Estudos da Bíblia: Quarto Trimestre de 2009
Tema geral: O povo a caminho: o livro de Números
Estudo nº 10 – A "loucura" do profeta
Semana de 28/11 a 05/12/2009
Comentário auxiliar elaborado pelo prof. Sikberto Renaldo Marks
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Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
"Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia" (I Cor. 10:12)
Verso para memorizar: "Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviam-se da fé e se atormentam com muitos sofrimentos" (I TIM. 6:10, NVI).
- Introdução – santo sábado, dia da aliança entre criaturas e o Criador
O povo de DEUS, saído do Egito, até poderia apresentar uma desculpa para o seu modo incoerente de agir: foram escravos, nasceram na escravidão, não tinham aprendido o senso de liberdade e nunca aprenderam a capacidade de serem criativos. Portanto, a este povo se deve dar um desconto quanto ao seu comportamento, e DEUS deve ter pensado assim, pois Ele realmente foi paciente com eles. Mas, o que se pode dizer da atitude de Balaão?
Este homem fora um conhecido profeta de DEUS, morava na Mesopotâmia. Mas era ambicioso, e cedeu ao poder do deus deste século, o dinheiro. "O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos" (II Cor. 4:4). Ele tornou-se, em vez de profeta, um mago, encantador, parece que possuía poderes sobrenaturais e com isso ganhava dinheiro. No entanto, ainda continuava se apresentando como profeta do Senhor.
Quando o povo de Israel chegara à sua pátria, Balaque, rei dos moabitas, tremeu de medo. Lembrou-se de Balaão, muito famoso, e mandou uns mensageiros com muita riqueza para seduzir Balaão contra o povo de DEUS. Enviou uma mensagem lisonjeira, que afetou o orgulho de Balaão, dizendo: "A quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado" (Núm. 22:6). O 'profeta' "Avidamente aceitou os tesouros oferecidos, e então, ao mesmo tempo em que professava obediência estrita à vontade de Deus, procurou satisfazer os desejos de Balaque." (Patriarcas e Profetas, 439). Mas, ficou de consultar a DEUS, pois ainda tinha alguma relação dos seus tempos de profeta, e à noite o anjo do Senhor veio a Balaão, com esta mensagem: "Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto bendito é" (Núm. 22:12).
Balaão ficou chateado com DEUS. No outro dia referiu-se a proibição de DEUS com palavras zangadas, dizendo: "Ide à vossa terra, porque o Senhor recusa deixar-me ir convosco" (Núm. 22:13). Ou seja, ele disso algo assim: bem que eu queria ir, mas o Senhor não deixa.
Balaque pensou que Balaão estava querendo negociar, pois era assim que ele mesmo fazia. Então mandou outros emissários, mais nobres, com muito mais riquezas. Balaque mandou dizer: "Rogo-te que não te demores em vir a mim, porque grandemente te honrarei, e farei tudo o que me disseres; vem pois, rogo-te, amaldiçoa-me este povo" (Núm. 22:16 e 17).
Balaão parece que até ficou satisfeito em não ter ido da primeira vez, pois agora o lucro seria bem maior, e disse que eles aguardassem até o outro dia, pois consultaria outra vez a DEUS. Mas para que consultar a DEUS, pois ele já sabia a Sua vontade? Com DEUS não se brinca quando já sabemos qual a posição d'Ele. Esperava que DEUS mudasse de idéia (como se tal pudesse acontecer)? DEUS respondeu dizendo: "Se aqueles homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás o que Eu te disser" (Núm. 22:20). Balaão ficou feliz, era só esperar pela manhã e ir com eles. Ao seu ver, toda aquela riqueza estava em suas mãos, sem falar nas honras e homenagens. Todavia, teria que amaldiçoar o povo de DEUS. Era isto razoável?
Pela manhã levantando-se Balaão, eis que os emissários já se foram. Esse era o sinal de que não deveria ir com eles, pois DEUS lhe havia dito "se aqueles homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles..." mas eles não o chamaram, foram embora. "Balaão recebera permissão de ir com os mensageiros de Moabe, se viessem pela manhã chamá-lo. Mas, contrariados com sua demora, e esperando nova recusa, partiram em viagem para seu país sem mais consulta com ele. Toda a desculpa para condescender com o pedido de Balaque fora agora removida. Mas Balaão estava decidido a obter a recompensa; e, tomando o animal em que estava habituado a viajar, pôs-se a caminho. Temia que mesmo agora a permissão divina fosse retirada, e avançou ansiosamente, inquieto e receoso de que de alguma maneira deixasse de ganhar a cobiçada recompensa" (Patriarcas e Profetas, 441).
"Há na atualidade milhares que estão seguindo uma conduta semelhante. Não teriam dificuldade em compreender seu dever se este estivesse em harmonia com suas inclinações. Acha-se na Bíblia claramente posto diante deles, ou é evidentemente indicado pelas circunstâncias ou pela razão. Mas porque tais evidências são contrárias aos seus desejos e inclinações, freqüentemente as põem de lado, e ousam ir a Deus para saberem o seu dever. Aparentemente com grande consciência, oram demorada e fervorosamente rogando luz. Mas com Deus não se brinca. Ele muitas vezes permite que tais pessoas sigam seus desejos, e sofram o resultado. "O Meu povo não quis ouvir a Minha voz. ... Pelo que Eu os entreguei aos desejos dos seus corações, e andaram segundo os seus próprios conselhos." Sal. 81:11 e 12. Quando alguém vê claramente o dever, não tome a liberdade de ir a Deus com oração para que possa ser dispensado de o cumprir. Antes, deve com espírito humilde e submisso, rogar força e sabedoria divinas para satisfazer as exigências desse dever" (Patriarcas e Profetas, 440 e 441).
E lá foi Balaão atrás dos emissários de Balaque. Ainda assim DEUS tentara evitar o desastre na vida do decadente profeta, e por três vezes um anjo impediu que avançasse pelo caminho, tendo também por três vezes Balaão espancado sua jumenta. Então DEUS deu mais uma oportunidade a esse homem para voltar atrás e renunciar suas ambições e desejos carnais. A jumenta falou. E o anjo explicou a Balaão: "Por que já três vezes espancaste a tua jumenta? Eis que eu saí para ser teu adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim. Porém a jumenta me viu, e já três vezes se desviou de diante de mim; se ela se não desviara de diante de mim, na verdade que eu agora te tivera matado, e a ela deixara com vida" (Núm. 22:29-33).
Então Balaão foi autorizado a ir com aqueles homens, MAS, só falaria o que DEUS lhe fizesse falar. Ou seja, já que Balaão queria mesmo ir, seria humilhado até mesmo diante de Balaque, pois em vez de amaldiçoar o povo de DEUS, o abençoaria por três vezes (tantas vzes quantas a jumenta se desviara do anjo). Mas a vingança de Balaão seria terrível. Ele aconselhou (Números 31:16; Apocalipse 2:14; Judas 11; 2 Pedro 2:15) que Balaque conquistasse aquele povo por meio da sedução, das festas e do sexo e da prostituição carnal e espiritual. Isso deu certo. Sobre essa questão, veja nesse comentário na parte de quinta-feira.
- Primeiro dia: Um rei temeroso e iludido
Balaque, rei de Moabe, tinha razões para temer. Moabe, ao lado dos Amonitas, era um dos filhos de Ló, parente de Abraão. Tinham uma origem comum, tanto de parentesco quanto de adoração. No entanto, os moabitas renderam-se aos povos da região e passaram a adorar ídolos. Porém, se o rei deles fosse mais sábio do que realmente era, ele teria pensado numa outra estratégia diante de um povo que ele sabia que não conseguiria derrotar. Ele teria feito todo o seu povo retornar ao DEUS invencível dos seus parentes israelitas.
