mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem". – Ro. 3:22 – NVI. A justiça de Cristo somente é imputada a todos os que crêem. Isto é, todo o que manifesta fé no sacrifício. Logo, a justificação é fruto da fé. A fé sempre foi o método de Deus para justificar o pecador. Mas a fé é morta, não é fé, se não atuar na conduta, mudando-a. Portanto, somente é declarado justo aquele que aceita a oferta da graça pela fé e decide colocar a sua vida sob o controle do Espírito Santo que o ensina a viver em harmonia com o padrão de justiça. "Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo algum satisfaçam os desejos da carne". – Gál. 5:25 - NVI.


Pense: "Professam conhecer a Deus, mas negam isso com suas obras. São abomináveis, rebeldes, inaptos para qualquer boa obra... a fim de que todos os que depositaram sua fé em Deus se esforcem por serem exímios nas boas obras. Eis o que é bom e útil para todos". - Tito 1:16 e 3:8 - TEB.

Desafio: "Pois é mediante o Espírito que nós aguardamos pela fé a justiça, que é a nossa esperança. Porque em Cristo Jesus nem circuncisão nem incircuncisão têm efeito algum, mas sim a fé que atua pelo amor". - Gál. 5:5 e 6 – NVI.



quarta-feira, 26/11/2008
› Sacrifício Expiatório

"Tendo em vista a manifestação da Sua justiça no tempo presente, para Ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus". - Rom. 3:26.

Como Deus, pode ao mesmo tempo executar a justiça e derramar amor e graça sobre rebeldes pecadores? Como ser justo e ser amor? Somente porque Ele é. O Senhor Deus declarou para Moisés: "Eu Sou o que Sou". Deus é amor, Deus é justiça.

Quando ao final do grande conflito cósmico os céus proclamam a justiça de Deus, a resposta vinda do altar confirma esta justiça. Foi sobre o altar do sacrifício que a justiça de Deus foi vindicada pela morte justificadora de Jesus. Sobre o altar do sacrifício, a justiça de condenação para os pecadores rebeldes, incluindo Satanás e seus anjos, foi transformada em justiça de graça, amor, perdão, expiação, justificação, reconciliação e salvação para pecadores contritos que aceitaram a morte substituta.

Deus mantém a imutabilidade de Sua lei, e por meio dela revela a Sua justiça e o Seu amor e graça. Deus não teria como revelar graça, se não tivesse o instrumento de justiça. Antes do pecado, a graça e o amor de Deus eram revelados pelo reconhecimento e pela lealdade na aceitação da justiça de Deus e na submissão amorosa à Sua vontade. Na situação de pecado, se a sentença condenatória da justiça não pesasse sobre o homem pecador, não haveria como demonstrar amor e conceder graça. Como oferecer amor e graça, conceder perdão, fazer expiação, imputar justificação, desenvolver santificação e dar salvação, se não existisse um instrumento de justiça?


Pense: "E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro: 'Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus todo-poderoso, justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações. Quem não te temerá, ó Senhor? Quem não glorificará o teu nome? Pois tu somente és santo. Todas as nações virão à tua presença e te adorarão, pois os teus atos de justiça se tornaram manifestos'". – Apoc. 15:3 e 4 – NVI.

Desafio: "Que devo fazer para que seja salvo? Crê no Senhor Jesus, e serás salvo". - Atos 16:30 e 31.



quinta-feira, 27/11/2008
› Demonstração do Amor de Deus

A expressão máxima do amor de Deus foi demonstrada na cruz do Calvário, no sacrifício substituto de Cristo, cumprindo a justiça da lei e revelando a graça perdoadora de Deus. A aceitação da graça, sem poder apresentar mérito algum, reconduz o pecador perdoado e justificado, pelo amor e justiça de Cristo, à harmonia com Deus. Esta experiência é revelada pela submissão e prática da lei do amor, restabelecendo o relacionamento de amor, expresso pela obediência aos mandamentos do Pai: Amor supremo e incondicional a Deus e amor imaculado para o semelhante.

"Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor". – I João 4:8 – NVI. Quem não ama não conhece o Deus, que é amor. Aprendemos a amar os outros aprendendo primeiro amar a Deus. Deus ensina como deseja ser amado: pela obediência aos Seus mandamentos.

O tipo de amor que Jesus ensinou que deseja ver manifestado para os outros é o amor que emana da pessoa de Deus. Deus é amor e amor que foi ao sacrifício. "Visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar uns aos outros". - I João 4: 11 – NVI. Este amor de renúncia e abnegação, fundamentado nEle e revelado pela obediência aos Seus mandamentos, proclamará para "todos" que somos os Seus filhos e todos irmãos.

Somente Cristo pode ensinar-nos a amar com este amor, porque Ele é o amor. Transcreveu o Seu amor na lei do amor, estabelecendo princípios que orientam o amor e legou-nos uma vida que é o Modelo perfeito do amor.


Pense: "A lei do governo de Deus devia ser engrandecida pela morte do unigênito Filho de Deus. Cristo arcou com a culpa dos pecados do mundo. Nossa suficiência só se encontra na encarnação e morte do Filho de Deus. Ele pôde sofrer, porque foi sustido pela divindade. Ele pôde suportar, porque era sem uma mancha de deslealdade ou pecado. Cristo triunfou em favor do homem, ao assim suportar a justiça da punição. Ele assegurou aos homens a vida eterna, exaltando a lei e fazendo-a gloriosa". - ME. Vol. 1, pág. 302.

Desafio: "Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele". – I João 4:9 – NVI.



sexta-feira, 28/11/2008
› Estudo Adicional

É importante observar que Paulo traz para a sua argumentação em defesa da justificação pela fé e da reconciliação, a experiência de Davi: "Assim também Davi proclama a felicidade do homem a quem Deus credita a justiça independentemente das obras: 'Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades foram perdoadas, e cujos pecados foram cobertos. Bem-aventurado o homem a quem Deus não imputar o pecado". - Rom. 4:6-8 – PIBR.

Jesus livrou o pecador da sentença de condenação da justiça, mas não o liberou para viver em desarmonia com a justiça. Mas, assim como Jesus, como Deus, está em perfeita harmonia com a Sua própria justiça, Ele oferece o perdão, a reconciliação e o poder, por graça, para tornar o pecador semelhante a Ele, em harmonia com a justiça, pela presença e atuação do Espírito Santo.

A justiça de Deus, executada em Jesus, concretiza-se para o pecador contrito e arrependido, no perdão incondicional concedido mediante Jesus. Aceitando o perdão por meio de Jesus, aceitamos a justiça de Deus, reconhecendo que a exigência da lei, sentenciando o pecador à morte foi satisfeita quando Cristo morreu.

Quando Jesus no sermão da montanha proclamou: "Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão fartos", Ele estava dizendo: os que tem fome e sede por perdão e vida santa. Os passos para obter a justiça de Deus são: reconhecer a culpa, revelar fé no substituto e clamar por perdão.

Como todo o problema do pecado foi resolvido sobre as bases da justiça e do amor de Deus, a certeza do perdão é incontestável: "Serão saciados".


Pense: "Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida!" - Rom. 5:10 – NVI.

Desafio: "Mas agora ele os reconciliou pelo corpo físico de Cristo, mediante a morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação". - Cl. 1:22 – NVI.


 

Conheça o autor

Pr. Albino Marks
Especialista em aconselhamento familiar e profundo estudioso da Bíblia, o pastor Albino Marks já atuou como preceptor (IAP, IACS, IAE-SP); capelão (IACS e Hospital do Pênfigo); diretor geral do IAP; departamental em várias associações e na UCB.

 

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FONTE: http://www.escolanoar.org.br/Novo/impressao.asp?nivel=adultos_pt&data=28/11/2008