terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

“Confesso Leandro que, ao escrever esses versículos bíblicos dei ‘Glória a Deus’ por não ser adventista” – Parte 3

"Confesso Leandro que, ao escrever esses versículos bíblicos dei 'Glória a Deus' por não ser adventista" – Parte 3

by leandro.quadros on 06/02/10 at 11:41 pm

"E você, Leandro, vem com essa bobagem e estupidez de querer me "subornar" com seus argumentos pueris de figuras de linguagem chamadas "elipses" para me fazer calar? Cai fora, moço, conheço a manha adventista há muito mais tempo do que você. Cito referências de publicações adventistas com consciência e responsabilidade."

Como visto anteriormente, as elipses por sua parte continuaram… E, ficou demonstrado (e ficará mais evidente ainda no decorrer da presente resposta) que o uso que o senhor faz de nossa literatura é BEM irresponsável e não condizente com o espírito cristão.

"Vai dizer que ignorava que os seus irmãos adventistas nunca ficaram decepcionados com o ensino herético de EGW sobre preconceito racial como procurou me convencer? O Artigo publicado na Revista Adventista até hoje está causando discórdia dentro da Igreja. E cuidado com o preconceito de cor. Dá cadeia e v. s. sabe disso."

Peço-lhe algumas coisas:

1. Enumere-me durante a história adventista os irmãos negros que entenderam a declaração de Ellen White – sobre o casamento entre brancos e negros – como preconceituosa.

2. Informe-me a respeito de algum processo jurídico contra Ellen White no decorrer de todos esses anos;

3. Prove-me que a citação da Sra. White não visava o bem das próprias pessoas NAQUELE contexto social abolicionista vivido nos EUA, ao final do séc. XIX;

4. Comprove para todos os leitores, com base nas informações a seguir, que Ellen White era racista:

"Um apelo de sua pena, em 1891, seguido em 1895 e 1896 por artigos publicados na Review and Herald, estimulou os esforços educacionais e evangelísticos em favor dos negros e deu origem a uma obra na qual seu próprio filho, Tiago Edson, tomou parte ativa. Ele produziu um livro que seria usado para (1) levantar fundos (2) ensinar analfabetos a ler e (3) ensinar as verdades bíblicas em linguagem simples. Ele fazia uso de um barco (Morning Star) para evangelizar os descendentes dos escravos.

"EGW estava interessada no desenvolvimento de esforços missionários que produzisse eficientes resultados em comunidades brancas e negras e enviou aos obreiros desse campo muitas mensagens de conselhos e ânimos. Além disso, ela salientou de modo claro que "O nome do negro está escrito no livro da vida, junto do nome do branco. Todos são um em Cristo. O nascimento, a posição, nacionalidade ou cor não podem elevar nem degradar os homens. O caráter é que faz o homem. Se um pele-vermelha, um chinês ou africano rende o coração a Deus em obediência e fé, Jesus não o ama menos por causa de sua cor. Chama-lhe Seu irmão muito amado" - The Southern Work, pág. 8, escrito em 20 de março de 1891." (Citado em "Serviço Cristão", p. 218).

"Além disso, afirmou que os que "menosprezam um irmão por causa de sua cor estão menosprezando a Cristo" - Douglass, Mensageira do Senhor, 214 (Grifos meus).

Tais fatos provam que Ellen nunca foi racista. Sua dedicação e também de seu filho no auxílio dessas pessoas são uma prova irrefutável.

5. Conte aos seus leitores os resultados da resposta do Pr. Tércio Sarli, assinada pelo Dr. Timm, no cartório de Jundiaí, às acusações de um articulista já mencionado… A justiça nos deu direto de resposta às infames acusações de racismo por parte de uma revista que o senhor conhece. Por que "esconde" isso dos irmãos? Imagino que deva ser pelo ódio que ficou quando o Dr. Timm destruiu um por um dos argumentos da referida revista.

Falarei com Dr. Timm para me repassar a resposta dele e, assim, irei informar aos irmãos sobre a verdade dos fatos, já que senhor não tem o desejo de fazê-lo.

Impressionante a sua parcialidade… Não sei em que escola apologética aprendeu isso.

E ainda sou "obrigado" a ler no site onde postaram sua resposta que o senhor "é sem dúvida um dos maiores apologistas cristãos brasileiros"…

"Quis me convencer de que EGW não declarou o dia e a hora da volta de Jesus e o fez apenas para animar seus irmãos que passavam por tribulações? Engole V. S. essa evasiva? Fica convencido dessa bobagem?"

Deixo aos leitores o julgamento, pois, o que escrevi sobre o assunto é suficiente para se entender a declaração dela e seu contexto exato. E, além disso, seu desrespeito está tão transparente que até mesmo os membros de sua igreja irão aconselhá-lo a mudar.

"Continua V. S.: "Outra informação importante e que evitará que o público evangélico veja-o como uma pessoa desinformada sobre nossa história denominacional é a de que Ellen White não elaborou o ensino do juízo investigativo

"Ora, ora Leandro, se ela não elaborou o ensino do juízo investigativo, segundo sua declaração, não significa que ela não tivesse apoiado o ensino".

Concordo. Ela escreveu inúmeras vezes sobre o juízo investigativo (nos escritos dela, o termo "juízo investigativo" aparece 32 vezes e, "juízo de investigação", 22). O que abordei na resposta anterior não teve o objetivo de dizer que ela "não apoiava" tal doutrina, mas, mostrar às pessoas que o senhor apresentou mais um erro histórico em atribuir A ELA a "invenção" do ensino.

Não deu certo sua tentativa de se defender do erro histórico de que "EGW foi quem elaborou a doutrina do juízo investigativo"… Terá que se justificar de outra forma diante do público pensante. Na sua última resposta, de maneira CLARA afirmou que ela "inventou" a doutrina em questão, lhe informei que:

1. Foi o milerita JOSIAS LITCH que desenvolveu a idéia em 1840 e a publicou em 1841, antes mesmo do grande desapontamento de 1844. Ele escreveu: "nenhum tribunal humano pensaria em executar juízo sobre um réu sem antes julgá-lo; muito menos Deus" (TIMM, 2000).

2. Já o termo foi usado pela primeira vez por E. Everts, em 1º de janeiro de 1857.

Explique tal contradição de sua parte. Ou, reconheça que errou – o que seria demonstração de humildade cristã.

A VISÃO DO MILHARAL: UMA "VÁLVULA DE ESCAPE"?

"Interessante" o fato de o senhor usar o mesmo argumento dos ateus, quando querem desmerecer o cristianismo. Muitos deles afirmam que os apóstolos "inventaram" a ressurreição de Cristo devido à grande desilusão que tiveram. E o senhor, mesmo não sendo ateu, age como um ao questionar o surgimento do adventismo por causa da visão de Edson.

Gosto muito das obras apologéticas do Dr. Norman Geisler (mesmo não concordando com várias ideias dele), especialmente do livro Não Tenho Fé Suficiente para ser ateu, onde ele refuta o tal argumento ateístico dizendo que os apóstolos (1) morreram por aquela causa e (2) foram testemunhas oculares dos fatos.

Com o adventismo aconteceu algo parecido, Pr. Rinaldi. Seria muito incoerente os pioneiros de nosso movimento (como Tiago White – para citar apenas um exemplo – que, todos os dias, após os trabalhos no campo, caminhava cerca de 30 km para enviar para outros lugares do mundo os artigos que publicada) dedicarem a vida a um ministério que não fez a diferença na vida deles (a ponto de transformá-los mesmo e os colocar aos pés de Cristo). E, é mais incoerente ainda o senhor acusar Hiram Edson de usar a visão como "válvula de escape" sendo que TIVERAM TESTEMUNHAS OCULARES dos eventos que envolveu o adventismo naquele período.

Veja que a mesma acusação que se faz ao movimento adventista "se pode" fazer ao cristianismo como um todo.

Portanto, as suas afirmações no presente tópico – e as declarações dos ateus – são irrelevantes, ilógicas e insustentáveis.

"Como aceitar essa idéia maluca de que Jesus entrou no Santo dos Santos do santuário celestial em 22 de outubro de 1844 se como Sumo Sacerdote não tinha nada que fazer no lugar santo a partir do ano 31 AD. e ficar lá retido por 1813 (31+1813= 1844)?

"Jesus entrou no Santo dos Santos do santuário celestial 40 dias depois da sua ressurreição."

Como Cristo "não tinha nada para fazer" se a função sacerdotal era (1) interceder – 1 Timóteo 2:5 e (2) julgar? (Compare Levítico 16 com João 5:22). Estude o ritual do santuário na Bíblia; perceba que em Êxodo 25:8, 40 o santuário terrestre [com suas cerimônias] passou a existir por causa de um "modelo" que foi apresentado por Deus a Moisés. A realidade do lugar santo tem que ter um cumprimento no ministério de Cristo, pastor Rinaldi. Do contrário, o sacerdócio no lugar santo do santuário terrestre não teria significado algum para o povo de Israel, que aprendia do evangelho através de tais símbolos (Hebreus 4:2).