Quais foram os motivos de Balaque para temer os israelitas? Aqui vai uma lista dos principais, entre outros:
ð Israel era um povo mais numeroso que Moabe, portanto, mais forte para a guerra;
ð Haviam saído do Egito, uma das poderosas nações daqueles tempos, e os egípcios sofreram ao pó com Israel, e deram graças que eles saíram, pois senão seriam destruídos pelo DEUS de Israel;
ð Era uma nação onde aconteciam coisas espantosas, como passar pelo Mar Vermelho, receber comida em pleno deserto, ter um DEUS que fala a ponto de fazer tremer montanhas;
ð Israel já havia derrotado a quem se metesse em seu caminho, nações poderosas e guerreiras foram dizimadas a ponto de não sobrar uma única pessoa;
ð Decerto sabiam que o DEUS de Israel os estava fazendo ir a Canaã para ali se estabelecerem, portanto, o problema era o poder dos guerreiros de Israel e acima deles, o poder do DEUS de Israel.
Então Balaque reuniu o seu conselho de estrategistas, que todo rei sempre dispõe. A questão era como elaborar uma estratégia de guerra pela qual pudessem vencer Israel, mais poderosos que eles. Os astutos estrategistas elaboraram um plano que parecia ótimo, mas na verdade se mostraria um tremendo fracasso. Eles lembraram de Balaão, um profeta do Senhor, do mesmo DEUS que guiava Israel. Esse Balaão era famoso por seus encantamentos, pelos sinais de poder. É de se crer que ele já não era mais profeta do Senhor, ou que estivesse em transição para submissão ao egoísmo de poder e de fama, bem como de riqueza. Porém, DEUS ainda falava por meio dele. Sim porque, imagine se naqueles dias, em lugar de Balaão fosse Elias. Jamais Balaque chamaria para seus interesses alguém como Elias, e se o tentasse, no mínimo receberia uma tremenda repreensão.
Então agora vejamos a possível estratégia de Balaque. Vamos por pontos:
ð Como Israel era um povo mais poderoso que Moabe;
ð Como o DEUS de Israel era mais poderoso que os deuses de Moabe
ð A estratégia era tentar enfraquecer Israel por meio de maldição para depois enfrentá-lo com o exército de Moabe e derrotar Israel definitivamente.
ð Mas parece que os estrategistas de Balaque perceberam que a maldição não teria poder suficiente se fosse feito por meio dos deuses deles, quem sabe eles mesmos nem confiassem muito em seus deuses, afinal, os deuses dos povos derrotados por Israel não serviram de nada;
ð Então, atenção!, Balaque se lembrou de Balaão, que era profeta do mesmo DEUS de Israel, no entanto, a fama que ele tinha servia aos interesses dos moabitas. Aqui temos uma advertência: ou somos cristãos fiéis, ou, poderemos na verdade ser úteis ao inimigo. É isso que vai acontecer no final da história de pecado, aliás, já está acontecendo. Dentro da igreja verdadeira tem hoje muitos Balaões, que sendo do povo de DEUS, na verdade servem aos interesses do inimigo desse povo. Assim como Balaque estava apavorado pela iminência dos israelitas se apossarem de Canaã, do mesmo modo satanás está hoje apavorado porque já o povo adventista começou o reavivamento e já começou a pregar com crescente poder a última mensagem angélica. É certo que, como fez Balaque (sob orientação de satanás) hoje o inimigo faz o mesmo, arregimentar pessoas de dentro da igreja para combatê-la. Já muitas vezes nos referimos a essa estratégia e ainda muitas vezes falaremos a esse respeito);
ð Balaque e seus grandes, por certo imaginavam que só um DEUS igual ao que conduzia Israel para amaldiçoar Israel, portanto, esse Balaão servia bem aos interesses de Balaque;
ð Mas na ingenuidade de Balaque, ou em seu desespero, algo ele não considerou que esse DEUS não se dobraria perante um homem, ou seja, jamais O DEUS de Israel, um Ser perfeito, faria o que fazem (supostamente) os deuses pagãos, de se moldarem aos desejos dos seres humanos;
ð Balaque tentou comprar os préstimos de Balaão, mas, o que ele poderia fazer para comprar o favor de DEUS? Absolutamente nada, de modo que a estratégia estava fadada ao fracasso desde o início.
