terça-feira, 17 de agosto de 2010

Meditações Dias 08 - 14/08/2010

8 de agosto Domingo


O nó do afeto


Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra? Lucas 11:11


Em uma reunião de pais, numa escola da periferia, a diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-lhes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível. Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhasse fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar a entender as crianças.


Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo durante a semana. Quando ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando ele voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.


Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho, e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.


Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.


A diretora ficou emocionada com aquela história singela e emocionante. E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.


Essa experiência nos deve fazer refletir sobre as muitas maneiras em que os pais, nessa correria atribulada em busca do sustento diário, podem se comunicar com os filhos, dizendo-lhes que os amam. Vejam esse conselho inspirado:


"Pais [...] combinai o afeto com a autoridade, a bondade e simpatia com a firme restrição. Dedicai a vossos filhos algumas de vossas horas de lazer; relacionai-vos com eles; associai-vos com eles em seus trabalhos e brinquedos e captai-lhes a confiança. cultivai a camaradagem com eles, especialmente os meninos. Tornar-vos-eis, assim, uma forte influência para o bem" (A Ciência do Bom Viver, p. 391, 392).


Os filhos ficam pouco tempo em casa. Desfrute a companhia deles tanto quanto possível. Dê um nó no lençol de seu filho hoje.

 



9 de agosto Segunda


Seis meses a leite e aveia


Para buscarem a Deus se, porventura, tateando, O possam achar, bem que não está longe de cada um de nós. Atos 17:27


Em janeiro de 1974, o Pastor Malton Braff, com a esposa e três filhos pequenos, deixou a vida confortável na Suíça e aceitou um chamado para presidir a Missão Cabo Verde-Guiné Bissau, com sede na cidade da Praia, ilha de Santiago, no arquipélago de Cabo Verde.
As condições na ilha eram um tanto precárias, na época. Havia pouca água e quase não se produzia alimentos. Seus habitantes dependiam, em grande parte, dos mantimentos trazidos de navio, vindos de Portugal a cada quinze dias.


Durante um ano os navios chegaram regularmente com sua preciosa carga. Então uma ideia começou a surgir com insistência na mente do pastor Malton: "Faça estoque de alimentos! Faça estoque de alimentos!"


Ele possuía algumas economias que estava reservando para alguma emergência e não pretendia gastá-las dessa maneira. Mas aquela ideia de estocar alimentos continuou a persistir em sua mente até que ele não aguentou mais. Lançando mão de todo o dinheiro que possuía, comprou o que estava disponível no comércio local: leite em pó e aveia. Foi uma compra grande, e sua casa se encheu de caixas e latas de leite e aveia.


Tão logo ele fez esse estoque, os navios que traziam os mantimentos pararam de vir, devido a problemas políticos. Não chegou um só navio durante seis meses. Durante todo esse tempo, ele, a esposa e os três filhos se alimentaram basicamente de leite e aveia. Ao fim de seis meses, quando o estoque estava no fim, os navios retornaram, reiniciando o abastecimento à ilha.


Malton Braff tem certeza de que esse episódio não foi produto do acaso. Da mesma maneira como Deus sabia que viriam sete anos de fome sobre o Egito, e avisou Seu servo José para estocar alimentos durante os sete anos de fartura, Ele também sabia que viriam seis meses de escassez sobre a ilha de Santiago e avisou Seu servo Malton Braff para fazer a devida provisão.


Às vezes, nos sentimos perdidos em meio a uma crise, e somos tentados a pensar que Deus nos abandonou. Mas Ele manifesta Seu amor e cuidado por nós, não removendo a dificuldade, mas falando ao nosso coração e mostrando como devemos preparar-nos para enfrentá-la.


Confiemos em Deus, pois Ele "não está longe de cada um de nós".

 



10 de agosto Terça


Esqueletos no armário


Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento. Mateus 9:13


Se analisarmos a vida de alguns personagens bíblicos, encontraremos alguns esqueletos em seus armários. No Antigo Testamento nos deparamos com Abraão, um homem exemplar conhecido como "Pai da fé", que, para salvar o pescoço, mentiu duas vezes sobre Sara, dizendo que ela era sua irmã. Jacó, o pai da nação israelita, aproveitando- se da fraqueza de seu irmão Esaú, roubou-lhe a bênção da primogenitura, e depois disso, enganou o pai. E o rei Davi, um homem segundo o coração de Deus, cometeu adultério com a esposa de um fiel general seu e depois mandou matá-lo para tentar encobrir seu pecado.


O Novo Testamento conta que Pedro passou três anos e meio com Jesus e foi considerado um dos Seus três amigos mais chegados. Mas durante o julgamento de Jesus Pedro negou que O conhecesse, embora tivesse sido avisado com antecedência que faria isso.


Notem que esses quatro heróis cometeram seus pecados mais graves após terem dedicado a vida a Deus. Transportando isso para o nosso contexto, podemos dizer que eles escorregaram após "terem sido batizados e se tornado membros regulares da igreja".


Paulo, antes de se tornar o "apóstolo aos gentios" foi, segundo suas próprias palavras, "blasfemo, e perseguidor, e insolente" (1Tm 1:13). Mas mesmo depois de convertido ele confessou: "Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço" (Rm 7:19).


A que conclusão podemos chegar com base nesses antecedentes nada recomendáveis dos heróis bíblicos? Que Jesus não veio "chamar justos, e sim pecadores [ao arrependimento]" (Mt 9:13) . Paulo apontou para si mesmo como exemplo dessa verdade ao dizer: "Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal" (1Tm 1:15).


A Bíblia é um livro confiável, pois não esconde o fato de que os seus heróis eram seres humanos falíveis e tinham deficiências de caráter como nós. Entre eles havia covardes, mentirosos, homicidas, adúlteros. Mas Deus os amava a despeito disto. Ele via neles não só defeitos, mas também virtudes, e um grande potencial para se tornarem cidadãos do Seu reino. E isto deve ser um estímulo para nós, porque por piores que sejam nossos defeitos, Ele nos ama e quer nos salvar.


Por mais repulsivos que sejam os esqueletos em nosso armário, se permitirmos que Ele nos transforme seremos mais que vencedores.

 



11 de agosto Quarta


Mártires da fé


Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados. Hebreus 11:37


No ano 155 d.C., o governador romano de Esmirna fez o seguinte apelo a um homem idoso: "Senhor, leve em conta sua idade.

Blasfeme do nome de Cristo, preste juramento a César e eu o libertarei."


Mas o velho Policarpo, líder da igreja cristã nessa cidade da Ásia Menor, balançou negativamente a cabeça e disse: "Durante 86 anos eu O servi, e Ele nunca me tratou mal. Como poderei blasfemar de meu Rei, que me salvou?"


Uma grande multidão havia se reunido para assistir ao julgamento desse "ateu", como era considerado todo cristão que se recusasse a aceitar a divindade de César. E quando Policarpo se recusou a negar Cristo, o povo ficou furioso.


Ajuntando toda a lenha que puderam eles a empilharam em volta de um poste que havia sido erigido no centro do estádio. Então os soldados amarraram o velho homem ao poste a atearam fogo na lenha. Com sua morte, Policarpo deu o testemunho final de sua fé em Cristo (Signs of the Times, janeiro, 1995, p. 20).


Policarpo foi apenas mais um dos incontáveis mártires que deram a vida por sua fé. O Antigo Testamento revela que Zacarias, filho do sacerdote Joiada, foi apedrejado no pátio da Casa do Senhor (2Cr 24:20, 21). O apedrejamento era a forma mais comum de punição capital no antigo Israel. Estêvão, o primeiro mártir cristão, foi morto dessa maneira. Segundo as tradições judaicas, Isaías foi amarrado a uma árvore e serrado junto com a árvore. Numa única ocasião 85 sacerdotes foram mortos ao fio da espada (1Sm 22:18), e Elias se queixou que muitos profetas haviam sido mortos do mesmo modo (1Rs 19:10). Pedro, segundo a tradição, foi crucificado de cabeça para baixo, em Roma. Tiago, irmão de João, foi morto à espada por Herodes Agripa I. O apóstolo Paulo foi decapitado. É desnecessário multiplicar exemplos.


A maioria dos mártires não conheceu Jesus pessoalmente. Mas eles O aceitaram pela fé, através da Palavra de Deus. A forte convicção que adquiriram através do estudo das Escrituras lhes deu coragem para se tornarem participantes dos sofrimentos de Cristo e até mesmo a depor a vida por Ele.


Talvez Deus não requeira o mesmo sacrifício de nós. Mas o contato constante com a Palavra inspirada é vital para nos fortalecer a fé e a esperança nesses tempos finais da história.

 



12 de agosto Quinta


Parecidos por fora


Mas Ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço. Mateus 25:12


Dois soldados alemães, agachados lado a lado, ergueram a cabeça sobre a trincheira, observaram atentamente a escuridão, e então se agacharam de novo.


Os dois haviam nascido na mesma vila da Bavária, tinham sotaque idêntico, possuíam a mesma graduação e falavam com o mesmo fervor sobre a luta para defender a pátria e a honra do imperador. Alguns dos seus companheiros, gracejando que os dois estavam começando a ficar parecidos, os apelidaram de "gêmeos".


Os gêmeos passaram a noite cheios de temerosa expectativa. Então, quando o sol começou a iluminar o horizonte, os franceses atacaram com toda a fúria. Balas passaram assobiando sobre a cabeça dos gêmeos, bombas explodiram no chão, e a confusão foi total.


Imediatamente as tropas imperiais se levantaram para enfrentar o inimigo. Os gêmeos se ergueram também. Mas enquanto um deles avançou, envolvendo-se em combate corpo-a-corpo, o outro fugiu!


Gêmeos? O perigo mostrou que embora eles fossem muito semelhantes por fora, por dentro eram tão diferentes que quando a fumaça se dissipou, um foi condecorado por bravura e o outro fuzilado por covardia.


Dentro da igreja há, também, dois grupos de pessoas muito parecidas por fora: as roupas são imaculadas, o sorriso cativante e as palavras amáveis. Ambos professam as mesmas crenças, leem a Bíblia, promovem as mesmas verdades espirituais e aguardam a volta de Jesus.

 

Mas quando Jesus voltar, dirá a um desses grupos, por melhor que seja sua aparência externa: "Em verdade vos digo que não vos conheço." Este é o grupo que não estará preparado para Sua vinda e representa as virgens imprudentes da parábola (Mt 25:1-13).


Como a parábola bem o demonstra, a aparência externa não é suficiente. O que realmente têm importância é "o seu Espírito no homem interior" (Ef 3:16). Nessa parábola, tanto os salvos como os perdidos parecem idênticos em suas formas, cerimônias e profissão de fé.

 

Mas a metade deles não possui o ingrediente mais importante, que é o poder do Espírito Santo no coração.


E essa é uma diferença maior do que a que existe entre uma medalha de honra e um pelotão de fuzilamento, como no caso dos gêmeos. Trata-se da diferença entre vida eterna e morte eterna.

 



13 de agosto Sexta


Fora do controle humano


A fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens. Daniel 4:17


A sexta-feira 13 de qualquer mês é considerada popularmente como um dia de azar. E quando esse dia cai no mês de agosto, como hoje, os supersticiosos têm medo até de sair de casa, pois acreditam que as bruxas andam soltas.


Os adeptos dessas crendices usam diversos objetos e tomam algumas precauções para tentar controlar as coisas que não estão sob o domínio da vontade, do esforço ou da inteligência humana. Usam pés de coelho, ferraduras e outros amuletos para "dar sorte", evitam passar embaixo de uma escada, temem os gatos pretos e por aí afora.


Mas há coisas na vida sobre as quais não temos controle. Não podemos escolher nossos pais nem o país em que nascemos. Não podemos escolher a cor da pele ou a língua materna. Quando nos tornamos adultos podemos decidir a carreira profissional que queremos seguir, o cônjuge, diversões, etc. Mas não conseguimos controlar a marcha dos acontecimentos.


No fim do século 16 um pescador se achava no alto de um penhasco, nas ilhas Orkney, no norte da Escócia. Ele observava a tempestade açoitar sua cabana, seu barco e equipamento de pesca. Embora fosse cristão, sua fé fraquejou ao contemplar a cruel destruição de tudo o que possuía.


Mal sabia ele que essa mesma tempestade fez naufragar uma parte da esquadra espanhola que se dirigia para a Inglaterra a fim de conquistá-la. A tormenta pode ter poupado a Inglaterra do terror da Inquisição Espanhola. Um homem teve prejuízo, mas um país inteiro foi salvo.


Em vez de recorrer a elementos supersticiosos, o cristão entrega o presente e o futuro nas mãos de Deus, crendo "que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito" (Rm 8:28).


"Por entre as contendas e tumultos das nações, Aquele que Se assenta acima dos querubins ainda dirige os negócios da Terra [...] Todos estão, pela sua própria escolha, decidindo o seu destino, e Deus está governando acima de tudo para o cumprimento de Seu propósito" (Educação, p. 178).


Entreguemos nossa vida aos Seus cuidados.

 



14 de agosto Sábado


A maior prova de amor


Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. João 15:13


Em 17 de fevereiro de 1941 o padre franciscano Maximilian Kolbe, da Polônia, foi preso pela Gestapo sob a acusação de ajudar judeus e oponentes poloneses. Em 28 de maio ele e mais quatro companheiros foram enviados para o campo de concentração de Auschwitz.

 

Poucos saíram de lá vivos. O comandante, Karl Fritsch, disse aos prisioneiros que os judeus tinham o direito de viver apenas duas semanas, e os padres católicos, um mês. E que a única saída do campo era através das chaminés do crematório.


O padre Maximiliano foi tatuado com o número 16670 e posto a trabalhar carregando blocos de pedras para a construção de um crematório. No fim de julho foi descoberto que um prisioneiro havia escapado, e os homens do grupo de Maximilian foram enfileirados ao sol abrasador do meio-dia, sabendo o que os esperava. A regra era que para cada prisioneiro que escapasse, dez morreriam da maneira mais cruel: de fome.


Dentre os dez escolhidos a esmo estava um sargento chamado Francis Gajowniczek, o qual clamou: "Misericórdia! Tenho mulher e filhos!"

 

Então um homem deu um passo à frente e se ofereceu para morrer em lugar do sargento. Era o prisioneiro nº 16670, Maximilian Kolbe.

 

O comandante permitiu a troca, e Kolbe e mais nove prisioneiros foram para a cela 18 onde o padre procurou lhes dar um pouco de ânimo e conforto espiritual. Ele suportou com lucidez a fome e o sofrimento durante duas semanas, e então lhe deram uma injeção letal. Maximilian Kolbe morreu em 14 de agosto.


O sargento Gajowniczek, por quem Kolbe deu a vida, sobreviveu e voltou para sua família. Para ele o dia 14 de agosto sempre foi um dia de reflexão e indizível gratidão por alguém que deu a vida para salvá-lo. Gajowniczek viveu até 1995.


Dar a vida por alguém é muito raro, e requer coragem, amor ao semelhante e convicção de estar em paz com Deus. Paulo diz que "dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Rm 5:7, 8).


Não seremos nós eternamente gratos Àquele que morreu para nos salvar?

 

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