Apresentarei um resumo:

1. O sacerdócio do Antigo Testamento apontava para o sacerdócio de Cristo no lugar santo (Hebreus 8:3-6) como nosso intercessor (1 João 2:1, 2). Se Cristo foi diretamente para o santíssimo A FIM DE MINISTRAR, em que momento da história se cumpriu a realidade do lugar santo do santuário?

2. O sumo sacerdócio do Antigo Testamento apontava para o sumo sacerdócio de Jesus, onde, além de ser nosso intercessor (Ele NUNCA o deixou de ser), acumulou a função de juiz (lembre-se que o Dia da Expiação, quando o sumo sacerdote entrava no santíssimo, era um "dia de juízo" para os hebreus). João 5:22 apresenta-nos o Salvador em Sua função judicial.

Nós adventistas não negamos que, por ocasião de Sua ida para o Céu, Cristo foi diretamente ao santíssimo. O detalhe é que Ele o foi para a "inauguração" do santuário, e, depois (quanto voltou de nosso planeta), foi para o lugar santo realizar sua obra ao lado do Pai.

Além disso, nada há na Bíblia que mostre Deus ser "estático", como ensinava Aristóteles. O ministério de Jesus no lugar santo do santuário não O deixou "trancafiado" no local. E, quem disse que o trono de Deus Pai não poderia ser mudado de lugar (do santo para o santíssimo) por ocasião de 1844? Afinal, em Daniel 7:9 percebemos que o trono de Deus é móvel. Isso não é fantasia: é aceitar a Palavra de Deus como ela é (Agora o senhor pode entender o porquê de o autor de Hebreus – para eu, Paulo – pôde escrever que Cristo já estava ao lado do Pai).

Aceito os textos que citou pastor Rinaldi. Porém, discordo da forma como interpreta, sem levar em conta a profecia dos 2300 anos de Daniel 8:14 (profecia essa que os protestantes não questionavam até o século 19 em referência ao poder representado pelo chifre pequeno…), o livro de Levítico e o sermão aos Hebreus.

Unicamente outubro de 1844 dá sentido à profecia de Daniel 8 e 9. E, se não estudarmos a doutrina no contexto dos livros que mencionei, será impossível a entendermos e desfrutarmos das maravilhas que aprendemos, entre elas: a de que nosso intercessor é nosso juiz ao mesmo tempo e que, por isso, se permanecermos ao lado dEle, nossa vitória é garantida!

HEBREUS 6:19

Não deveria usar tal texto de forma dogmática para ensinar que Cristo não teve um ministério no lugar santo do santuário celestial (o senhor está tentando "demolir" parte do sagrado templo de Deus… O FATO DE HAVER UM LUGAR SANTÍSSIMO NO CÉU PRESSUPÕE A EXISTÊNCIA E IMPORTÂNCIA DO LUGAR SANTO. Lembre-se que Apocalipse 21:22 não ensina que Deus irá "destruir" algo bom que fez no Céu, mas que santuário perderá sua função salvífica, pois, todos estaremos no Céu).

A palavra véu (grego katapetasma) possui 3 significados. Por isso, não se pode dizer categoricamente que Jesus entrou diretamente no santíssimo. No Novo Testamento ela aparece seis vezes:

1. Três para se referir ao véu do templo que se rasgou quando Cristo morreu (Mateus 27:51; Marcos 15:38; Lucas 23:45);

2. Três vezes é usada no livro de Hebreus (6:19; 9:3; 10:20).

Na Septuaginta pastor Rinaldi, quando os 70 tradutores se referiram ao santuário, usaram a palavra katapetasma para descrever:

(1) A cortina que separava o lugar santo do lugar santíssimo (Êxodo 26:31,33);

(2) A cortina da porta do tabernáculo (Êxodo 26:37; 36:37; Números 3:26);

(3) A cortina de entrada do átrio (Êxodo 38:18).

Perceba pastor que não podemos fazer doutrina, com base em Hebreus 6:19, sobre "onde Cristo entrou por ocasião da ascensão dEle". Além disso, O PROPÓSITO DO AUTOR é outro: mostrar que todo o crente tem acesso direto a Cristo no Santuário. Paulo (ou outro escritor, se preferir) não está preocupado em dizer em que lugar do santuário Cristo foi ao subir aos Céus. Mesmo por que, como conhecedor de todo o ritual, sabia muito bem que a existência de um lugar santíssimo pressupõe (como afirmei) a existência do lugar santo. Isso era muito claro na mente dos hebreus.

Poderemos analisar isso com mais detalhes, noutra ocasião.

FONTE: http://www.novotempo.org.br/namiradaverdade/?p=660