A pergunta que Balaque não fez, mas que nós devemos sempre ter em mente é: quem poderá lutar contra DEUS? Outra pergunta: quem poderá lutar contra o povo de DEUS, e se sair vitorioso? Lutar contra o povo de DEUS é o mesmo que lutar contra DEUS, não há a mínima chance de vitória. Isso significa dizer que, nesses últimos dias, o povo de DEUS será atacado como Israel foi, com estratégias muito criativas e astutas, como veremos no estudo da lição da próxima semana. Esse será um estudo de fazer tremer as nossas bases.
- Segunda-feira: Balaão
Balaão é um mau exemplo. Está na Bíblia como algo a ser evitado. Vamos descrever seu caráter em poucas palavras, baseados no Espírito de Profecia. Ele já fora um profeta, continuava ligado a DEUS, mas ao mesmo tempo, era ganancioso e dado a cobiça. Era suscetível às honras e gostava de recompensas, principalmente sendo em riquezas.
Mas comparemos esse perfil com o de Elizeu. Homem simples e fiel a DEUS em tudo. Não aceitava honras. No caso de Naamã, que veio para pedir a cura da lepra, e trouxe honras (havia um séquito de pessoas importantes com ele) Elizeu nem mesmo o avistou, e dispensou os presentes. Ele ajudou o leproso, mas nem um resquício de ambição pelas recompensas. Naamã era um profeta de DEUS, e seu sustento vinha de DEUS, não precisava de mais ganhos. Assim também, quem prega, e já recebe seu sustendo como ministro, quando em atividade fora de suas incumbências normais, deveria só cobrar as despesas extras, jamais cobrar uma receita extra.
Balaão cometeu um erro na primeira visita dos emissários de Balaque e outro erro na segunda visita. Ele bem sabia que não deveria aceitar amaldiçoar o povo de DEUS. Façamos uma comparação. Se lhe oferecessem, digamos, um milhão de reais (ou o equivalente a outra moeda), com pagamento adiantado, para orar contra a igreja adventista, você aceitaria? Ou você diria assim, esperem aí até amanhã, pois vou orar a meu DEUS e perguntar a Ele se posso fazer isto. O que você acha de quem hoje agisse assim? Você o indicaria para ser o primeiro ancião em sua igreja? O que fazer com alguém assim? Nem precisa pensar muito para responder, não é mesmo?
Pois bem, e se na segunda visita deles, viessem, e dessa vez oferecessem um bilhão de reais, você diria como Balaão: esperem mais esta noite, e consultarei ao Senhor para ver se Ele me autoriza amaldiçoar os adventistas do sétimo dia?
Pensa bem, se da primeira vez o Senhor já disse que não, que tem que consultar segunda vez? Aliás, por que consultou na primeira visita, não é óbvio a um que pertence ao povo de DEUS, que não deve amaldiçoar a esse povo, a quem pertence (pois a maldição cairia também sobre você mesmo, pois pertence ao povo que estaria amaldiçoando)?
Veja agora o seguinte: os mensageiros entenderam facilmente qual seria a resposta de DEUS. Eles até foram embora.
E o que você faria? DEUS havia dito que poderia ir com eles (mas só falaria o que DEUS mandasse) se eles no dia seguinte o convidassem outra vez. Mas eles não convidaram. Nesse caso, o que você, como adventista do sétimo dia, faria? Pegaria o seu carro e sairia para alcançá-los? Ora, já não está mais que comprovado que não deve ir com eles, nem amaldiçoar a sua própria igreja? Então, porque, sendo um Balaão moderno, foi atrás dos inimigos da igreja? Por que fala mal da igreja? Por que milita contra ela? Quer ganhar o que com isso? Escrevo essas linhas para os muitos servos de DEUS que pensam ajudar a igreja enquanto a estão a combater! Desses, os mais perigosos são os que a combatem de dentro dela, como insisto em dizer, aqueles que introduzem fogo estranho na igreja. Esses são os Balaões modernos, que a amaldiçoam enquanto ao mesmo tempo dizem "amém" (não que isso não deva ser dito), e se parecem cordeiros de DEUS.
O que afinal Balaão queria? Vejam só, ele queria ganhar aquele dinheiro todo, queria aquelas horas, e ao mesmo tempo, não queria ficar mal com DEUS. É isso viável? Dá para conseguir as honras do mundo e ao mesmo tempo também obter a salvação? Foi o que Balaão tentou, e por isso ele fracassou em sua vida. Ele é um exemplo a não ser seguido!
