Estudos da Bíblia: Quarto Trimestre de 2009
Tema geral: O povo a caminho: o livro de Números
Estudo nº 06 – Disposições para o futuro
Semana de 31/10 a 07/11/2009
Comentário auxiliar elaborado pelo prof. Sikberto Renaldo Marks
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Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
"Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia" (I Cor. 10:12)
Verso para memorizar: "Façam tudo sem queixas nem discussões, para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de DEUS inculpáveis no meio de uma geração corrompidas e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no Universo" (Ezeq. 20:18 e 19, NVI).
- Introdução – santo sábado, dia da aliança entre criaturas e o Criador
Situação triste a dos israelitas no cap. 15 de Números. Agora eles estavam de volta ao deserto, de onde há alguns meses tinham saído. De volta para ficarem por 38 anos. Quanto tempo pela frente, e no deserto. E pensar que tudo por uma boba rebeldia, diante da óbvia possibilidade de terem uma pátria. Agora, em lugar de estarem no deserto, poderiam estar lutando sob o poder de DEUS e em plena conquista da terra prometida. Já poderiam ter conquistado Jericó por exemplo.
Mas o que estavam eles fazendo ali no deserto? Estavam ouvindo as palavras de DEUS, dizendo: "quando entrardes na terra que lhes dou..." (Num. 15:2). Isso seria décadas mais para o futuro. Mas DEUS os estava instruindo, com mais leis. Se eles tivessem obedecido, receberiam essas leis, não lá no deserto, mas na terra conquistada. Aquelas palavras: "quando entrarem na terra que lhes dou" deve ter doído em seus corações. Poderiam já estar nessa terra, mas, as palavras eram para quando lá entrarem. E não adiantava eles decidirem ir sem DEUS. Precisavam da nuvem como proteção, do maná, do poder de DEUS para vencer os habitantes de Canaã. Não tinham outra saída senão esperar por 38 anos, no meio do deserto. Como custou cara aquela rebeldia!
Hoje o custo de rebeldia contra DEUS, de desobediência, pode custar muito mais caro ainda. O deserto para nós poderá ser a perda da vida eterna, de ficar nesse mundo, não vagando pelo deserto, mas espalhados pelo chão, durante mil anos...
Não é isso que desejamos, não é mesmo? Que tal o seguinte conselho: antes um pouco cuidadoso demais com as coisas de DEUS do que perder a vida eterna por um pouco de mundanismo. Essa é ou não uma boa idéia?
- Primeiro dia: Gratidão
DEUS passou a se voltar para a juventude de Israel. Aqueles que estavam com mais de 20 anos ao saírem do Egito, e que por mais de dez vezes se rebelaram ao extremo contra DEUS, e que rejeitaram entrar na Terra Prometida, estavam destinados a morte no deserto. Seriam enterrados na arreia, e jamais veriam a pátria prometida a Abraão, Isaque e Jacó, que nela havia peregrinado. Mas os filhos deles sim, esta conquistariam a terra.
Para educar esses filhos, que possuíam no máximo 22 anos, DEUS instituiu um novo tipo de ofertas, as de gratidão. Está em Números 15:1 a 21. Eles poderiam trazer a DEUS, como oferta de manjares, farinha, azeite, cereais, sal, incenso e vinho. De onde obteriam esses ingredientes não se sabe, por certo eram muito raros lá no deserto.
Manjares significava dádiva feita a um superior. Representavam submissão e dependência e reconhecimento da soberania de DEUS, e mordomia pelo que Ele providenciou e dependência de um Superior. Essas ofertas denotam consagração da vida. Significavam que tudo o que possuíam, e até eles mesmos, pertencia ao Senhor e que Ele purificará e guardará o que lhe pertence.
"Descreve-se em Lev 2 e em 6.14 a 23, o cerimonial respectivo à oferta de manjares. Compunha-se de farinha fina, em que se deitava sal, e era amassada com azeite e incenso, mas sem fermento, sendo isto geralmente acompanhado de uma oferta de vinho. Uma porção dessa massa, incluindo todo o incenso, devia ser queimada sobre o altar como 'porção memorial', o resto pertencia ao sacerdote, mas as ofertas de manjares dos próprios sacerdotes deviam ser inteiramente queimadas. Era reconhecida a soberania e a benignidade de Deus, dedicando-se-lhe o melhor dos Seus dons: a farinha, como principal sustento da vida - o azeite, como símbolo de riqueza - e o vinho como símbolo do vigor e da recreação (Sal 104.15). A ausência de fermento e a presença de sal significavam pureza - o incenso santificava aquele especial serviço a Deus. A oferta de manjares fazia parte de várias outras cerimônias, sendo algumas delas de uma importância ainda mais profunda (Êxo 29.1,2,40,41 - Lev 6.20 - 8.2 - 14.20 - Num 6.15 - 8.8 - 28.9,10,11 a 14,20,28 - 29.3 a 16)" (Bíblia On-line).
Agora a nova geração estava sendo preparada para uma vida de reconhecimento da dependência de DEUS, de confiança n'Ele, e inteira consagração a Ele. Nós também temos que ter essa disposição porque estamos diante de dias que serão os mais difíceis de todos os tempos, mas nada que esteja acima de nossa capacidade de suportar nos sobrevirá.
- Segunda-feira: O estrangeiro em sua terra
É uma tendência do ser humano se imaginar superior aos outros. Cada membro de sua religião sempre pensa que está na igreja verdadeira, e que ela é superior às demais. Outros torcem para times de futebol, e jamais aceitam que outros times sejam superiores. A universidade em que estuda é superior. A marca que usa é superior. E assim por diante. Na verdade, esses são artifícios de satanás para enganar as pessoas, e levá-las a destruição completa, já que ele está perdido, leva junto a quantos puder. O marketing hoje faz um esforço de milhões de reais para levar as pessoas a quererem se sentir superiores, por meio de artistas, marcas, produtos, prestígio, etc. E assim se vai a humildade e a simplicidade. Isso tem afetado fortemente o povo de DEUS, que dificilmente se dá conta do perigo, pois são coisas consideradas como não potencialmente perigosas para a vida eterna. Mas são! Os antigos israelitas pesanvam assim. Como eles de fato tinham a verdade, se imaginavam superiores, viam os demais povos como inferiores, não merecedores de consideração. Mas na verdade DEUS os tornou povo eleito não para essa finalidade, e sim, para levarem a verdade sobre a vida que receberam para esses povos, e os conquistarem para DEUS.
Por exemplo, DEUS disse a eles, em Núm. 15:14-16, que o estrangeiro deveria ter o direito de oferecer sacrifício do mesmo modo como eles, e nesse caso, deveria cumprir os mesmos estatutos que eles receberam. Ou seja, não deveria haver nem judeu nem grego, como diz Gál. 3:26 a 29, pois todos deveriam ser um em CRISTO.
Assim também, na inspirada oração de Salomão, este disse que tanto o israelita quanto pessoas de outros povos, se orassem a DEUS, esta oração seria atendida, e que o pecado seria perdoado. A sabedoria de Salomão está retratada na lembrança de que eles, israelitas, também foram estrangeiros no Egito, e seu clamor foi atendido por DEUS (I reis 8:41-43).
Esse é um princípio para nós hoje. Se nos foi dada a incumbência de irmos ao mundo todo e anunciar o evangelho da segunda vinda de CRISTO e da adoração ao que criou, então devemos, com sabedoria, sair de nossos locais de adoração e ir até as pessoas do mundo para levar a elas esse evangelho. Como JESUS mesmo disse, devemos estar no mundo, mas não ser do mundo, como CRISTO também não é do mundo. DEUS quer nos guardar do mal, quer nos santificar na verdade (separar do mundo) (João 17:14 a 17). Ou seja, devemos nos misturar com as pessoas do mundo para atraí-las, mas não praticar o que elas praticam. Nisso reside uma incoerência, que muitos dos nossos irmãos, inclusive muitos líderes tropeçam. A incoerência é: como atrair pessoas do mundo sem ser como são as pessoas do mundo? De fato, tal coisa é quase impossível. Prova é que igrejas mundanizadas, que fazem shows, facilmente atraem multidões, pois o mundo corre atrás de shows.
Mas a exortação é que, embora estando no mundo, não sejamos dele, não pertençamos a ele, e sim, que nos mantenhamos santos, isto é, separados do mundo. E ainda assim, sendo sábios e poderosos em atrair pessoas do mundo para o Reino de DEUS. E como romper com a incoerência? Isso é até bem simples: com o poder do ESPÍRITO SANTO. É o que está faltando em muitos esforços missionários.
- Terça-feira: Pecados de ignorância
DEUS não leva em consideração os tempos de ignorância (Atos 17:30) estes perecerão sem lei, sem serem julgados, pois pecaram sem saber que era pecado (ROM. 2:12). No tempo em que os israelitas vagavam no deserto tiveram que aprender muitas coisas novas. Eles foram fortemente influenciados pela cultura egípcia. A cultura é algo em extremo perigoso. Em nossos dias também estamos inseridos em culturas diferentes, depende do país e da região. As culturas desses últimos dias são agregam a maior degeneração desde que há por aqui ser humano. Há hoje uma crescente prática entre nós de sermos mais parecidos com a cultura do mundo, e assim melhor nos identificarmos com aqueles que desejamos salvar. Esse é um tremendo engano. É a tentativa de substituir o poder do ESPÍRITO SANTO por métodos humanos. A esse respeito anexamos três elucidativas citações de EGW:
Vemos, portanto, que pode ser obtido o mais alto grau de educação terrestre, sendo todavia os seus possuidores ignorantes dos princípios fundamentais que os tornariam súditos do reino de Deus. A cultura humana não pode habilitar as pessoas para esse reino. Os súditos do reino de Cristo não se tornam assim por meio de formas e cerimônias e pelo dilatado estudo de livros. "E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste." João 17:3. Os membros do reino de Cristo são membros de Seu corpo, do qual Ele mesmo é a cabeça. São os filhos eleitos de Deus, "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz." (I Ped. 2:9), a fim de proclamarem as virtudes dAquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. (Fundamentos da educação cristã, 413)
"Mas, minha querida irmã, estamos nos aproximando do fim do tempo, e o que precisamos agora é não nos ajustarmos aos gostos e práticas do mundo, mas à mente de Deus; é ver o que dizem as Escrituras, e então andar segundo a luz que Deus nos deu. Nossas inclinações, nossos costumes e práticas não devem ter a preferência. A Palavra de Deus é nossa norma" (Conselhos sobre educação, 110).
"Cristãos acham-se constantemente procurando imitar as práticas dos que adoram o deus deste mundo. Muitos insistem em que, unindo-se aos mundanos e conformando-se aos seus costumes, poderiam exercer uma influência mais forte sobre os ímpios. Mas todos os que adotam tal método de proceder, separam-se desta maneira da Fonte de sua força. Tornando-se amigos do mundo, são inimigos de Deus" (Patriarcas e Profetas, pág. 607).
Esse tipo de erro os antigos israelitas cometeram em seu tempo. Se formos realmente inteligentes, não cometeremos tal erro outra vez. Lá facilmente cometiam o erro de comportar-se conforme a cultura egípcia porque nasceram em meio a escravidão, e estavam sem instruções seguras sobre o que requeria a vontade de DEUS e o que exigia a cultura do Egito. Mas hoje não temos desculpa para cometer erros parecidos imitando o mundo, pois temos toda a história passada para nos ensinar, temos a Bíblia e temos os escritos do Espírito de Profecia.
Os pecados cometidos por ignorância também precisavam de intercessão, requeriam derramamento de sangue, e precisavam ser perdoados. Interessante é que nesse caso o perdão era mais fácil. E é simples entender a razão, que está no próprio pecador: para quem erra por ignorância é bem mais fácil se arrepender do que quem erra sabendo ou repetindo o erro, pois este último pode chegar a uma situação de acariciar o seu pecado. Quanto mais se torna familiarizado com o pecado, mais difícil é 'querer' largar dele.
Outro ponto importante é que, em caso desse tipo de pecado, toda a congregação oferecia sacrifício. Isto quer dizer que somos todos responsáveis pela ignorância das pessoas que fazem parte de nossa igreja, devemo-nos ensinar uns aos outros para que erremos menos. Somos todos guardiões uns dos outros, e esse é um conceito bem frágil em nosso meio. Ainda precisamos crescer muito para que tenhamos tal unidade a ponto de nos sentirmos responsáveis pelo nosso próximo.
- Quarta-feira: Pecados de desafio
Foi achado um sujeito, em dia de sábado, apanhando lenha. Por ordem de DEUS o povo o apedrejou até a morte. DEUS não foi muito duro nessa punição?
Vejamos melhor os fatos, e então tiremos uma conclusão.
Fazia pouco tempo, talvez uns poucos dias, que acontecera a rebelião contra a entrada em Canaã. Porque o povo dera ouvidos a dez homens fofoqueiros, que deixaram de lado todas as provas do poder de DEUS, e que insuflaram a todo o povo, houve uma tremenda rebelião que, não fosse o perdão de DEUS, teriam sido mortos ali mesmo, no deserto, às portas de Canaã. Afinal, não foi o que pediram? Eles não estavam preferindo ter morrido no Egito do que entrar em Canaã? Não queriam voltar atrás? Se seus sentimentos e rebelião fossem atendidos, esta seria uma nação eliminada da face da Terra, mas DEUS teve mais um pouco de paciência, e deixou que os mais revoltosos morressem aos poucos, no deserto, permitindo assim mais uma chance a seus filhos. Agora veja só como o mal no coração de uma ou de umas poucas pessoas pode causar estrago. Dez homens mal intencionados, com espírito rebelde no coração influenciaram toda a congregação para a morte. Cuidado, que tal coisa acontece ainda hoje, veremos um pouco mais adiante. Acontece sim, mas por estratégia um pouco diferente.
Mas o que aconteceu poucos dias após essa tragédia?
Um homem, rebelde, furioso com a não entrada em Canaã, resolveu se rebelar ainda mais. Esse homem fora um dos que gritaram contra Moisés e contra DEUS, de punhos erguidos e agitados, saudoso do Egito. Em sua raiva, decidiu deliberadamente fazer um ato consciente e ofensivo contra DEUS e Sua Lei. Em dia de sábado saiu para recolher lenha. Não fez isso por ingenuidade, mas por uma atitude como quem diz: 'viu Sr. DEUS, estou furioso contigo e aqui o demonstro desprezando a Tua Lei'. Mais uma vez tal ato logo levaria a outros mais a realizarem atos de rebelião, pois para o mal todos nós sofremos facilmente influência. Nessa situação foi que DEUS tomou a decisão dura que está relatada em Números 15:30 a 36.
Vejamos um pouco sob a ótica de DEUS. Por bem pouco a nação toda não foi eliminada há alguns dias antes. Isso foi por bem pouco mesmo, por dramática intercessão de Moisés. Mal escaparam desse castigo definitivo, pois DEUS resolvera que iriam morrer aos poucos no deserto, novamente se levanta uma rebelião que, se não são tomadas as devidas providências, dessa vez sim, levaria a outra rebelião em massa, e certamente a eliminação de todo aquele povo. Para que isso não acontecesse, o germe, o princípio da rebelião foi eliminado com urgência. E todo o povo teve que participar para que soubessem do que estavam sendo libertos. E mais, para que aprendessem que a rebelião, seja de dez, seja de um só, facilmente afeta a congregação toda. E mais ainda, para que se dessem conta que uma congregação é um sistema, ou seja, todos deveria zelar pelo bem de todos. Afinal, ou estão todos interessados na salvação, ou, se houver algum inimigo infiltrado, combatendo o povo de DEUS, esse inimigo precisa ser repelido por todos. Ou ainda, se uns poucos simpatizam com um inimigo, isso pode influenciar a todos, e colocar tudo a perder. Um exemplo ilustrativo foi a gripe "A", que tivemos nesse inverno. Um só afetado que viesse ao Brasil poderia transmitir o vírus a muitos, e levar muita gente à morte. Por isso as autoridades tiveram um cuidado que parecia exagerado.
Veja agora o que Ellen G. White escreveu a respeito desse caso. "Logo depois da volta ao deserto, ocorreu um caso de violação do sábado, sob circunstâncias que o tornavam de uma culpabilidade peculiar. O anúncio do Senhor de que deserdaria Israel, despertara um espírito de rebelião. Alguém do povo, irado por ser / excluído de Canaã, e decidido a mostrar seu desafio à lei de Deus, atreveu-se a uma transgressão declarada do quarto mandamento, indo apanhar lenha no sábado. Durante a permanência no deserto fora estritamente proibido acender fogo no sétimo dia. A proibição não se estendia à terra de Canaã, onde muitas vezes a inclemência do clima tornaria necessário o fogo; mas no deserto o fogo não era necessário para aquecer. O ato deste homem foi uma violação voluntária e deliberada do quarto mandamento - pecado este não cometido por inadvertência ou ignorância, mas por presunção" (Patriarcas e Profetas, 408 e 409).
Então, DEUS exagerou na dose nessa punição? Não, Ele viu-Se obrigado a uma providência para salvar o povo todo daquilo que seria o desastre mais lamentável da história do povo de DEUS nesses seis mil anos.
Será que temos que aplicar esse fato para os nossos dias, hoje? Seria bom não é mesmo? Veja bem, todos nós influenciamos e somos influenciados. Em lição passada já disse que a IASD é severamente combatida por inimigos de fora, e inimigos de dentro. O modo como falamos, como negociamos, como nos alimentamos, como nos vestimos, como nos adornamos, como nos divertimos, como nos informamos, como passamos os momentos de lazer, como vivemos em família, como testemunhamos em todos os momentos, e muitos etc., pode servir como incentivo a outros serem fiéis a DEUS, ou a serem rebeldes a DEUS. Essa é hoje uma das principais armas de satanás contra a igreja, utilizar membros dela para influenciar a outros membros. Nada como ler no Espírito de Profecia sobre esse ponto. "Por meio daqueles que têm uma forma de piedade, mas não lhe conhecem o poder, podemos ganhar muitos que de outra maneira nos causariam grande mal. Os mais amantes dos prazeres do que amantes de Deus, serão os nossos mais eficientes auxiliares. Os que pertencem a essa classe, forem mais aptos e inteligentes, servirão de chamariz para atrair outros para as nossas ciladas. Muitos não lhes temerão a influência, porque professam a mesma fé. Levá-los-emos então a concluir que as reivindicações de Cristo são menos estritas do que uma vez creram, e que pela conformação com o mundo exercerão maior influência sobre os mundanos. Assim se separarão de Cristo; então não terão forças para resistir ao nosso poder, e dentro de pouco tempo estarão prontos para ridicularizar o seu antigo zelo e devoção" (Testemunhos para ministros e obreiros evangélicos, 474, destaques foram acrescentados).
Ainda um último alerta para meditarmos. Os do povo de DEUS certamente não se perderão por grandes pecados, mas por pequenos. Tanto pecados grandes como pequenos levam ao mesmo destino. Os pequenos tem a vantagem (para satanás) de não serem tão temidos, nem de provocarem preocupação. Assim, nossas atuais rebeliões estão sendo por meio de pequenas coisas, que tal como as grandes, levam ao mesmo destino: morte eterna.
Após esse estudo, quem ler o Salmo 95 terá uma surpresa!
- Quinta-feira: Borlas azuis
DEUS deu uma ordem aos israelitas, que eles prendessem nos quatro cantos de suas roupas borlas, uma em cada canto. É de lembrar que naquele tempo as pessoas se vestiam de mantos, hoje são vestes nas quais nós entramos, mas naquele tempo se enrolavam (cingiam) em grandes mantos. E mantos sempre tem quatro cantos. Cada canto devia ter uma borla.
O que eram essas borlas? Consistiam de bolas da qual pediam fios de seda, ou algodão, ou até de prata ou de outro. Na outra extremidade da bola havia um cordel para prender a borla onde desejasse. Portanto, a borla poderia ser retirada para lavar as peças em separado. Uma borla, portanto, era uma espécie de franja redonda.
E qual foi o motivo para DEUS dar tal ordem?
Foi para que, vendo as borlas, se acostumassem de lembrar de DEUS, de Seus mandamentos, de obedecer a esses mandamentos, de serem santos a DEUS e de não seguir seus desejos e inclinações carnais nem de seguir a outros deuses dos pagãos.
Nós hoje podemos seguir o exemplo dos israelitas. Não precisamos usar borlas, mas cada servo de DEUS pode, criativamente, desenvolver seus métodos para mais facilmente se lembrar de que é um servo de DEUS.
Anos atrás, quando em nossa família passamos por grande provação que durou dois anos e oito meses, levava no bolso um pequeno cartão, uma espécie de grade horária. Ali anotava com um "x" as orações que fazia de hora em hora, até que obtivemos a vitória. Hoje tenho alguns memoriais para não esquecer de DEUS e de orar a Ele, e de sempre lembrar de ser fiel a Ele. Por exemplo, quando estou em aula, num papelzinho simplesmente desenho a letra "D", em tamanho grande para ver facilmente. Essa letra quer dizer DEUS. E é incrível, sempre que vejo essa letra, lembro d'Ele, e geralmente faço, ali mesmo, em pensamento, uma oração. E assim tenho vários esquemas para não esquecer de DEUS. Bem, hoje estudando essa lição, finalmente descobri a razão daquelas borlas entre os israelitas. De fato, nós somos seres bem degenerados, esquecemos facilmente, portanto, precisamos inventar formas de lembretes de que somos cidadãos de outra cultura, que não é dessa terra. Seja criativo(a), invente seus modos de lembrar de DEUS, e de ser fiel a Ele.
Aproveito para me abrir mais aos meus leitores. Muitos enviam correspondência fazendo perguntas no campo teológico. Grande parte não sei responder. Na verdade sou apenas um professor de uma Universidade secular, no curso de Administração de Empresas. Nem mesmo teólogo sou. Portanto, além desses estudos da lição, sou um "zero à esquerda", como todos leigos também são. Apenas com uma pequena diferença, estudo com amor e alguma profundidade as profecias bíblicas, já há décadas, pois amo esse assunto, e sou ligado a qualquer tema bem fundamentado relacionado com a volta de JESUS. Sou por demais ansioso por esse dia. O que aqui escrevo é mais fruto de oração e estudo do que de formação. Para cada lição e comentário que escrevo, primeiro tenho eu mesmo que estudar e aprender, só depois o comentário é escrito. Ao redigir, DEUS está ao meu lado, é então que aprendo coisas que antes nem sabia, mas quero deixar bem claro que não sou profeta. O que faço qualquer pessoa desse mundo pode fazer. É só orar a DEUS para que o torne uma pessoa humilde. Aliás, conclamo aos milhares de jovens, gente ainda menos afetada pelo pecado que eu já fui, para que busquem em DEUS a humildade, se entreguem a Ele, e deixem que Ele faça o resto. Pecadores continuaremos sendo, mas cada dia menos propensos ao mal. Portanto, para esses comentários, primeiro preciso aprender do estudo da lição (e algumas outras pesquisas quando necessário), e depois escrever um comentário de forma simples que todos entendam, buscando aplicar o conhecimento em nossa vida hoje, que sem isso, de que adiantam esses estudos todos?
Muitos acham meus comentários duros. Não vêem nisso como sendo algo negativo, mas positivo. Na verdade não são duros, são apenas realistas. Sou muito apegado a Elias, João Batista e Ellen G. White. Esses três fizeram um trabalho similar em épocas diferentes. Todos eles pareciam ser duros, mas apenas foram realistas. E no ambiente liberal em que vivemos, ser realista parece durão. Mas isso não é verdade, temos que pregar a salvação com todas as letras, não apenas com aquelas palavras que não ofendem as pessoas que vão se perdendo, pois tais palavras também não salvam ninguém. Aliás, o pregador que age assim, ele pode ter uma certeza, ele mesmo também se perderá. Uma forma extremamente sutil de enganar é pregar a verdade, mas não toda a verdade, apenas a parte boa e suave. Por exemplo pregar sobre a volta de JESUS, mas sobre a preparação, apenas dizer que ela é necessária e que Ele vem. Pregar assim é enganar mais poderosamente que sofismar pela santificação do domingo. Temos que ser honestos, tanto no que fazemos quanto o que ensinamos.
Há uma regrinha que tento seguir a risca: tudo o que descubro da parte da Bíblia, e que requer mudança em minha vida, não espero para o dia seguinte, mudo na hora. Essa história de deixar para mais tarde é uma prática que só serve para fazer nunca. Em se tratando de vida eterna não se brinca. Imagine perder a vida eterna só porque deixou para amanhã uma pequeno detalhe que o desaprova para a vida eterna? O que podemos ter nessa Terra, se é bom, vale pouco, se é ruim, vale nada. O que nos aguarda, em poucos anos, vale tudo, e agora nem podemos fazer idéia de como será. Sejamos todos pessoas simples e humildes, que em breve nos encontraremos lá!
Tudo bem, mas não esqueçam das borlas...
- Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Há três testemunhos que todos aqueles que querem ser salvos devem dar: A DEUS, ao próximo e a si mesmos.
Antes de explorarmos um pouco esse tema, o que é testemunho no contexto desse estudo? Refere-se a demonstração ou prova de vida. Significa aquilo que DEUS percebe em nosso modo de ser, o que os nossos semelhantes percebem e o que nós mesmos percebemos em nós.
Então vamos entender essa questão importante. Esses três testemunhos necessariamente devem ser coerentes entre si. Um não pode ser diferente do outro. Vamos a um exemplo, muito comum aqui no sul. O gaúcho gosta muito de chimarrão. Na Universidade onde trabalho, em todas as reuniões o chimarrão passa de mão e mão. Na verdade nunca tomei um gole dessa bebida que vicia e é uma droga, pois afeta o sistema nervoso central, causando dependência, entre outros problemas. Pois bem, não são poucos os casos em que, o pastor vindo à uma casa para visitar os irmãos, a cuia e a bomba de onde bebem o chimarrão é atirada pela janela, ou escondida em algum lugar, mas esquecem a erva bem à vista do pastor. Fica uma cena hilariante. Essa é uma tentativa de dar bom testemunho ao pastor, mas não a DEUS nem a si mesmos. Quando em acampamentos uma barraca está totalmente fechada, e se ouve pessoas falando lá dentro, é certo que está em andamento uma rodada de chimarrão. Isso é testemunho incompleto. Ou seja, se queremos parecer corretos perante os homens, mas esquecemos de que também devemos ser corretos perante DEUS e para nós mesmos, então estamos nos enganando, enganando a DEUS, e nos desqualificando para a vida eterna.
Os seres humanos geralmente preocupam-se com sua reputação perante outros seres humanos, e só isso. Às vezes um respeitável ancião que tem seus pecados ocultos, é respeitável perante os homens, mas não perante DEUS, nem perante ele mesmo. Assim há muitas pessoas.
Portanto, vamos aprender uma coisa aqui por demais importante. Em primeiro lugar, não há como escapar dos três testemunhos, sempre estamos testemunhando nesses três níveis. E o que demonstramos deve ser coerente em todos eles.
Por exemplo, aquilo que pensamos, pode não ser visto por pessoa alguma, mas DEUS sabe e nós também. Aquilo que fazemos em secreto, só é visto por DEUS e por nós. Portanto, o testemunho mais importante é aquele que aqui na Terra só nós conhecemos. Se esse testemunho for aprovado por DEUS, que também tem o conhecimento do que se passa, então jamais teremos necessidade de esconder algo de nossos semelhantes.
escrito entre: 23/09/2009 a 02/10/009 - revisado em 02/10/2009
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos.