Senhor do sábado
Resumo da Lição 7 – Senhor do sábado
Texto-chave: Marcos 2:27, 28
O aluno deverá...
Conhecer: Os ensinamentos bíblicos sobre o sábado desde a criação até a proclamação da lei no Monte Sinai, e até o tempo dos ensinos e curas de Jesus.
Sentir: A importância do tempo sagrado, santificado por Deus.
Fazer: Manter a guarda do sábado como propriedade sagrada de Deus, dada a nós como uma bênção e um sinal da criação e recriação.
Esboço
I. Conhecer: Senhor do sábadoA. Qual é o significado das origens do sábado? Como o sentido do sábado foi ampliado para abranger nossas necessidades depois da queda?
B. Como Deus enfatizou a importância do sábado ao longo das Escrituras? Como Cristo destacou o verdadeiro propósito do sábado?
B. Como Deus enfatizou a importância do sábado ao longo das Escrituras? Como Cristo destacou o verdadeiro propósito do sábado?
II. Sentir: Santuário no tempo
A. Como o respeito para com o sábado se reflete em nossa relação com o Criador e Redentor?
B. Quais são as armadilhas de se colocar outro dia em lugar do dia santificado por Deus?
III. Fazer: Santificação do sábado
A. Como podemos guardar o sábado de maneira que reflita seu verdadeiro propósito, conforme o plano do Criador?
B. Como a santificação do sábado ajuda a melhorar nosso relacionamento com Deus?
Resumo: Santificar o sábado em obediência ao mandamento é sinal da honra dada não apenas ao Criador, mas ao Redentor que descansou na sepultura depois de completar Sua obra na cruz.
Sábado à tarde
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Ano Bíblico: Nm 1–3
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VERSO PARA MEMORIZAR: "O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte que o Filho do homem é senhor também do sábado" (Mc 2:28).
Pensamento-chave: O descanso do sétimo dia, em todos os sentidos, nos conduz a Jesus, nosso criador e redentor.
No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. NEle, estava a vida e a vida era a luz dos homens; e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz. Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo, estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele e o mundo não O conheceu. Veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam. Mas a todos quantos O receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no Seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus" (Jo 1:1-13, RC).
Esses versos estão, com certeza, apontando para Jesus, Aquele que fez "todas as coisas" e que dá salvação aos que "creem no Seu nome." Ou seja, Jesus como Criador e Jesus como Redentor. E, como a Bíblia nos mostra, esses dois aspectos cruciais do que Jesus fez são encontrados no mandamento do sábado.
Domingo
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Ano Bíblico: Nm 4–6
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O sábado em Gênesis
Uma das verdades mais profundamente arraigadas da Bíblia é que, no jardim do Éden, em um mundo perfeito, criado por um Deus perfeito, o sétimo dia foi separado do restante da semana e santificado. Isso mostra há quanto tempo o sábado existe e como ele é fundamental. Do ponto de vista deste mundo, não é possível alcançar muito mais que isso no passado. Com o sábado, estamos lidando com uma das mais fundamentais e essenciais de todas as verdades bíblicas.
1. Quais foram as quatro ações de Deus quando Ele criou o sábado? Gn 2:1-3
Deus criou o sétimo dia, descansou nesse dia, o abençoou e o santificou, o que significa que Ele o santificou ou o separou para uso santo. É maravilhoso saber que o próprio Deus "descansou" no sétimo dia. Seja qual for o significado desse descanso, isso mostra a seriedade com que esse dia deve ser considerado, porque o próprio Deus descansou nele!
Gênesis 2:3 também afirma que o Criador "abençoou" o sétimo dia, assim como havia abençoado os animais e o homem no dia anterior (Gn 1:22, 28). Deus Se referiu a essa bênção do sábado no quarto mandamento do Decálogo, ligando para sempre o sábado da criação com o sábado semanal.
2. Quantas vezes a expressão "sétimo dia" é repetida em Gênesis 2:1-3? Qual é o possível significado dessa repetição?
Três vezes esse dia específico foi mencionado. Isso destaca a natureza extraordinária do descanso do sétimo dia e claramente o separa do restante da semana. Isso deve sempre nos lembrar de que Deus não tornou especial o primeiro dia da semana, nem qualquer outro dia. A bênção especial é apenas para o sétimo dia.
Com a criação do sábado no sétimo dia, Deus terminou Sua obra criadora. Ele tomou os sete dias e formou a semana. Esse ciclo semanal foi observado no restante das Escrituras e ao longo da história. Assim, Deus demonstrou Seu poder diversificado, não apenas sobre o espaço e as coisas do espaço, mas também sobre o tempo. Nenhum de nós pode controlar uma hora, e nem mesmo um minuto, do tempo. O tempo avança implacavelmente, completamente além de nossas maquinações. É muito importante que aprendamos a confiar no Senhor, em vista da pouca quantidade de tempo que temos aqui na Terra.
Pense na marcha do tempo, e como ele passa rapidamente a cada momento, dia após dia, ano a ano. Embora não tenhamos controle sobre o tempo, o que podemos controlar, até certo ponto, é o que fazemos com ele. Você usa seu tempo da melhor maneira? Que coisas ocupam seu tempo? Como você pode usar melhor o pouco tempo que tem na Terra?
Ano Bíblico: Nm 7, 8
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O sábado em Êxodo
3. O que o Senhor nos pede que façamos, e que razão é dada para atender esse pedido? Êx 20:8-11
Todas as pessoas da família, incluindo cada servo, de ambos os sexos, a classe trabalhadora juntamente com o "patrão", devem descansar ao mesmo tempo. O sábado é o grande equalizador, o libertador de todas as desigualdades na estrutura social. Diante de Deus, todos os seres humanos são iguais, e o sábado é a maneira única de revelar essa verdade fundamental, especialmente em um mundo tão dominado por estruturas de classe que colocam vários grupos "acima" ou "abaixo" dos outros.
Este mandamento é também uma unidade literária cuidadosamente estruturada:
A. Introdução: "Lembra-te do dia de sábado, para o santificar" (v. 8).
B. Mandamento: "Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra" (v. 9).
C. Motivação: "Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus" (v. 10).
B1. Mandamento: "Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teus filhos ou filhas..." (v. 10b, NVI).
C1. Motivação: "Porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a Terra, o mar e... descansou..." (v. 11).
D. Conclusão: "Por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou" (v. 11b).
(A). Contém, como uma declaração de introdução, o princípio essencial do mandamento do sábado como um todo.
(B). Apresenta o mandamento positivo de se envolver no trabalho em seis dias da semana.
(B1). Comunica o correspondente mandamento proibitivo de se abster de todo trabalho no dia de sábado, incluindo a aplicação abrangente para toda a família. Até mesmo os animais domésticos, bem como todos os convidados em casa, estão incluídos.
(C) e (C1). Provê a motivação para os mandamentos; (C) Reconhece o fator tempo na sequência de seis dias/sétimo dia, enfatizando que "o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus."
(C1). Contém a sentença de motivação formal com as expressões introdutórias pois ou porque. Apresenta a motivação detalhada com base nos seis dias de trabalho do Senhor e Seu descanso no sétimo dia, estabelecendo sua origem diretamente no primeiro sábado da semana da criação.
(D). É uma sentença independente, começando com a expressão por isso (ou portanto) e também formando a conclusão. As últimas palavras do mandamento, "e o santificou", correspondem à exortação do princípio inicial.
(A). "Para o santificar." As sentenças da introdução e da conclusão estão ligadas à santidade que Deus conferiu ao sábado em Gênesis 2:3.
Ano Bíblico: Nm 9–11
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O sábado em Deuteronômio
Embora os adventistas do sétimo dia estejam mais familiarizados com o mandamento do sábado como expresso no livro de Êxodo, o Senhor o apresentou de novo (e também todos os outros mandamentos) no livro de Deuteronômio. É maravilhoso notar que, embora os mandamentos apareçam em linguagem muito semelhante, a linguagem não é precisamente a mesma. Além disso, em Deuteronômio o mandamento tem outra motivação, que não é vista em Êxodo.
4. Que semelhanças e diferenças existem entre as duas apresentações da lei? Por que essas diferenças são importantes? Dt 5:12-15; Êx 20:8-11
Embora grande parte seja igual entre os textos, há um novo elemento e uma nova ênfase. Ainda que ambos os mandamentos falem sobre os servos descansando no dia de sábado, Deuteronômio muda de direção para enfatizar esse ponto. O texto apresenta a razão pela qual eles devem guardar o sábado: "Para que o teu servo e a tua serva descansem como tu [ênfase nossa]" (Dt 5:14). Vemos aqui o que foi mencionado anteriormente: como o sábado ajuda a colocar o patrão e o empregado no mesmo nível; ambos devem descansar no mesmo dia. O sábado, em nível prático, oferecia aos servos uma proteção contra os patrões que tentariam obrigá-los a trabalhar sem parar, uma proteção construída a partir de um mandamento que teve sua origem na própria criação.
Evidentemente, isso levanta uma questão interessante. Quando o sábado foi instituído pela primeira vez, devia ser um memorial da criação em um mundo sem pecado. Não tinha nada que ver com servos ou servas e certamente não tinha relação com a escravidão no Egito, em si mesma um símbolo da escravidão do pecado; não tinha que ver com a libertação do cativeiro. Esse novo elemento foi acrescentado ao mandamento após a queda, isto é, o preceito original foi alterado para incorporar algo que ele não continha originalmente.
Assim, de acordo com o plano inicial, o sábado era símbolo da criação. Depois do pecado, passou a ser símbolo tanto da criação quanto da redenção, que é uma espécie de recriação (2Co 5:17; Gl 6:15; Ap 21:1). Criação e redenção estão intimamente relacionadas na Bíblia. Somente o Deus criador poderia ser o Deus redentor, e temos ambos em Jesus (Jo 1:1-14). As duas versões do mandamento mostram que o sábado é o símbolo da obra de Jesus, nosso criador e redentor.
Pense na escravidão da qual Cristo prometeu libertar você. Que promessas de libertação você tem em Jesus? Como você pode aprender a suplicá-las e permitir que o Senhor as realize em sua vida?
Ano Bíblico: Nm 12–14
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Jesus e Seu sábado: Parte 1
Livros foram escritos, e ainda estão sendo escritos, com o único propósito de supostamente mostrar que Jesus, quando esteve na Terra, afastou as pessoas do sábado, em direção à adoração no domingo ou (como é mais comum hoje) à ideia de que o sétimo dia foi anulado e substituído por um mais genérico e indefinido "descanso" em Cristo.
No entanto, nenhuma dessas opções parece ser encontrada em qualquer um dos relatos sobre Jesus e o sábado nos evangelhos. Além da razão óbvia para a publicação desses livros (a necessidade de justificar a rejeição do sábado pela grande maioria do mundo cristão durante os séculos XVII e XVIII), eles argumentam que as curas realizadas por Cristo no sábado anunciavam a morte desse mandamento.
E quanto a esses argumentos? Um exame cuidadoso do que Jesus fez no sábado mostra o oposto do que esses teólogos estão tentando tirar dos próprios incidentes.
5. Leia Mateus 12:1-13. Qual é o contexto da cura, por que Jesus a realizou especificamente no sábado, e qual é a lição principal que Ele estava dando?
Talvez o texto-chave, que explica tudo, seja o verso 7. Toda a questão era a respeito de pessoas, de misericórdia, bondade e amor pelos outros. Adequadamente observado, o sábado nos oferece mais oportunidades de mostrar bondade e misericórdia aos que necessitam do que teríamos nos outros dias da semana, quando somos forçados a ganhar o sustento. O problema era que o sábado havia se tornado sobrecarregado com muitas leis e regulamentos criados pelo homem, que logo se tornaram um fim em si mesmos, e não o meio para alcançar um fim: amar a Deus e as outras pessoas. A Bíblia declara que o amor é o cumprimento da lei, e qualquer coisa que transforma a lei em algo que nega o amor, ou que atua contra o amor deve ser descartada. O sábado se havia tornado uma lei sem amor, o que é legalismo cruel. Era contra isso que Jesus estava lutando ao curar no sábado.
A dureza da instituição religiosa foi vista na cura do cego de nascença (Jo 9). Observe o verso 16: Um exemplo de ênfase na lei sem amor!
No fim, se Jesus estivesse usando Sua cura no sábado para começar a afastar as pessoas do descanso do sétimo dia, com certeza essa teria sido uma estranha maneira de fazer isso.
De que maneiras podemos apresentar a lei sem amor? Você tem cometido esse erro?
Ano Bíblico: Nm 15, 16
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Jesus e Seu sábado: Parte 2
"Está consumado!" (Jo 19:30).
Por meio de Seus milagres no sábado, Jesus demonstrou o real significado desse dia. É o dia para cura e restauração. Jesus pretendia que o sábado chamasse a atenção para o poder criador de Deus. Assim, o sábado é o dia em que Ele liberta os cativos (Lc 4:31-37), faz com que os coxos andem (Lc 13:10-17; Jo 5:1-9) e restaura a visão aos cegos (Jo 9).
Para Jesus, o sábado estava mais relacionado com pessoas do que com regras. Em parte, foi por isso que Ele fez Sua famosa declaração de que "o sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado" (Mc 2:27).
Ao mesmo tempo, como vimos anteriormente nesta semana, se devidamente guardadas, as leis protegem as pessoas.
Jesus não apenas confirmou a validade e importância de descansar no sábado enquanto viveu na Terra, mas fez isso também na Sua morte.
6. Que fato foi apresentado pelos quatro evangelhos? De acordo com os textos, o sábado ainda permanece válido? Mt 27:57–28:1; Mc 15:42–16:1; Lc 23:52–24:1; Jo 19:31–20:1
Depois que Ele clamou: "Está consumado!" (Jo 19:30), isto é, depois da concretização da obra de redenção (antes de Sua intercessão celestial), o que Jesus fez? Ele descansou no sétimo dia. Parece familiar? Onde já vimos isso? É claro, em Gênesis 2:1-3. Depois da divina obra de criação, Ele descansou no sétimo dia. Então, depois de Sua obra de redenção, Ele fez a mesma coisa.
Além disso, à luz de toda a questão de Jesus afastar do sábado a humanidade, Seu exemplo de descanso na sepultura durante o sábado é, de fato, outra maneira estranha de comunicar essa ideia. Na verdade, especialmente por ter Sua morte confirmado a nova aliança, a qual supostamente anula o sábado, é muito difícil entender a lógica dos que acreditam que o mandamento do sábado foi abolido depois da cruz. Se tivesse sido abolido, por que a primeira coisa que Jesus fez depois da cruz foi descansar no sábado?
Assim, tanto na vida quanto na morte, Jesus nos mostrou a contínua validade e importância do sábado.
Ano Bíblico: Nm 17–19
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Estudo adicional
Deveria Deus impedir o Sol de cumprir sua missão no sábado, deter seus fecundos raios de aquecer a Terra e nutrir a vegetação? Deveriam os sistemas planetários ficar imóveis durante aquele santo dia? Ordenaria às fontes que se abstivessem de regar os campos e as florestas, mandaria às ondas do mar que detivessem seu incessante fluir e refluir? Deveriam o trigo e o milho deixar de crescer, e o cacho adiar seu belo colorido ao maturar? Não hão de as árvores florescer, nem desabrochar as flores no sábado?
"… Deve-se atender às necessidades da vida, cuidar dos doentes, suprir as faltas dos necessitados. Não será tido por inocente o que negligenciar aliviar o sofrimento no sábado. … Deus não deseja que Suas criaturas sofram uma hora de dor que possa ser aliviada no sábado, ou noutro dia qualquer" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 206, 207).
Perguntas para reflexão
1. Hoje, é fácil zombar da dureza e frieza dos líderes religiosos que atacavam Jesus. Mas tente se colocar em seu lugar. Essas regras feitas pelo homem existiam havia tanto tempo que esses líderes pensavam que elas fossem a própria essência da guarda do sábado. Por essa razão, eles realmente acreditavam que Jesus estava transgredindo o sábado. Como nos sentiríamos se aparecesse alguém hoje e, alegando ter grande luz e verdade, talvez até fazendo milagres, mas estivesse em nossa opinião pisando no quarto mandamento? Como reagiríamos? Que lição importante podemos aprender com esse exercício de saber separar a verdade da mera tradição? Por que nem sempre é fácil fazer isso?
1. Hoje, é fácil zombar da dureza e frieza dos líderes religiosos que atacavam Jesus. Mas tente se colocar em seu lugar. Essas regras feitas pelo homem existiam havia tanto tempo que esses líderes pensavam que elas fossem a própria essência da guarda do sábado. Por essa razão, eles realmente acreditavam que Jesus estava transgredindo o sábado. Como nos sentiríamos se aparecesse alguém hoje e, alegando ter grande luz e verdade, talvez até fazendo milagres, mas estivesse em nossa opinião pisando no quarto mandamento? Como reagiríamos? Que lição importante podemos aprender com esse exercício de saber separar a verdade da mera tradição? Por que nem sempre é fácil fazer isso?
2. Coloque-se no lugar de alguém que acredita que os milagres de Jesus no sábado mostram que Ele supostamente estivesse abolindo o descanso no sétimo dia. Compare o que a Bíblia ensina que Ele disse e fez com o que você pode imaginar que Ele faria se estivesse realmente fazendo essa mudança. O que você acha que Ele teria feito de maneira diferente?
Resumo: A Bíblia revela Jesus como o Senhor do sábado, o sinal básico de Jesus como Criador e Redentor.
Respostas sugestivas: 1: Deus criou o sétimo dia; descansou nele; abençoou e santificou o sábado. 2: Três vezes; indica que Deus escolheu e honrou esse dia de forma especial, e que Deus é Senhor da vida, do espaço e do tempo. 3: Trabalhar seis dias e santificar o sábado, seguindo o exemplo de Deus. 4: Diferenças: o sábado é sinal da criação e da libertação; paramos de trabalhar para não esquecer do que Deus já fez e para lembrar do que Deus ainda faz por nós; semelhanças: trabalhar seis dias; descansar no sétimo; igualdade entre ricos e pobres, humanos e animais. 5: Jesus colheu espigas para comer e curou o homem que tinha a mão atrofiada, para mostrar que Ele era Senhor do sábado e sabia o que fazia parte do espírito desse dia, ao contrário dos fariseus. 6: O corpo de Jesus descansou na sepultura no dia de sábado. Seus seguidores também descansaram, conforme o mandamento.
Ciclo do aprendizado
Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Quando compreendemos e apreciamos o sábado mais amplamente e da maneira que Deus deseja, aproveitamos de maneira mais profunda esse dia de "alegria", temos algo especial para partilhar com as pessoas da nossa comunidade, e obtemos maior discernimento sobre o tipo de relacionamento que Deus quer desenvolver em nós.
Só para o professor: Conduza uma discussão fundamentada em torno do exercício de imaginação e das perguntas descritas abaixo. Permita que os alunos dediquem um momento imaginando um dia ideal; então, peça que eles compartilhem com a classe aspectos desse dia imaginado. Provavelmente haja algumas semelhanças com o sábado, em algumas de suas respostas. Mas, à medida que a discussão avançar, enfatize também a natureza especial do sábado como dia focalizado não apenas em nós, nossa família e amigos, mas um dia para estar com o Senhor, santificado e ordenado por Deus, e também, como visto no exemplo de Jesus, um dia para servir aos outros.
Atividade de abertura: Peça que os alunos descrevam o melhor dia que eles possam imaginar. Que atividades ou experiências fariam parte desse dia "perfeito"? Com quem você gostaria de passar esse dia? O que tornaria especial esse dia? Provavelmente, muitas das respostas incluirão o tempo passado com a família e amigos, ausência de trabalho e responsabilidades de cada dia, e o envolvimento com coisas prazerosas ou mais importantes para eles. Peça que os alunos verifiquem se sua observância do sábado está próxima daquele dia ideal imaginado. O que seu dia imaginado tem em comum com o que deve ser o sábado? Em seguida, peça que os alunos digam o que torna o sábado mais importante ou especial do que seu imaginado dia “perfeito”.
Compreensão
Só para o professor: Esta seção oferece a oportunidade de examinar uma visão geral do sábado na Bíblia, desde a criação até Jesus. Ao reconhecer o sábado como parte permanente e especial da lei de Deus, os alunos podem ter um vislumbre do Deus que deseja o melhor para nós e quer ter o melhor relacionamento possível conosco.
Comentário Bíblico
Na criação, Deus declarou que tudo que Ele tinha feito era bom, muito bom ou excelente, mas somente o sábado foi descrito como "santo". Assim, essa "é uma mudança radical em relação ao pensamento religioso habitual. A mente voltada aos mitos esperaria que, depois do estabelecimento dos céus e da Terra, Deus criasse um lugar sagrado – um monte sagrado ou um manancial santo – sobre o qual um santuário fosse estabelecido. No entanto, para a Bíblia, parece que o sábado e a santidade no tempo vieram em primeiro lugar" (Abraham Joshua Heschel, O Sábado, New York; Farrar, Straus and Giroux, 2005, p. 9).
Pense nisto: O que aprendemos sobre Deus por meio de Sua declaração a respeito da "santidade no tempo"? O que podemos apreciar sobre a singularidade desse conceito em meio às religiões do mundo? Em sua opinião, por que Deus considera o tempo mais importante do que o lugar?
Entre os Dez Mandamentos, o quarto é único em vários aspectos. É o mais longo e mais detalhado dos mandamentos. Como muitos têm comentado, é o mandamento que de maneira mais evidente faz a ligação entre nosso relacionamento com Deus e nosso relacionamento com os outros. Como naquele pronunciamento na criação, Deus deu atenção especial e específica ao sábado, até mesmo acima de Suas outras criaturas e de Suas outras leis.
Pense nisto: Em sua opinião, por que o quarto mandamento inclui especificamente outras pessoas, como servos, forasteiros, e até mesmo animais? O que isso nos diz sobre o propósito do sábado? O que podemos aprender com as diferenças entre as duas versões do quarto mandamento, conforme registradas em Êxodo 20 e Deuteronômio 5?
Ao examinar os Dez Mandamentos, a natureza única do quarto mandamento, às vezes tem sido razão para sugerir que ele realmente não pertence à lista, que é uma peculiaridade que realmente não faz parte da essência do código moral e por isso não é aplicável, senão para o povo a quem essa lei foi apresentada. Por outro lado, outros olham para os Dez Mandamentos e veem o mandamento do sábado como o mais pessoal e profundo dos mandamentos, um convite para que Seu povo tenha um tempo de "deleite" (Is 58:13) com Deus. Mais do que qualquer outro, o quarto mandamento diz: "Esta não é uma lista de regras – por mais importantes que elas sejam – mas um convite para um relacionamento, uma aliança com Deus, seu criador e redentor".
Pense nisto: Como você pode aproveitar o quarto mandamento de modo mais pessoal?
Jesus viveu como judeu fiel. Ele frequentava o templo nas ocasiões de festas e tinha o hábito de ir regularmente à sinagoga (Mc 1:21;Lc 4:16). Mas, por Suas ações, Ele desafiou a tradição que acreditava que o sábado fosse simplesmente uma questão de obedecer as leis. Ele disse que o sábado não era apenas mais uma regra; ao contrário, era um presente para a humanidade (Mc 2:27, 28). Por ter escolhido curar pessoas nesse dia, Ele demonstrou que o sábado não é um dia apenas para nós, mas um dia para estender a mão e ajudar a levantar os outros, a fim de que eles também se beneficiem da divina dádiva do sábado.
Pense nisto: Em sua opinião, por que Jesus escolheu curar especificamente no sábado, quando poderia ter feito isso em outro dia da semana? Como podemos usar o sábado para servir nossa comunidade ou para levantar os que sofrem ou se sentem esquecidos?
Aplicação
Só para o professor: Uma descrição do sábado como um dom de graça e humildade: "O antigo e sábio sábado diz: pare agora. À medida que o sol toca o horizonte, tire as mãos do arado, desligue o telefone, deixe a caneta descansar sobre o papel, desligue o computador, coloque no balde os utensílios de limpeza e deixe o carro na garagem.
Não há espaço para negociação, não há tempo para ser seduzido pela urgência de nossas responsabilidades. Paramos porque existem forças maiores do que nós que cuidam do Universo, e embora nossos esforços sejam importantes, necessários e úteis, eles não são (nem mesmo nós somos) indispensáveis. De alguma forma, a galáxia subsistirá sem nós nessa hora, nesse dia, e assim somos convidados – ou melhor, ordenados – a relaxar e desfrutar nossa relativa insignificância, nossa humilde posição à mesa em um mundo tão grande. A profunda sabedoria embutida na criação cuidará das coisas por um momento" (Wayne Muller, Sábado, New York, Bantam Books, Paperback Edition, 2000, p. 83).
Só para o professor: Uma descrição do sábado como um dom de graça e humildade: "O antigo e sábio sábado diz: pare agora. À medida que o sol toca o horizonte, tire as mãos do arado, desligue o telefone, deixe a caneta descansar sobre o papel, desligue o computador, coloque no balde os utensílios de limpeza e deixe o carro na garagem.
Não há espaço para negociação, não há tempo para ser seduzido pela urgência de nossas responsabilidades. Paramos porque existem forças maiores do que nós que cuidam do Universo, e embora nossos esforços sejam importantes, necessários e úteis, eles não são (nem mesmo nós somos) indispensáveis. De alguma forma, a galáxia subsistirá sem nós nessa hora, nesse dia, e assim somos convidados – ou melhor, ordenados – a relaxar e desfrutar nossa relativa insignificância, nossa humilde posição à mesa em um mundo tão grande. A profunda sabedoria embutida na criação cuidará das coisas por um momento" (Wayne Muller, Sábado, New York, Bantam Books, Paperback Edition, 2000, p. 83).
Perguntas de aplicação
1. Muitas vezes, a guarda do sábado é criticada como um tipo de legalismo. Por que esse conceito é errado? De fato, em que aspecto o sábado é um dom da graça?
2. Para você, quais são os principais propósitos do sábado? Como você explicaria para outra pessoa?
3. Se o sábado não é uma questão de legalismo, por que ainda devemos ser cuidadosos a respeito da maneira de observá-lo?
4. Como o sábado melhora sua vida espiritual? Em sua opinião, de que formas você poderia aprender a apreciar mais ou experimentar esse dia?
5. Em que situações poderia ser difícil para você guardar ou se lembrar do sábado?
6. O mandamento também focaliza o dever de permitir que as outras pessoas da casa recebam o benefício do sábado. Como podemos compartilhar o sábado com nossa família ou da comunidade?
7. De acordo com a Bíblia, o que o sábado nos ensina sobre Deus?
Criatividade
Só para o professor: As atividades a seguir são destinadas a incentivar os alunos a refletir sobre a própria experiência da guarda do sábado. Também destaca memórias positivas da observância do sábado para que eles possam compartilhar com a comunidade.
Sugestões de atividades individuais: distribua papel e caneta e peça que os alunos reflitam sobre sua própria experiência como observadores do sábado, e criem um gráfico ou esboço, com detalhes de suas atividades e sentimentos relacionados com a guarda do sábado. Talvez eles possam incluir nesse esboço suas alegrias e compromisso com a guarda do sábado. Se em algum momento da vida eles se tornaram guardadores do sábado, seria significativo refletir sobre essa lembrança, e talvez partilhar com a classe. Se cresceram como observadores do sábado, podem refletir sobre essa experiência, e pensar sobre a apreciação ou frustração com relação ao sábado no tempo da juventude. Examine como a experiência do sábado mudou ao longo do tempo e como uma renovada compreensão do sábado pode ajudar a tornar esse dia um evento mais focalizado espiritualmente.
Sugestões para atividades em equipe: desenvolva um plano para compartilhar os aspectos positivos do sábado com sua comunidade. Pense sobre o que esse dia nos oferece para partilhar com os outros. Quais são as melhores coisas que apreciamos acerca do sábado, e que diferença isso poderia fazer na vida dos outros? De que forma a presença de observadores do sábado poderia tornar a comunidade um lugar melhor? Peça que a classe dê sugestões de ideias para envolver as pessoas da comunidade, de modo que elas possam participar das bênçãos mais importantes do sábado. Convide as pessoas da comunidade para experimentar com você o melhor do sábado. Planeje um evento ou processo para aumentar a conscientização e valorização do sábado entre seus amigos, vizinhos e na comunidade. Compartilhe esse plano com toda a igreja. Busque ajuda financeira e apoio para colocar o plano em prática na comunidade.
Lição 7 – Senhor do Sábado
Sobre o autor: Edilson Valiante nasceu em São Paulo. Formou-se em Teologia em 1979. Por mais de 20 anos serviu como professor da Faculdade Adventista de Teologia. Foi distrital, departamental de Educação e JA. Atualmente é o Secretário Ministerial da União Central Brasileira. Casado com a professora Nely Doll Valiante, tem dois filhos: Luciene e Eduardo.
Introdução
A raiz da palavra hebraica para sábado é shbth, com o significado básico de "cessar". No Antigo Testamento encontramos a forma substantivada shabbath (ou shabbathon), traduzida em nossas Bíblias por "sábado". A forma verbal é shabath, com a tradução de "descansar" ou até "guardar o sábado".
No grego do Novo Testamento, a palavra "sábado" é a tradução do grego sabbaton (ou do plural sabbata). A influência do termo "sábado" no judaísmo do 1º século é tão significativa que a expressão sabbaton pode se referir também à semana como um todo (como em Lucas 18:12). Os dias da semana eram determinados pela mesma expressão acompanhada do numeral. Por exemplo, o domingo, primeiro dia da semana, é originalmente chamado do "primeiro depois do sábado" ou "o primeiro [dia] da semana" (ver Mt 28:1; Mc 16:2, 9; At 20:7).
O sábado no Antigo Testamento
A primeira referência ao sábado encontra-se em Gênesis 2:1-3. O verso 1 estabelece o fato de que a criação havia sido concluída. Embora o substantivo shabbath não ocorra nessa seção, o verbo shabath aparece três vezes e o pronome ("ele") que se refere ao sábado é citado duas vezes.
Dia abençoado – O mesmo verbo usado em Gênesis 2:2 para a bênção divina sobre o sábado é usado no capítulo 1:22, 28, quando Deus abençoou os animais e toda a humanidade. Assim, essa bênção não se refere apenas a um sábado em especial, o primeiro, mas continua a irradiar o mesmo valor a todos os sábados que viessem a ocorrer na história. Por falar em história, como disse Philo de Alexandria, "o sábado é o aniversário do mundo".
Dia santificado – O significado básico aqui é de um dia separado, reservado, diferente dos demais em sua natureza. O sábado é um dia como os outros no sentido temporal (24 horas), mas há um significado espiritual que o torna distinto dos demais. O tempo "reservado" caracteriza a perpetuidade da declaração divina. A santidade do sábado é confirmada por outras referências bíblicas, mas fora do Pentateuco.
Se Deus tivesse escolhido um lugar como memorial de Sua criação, certamente nem todos os seres humanos poderiam usufruir da bênção. Uns estariam próximos, mas a grande maioria não poderia, pela distância, receber as bênçãos.
Se Deus tivesse escolhido um objeto como representação de Seu poder criativo, esse se tornaria numa relíquia, ou algo que seria venerado como o próprio Deus.
Deus definiu como o selo de Sua criação uma parte do tempo. Não há nada mais universal que o tempo... Ele é igual para ricos e pobres, moradores em qualquer parte do mundo e em qualquer época da história. Em outras palavras, o sábado é acessível a toda a humanidade. Ele é concedido em toda parte com a mesma regularidade e a mesma quantidade. Assim, ele tem um caráter universal, imparcial e, especialmente, gratuito. Tecnicamente falando, o tempo não pode, em si, ser venerado. Como o tempo não é um fim em si mesmo, o sábado representa uma bênção interior, uma experiência pessoal e relacional com o criador. Esse relacionamento com Deus se torna o aspecto essencial do sábado.
Dia de descanso – Esse descanso sabático demonstra que a criação estava completa. Tanto Deus como o ser humano pararam para celebrar a criação. Portanto, o sábado é o presente que Deus nos dá de Si mesmo. As bênçãos do sábado se tornam evidentes quando o ser humano encontra o verdadeiro descanso na amizade e companheirismo com Deus. O sábado é como se um súdito fosse convidado a passar um dia na presença do grande Rei.
Memorial da criação – Hans Walter Wolff afirmou que "quando o ser humano não é capaz de entender Deus como Criador, sua existência fica desprovida de significado". Quando deixamos de reverenciar o sábado, encobrimos o poder criativo de Deus e perdemos o real sentido da vida. Ainda mais, perdemos de vista o sentido pleno da cruz. Ellen G. White expôs: "A mão que sustém os mundos no espaço, a mão que conserva em seu ordenado arranjo e incansável atividade todas as coisas através do Universo de Deus, é a que na cruz foi pregada por nós" (Educação, p. 132).
O sábado é e não é um dia como outro qualquer. Como vimos, é um dia como outro na sua extensão. Mas se o ciclo semanal for associado ao sábado, esse se torna único. Não existe no Universo um ciclo natural, não há um fenômeno na natureza que determine o estabelecimento da semana. Os sete dias da semana formam um pacote de relações espirituais, físicas e psíquicas únicas. Em seis dias trabalhamos e no sétimo dia descansamos. Há aqui uma arbitrariedade divina: é o sétimo dia, o sábado, e não outro dia da semana. Se Deus é soberano na definição do tempo e o tempo tem relação com cada ser humano, o sábado é para toda a humanidade e não apenas para alguns.
O livro de Êxodo é o que mais trata do sábado em sua santidade, bênção e descanso. A experiência de libertação e o significado do Êxodo estão presentes em toda a Bíblia. Muito do conteúdo dos profetas, tanto no Antigo como no Novo Testamento, são repercussões do contexto de libertação experimentado no êxodo por Israel.
Contexto de Êxodo 5 – Moisés e Arão se dirigiram ao Faraó rogando para que o povo fosse liberado para um encontro com o Senhor no deserto. Havia um profundo caráter espiritual nesse pedido feito ao "rei do Egito". A resposta do Faraó no verso 5 contém uma terminologia sabática evidente: "o povo da terra já é muito, e vós o distraís [shabath, "fazer repousar"] das suas tarefas".
Êxodo 16 – o relato da concessão do maná a Israel no deserto de Sim, duas semanas antes de o povo chegar ao Sinai, dá evidências claras da santidade do sábado e sua aplicação anterior ao Decálogo.
Êxodo 20:8-11 – A linguagem empregada no 4º mandamento resume o contexto de Gênesis 2:2-3. Assim, o sábado da criação passa a ser o sábado da lei e do concerto (da aliança).
Não é só em Deuteronômio 5 que a ideia do concerto está relacionada ao sábado e à redenção (libertação). No preâmbulo do Decálogo, Deus Se apresenta como Aquele que redime e liberta (20:2). No Sinai, o sábado e o conceito da aliança divina se tornam semelhantes, pois o primeiro é a demonstração exterior da segunda. Assim, no sábado o Criador deve ser entendido como sendo também o Redentor (Libertador).
O 4º mandamento é o único que possui as marcas que definem o selo (sinal) do concerto: nome, cargo e domínio. Esse aspecto do mandamento estabelece um vínculo escatológico aludido claramente na primeira mensagem angélica (Ap 14:7). O sábado foi, é e será o sinal do povo de Deus tanto na antiga como na nova aliança.
O imperativo "lembra-te" expõe o fato de que a instituição do sábado não foi estabelecida no Sinai. Por outro lado, ela revela uma dimensão futura no sentido de que o sábado poderia ser esquecido e que sua observância sempre será o tema central da experiência dos que estabelecem uma aliança com Deus.
Outras referências ao sábado no livro de Êxodo: 23:12; 31:13-17 (aliança perpétua); 34:21; 35:2-3.
O Quarto Mandamento em Deuteronômio 5:12-15. Aqui, em vez de o mandamento aludir à criação, ele revela outra justificativa para a guarda do sábado: a libertação de Israel do Egito.
Poderia haver alguma dificuldade quanto à "antiguidade" e a aplicação universal do preceito sabático caso não houvesse o claro mandamento de Êxodo 20. Temos que compreender:
A estrutura sintática do texto de Deuteronômio é uma evidente paráfrase do 4º mandamento feita por Moisés, como registrado anteriormente em Êxodo.
O caráter do livro de Deuteronômio em si nos ajuda no fato de ser uma repetição das leis com ênfase particular nas experiências do deserto.
O motivo da libertação é uma característica não apenas do 4º mandamento, mas de toda a lei, como em Êxodo 20:2 e Deuteronômio 5:6.
Temos que destacar o aspecto redentivo presente no 4º mandamento de Deuteronômio. O Deus que entra em aliança com Seu povo não é apenas o Criador; Ele é também o Libertador, o Redentor. Assim, o sábado não é apenas um memorial da criação, mas, depois do pecado, passou a ser um memorial da redenção que há em Cristo.
A atividade criadora e redentora de Deus, revelada em Cristo, é marcante no Novo Testamento, a ponto de a redenção ser chamada de "nova criação" (2Co 5:17; ver Hb 1:1-3 e Cl 1:16-17). O conceito da graça e do perdão (justificação) é dependente e envolve a ideia de Deus como criador. Em suma, os atos redentivos implicam e pressupõem os atos criativos. A redenção inexoravelmente aponta para a criação. Não poderia, assim, existir um Redentor que não fosse o próprio Criador.
A salvação (graça) é concedida à parte de qualquer coisa que o ser humano fizer. Ela é totalmente divina. Da mesma forma, Adão e Eva descansaram no primeiro sábado não porque tivessem feito algo, mas como resultado daquilo que Deus havia feito por e para eles. Ambos receberam as bênçãos do sábado de mãos vazias, sem nenhum mérito.
No sábado deixamos de lado nossas obras e somos convidados a apreciar as obras de Deus, tanto as criativas como as redentivas.
O sábado traz sempre à mente a íntima conexão que deve existir entre justificação e santificação.
O sábado mostra que Deus sempre toma a iniciativa. Primeiro Ele cria, concede, liberta, provê, abençoa, santifica. Depois nos chama para estabelecer um concerto com Ele. Foi assim com Israel. Primeiro os israelitas foram libertos da escravidão, restaurados como filhos e, depois, chamados à aliança do Sinai. O sábado é o sinal dessa aliança: o Libertador e Criador nos pede a resposta obediente. Primeiro ele nos justifica, depois nos concede as condições para sermos obedientes. Assim, no sábado, do ponto de vista existencial, primeiro encontramos o Deus Redentor e, depois, o Deus Criador. Define-se aqui uma via de mão dupla na qual uma verdade se mistura à outra: se reconhecemos em Deus o Redentor, vamos aceitá-Lo como Criador, e se O aceitarmos como Criador, O reconheceremos como Redentor. O sábado é um sinal de criação e redenção!
Como afirmou Philo de Alexandria, o sábado nos lembra de que, se por acaso somos "servos" dentro de uma sociedade opressiva, devemos encontrar nesse dia o lampejo da libertação. É lamentável que os teólogos da libertação, tão concentrados no êxodo, não conseguiram captar que o sábado é um dia de esperança para o opresso. Sem o sábado, é muito fácil perdermos nosso senso de humanidade!
O sábado não é apenas um dia que evidencia nossa libertação e liberdade, mas um dia que nos leva a estender essa liberdade aos que estão em servidão (física e espiritual). Se o sábado nos remete à libertação, quando o celebramos a cada semana, deveríamos nos sentir motivados a testemunhar para os que ainda estão na escravidão do pecado. O sábado deveria nos estimular ao trabalho missionário e a ações sociais que aliviem a dor e o sofrimento (a preocupação social do sábado é o destaque de Isaías 58).
Foi numa sexta-feira que Deus concluiu a Sua criação e, no sábado, descansou. Foi numa sexta-feira que Deus, em Cristo, declarou: "está consumado", o ato redentivo e, então, descansou. Assim, quando celebramos o sábado devemos nos alegrar não apenas pela criação natural, mas também pela criação espiritual que o sétimo dia provê.
O Prof. Sakae Kubo afirma que "a santidade do ser deve alinhar-se à santidade do tempo. Santidade do tempo deve se tornar santidade no tempo".
O sábado em Isaías – Entre os profetas de Israel, por três vezes Isaías se refere ao sábado de forma positiva:
O capítulo 56:2-8 é uma bênção aos que guardam o sábado.
No capítulo 58:13-14, bênçãos temporais e espirituais são novamente prometidas aos verdadeiros adoradores do sábado. Aqui o sábado é "o santo dia do Senhor" e "Meu santo dia". Assim, valendo-nos do princípio sola scriptura, quando Apocalipse 1:10 fala que João foi tomado em visão no "dia do Senhor", não poderia ser nenhum outro a não ser o dia de sábado. Esse é o dia do Senhor (ver Marcos 2:28). Há, contudo, em Isaías 58 outra expressão significativa quanto ao sábado que deve ser considerada: ele deve ser "deleitoso".
Deve haver no ser humano um prazer espiritual ao deixar de fazer as coisas de seu próprio interesse no sábado e honrar a Deus num espírito de satisfação e alegria. Infelizmente, alguns "guardadores do sábado" não captaram o real sentido da adoração e gozo que acompanha a guarda desse dia de bênçãos. Quando o sábado é para mim um peso, estou demonstrando que ainda não compreendi o verdadeiro sentido da adoração sabática. De acordo com Ellen White, os pais devem ter um cuidado especial ao fazer do sábado um dia de alegria, diferente de todos os outros dias da semana, para seus filhos (ver Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 369). O sábado é um dia para fazer o bem (Mc 3:4).
O sábado é uma promessa para o futuro, em Isaías 66:22-23. Na Nova Terra o sábado continuará sendo um dia de louvor e adoração.
O sábado no Novo Testamento
Nos evangelhos, a conduta de Jesus quanto ao sábado está em contraste com a dos fariseus e líderes judeus (tradição rabínica). Durante o período intertestamentário, os judeus desenvolveram uma teologia completamente fundamentada na guarda da lei. Só seria salvo aquele que cumprisse a lei, especialmente a lei oral que passou a ter caráter imperativo, mesmo diante das recomendações do Antigo Testamento. O legalismo judeu transformou o dia de sábado num emaranhado de obrigações que tornaram a alegria da adoração num verdadeiro fardo. Boa parte dos argumentos usados pelos fariseus para atacar o comportamento de Jesus em relação à guarda do sábado foi codificada no Mishnah, obra composta a partir das tradições orais, no 2º século d.C. Nesse livro, existe um capítulo especial sobre a guarda do sábado, "Shabbat". Dezenas de "leis" submetiam os judeus a uma quase escravidão nesse dia. Os "nãos" quase que tornavam impossível a sobrevivência no sábado. Entretanto, esse mesmo livro apresentava as possibilidades de "contornar" as leis mais estritas. Dois exemplos apenas:
Era proibido andar mais que uma milha no sábado. Mas, se o judeu se alimentasse a cada milha, poderia andar quanto desejasse.
Era proibido carregar qualquer coisa no sábado (39 leis eram apenas em relação ao transporte aos sábados). Mas, se o judeu prendesse em sua roupa o que desejasse transportar, não mais haveria transgressão.
Jesus veio recuperar o verdadeiro sentido do sábado. Contudo, nos Seus embates contra os exageros farisaicos, alguns encontram razões para supor que Ele tivesse abolido o sábado (e a lei como um todo). De fato, Jesus teve uma percepção extremamente positiva quanto ao sétimo dia.
Jesus frequentava a sinagoga no dia de sábado "como era Seu costume" (Mc 1:21; 6:2; Lc 4:16, 31; 13:10).
Jesus fez o bem no dia de sábado, especialmente curas. É interessante notar que as primeiras curas que Jesus realizou no sábado não provocaram nenhuma reação negativa (exemplo: endemoninhado em Cafarnaum – Lc 4:31-37; sogra de Pedro – Mt 8:14-15; ver também Mt 8:16). Jesus ainda não havia desafiado a liderança espiritual judaica. O mais significativo nas curas que Jesus efetuava era o aspecto redentivo e não apenas a libertação física. No grego do Novo Testamento, curar e salvar são a mesma coisa, a mesma expressão é usada (sozo).
Há incidentes de curas no sábado que provocaram reações severas, incluindo ameaça de apedrejamento "de acordo com a lei [oral]" se houvessem duas testemunhas. Nos evangelhos sinóticos, Jesus Se confrontou com as "exigências" rabínicas em quatro ocasiões.
A primeira foi quando Seus discípulos colheram e debulharam espigas para comer, pois estavam com fome (Mt 12:1-8). Aqui supostamente eles estariam cometendo dois trabalhos proibidos no sábado: colher e debulhar. Nesse contexto, Jesus Se apresentou como Senhor do sábado. Ele demonstrou Sua autoridade como Criador e Redentor. Nesse contexto Jesus também definiu o sábado como existindo por causa do ser humano, e não o contrário. Assim, a necessidade de alimentação é extremamente superior às "fabulas" acrescentadas à guarda do sábado.
A segunda cura foi de um homem com a mão ressequida (Mt 12:9-13). As tradições indicavam que nenhum tipo de tratamento poderia ser oferecido aos sábados a um doente, exceto quando houvesse risco de morte. Como não era esse o caso, por se tratar-se de uma doença crônica, Jesus foi acusado de transgredir o sábado. Diante das acusações, Jesus respondeu à moda rabínica: com duas outras perguntas. Não somente a vida do ser humano é superior à vida de um animal quanto é lícito fazer o bem no sábado.
A terceira cura foi de uma mulher que havia dezoito anos sofria de uma enfermidade (Lc 13:10-17).
A quarta cura registrada nos sinóticos foi de um homem hidrópico (Lc 14:1-6).
Duas curas sabáticas feitas por Jesus aparecem apenas em João:
A cura do paralítico no tanque de Betesda (5:2-9), que suscitou grande escândalo entre os fariseus. Jesus não apenas curou no sábado, mas induziu o recém-curado ao "pecado grave" de transportar a própria cama. Novamente, Jesus demonstrou Sua autoridade ao Se igualar ao Pai.
Na cura do cego de nascença (9:16), Jesus foi novamente acusado e, mais uma vez, evocou Sua autoridade messiânica.
Por que Jesus curou aos sábados? Ele não poderia ter feito esses milagres em outro dia?
Por meio desses milagres Jesus Se posicionou contra as tradições orais dos líderes judeus, evocando o real sentido do sábado, como dia de gozo e de fazer o bem.
Ao realizar esses milagres, Jesus teve oportunidade para expor Sua missão messiânica e Sua autoridade como Criador e Redentor.
Jesus aludiu à santidade do sábado no Seu discurso escatológico de Mateus 24. A fuga dos cristãos de Jerusalém não deveria ser no rigoroso inverno nem no sábado (v. 20).
De significância para a compreensão do ato redentivo da cruz é o descanso de Jesus no túmulo no dia de sábado. E há, ainda, o mesmo respeito ao dia sagrado demonstrado pelos discípulos e pelas mulheres que repousaram "de acordo com o mandamento" (Lc 13:54-56).
Tanto no livro de Atos como nas epístolas, há evidências claras que indicam que os seguidores de Cristo continuaram guardando o sábado.
Era costume de Paulo frequentar a sinagoga no dia de sábado (At 13:14, 42-44, 17:2; 1Co 18:1-18).
Tanto Atos 20:7 como 1 Coríntios 16:2 não indicam nenhuma forma de adoração ou de mudança na guarda do sábado para o domingo.
Hebreus 3:7–4:13 trata da perpetuidade do 4º mandamento e da experiência que o verdadeiro cristão obtém quando compreende a teologia da graça. O repouso sabático deve ser experimentado pela pessoa justificada pela fé. Assim, sábado e justificação possuem uma íntima conexão.
Dimensão escatológica do sábado
Na história da Igreja Adventista, logo que José Bates teve contato com Frederico Wheeler, Tomas Preble e Raquel Preston sobre a verdade bíblica da lei e do 4º mandamento, ele percebeu a significância que o sábado desempenha no drama do grande conflito. Escreveu, então, diversos livretos sobre o sábado, mas numa dimensão "adventista" (Seventh Day Sabbath, a Perpetual Sign; Tract Showing that the Seventh Day Should Be Observed as the Sabbath; Vindication of the Seventh-day Sabbath e A Seal of the Living God). Bates desenvolveu os seguintes argumentos que foram aceitos pelos pioneiros adventistas e fazem parte de nossas crenças fundamentais.
O dragão está irado contra os filhos de Deus, que guardam os mandamentos (incluindo o 4º mandamento) e têm a fé em Jesus (Ap 12:17).
A marca do povo remanescente inclui a guarda dos mandamentos (Ap 14:12).
A essência da proclamação da primeira mensagem angélica é a vinda do juízo no contexto da verdadeira adoração. Em Apocalipse 14:7, é aludida a mesma linguagem presente no 4º mandamento. A terceira mensagem angélica trata sobre os castigos daqueles que seguem a falsa adoração preconizada pela "besta". Assim, a verdadeira adoração do sábado está em contraste direto com a falsa adoração do domingo.
Assim como o sábado foi um sinal de lealdade a Deus no Antigo e no Novo Testamento, será também no fim da história. A tríplice aliança do mal rejeita os mandamentos como sinal de lealdade. Em contrapartida, os fiéis à nova aliança são descritos como obedientes aos mandamentos de Deus.
Crença Fundamental nº 20: "O bondoso Criador, após os seis dias da criação, descansou no sétimo dia e instituiu o sábado para todas as pessoas como memorial da criação. O quarto mandamento da imutável lei de Deus requer a observância deste sábado do sétimo dia como dia de descanso, adoração e ministério, em harmonia com o ensino e prática de Jesus, o Senhor do sábado. Esse é um dia de deleitosa comunhão com Deus e de uns com os outros. É símbolo de nossa redenção em Cristo, sinal de nossa santificação, uma prova de lealdade e antegozo de nosso futuro eterno no reino de Deus. O sábado é o sinal perpétuo do eterno concerto de Deus com Seu povo. A prazerosa observância deste tempo sagrado duma tarde à outra tarde, do pôr do sol ao pôr do sol, é uma celebração dos atos criadores e redentores de Deus."
OBSERVÂNCIA DO SÁBADO (texto oficial da IASD sobre a necessidade e importância da observância [prática] do sábado).
"A Igreja Adventista do Sétimo Dia reconhece o sábado como sinal distintivo de lealdade a Deus (Êx 20:8-11; 31:13-17; Ez 20:12, 20), cuja observância é pertinente a todos os seres humanos em todas as épocas e lugares (Is 56:1-7; Mc 2:27). Quando Deus "descansou" no sétimo dia da semana da criação, Ele também "santificou" e "abençoou" esse dia (Gn 2:2, 3), separando-o para uso sagrado e transformando-o em um canal de bênçãos para a humanidade. Aceitando o convite para deixar de lado seus "próprios interesses" durante o sábado (Is 58:13), os filhos de Deus observam esse dia como uma importante expressão da justificação pela fé em Cristo (Hb 4:4-11)."
A observância do sábado é enunciada em Isaías 58:13, 14 nos seguintes termos: "Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no Meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te deleitarás no Senhor." Com base nesses princípios, a Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia reafirma neste documento seu compromisso com a fidelidade à observância do sábado.
Vida de santificação. A verdadeira observância do sábado se fundamenta em uma vida santificada pela graça de Cristo (Ez 20:12, 20); pois, "a fim de santificar o sábado, os homens precisam ser santos" (O Desejado de Todas as Nações, p. 283).
Crescimento espiritual. Como "um elo de ouro que nos une a Deus" (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 352), o sábado provê um contato mais próximo com Ele. Como tal, não devemos permitir que outras atividades, por mais nobres que sejam, enfraqueçam nossa comunhão com o Criador nesse dia.
Preparação para o sábado. Antes do pôr do sol da sexta-feira (cf. Lv 23:32; Dt 16:6; Ne 13:19), as atividades seculares devem ser interrompidas (cf. Ne 13:13-22); a casa deve estar limpa e arrumada; as roupas, lavadas e passadas; os alimentos, devidamente providenciados (cf. Êx 16:22-30); e os membros da família, já prontos.
Início e término do sábado. O sábado é um dia de especial comunhão com Deus, e deve ser iniciado e terminado com breves e atrativos cultos de pôr do sol, com a participação dos membros da família. Nessas ocasiões, é oportuno cantar alguns hinos, ler uma passagem bíblica, seguida de comentários pertinentes, e expressar gratidão a Deus em oração (Ver Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 356-359).
Pessoas sob nossa influência. O quarto mandamento do Decálogo orienta que, no sábado, todas as pessoas sob nossa influência devem ser dispensadas das atividades seculares (Êx 20:10). Isso implica os demais membros da família, bem como os empregados e hóspedes a fim de que também sejam estimulados a observar o sábado.
Espírito de comunhão. Como dia por excelência de comunhão com Deus (Ez 20:12, 20), o sábado deve se caracterizar por um prazeroso e alegre compromisso com as prioridades espirituais, com momentos especiais de leitura da Bíblia, oração e, se possível, de contato com a natureza (cf. At 16:13). Esse compromisso deverá ser mantido na escolha dos assuntos abordados também em nossos diálogos informais com familiares e amigos.
Reuniões da igreja. Somos admoestados a não deixar "de congregar-nos, como é costume de alguns" (Hb 10:25). Portanto, as programações e atividades regulares da igreja aos sábados devem ter precedência sobre outros compromissos pessoais e sociais, mesmo que estes sejam condizentes com o sábado.
Casamentos e festas. O convite para deixar de lado nossos "próprios interesses" no sábado (Is 58:13) indica que casamentos e festas, incluindo seus devidos preparativos, devem ser realizados fora desse período sagrado. Casamentos e algumas festas mais suntuosas não devem ser planejados para os sábados à noite, pois seus preparativos envolvem expectativas e atividades não condizentes com o espírito de comunhão com Deus.
Mídia secular. A mídia secular, em todas as suas formas, deve ser deixada de lado durante as horas do sábado, para que este, rompendo com a rotina da vida, possa ser um dia "deleitoso e santo" (Is 58:13).
Esportes e lazer. Muitas atividades esportivas e de lazer, aceitáveis durante a semana, não são condizentes com a observância do sábado, pois desviam a mente das questões espirituais (Is 58:13).
Horas de sono. A Bíblia define o sábado como dia de "repouso solene" (Êx 31:15), e não como dia de recuperar o sono atrasado da semana. Ricas bênçãos advirão de levantar cedo no sábado, dedicando esse dia ao serviço do Senhor (Ver Conselhos Sobre a Escola Sabatina, p. 170).
Viagens. A realização de viagens por questões de trabalho ou interesses particulares é imprópria para o sábado. Existem, porém, ocasiões excepcionais em que se torna necessário viajar no sábado para atender a algum compromisso religioso ou situações emergenciais. Sempre que possível, os devidos preparativos, incluindo a compra de passagens e o abastecimento de combustível, devem ser feitos com a devida antecedência. (Ver Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 359 e 360.)
Excursões e acampamentos. A realização de excursões e acampamentos pode promover a socialização cristã (cf. Sl 42:4). Mas seus organizadores e demais participantes devem chegar ao devido local antes do início do sábado e montar sua estrutura, incluindo suas barracas, de modo que o santo dia possa ser observado segundo o mandamento. Além disso, as atividades durante as horas do sábado devem ser condizentes com o espírito sagrado desse dia.
Restaurantes e alimentação. A recomendação de que o alimento deve ser provido com a devida antecedência (Êx 16:4, 5; 22-30) significa que ele deve ser comprado fora das horas do sábado, e que a frequência a restaurantes comerciais nesse dia deve ser evitada.
Medicamentos. A compra de medicamentos durante o sábado é aceitável em situações emergenciais (cf. Lc 14:5), e imprópria quando a pessoa já os necessitava, e acabou postergando sua compra para esse dia.
Estágios e práticas escolares. O quarto mandamento do Decálogo (Êx 20:8-11) desabona a realização de atividades seculares no sábado, que gerem lucro ou benefício material. Envolvidos em tais atividades estão os programas de planejamento e preparo para a vida profissional, incluindo a frequência às aulas e a participação em estágios, simpósios, seminários e palestras de cunho profissional, concursos públicos e exames seletivos. Em caso de confinamento para a prestação de exames após o término do sábado, as horas desse dia devem ser gastas em atividades espirituais.
Escolha e exercício da profissão. A estrutura da sociedade em geral nem sempre favorece a observância do sábado, e acaba disponibilizando profissões e atividades que, embora sejam dignas, dificultam essa prática. Os adventistas do sétimo dia devem escolher e exercer profissões condizentes com a devida observância do sábado. Somos advertidos de que, se alguém, "por amor ao lucro, consente em que o negócio em que tem interesse seja atendido no sábado pelo sócio incrédulo, esse alguém é tão culpado quanto o incrédulo; e tem o dever de dissolver a sociedade, por mais que perca por assim proceder" (Evangelismo, p. 245).
Instituições de serviços básicos. A orientação de não fazer "nenhum trabalho" durante o sábado (Êx 20:10) indica que os observadores do sábado devem se abster de trabalhar nesse dia, mesmo em instituições seculares de serviços básicos. Instituições denominacionais que não podem fechar aos sábados (cf. Jo 5:17), incluindo os internatos adventistas, devem ser operadas nesse dia por um grupo reduzido e em forma de rodízio.
Atividades médicas e de saúde. Existem situações emergenciais que os profissionais da saúde devem atender, com base no princípio de que "é lícito curar no sábado" (Lc 14:3). Os hospitais adventistas necessitam dos préstimos de uma equipe médica, de enfermagem e de outros serviços básicos para o funcionamento nas horas do sábado. Mas os plantões rotineiros, tanto médicos quanto de enfermagem, em hospitais não adventistas, são impróprios para as horas do sábado (Ver Ellen G. White Estate, "Conselhos de Ellen G. White Sobre o Trabalho aos Sábados em Instituições Médicas Adventistas e Não Adventistas", em www.centrowhite.org.br).
Projetos assistenciais. Cristo disse que "é licito, nos sábados, fazer o bem" (Mt 12:12). Isso significa que "toda atividade secular deve ser suspensa, mas as obras de misericórdia e beneficência estão em harmonia com o propósito do Senhor. Elas não devem ser limitadas a tempo ou lugar. Aliviar os aflitos, confortar os tristes, é um trabalho de amor que faz honra ao dia de Deus" (Beneficência Social, p. 77). Portanto, é lícito nas horas sagradas do sábado visitar enfermos, viúvas e órfãos, encarcerados e compartilhar uma refeição. Ações sociais que podem ser realizadas em outro dia não devem tomar as sagradas horas do sábado.
Atividades missionárias. O apóstolo Paulo usava o sábado para persuadir "tanto judeus como gregos" acerca do evangelho (At 18:4, 11; cf. 17:2), demonstrando a importância de se reservar um tempo especial nesse dia para atividades missionárias. Sempre que possível, os membros da família devem participar juntos dessas atividades, para desfrutar a socialização cristã e desenvolver o gosto pelo cumprimento da missão evangelística.
"Como adventistas do sétimo dia, somos convidados a seguir o exemplo de Deus ao descansar no sétimo dia da semana da criação (Gn 2:2-3; Êx 20:8-11; 31:13-17; Hb 4:4-11), de modo que o sábado seja, para cada um de nós, um sinal exterior da graça de Deus e um canal de Suas incontáveis bênçãos."
COMENTÁRIOS SIKBERTO MARKS
Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Primeiro Trimestre de 2012
Tema geral do trimestre: Vislumbres do Nosso DEUS
Estudo nº 07 – Senhor do Sábado
Semana de 11 a 18 de fevereiro
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
Verso para memorizar: "O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte que o Filho do homem é Senhor também do sábado" (Marcos 2:28).
Introdução de sábado à tarde
O que quer dizer o verso acima? Não há necessidade de muita reflexão para saber, pois está escrito em palavras claras e diretas. Isso quer dizer que o sábado foi estabelecido para o bem do homem. Homem aqui é ser humano, incluindo sempre homens e mulheres, crianças, adultos e idosos. Veja bem que o verso não diz que o sábado foi estabelecido por causa dos judeus, mas do homem, isto é, da raça humana.
Há aqui duas informações relevantes: que o sábado foi concedido por causa da humanidade, todos os homens e mulheres, e a segunda informação, que o sábado é para ser útil ao bem da humanidade. Esse é o sentido.
O que o sábado não é? Simples também. Ele não deve ser um fardo, mas uma bênção, um descanso, um dia de maior intimidade com o Criador. O homem não foi feito por causa do sábado. Ou seja, que esse deve ser um dia de felicidade, de alegria, de esperança, de vida. E o verso agrega uma informação vital: o sábado pertence a DEUS, não ao homem. Diz assim: "O Filho do homem é Senhor também do sábado."
Então entendemos facilmente esse verso: o sábado é um presente que DEUS nos dá todas as semanas. Dentro do presente tem várias coisas interessantes. Tem descanso e vida; harmonia com DEUS, e harmonia entre os seres humanos; tem esperança e felicidade; tem futuro garantido. E isso tudo é bênção de DEUS, que só Ele pode conceder. Por isso, esse presente semanal vem de DEUS e a Ele pertence. Nós, seres humanos, não conseguimos nos brindar com tais coisas. Elas precisam vir de DEUS, ou elas não virão de lugar algum.
- Primeiro dia: O sábado em Gênesis
DEUS nunca anulou o relato da criação. Ele nunca anulou oficialmente o valor da família. Ele nunca anulou a importância da semana. Por qual razão Ele anularia o sábado, e o trocaria pelo domingo?
Qual é a lógica bíblica do sábado? Ele é o último dia dos dias da criação. Ao longo de seis dias DEUS iniciou e completou a criação. E no sétimo Ele descansou de Seu trabalho. Certamente esse foi um descanso diferente daquele que fazemos por causa do nosso trabalho, pois DEUS não Se cansa fisicamente. Isso não importa, Ele mesmo diz que descansou.
Então, vamos à lógica do sábado. Ele é um dia de descanso, e só se descansa após realizar alguma coisa; nunca antes. Por isso ele é o sétimo dia, o último da semana da criação. Isso faz sentido. Mas descansar no domingo, o primeiro dia da semana, é algo contraditório e sem sentido racional. O sétimo dia é o da inauguração da criação, e só se inaugura após ter-se concluído, com êxito, alguma obra. DEUS disse que estava tudo "muito bom" na conclusão de Seu trabalho, por isso descansou. Pode-se inaugurar algo antes de concluir? Aliás, pode-se inaugurar algo antes de iniciar o trabalho? Esse é o sentido contraditório do domingo.
Outro ponto, o mais importante. O sábado deve ser santificado em lembrança do Criador, e Sua criação. Isso está no mandamento. E faz sentido, pois ele é o sétimo dia. DEUS é o Criador, e nós existimos e vivemos porque Ele nos criou. Se Ele não criasse, não existiríamos; portanto, a existência é motivo de elevada gratidão. Antes desse dia, DEUS havia criado tudo; portanto, quem santifica o sábado, honra o Criador. Mas, e quanto ao domingo, o primeiro dia da semana? Antes desse dia ainda não houve criação. Portanto, quem santifica esse dia, honra a alguém que não é criador, no caso, quem tanto deseja ser adorado, que é satanás. Ele, podemos classificá-lo como 'o não criador'. Então, santificar o sábado vale a adorar o Criador, e santificar o domingo vale a adorar o não-criador. Qual será o futuro dessas duas classes?
E mais um pouco. O sábado foi estabelecido por DEUS na semana da criação. Nesse mesmo ato, DEUS, e ninguém outro, descansou no sétimo dia, abençoou e santificou esse dia. Ele não fez nada disso com outro dia da semana, nem com o primeiro dia. E no Sinai, quando foram dados os Dez Mandamentos, Ele confirmou todos esses pontos – de ter descansado, de ter abençoado e de ter santificado, isto é, separado. Isso tudo porque nos dias anteriores Ele criou todas as coisas. E em Apocalipse 11:19, 12:17 e 14:12 Ele, DEUS, torna a confirmar a validade do sábado em nossos dias. É a palavra de DEUS contra a palavra dos homens. Qual delas vale mais?
- Segunda: O Sábado em Êxodo
Em êxodo 20:8 a 11 diz assim: "Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou."
Vamos por partes. Em primeiro lugar, não devemos esquecer do sábado. DEUS aqui usou a forma positiva. Ele disse: "lembra-te do sábado". Ele não disse "não te esqueças do sábado". Qual seria a razão?
Só há dois mandamentos que iniciam com palavra diferente de "não". São o 4º e o 5º mandamento. Quanto ao sábado, ele deve ter uma conotação positiva em relação a DEUS, nosso Criador, e assim, do mesmo modo, devemos ter uma atitude positiva em relação aos nossos genitores. Os demais mandamentos proíbem alguma coisa, mas o do sábado pede para que lembremos desse dia.
Em seguida vem o objetivo de lembrar: é para santificar esse dia. Isto é, torná-lo diferente dos demais dias, para um propósito diferente.
Então vem a explicação de como tornar esse dia diferente. Nos demais dias se trabalha para o nosso sustento, mas nesse dia não se trabalha. Ninguém da família trabalha nesse dia, e nem os nossos empregados, e nem mesmo os animais utilizados para o trabalho. Resumindo, onde é a nossa propriedade, ou onde temos responsabilidade, todos devem santificar o sétimo dia da criação.
Por que razão essa diferença entre o sábado e os demais dias? Porque em seis dias DEUS criou todas as coisas. Essa é a razão. E DEUS levou tão a sério o que Ele fez, entendeu que a criação era tão importante, e destacou o sétimo dia da semana original para descansar. Ora, só se descansa depois de ter feito alguma coisa. E o que DEUS fez era tão importante que Ele não parou aí. Ele abençoou e santificou o dia de sábado.
Veja bem, o sétimo dia contém uma bênção de DEUS, e nenhum outro dia contém essa bênção, nem o domingo, que muitos cristãos acham ser dia santo. Da parte de DEUS, só o sábado foi abençoado e santificado. E outra coisa, DEUS jamais Se manifestou dizendo que está agora descansando no domingo. Fica o desafio de encontrar na Bíblia, que aqui na Terra é a única Palavra de DEUS, que ELE tenha mudado o descanso, a santificação e a bênção para o domingo. Isso foi feito por homens, e DEUS não tem que obedecer a mandamentos de homens. Se fizesse isso, então, Ele seria um deusinho, dependente das criaturas que criou. E se Ele fosse um deusinho, na verdade, nunca teria o poder para criar um ser humano.
- Terça: O sábado em Deuteronômio
Deuteronômio é o livro da repetição. É isso que essa palavra quer dizer, 'ver outra vez'. Os Dez Mandamentos de Êxodo 20 aparecem outra vez em Deuteronômio 5. O sábado aparece no quarto mandamento, porém, escrito de um modo diferente.
O sábado em Êxodo 20:8 a 11: "Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou."
O sábado em Deuteronômio 5:12 a 15: "Guarda o dia de sábado, para o santificar, como te ordenou o SENHOR, teu Deus. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro das tuas portas para dentro, para que o teu servo e a tua serva descansem como tu; porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão poderosa e braço estendido; pelo que o SENHOR, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de sábado."
A parte diferente está em negrito na versão do livro de Deuteronômio. Qual a grande diferença? É o trabalho. Veja bem, ambas as versões foram dadas ao povo de DEUS após o libertamento do Egito. Mas na segunda versão há um ênfase importante. É sobre o trabalho relativo aos servos. Naqueles tempos não havia legislação de proteção do trabalhador, como hoje, então DEUS providenciou isto. Naqueles tempos o trabalhador era muito explorado. Cada patrão agia como queria. O mandamento do sábado tornou-se importante para disciplinar melhor a relação entre servo e o seu senhor. O servo, disse DEUS, tem o mesmo direito ao descanso que o senhor. E o mandamento dá uma explicação lógica. DEUS os havia tirado da escravidão no Egito, situação pior que a de servo. Os tirou dali porque estavam sofrendo. DEUS não criou as pessoas para sofrerem, mas para viverem livres, cada um podendo ter sua família, e usufruir da liberdade para ser feliz. A lembrança da escravidão no Egito devia ser bem ruim para os que viveram a experiência. Então deviam lembrar-se daquela escravidão, e não submeter ninguém a tal situação, mas tratar seus servos como iguais.
Portanto, DEUS mandou que guardassem o sábado porque foram libertados da escravidão. Esse mandamento agregou mais um motivo para a santificação do sábado. O primeiro motivo está na versão do Êxodo: é porque DEUS é o Criador. Agora, o segundo motivo é porque DEUS é o Redentor, o libertador da escravidão. Assim sendo, como eles foram libertos da opressão, não deveriam oprimir aos semelhantes.
Aqui está um ensinamento impressionante. O Criador vê nossa situação de pecadores, escravos do pecado e de satanás. Estamos nesse mundo sofrendo. Porém, a promessa da salvação está em pé, e logo nosso Senhor JESUS CRISTO virá a este mundo para nos libertar dessa escravidão. Então, antes do pecado, havia um motivo para a santificação do sábado: a criação. Agora, com o pecado nos escravizando, há dois motivos, a criação e a redenção. Sim, porque quem executou a criação é o mesmo que está executando a redenção, o Senhor JESUS CRISTO.
E aqui não sobra nada para o domingo. Pelo fato de JESUS ter ressuscitado, nada justifica que se mude o sábado para o domingo. Pelo contrário, a Sua ressurreição, que tem tudo a ver com a redenção, fortalece a santificação do sábado, acrescentando um segundo motivo para que esse dia seja guardado. Atente bem para o seguinte: na segunda versão DEUS agregou mais um motivo para a santificação do sábado. Ele agrega motivos, mas não muda o dia. A morte e ressurreição de JESUS, seguindo o raciocínio de DEUS, deve na realidade ser mais outro motivo para se santificar o sábado do Redentor. Se assim não fosse, DEUS teria Se manifestado em alto e bom som.
- Quarta: JESUS e Seu sábado: parte 1
Façam o seguinte: leiam o trecho bíblico abaixo, e depois, com honestidade, respondam a pergunta que aparece.
"Por aquele tempo, em dia de sábado, passou Jesus pelas searas. Ora, estando os seus discípulos com fome, entraram a colher espigas e a comer. Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-Lhe: Eis que os Teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado. Mas Jesus lhes disse: Não lestes o que fez Davi quando ele e seus companheiros tiveram fome? Como entrou na Casa de Deus, e comeram os pães da proposição, os quais não lhes era lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes? Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo: aqui está quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenado inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor do sábado. Tendo Jesus partido dali, entrou na sinagoga deles. Achava-se ali um homem que tinha uma das mãos ressequida; e eles, então, com o intuito de acusá-Lo, perguntaram a Jesus: É lícito curar no sábado? Ao que lhes respondeu: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair numa cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem. Então, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e ela ficou sã como a outra" (Mat. 12:1 a 13).
Há aqui algum indício, da parte de JESUS, sobre uma futura mudança do sábado para o domingo? Se você que está lendo é adventista, é lógico que não vai ver indício. Mas se você for católico por exemplo, ou se pertencer a qualquer outra igreja que santifica o domingo, sendo bem honesto, encontrou algum indício? Há alguma autorização da parte de JESUS?
Sim, sejamos honestos, nem mesmo a palavra domingo aparece aqui, nem primeiro dia da semana. Aliás, o que eles estavam discutindo era bem outra coisa: sobre como santificar o sábado. Os fariseus achavam que colher espigas para comer ou curar no sábado não se podia fazer. No entanto, eles mesmos salvavam seus animais quando necessário. Contraditoriamente, salvar ou curar um ser humano não queriam permitir.
Raciocinemos mais um pouco: se fosse mesmo para mudar o sábado para o domingo, então isso deveria acontecer de modo misterioso, nebuloso, JESUS curando no sábado, mas não dizendo nada a respeito de alguma futura mudança? Seria isto um enigma para que decifrassem, e acertassem no que estava o Mestre querendo dizer? Em um assunto tão importante, vital, quem veio para ensinar, usaria de método tão indireto e misterioso para transmitir um ensino novo?
No mandamento do sábado, que está em Êxodo 20:8 a 11, diz que não devemos fazer nenhum trabalho produtivo ou servil. Podemos ver também em Levíticos 23, onde afirma quatro vezes que no sábado não se deve fazer nenhuma obra servil. Isto é trabalho produtivo. Porém há coisas que devemos fazer, como por exemplo, numa catástrofe, colocar mãos à obra e salvar vidas, ou socorrer alguém, ou tratar de um doente, ou socorrer um animal em apuros. Haja bom senso, planejamento e muita comunhão com DEUS para saber distinguir o que é adequado e o que não é!
Afinal, o que aconteceu nesses dois episódios? No primeiro, nunca houve nada de errado em pegar um fruto de uma árvore para comer. Note que é bem diferente de colher maná, no tempo do deserto. Estava prescrito para que colhessem em dobro na sexta-feira, e era um trabalho de milhares de pessoas enchendo vasilhas, e estocando para comer o dia inteiro. Aqui eles colheram, por exemplo, um fruto para comer em seguida. Isso quer dizer, tudo o que você pode providenciar para o sábado, providencie. Em nossa casa, por exemplo, temos árvores de frutas, e costumamos colher na sexta-feira para comer no sábado. Mas, não nos pesa na consciência em colher uma pêra e comer naquele momento. Isso é como pegar a fruta da vasilha.
No segundo episódio, o da cura do homem da mão ressequida, estavam ali os líderes religiosos para achar do que acusar o Autor da lei. JESUS deixou bem claro que devemos fazer o bem no sábado. É evidente, que pelo bom senso, saberemos julgar que bem se deve fazer. Era o caso dos doentes. Ele sempre os curou, em qualquer dia, e também nos sábados. Ficam aqui duas constatações relevantes: a primeira, que eles discutiam sobre como santificar o sábado, uma vez que os líderes judaicos inventaram muitas regras não bíblicas sobre essa santificação. E o que JESUS dizia era que tais regras se tornaram num fardo, que eram desnecessárias e só atrapalhavam na adoração. E a segunda constatação, até mais importante, é a seguinte: já que discutiam sobre como santificar o sábado, se houvesse mesmo uma futura mudança para o domingo, seria também nesses momentos que JESUS deveria ensinar sobre a tal mudança. E Ele nunca mencionou nada a esse respeito. Sobre a tal mudança, na Bíblia não se encontra sequer uma só referência, absolutamente nada. Há sim, devemos descartar, explicações que muitos líderes dão hoje, usando versos bíblicos, mas, forçando a sua interpretação fora do contexto. Toda vez que isso é feito, algum outro verso desmente a tal forçada.
Portanto, aqui fica um apelo aos nossos queridos amigos das outras igrejas, sejam católicos, protestantes, evangélicos, ou de outras denominações. Há muitos, ou milhões de adoradores honestos em todas as igrejas. Para o vosso bem, examinem a Bíblia. Quem for católico, examine em sua bíblia católica, é óbvio. Quem for Testemunha de Jeová, examine na sua. É tempo de colocar o assunto da adoração às claras.
Há muita gente fazendo isto, em várias igrejas. Temos informações seguras, por exemplo, de pastores luteranos que estão estudando esse assunto. E há um bom número de bispos e padres católicos que fazem o mesmo. Eles estão se preparando para tomar decisões de acordo com o poder de DEUS, e bem logo, impressionarão o mundo com suas mensagens. Faça você o mesmo.
- Quinta: JESUS e Seu sábado: parte 2
As atenções de todos aqueles que defendem o sábado sempre estiveram voltadas para JESUS, e as atenções de todos os que defendem o domingo também. É inadmissível e impossível imaginar que o Senhor do sábado não desse ao menos um indicativo dessa mudança, sendo que Ele disse que é o Senhor do sábado (Mat. 12:8 e Luc. 6:5). Em que ocasião JESUS falaria sobre essa mudança, se ela devesse ocorrer? E como Ele trataria disso?
Ora, se os Dez Mandamentos na verdade já existiam antes mesmo do Sinai, e se eles ali foram escritos e com tremenda solenidade foram entregues ao povo, para serem postos no lugar santíssimo da tenda e depois do templo, era de se esperar que o Senhor do sábado (Senhor do sábado porque quem escreveu essas duas tábuas foi Ele mesmo, JESUS), fizesse alguma cerimônia de impacto impressionante para alguma mudança. E quando deveria ser feita essa cerimônia? É evidente que no primeiro domingo, no dia da ressurreição, e jamais séculos depois, num processo gradual, envolvendo um imperador de um império pagão. Foi assim no estabelecimento do sábado: Ele descansou, abençoou e santificou o primeiro sábado logo após a criação, não alguns séculos mais tarde! JESUS, no Sinai, deu as duas tábuas a um profeta, Moisés, não ao rei egípcio que era pagão e não pertencia ao povo escolhido. Moisés foi o escolhido de DEUS para cuidar da lei. Dentre os milhares de Israel, povo de DEUS, um só foi o escolhido para essa tarefa, e esse um era do povo santo.
Sabem qual a razão de ter sido o imperador pagão Constantino (que diz ter-se convertido) para cuidar da mudança do sábado para o domingo? Porque essa mudança é uma farsa. Ela não tem o menor respaldo da parte do Senhor do sábado. A escolha de um imperador, e não de um profeta de DEUS, foi feita não por DEUS, mas pelo seu inimigo, satanás, que estava naquela ocasião cumprindo a impressionante profecia de Daniel 7:25, que um inimigo de DEUS, um que combate o povo de DEUS, e o faria por 1.260 anos, cuidaria em "mudar os tempos e a lei." Foi isso que aconteceu. Um inimigo fez o que DEUS jamais autorizou.
O que JESUS fez no dia seguinte ao de Sua morte? As Suas duas últimas palavras foram: "está consumado." Então, do mesmo modo como Ele procedeu na semana da criação, quando no sétimo dia descansou de Sua obra; quando terminou a Sua obra de redenção, como Cordeiro de DEUS, sexta-feira à tarde expirou após dizer "está consumado", ou seja, como que dizendo: 'fiz tudo o que deveria fazer.' E faleceu um certo tempo antes do pôr do sol, para que Seus amigos pudessem tirá-Lo da cruz e colocá-Lo na sepultura e eles também irem descansar no sábado. O Salvador do mundo, concluída a Sua obra, descansou no sábado no túmulo, e foi ressuscitar no domingo, bem cedo.
Mas Ele não descansava nos sábados anteriores ainda em vida? Descansava sim, nisso Ele sempre foi o melhor exemplo. Assim como descansou em todos os sábados, mais ainda, ao concluir a Sua obra, descansou na morte, no dia de sábado.
Haveria aqui algum indício de santificação do domingo? Não, pelo contrário, há evidência de continuidade da santificação do sábado. Veja bem a lógica: se Ele descansou em todos os sábados de Sua vida como profeta e Salvador, porque na morte Ele não descansou no domingo? Ao Ele descansar no sábado, estava dando uma evidente prova de que nada deveria mudar com a solenidade do sábado.
- Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
É uma verdade que nem o homem nem o sábado fora criados e feitos para um mundo pecador. Aqui o homem sofre e morre, e o sábado, não é possível a santificação como deveria ser, e como era praticada no Éden, antes do pecado. Aqui no sábado temos que suportar o barulho da cidade, a imoralidade nas ruas, e até dentro da igreja entram sons inconvenientes no sábado e a qualquer hora. Satanás tornou o sábado como um outro dia qualquer, e quem santifica o sábado sofre porque o faz em meio a uma barulheira, digamos, infernal. Isso até afeta o estilo de vida para pior dos que buscam a DEUS. É uma luta tremenda nesses últimos dias. Há uma necessidade de reforma na santificação do sábado em nosso meio. Devemos debater mais sobre esse assunto, sempre com base em escritos, nunca baseados em "eu acho."
Um tema interessante para se debater é sobre o que fazer no sábado. Podemos elaborar uma lista das coisas boas para se fazer no sábado, e outra, do que certamente não se deveria fazer. Mas não devemos transformar listas assim em regras, apenas em matéria de orientação e estudo. A regra é só uma: o conjunto dos Dez Mandamentos, e o princípio é só um: o amor.
Que coisas são boas para se fazer no sábado? Certamente coisas como: ir ao culto da Escola Sabatina e ao culto divino; descanso físico; alimentação diferente e mais simples; um passeio em ambiente de natureza, com a família e também com os irmãos; uma atividade missionária como agora é a distribuição do livreto "A grande esperança"; assistir e/ou participar do programa Jovens Adventistas (JA); dar um estudo bíblico; ler a Bíblia; ler trechos de livros do Espírito de Profecia; assistir um vídeo interessante e espiritualmente edificador; enfim, muitas atividades que tornem o sábado atraente mas não mundanizado. Um alerta vital: não fazer tudo isso no mesmo dia de sábado, isto é, não sobrecarregar o sábado de tal modo que ao seu pôr de sol, esteja cansado e desejoso de tirar umas férias. Equilíbrio é a palavra de bom senso para se santificar o sábado, e para tudo na vida.
E o que não se deveria fazer no sábado? Dormir a tarde inteira, ou por horas; assistir filmes no sábado à noite até de madrugada (o descanso físico do sábado foi só para madrugar no domingo fazendo coisa errada, né?); falar sobre negócios; falar assuntos banais para o sábado, ou que não edifiquem espiritualmente; assistir TV secular, e pior ainda, se forem programas ou filmes imorais; contar piadas; fazer barulho ou ter sons altos; secularizar o sábado; jogar futebol à tarde; viajar a não ser por necessidade espiritual, e ainda assim, sendo inevitável; discutir sobre futebol (aqui no Brasil); discutir outros assuntos seculares; reunir-se para só bate-papo (conversas) não construtivo para a vida espiritual; passear na cidade para visitar vitrines; ir à praia tomar banho de sol ou de mar, ou ir a piscina, e assim por diante.
A reforma do sábado precisa ser feita. Nós, adventistas, aqui na Terra temos que nos conscientizar que trilhamos o caminho estreito, pois o caminho largo é aquele que "pode tudo", ou "quase tudo", que já se torna tabu dentro da igreja, motivo de crítica por parte de muitos irmãos. O trilhar o caminho estreito aqui é como um preparo para trilhar um caminho extremamente largo na Nova Terra, onde sim, tudo o que houver ali de atraente, também será lícito. Ninguém aqui tem capacidade de imaginar o quanto no Céu vai haver muitas vezes mais atrativos hiper interessante e também lícitos que os atrativos ilícitos aqui na Terra. O caminho na Nova Terra é muitas vezes mais largo que o caminho largo aqui, que devemos evitar. Lá o caminho largo é bom, e eterno; aqui, bom é o estreito. Aqui devemos nos restringir por apenas uma vida; lá poderemos usufruir por toda a eternidade. Então sejamos sábios, trilhemos o caminho estreito aqui para termos a liberdade do caminho largo ali.
Como proceder a reforma do sábado? É bem simples, como tudo o que se refere a DEUS. Inicie essa reforma no primeiro dia da semana, o domingo. Seria interessante fazer uma reunião em família, quem sabe domingo pela manhã, e planejar algumas coisas para o próximo sábado e outras em relação a vida, durante a semana, que preparem o espírito para o próximo sábado. Isso pode envolver uma vida diferente durante a semana, mais voltada às cosias boas da vida segundo DEUS. Assim viveremos melhor cada dia da semana. Podemos decidir orar mais, ou ler um pouco mais, ou estudar melhor as lições da Escola Sabatina, enfim, mudar algumas poucas coisas que estejamos necessitando mudar. Então, vindo a sexta-feira, que é o dia da preparação, devemos fazer uma revisão da casa para o sábado. Além da limpeza, tirar das vistas tudo o que pode desviar a atenção do sábado, como revistas e jornais seculares. Também é importante que no sábado as coisas na casa estejam bem arrumadinhas, para que se tenha uma impressão de ordem e bom gosto.
Pois bem, essas são algumas poucas sugestões que podem servir de iluminação para outras ideias boas para santificar o sábado, e descobrir que a vida pode ser muito mais deliciosa vivendo como DEUS ensina. Experimente tornar o sábado "um dia feliz."
escrito entre 11 e 17/01/2012 - revisado em 18/01/2012
corrigido por Jair Bezerra
A partir desse trimestre estamos também fazendo comentários da Lição da Escola Sabatina em vídeo, voltados para pessoas de todas as igrejas e religiões. Assista o comentário clicando aqui.
Quem deseja ouvir em MP3, clique aqui.
Ouça também um interessante sermão sobre Adoração na iminência do fim
Talvez necessite segurar control mais um clike sobre o link.
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.
COMENTÁRIOS BRUCE CAMERON
Vislumbres do nosso Deus - Lição 7 - Senhor do Sábado - (Gênesis 2, Êxodo 20, Deuteronômio 5, Marcos 15)
Introdução: Semana passada nós discutimos que a lei de Deus tem a intenção de ser uma benção para os humanos, não algo para nos fazer tropeçar. Uma grande benção da lei é o Sábado. Quando eu estava na faculdade de Direito, a competição era acirrada. Não havia apenas muito trabalho duro inerente à faculdade de Direito, mas os alunos sabiam que a qualidade de emprego que iriam garantir depois da faculdade dependia da sua classificação na classe. Depois do meu primeiro ano, minha faculdade reagiu à pressão ao não divulgar a classificação da turma! Eu tinha meu próprio porto seguro, o sábado. Nele eu não faria nenhum trabalho escolar – e podia fazer uma pausa sem me sentir culpado! Era maravilhoso. Deus abençoou minha fidelidade e me deu notas excelentes. Vamos mergulhar no nosso estudo da Bíblia e aprender mais sobre o sábado.
I. Marcadores do Sábado
A. Leia Gênesis 2:1-3. Já discutimos esses versos em nosso estudo sobre a santidade de Deus. O que dissemos sobre o sábado ser santo? (Ser santo significava que estava separado dos outros dias. Era abençoado. A santidade vinha de algo que Deus fez, não algo que fizemos).
B. Leia Marcos 2:27. Por que você acha que Deus fez o sábado? (Foi feito para nós. No mínimo, foi feito como um dia de descanso para nós).
C. Leia Êxodo 20:8-11. Que outras razões encontramos para Deus ter feito o sábado santo? (Para celebrar a criação por Deus dos "céus e da terra").
D. Leia Deuteronômio 5:12-15. Que razão encontramos aqui para guardar o sábado? (Deus resgatou Seu povo de um tratamento injusto. Portanto, devemos tratar aqueles sob nosso controle de forma justa dando a eles o sábado).
1. Há razão para acreditar que o sábado foi feito apenas para os judeus? (Não. Foi simplesmente um exemplo de "resgaste". Deus interveio para trazer justiça. Hoje, Deus nos resgata de sermos escravos do pecado e da morte).
II. O Sábado da Grande Final
A. Leia Marcos 15:33-34, Marcos 15:37-39 e Marcos 15:42-43. Em que dia Jesus foi crucificado? (Sexta, antes do sábado).
B. Leia Marcos 16:1-3 e Marcos 16:5-9. Quando Jesus subiu da sepultura? (Domingo).
1. Por que o atraso? Coloque-se no lugar de Deus Pai. Seu Filho acabou de ser torturado até a morte. Antes de Seu Filho morrer Ele disse para Você, "Por que me abandonaste?" Além disso, Seu Filho acabou de vencer a "Grande Final" do universo – Ele derrotou o pecado e trouxe vitória ao Reino. Quanto tempo esperaria para por seus braços ao redor de seu Filho? Quanto tempo esperaria para dizer "Eu não Te abandonei!" (Eu não esperaria! Com certeza, não esperaria).
a. Então, por que Deus fez o que nenhum de nós teria feito? (Deus esperou pela mesma razão que Ele celebrou a criação do mundo no sábado. Ele esperou pela mesma razão que Ele celebrou a libertação de Seu povo do Egito no sábado. Jesus descansou no sábado em celebração do que Ele tinha cumprido!)
III. O Sábado e a Igreja Primitiva
A. Um pioneiro da igreja primitiva, Inácio de Antioquia, em sua carta aos Magnésios 9-10 diz "Se, portanto, aqueles que foram trazidos na antiga ordem das coisas vieram a possuir uma nova esperança, não mais observando o sábado, mas vivendo na observância do dia do Senhor, no qual também nossa vida saltou de novo por Ele e por Sua morte....É um absurdo professar Jesus Cristo, e se judaizar. Pois o cristianismo não abraçou o judaísmo, mas o judaísmo abraçou o cristianismo.
1. Que razão (razões) Inácio dá para adorar no domingo? (A ressurreição de Jesus no domingo. Antagonismo ao judaísmo).
a. Quão populares eram os judeus quando Roma destruiu Jerusalém e o templo no ano 70 d.C.?
b. O judaísmo está em conflito com o cristianismo? (Isso nos dá uma visão muito clara das razões para a antiga guarda do domingo. Isso é baseado em um argumento "lógico" que não é melhor do que a lógica de Jesus descansar no sábado depois de Sua crucifixão. Além disso, há esse lado do ódio popular aos judeus. Até eu me envolver em discussões teológicas sérias com um de meus amigos judeus eu não era educado na íntima relação entre a animosidade diante dos judeus e a rejeição do sábado bíblico. A animosidade perante os judeus (pense em Moisés, Pedro, Paulo) não tem base teológica, e nenhum lugar adequado em nosso pensamento. Jesus veio cumprir, não destruir, as profecias e práticas do Velho Testamento. Mateus 5:17).
B. O imperador romano Constantino em 321 d.C. declarou oficialmente o domingo como novo dia de descanso para o Império. Atualmente estou lendo um livro popular sobre a história de Jerusalém. O livro diz que Constantino tinha dois grandes interesses, o poder do Sol e o cristianismo. Ele gravou algumas moedas com a imagem da cruz e outras com a imagem do Sol. O que isso sugere sobre seu motivo para a adoração no domingo? (Ele queria que os cristãos incorporassem a adoração do Sol em suas práticas religiosas).
1. Alguns cristãos correm por aí dizendo que não prestam atenção no Natal nem na Páscoa pois suas raízes são "pagãs". Eu rejeito esses argumentos devido à importância desses feriados religiosos para os cristãos hoje. Deveríamos ter a mesma atitude sobre a adoração semanal em um domingo sabático? (Essa seria minha atitude se o mandamento bíblico que apenas o sétimo dia foi feito santo por Deus não estivesse muito claro e consistente. Natal e Páscoa nunca foram designados santos na Bíblia, portanto estou livre para afirmar sua atual importância no cristianismo).
IV. O Dia de nosso Senhor
A. Um termo comum para o domingo é chamá-lo de dia do Senhor. Jesus adorou no domingo ou deu qualquer indicação que rejeitava o sábado? Vamos ler Mateus 12:1-2. Se Jesus queria assinalar uma mudança da adoração do sábado para outro dia, essa seria uma ótima oportunidade pra fazê-lo?
B. Leia Mateus 12:3-5. Qual é a suposição básica sobre a santidade do sábado nesses versos? (Ele compara comer o pão da Presença a Seus discípulos comerem no sábado – ambos não são lícitos. Ele compara sacerdotes trabalharem no sábado a Seus discípulos "trabalharem" no sábado. Ele diz que eles "ficam sem culpa", mas não por causa de algum problema com o sábado).
C. Leia Mateus 12:6-8. Por que Davi era inocente, os sacerdotes no templo inocentes, e os discípulos de Jesus inocentes de transgredir o sábado? (Um propósito maior. Davi aparentemente tinha o direito de fazer isso por ser o ungido do Senhor. Os sacerdotes estavam trabalhando para Deus. Jesus era Deus e Seus discípulos estavam com Ele no avanço do Reino de Deus).
1. O que Jesus quer dizer quando diz "desejo misericórdia, não sacrifícios"? (Leia Oséias 6:6. A questão da nossa caminhada com Deus não é sacrificar animais (confessar os pecados), é amar e obedecer a Deus. Os acusadores dos discípulos estavam na presença de Deus, entretanto tinham seus olhos em uma questão menor. Jesus não estava diminuindo a importância do sábado. Ele estava direcionando Seus seguidores para a concentração na coisa importante de qualquer questão).
a. Como os guardadores do sábado aplicariam essa lição hoje?
D. Leia João 9:10-11 e João 9:13-16. (Uma vez tive um membro da classe que condenou fortemente Billy Graham por não guardar o sábado. Essa é a acusação feita por alguns dos fariseus).
E. Leia João 9:35-41. O que Jesus quer dizer quando diz que Ele veio para que os cegos possam ver? (Jesus novamente está falando sobre manter uma perspectiva apropriada do sábado e a natureza de sua importância. Graham converteu centenas de milhares em sua vida. Talvez, mais do que qualquer um, ele foi a face do cristianismo protestante por décadas. O membro da minha classe, que provavelmente não tinha convertido ninguém, não estava concentrado no Reino de Deus. Jesus nos chama para focar na promoção do Reino de Deus).
F. Leia Mateus 12:9-12. Jesus está rejeitando a santidade do sábado? (Não).
1. O que Jesus está dizendo sobre o sábado? (Novamente, Ele está dizendo que devemos ver apropriadamente – uma ferramenta para avançar o Reino de Deus. Curar e ajudar outros é condizente com o sábado).
G. Leia Mateus 12:13-14. Teria importado para o homem se Jesus tivesse esperado até o pôr-do-sol para curá-lo? (Não).
1. Por que Jesus curou no sábado? (Para fazer a demonstração sobre como o sábado deveria ser compreendido).
2. Se Jesus estivesse prestes a abolir o sábado, por que Ele faria esse tipo de esforço para tornar claro como o sábado se encaixa na luta pelo Reino de Deus?
H. Amigo, o sábado é um memorial do que Jesus fez por nós – Ele nos criou, nos resgatou do pecado, morreu por nós e ressuscitou por nós. Nós não devemos nunca deixar de celebrar isso no santo dia que Ele designou e nunca mudou. Mas, devemos também manter uma perspectiva apropriada do sábado no avanço do Reino de Deus. Você irá se comprometer ao sábado hoje como parte de seu trabalho para o avanço do Reino de Deus?
V. Próxima Semana: Cuidando da Criação
Tradução: Tamiris Borges da Silva
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Direito de Cópia de 2012, por Bruce N. Cameron, J.D. Todas as referências das Escrituras são da Bíblia de Estudo na Nova Versão Internacional (NVI), editada em 2003 pela Editora Vida – São Paulo, a menos que indicado de outra forma. As citações da NVI são usadas com permissão. As respostas sugestivas encontram-se entre parênteses. As frases entre chaves { } foram acrescentadas pelo tradutor e não constam no original. Ore pela direção do Espírito Santo enquanto estuda.
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