Ou seja, seria como hoje querer que DEUS nos libere para pegar aquele um bilhão de reais. Seria como pesar assim: é muito dinheiro para perder! Poderia DEUS me liberar uma maldição contra o povo de DEUS, e depois eu poderia devolver o dízimo desse dinheiro todo mais outro tanto em pacto (daria cem milhões de reais de pacto, se poderia construir umas 200 igrejas boas). Aí você pensaria assim, 'há maldições que se revertem em bênçãos'. E mais, você mesmo não precisaria mais trabalhar para seu sustento, poderia se dedicar exclusivamente para atividades missionárias, e poderia sustentar outros obreiros com o mesmo fim. É ou não é de consultar a DEUS para ver se Ele concorda em orar contra a igreja?
Atente para o seguinte: depois que Lúcifer arquitetou o que para ele parecia ser um excelente programa de reformulação do governo de DEUS, que resultou em uma sucessão de desastres, os ambiciosos conseguem arquitetar as mais criativas soluções para justificarem sua ambição como sendo alguma coisa positiva para salvar almas para o Reino de DEUS. E muita gente cai em seus argumentos. Pensam ser operação do ESPÍRITO SANTO, quanto é sofisticado plano de satanás. Entre Balaão e Eliseu, prefiro esse último, nem mesmo dar a menor chance ao ponto fraco de todos nós? Ter o que não merece e ser honrado por meio de lisonjas e feitos humanos: jamais!
- Terça-feira: Confronto sobrenatural
Balaão era realmente estranho. "Balaão pertencia aos magos, conquanto fosse em tempos profeta de Deus; pelo Espírito Santo predissera a prosperidade de Israel, e o aparecimento do Messias; e suas profecias haviam sido conservadas, de século em século, pela tradição" (O Desejado de todas as nações, 59 e 60). "Balaão já havia sido um bom homem e profeta de Deus; mas apostatara e entregara-se à cobiça; todavia professava ainda ser servo do Altíssimo. Não ignorava a obra de Deus em prol de Israel; e, quando os enviados comunicaram sua mensagem, bem sabia que era seu dever recusar as recompensas de Balaque, e despedir os embaixadores. Mas arriscou-se a contemporizar com a tentação, e instou com os mensageiros para que ficassem com ele aquela noite, declarando que não poderia dar resposta decisiva antes que houvesse pedido conselho da parte do Senhor" (Patriarcas e Profetas, 439).
""Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os Seus ouvidos atentos às suas orações. ... E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?" I Ped. 3:12 e 13. Quando Balaão, seduzido pela promessa das ricas recompensas, praticou encantos contra Israel, e por meio de sacrifícios ao Senhor procurou invocar maldição sobre o Seu povo, o Espírito do Senhor vedou o mal que ele anelava pronunciar, e Balaão foi forçado a dizer: "Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? e como detestarei quando o Senhor não detesta?" "A minha alma morra da morte dos justos, e seja o meu fim como o seu. Quando novamente foi oferecido o sacrifício, declarou o ímpio profeta: "Eis que recebi mandado de abençoar: pois Ele tem abençoado, e eu não o posso revogar. Não viu iniqüidade em Israel nem contemplou maldade em Jacó; o Senhor seu Deus é com ele, e nele, e entre eles se ouve o alarido de um Rei." "Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel. Neste tempo se dirá de Jacó e de Israel: Que coisas Deus tem obrado!" Núm. 23:8, 10, 21 e 23. Contudo se erigiram altares pela terceira vez, e novamente Balaão tentou pronunciar uma maldição. Mas, mediante os obstinados lábios do profeta, o Espírito de Deus declarou a prosperidade de Seus escolhidos, e repreendeu a loucura e malignidade de seus adversários: "Benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem." Núm. 24:9" (O Grande Conflito, 529).
DEUS, misericordioso, ainda falava com Balaão. Nessa ocasião parece que falava- para evitar a sua queda definitiva. Balaão estava nitidamente a caminho de sua ruína. Esse é o caminho de todo aquele que se volta contra o povo de DEUS, pois mais débil e fraco que seja este povo. Quem desejar perder a vida eterna de maneira bem trágica, faça o que fez Balaão, volte-se hoje contra a igreja de JESUS. Foi isso que Balaão fez, e ele agiu por impulsos seculares: ambição de honras e riquezas.
Ele resolveu ir com os emissários de Balaque. DEUS havia dito que ele fosse se esses emissários mais uma vez o convidassem, mas eles se foram, e Balaão foi atrás. Então foi que DEUS falou a Balaão de um modo bem estranho, mas que ele deveria ter entendido. Por três vezes a jumenta recusou-se a seguir em frente. E por três vezes Balaão a espancou. Ele estava cego pelas riquezas, e logo agora, uma vil jumenta atrapalhava suas ambições. Esqueceu que aquela jumenta sempre lhe foi fiel e obediente, e essa era a primeira vez que ela agia de forma estranha e o desobedecia. Será que não dava para o vidente perceber que algo ali poderia estar influenciando o animal? Se ele não estivesse tão cegado pelas recompensas que o aguardavam, ele teria se perguntado, "será que o comportamento da jumenta não está a me dizer algo?"
Na terceira vez a jumenta assume um comportamento sobrenatural. Ela fala e reclama da atitude de seu dono. Aqui começa a notificação da queda de Balaão. Ele que era profeta (pessoa com o qual DEUS Se comunica, e fala aos outros seres humanos) e vidente (predizer o futuro) do Senhor, estava agora recebendo mensagens de DEUS por meio de uma jumenta! Balaão, pela ambição de riquezas por meios ilícitos (rogar praga sobre o povo de DEUS) caiu mais abaixo da condição do irracional animal. Vejam só, a jumenta do profeta teve o comportamento que ele deveria ter tido! O anjo, sabendo que Balaão estava dominado pela ambição, já não falava mais ao ser humano, mas ao seu fiel animal. E Balaão não conseguiu entender o comportamento do animal. O coração do homem queria honras e riquezas, o animal não tinha essa ambição (evidente).
Onde chegou Balaão! Desceu abaixo da irracionalidade de uma jumenta. Até onde pode cair um ser humano! Até onde pode cair um servo de DEUS! Servos de DEUS são o alvo predileto de satanás. Se ele consegue o controle dos líderes, ele também praticamente controla os liderados. É assim que satanás trabalha.
Mas vejam mais, Balaão, em sua ambição nada conseguiu contra o povo de DEUS. Porém, vingativo que se tornou, aconselhou Balaque a uma nova estratégia, e essa funcionou. Levar o povo de Israel a prostituir-se, tanto com os deuses de dos amonitas quanto com suas mulheres (veja o comentário de quinta-feira).
- Quarta-feira: "A morte dos justos"
Agora Balaão está com Balaque. Eles subiram ao alto de uma montanha, onde havia um lugar de adoração a Baal. O que Balaão foi fazer ali? Como foi que ele concordou estar num lugar dedicado a um deus que não é deus, mas que representa o poder de satanás, inimigo do povo de DEUS? Inclusive, inimigo de Balaão.
Agora vejam só a idéia de Balaão, ele elaborou um cerimonial impressionante, para amaldiçoar Israel. Balaão, ainda não querendo lutar diretamente contra DEUS, condicionou suas palavras ao que DEUS lhe mandasse dizer. Aliás, foi DEUS quem deu essa ordem a Balaão. Então, lá no alto, ele pede para que Balaque construa sete altares, e que preparasse sete novilhos e sete carneiros. Por ventura Balaão iria pronunciar maldição sobre Israel por meio de um ritual que foi elaborado por DEUS para lembrar a morte de JESUS em favor dos homens? Se prestar atenção, na verdade as cosais se encaminhavam para uma profecia que estudaremos quinta-feira, a profecia da vinda do Messias! Seria por um ritual assim que DEUS iria permitir ser Seu povo amaldiçoado? Veja só como DEUS estava no comando, na verdade tudo ali estava apontando para o fiel cumprimento das profecias, tanto de que aquele continuaria sendo o povo de DEUS quanto que JESUS viria daquele povo para salvar a humanidade. E não haveria deus pagão que pudesse impedir. Ali se desenrolava um confronto entre DEUS e deuses, entre O Senhor e satanás, entre o povo que se entregou a satanás e o povo de DEUS. E quem era o principal personagem? Balaão, um servo de DEUS!!! Que guerra sutil, não é mesmo? Então foram feitos os sacrifícios dos 14 animais. Depois disso, vem o momento mais peculiar. Balaque foi ao seu altar (do deus falso) e Balaão foi a um lugar especial para encontrar-se com DEUS. E ali DEUS pôs as Suas palavras na boca de Balaão, e em vez da maldição, Balaão veio a confirmar algumas coisas como segue no esquema:
ð Não haveria como amaldiçoar um povo que DEUS abençoou;
ð Este povo era grande como o pó da terra, e seria ainda maior;
ð Balaão falou para morrer a morte dos justos, como o daquele povo.
Ali DEUS deixou uma clara mensagem: esse povo não tem como amaldiçoar. Que Balaque desistisse de seus intentos, e que Balaão se arrependesse de ter chegado até esse ponto em aliança com um inimigo de DEUS e de Seu povo escolhido. Balaão chegou a dizer que o seu futuro, na morte, fosse não como os ímpios, mas como o daquele povo, justo e santo povo de DEUS. PORÈM, para que assim fosse, essa parece que era a última hora de Balaão retornar. Não foi o que ele fez.
Sim, esse era talvez um dos últimos, senão o último momento de Balaão retroceder, dele cair na realidade, arrepender-se, abandonar suas ambições seculares ilícitas, e voltar para casa. Quem pode lutar contra o povo de DEUS sem uma severa punição? Todos sabemos que esse é um povo débil, que comete erros, mas também devemos olhar para o fato de ser esse o povo que DEUS está preparando para a vida eterna. Que não se cometa hoje o erro de Balaão, sendo profeta de DEUS, prestar-se aos interesses do inimigo (introduzindo mundanismo na igreja com o objetivo de salvar almas para DEUS: incoerência total, equivalente a maldição de Balaão, que nunca saiu, mas o profeta sim sofreu as conseqüências da maldição que ele queria dar). Que jamais isso aconteça, e se por ventura você estiver em tal situação, tome coragem, e volte atrás e entregue-se a DEUS enquanto é tempo.
- Quinta-feira: Estrela e certo
Por três vezes Balaque levou Balaão a amaldiçoar Israel. Enquanto Israel estava acampado em paz, não lhe passava pela mente o que contra ele se praticava dos altos dos montes. Não sabia o povo de DEUS que o demônio estava lá, usando um servo de DEUS, para promover a sua ruína. E não pense que hoje é diferente. Os alvos do demônio são os servos a serviço da igreja, visando torná-los sutis inimigos do povo de DEUS. Sobre isto temos profecias de EGW bem claras, e elas, nesse momento, estão em pleno cumprimento. Isso nos diz que estamos às portas de Canaã celestial, só mais um pouco de tempo, e JESUS voltará! E Israel nem o percebe, que poderosos agentes de satanás atuam em todos os níveis dentro da obra. Isso se tornará perceptível por ocasião da sacudidura, quando muitos que hoje parecem ser consagrados líderes de DEUS, sairão, e combaterão a igreja de forma explícita. E se isso acontece, o único lugar, hoje e daqui para frente, é permanecer firmes dentro da igreja, seguindo o que está escrito, e por esta palavra, provando os espíritos.
Depois que Balaque, decepcionado, desistiu de Balaão, este profeta, inspirado por DEUS, fez uma profecia impressionante. Ele disse: "Uma Estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel" (Num. 24:17). Ao contrário do que satanás, por meio de Balaque e Balaão estavam tentando, DEUS mais uma vez previu o nascimento de JESUS, aqu'Ele que viria para derrotar satanás. Ele viria ao mundo por meio daquele povo que não conseguiram amaldiçoar. Pois, era isto que satanás queria evitar. Não conseguiu!
Agora vem uma lição para todos nós. Dos inimigos DEUS protegeu Israel, MAS, logo depois o povo caiu por meio da prostituição com as mulheres moabitas. Dessa queda DEUS não os protegeu. Que mensagem encontramos nesse fato? É bem simples, e preocupante: dos inimigos externos, que vem de fora, e que nem podemos ver, DEUS nos livra. Isto está ao encargo d'Ele, e Ele garante a proteção. PORÉM, de nós mesmos Ele não nos protege. Daquilo que nós mesmos desejamos fazer errado, isso é de nossa responsabilidade, vem de nossa liberdade de decidir, e de colocar ou não os princípios divinos em prática. Se somos o povo de DEUS, e de fato somos, então temos a responsabilidade de conduzir a nossa vida, e isto requer que todos os dias nos entreguemos a Ele para que, ao nosso lado (como Enoque) nos ensine o caminho pelo qual devemos andar.
Sobre esse fato, vou relatar um ocorrido há poucos dias. Estava necessitando adquirir um novo notebook, pois o que tenho já é velho e lento. Fiz levantamento de preços no comércio. Queria um de 12 polegadas, pequeno, muito prático para usar durante as muitas viagens que tenho de fazer. Encontrei um numa loja, mas iriam encomendar. Fiz o pedido. Mas naquela noite o sono estava difícil. Parecia que algo estava errado. E algo me soprava a pergunta aos ouvidos: será que eles dão nota fiscal? Às madrugadas sempre faço minha reflexões, e dessa vez foi difícil, sempre aquela pergunta retornava. No dia seguinte, a cada pouco essa preocupação estava lá, e isso já me estava incomodando. Após o almoço, durante meu rápido descanso, a pergunta estava lá. Decidi ir à loja para conferir, e de fato, esse seria um aparelho vindo do exterior, sem nota fiscal. Esse era o problema, depois de fazer uma aquisição assim, com que moral iria continuar pregando a necessidade de seguir todos os princípios que pela nossa igreja aprendemos? Certamente, cada vez que mencionasse a necessidade de ser fiel a DEUS, essa aquisição me viria à mente. Foi fácil resolver, em tempo cancelei a encomenda. Naquele mesmo dia outro computador, com o dobro de capacidade, e com um desconto quase inacreditável foi encontrado, e adquirido, com nota e tudo o que tem direito dentro das nossas leis. A primeira máquina sairia por R$1.090,00 a segunda, por C$1.999,00. Gastei bem mais, mas não me tornei um ladrão. Há sim, o desconto para essa máquina muito superior foi de C$941,00. Valeu DEUS!
De nossa parte DEUS não nos protege. Ele nos protege de satanás e de todos os inimigos, mas o que compete nós escolher, Ele apenas nos ilumina os pensamentos, porém, a decisão sempre será nossa.
- Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
O estudo da lição de sexta-feira destaca o cuidado com os animais. É verdade, se Balaão fosse mais amigo de sua fiel jumenta, teria evitado de ir com aqueles homens na tentativa de amaldiçoar a quem o Senhor abençoa. Os animais merecem respeito e tratamento digno.
Aqui em casa meses atrás apareceu um cachorro. Éra um Fox, estava bem mal, todo com sarna. Alguém o descartou na rua para morrer doente. Ele foi tratado com medicamento e ficou bom. Mas nós não queríamos mais um animal, além dos três (dois gatos e um cachorro) que já temos. Ele ficava do lado de fora da cerca, sempre implorando para entrar. Ele sabia que nós salvamos a sua vida, quando já nem podia mais caminhar. Enfim, seu olhar conquistou nossos corações, hoje ele tem sua casinha no pátio, e em contrapartida, assumiu proteger os outros três animais dos quais desde o início fez questão de ser amigo, e também proteger a casa. É a gratidão dele pelo que fizemos para salvar a sua vida. É o que ele sabe fazer por nós, e está se saindo muito bem. Já está famoso por toda vizinhança, e agora, milhares saberão de sua história. O nome dele é Totó.
O que foi que ele nos ensinou? Sermos gratos a JESUS, e defendermos a Sua igreja e os membros dela do grande apóstata e inimigo, pois Ele já nos salvou para a vida eterna.
escrito entre: 24/10/2009 a 30/10/009 - revisado em 30/10/2009
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos.