Estudos da Bíblia: Quarto Trimestre de 2009
Tema geral: O povo a caminho: o livro de Números
Estudo nº 02 – Preparando um povo
Semana de 03 a 10/10/2009
Comentário auxiliar elaborado pelo prof. Sikberto Renaldo Marks
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
"Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia" (I Cor. 10:12)
Verso para memorizar: "Amado, oro para que você tenha boa saúde e tudo lhe corra bem, assim como vai bem a sua alma" (3 João 2, NVI).
- Introdução – santo sábado, dia da aliança entre criaturas e o Criador
Vamos imaginar a saída do Egito de um ponto de vista positivo, como todos os israelitas deveriam ter considerado até a entrada em Canaã. Imagine você e sua família lá no Egito, escravos, tendo que trabalhar ganhando mal o sustento, sem perspectivas de alguma melhoria. Nenhum descanso, até a morte. Trabalho forçado e pesado, com severos carrascos vigiando todo o tempo.
Então um dia desses, chega a liberdade. Saem com muitas riquezas, bens, em direção à liberdade. E tem certeza de que daí por diante tudo irá bem, pois DEUS, que os levava para fora do Egito, demonstrara inequivocamente Seu poder e Seu zelo por Seu povo.
Aí vem aquele episódio do Mar Vermelho. A multidão de pessoas e animais passam em seco por meio do mar. Isso é simplesmente inacreditável, não fosse estar relatado na Palavra de DEUS. Como nós nos sentiríamos se lá estivéssemos. De minha parte, queria ter estado lá. Que emoção passar por aquelas paredes de águas profundas, deixando o poderoso e opressor exército para trás definitivamente.
Agora no deserto abrasador, mas, de dia, uma nuvem de cobertura e proteção contra o sol, de noite, um fogo para aquentar o frio do deserto. Alimento e água não faltavam. Agora pense um pouco comigo: se DEUS estava provendo tanto conforto no deserto, durante a viagem, o que Ele estava preparando quando chegassem ao destino por Ele prometido?
Hoje estamos viajando. Estamos no nosso deserto. Mas estamos acampados em frente ao Rio Jordão, prontos a atravessá-lo e entrar na Nova Terra, a perfeita. Será que estamos vendo agora DEUS conosco nessa viagem? Será que estamos, como os israelitas, pedindo, hoje não pelas panelas do Egito, mas pelas coisas do mundo, que não queremos largar? Será que não estamos sendo mesquinhos como os israelitas, preferindo morrer no deserto não largando das pequenas atrações ilusórias e temporárias desse nosso deserto, o tão atraente mundanismo, para perdermos delícias que hoje nem conseguimos imaginar, e que serão eternas?
- Primeiro dia: Controle da doença
DEUS levou o povo de Israel a uma empreitada, não de altíssimo risco, mas impossível. Vamos tentar imaginar alguns números, por meio de algumas projeções, pois não temos informações suficientes para conhecermos a realidade exata. Sabemos que saíram do Egito 600.000 homens de 20 anos para cima. Portanto, deveria haver outro tanto em mulheres de 20 anos para cima, e digamos mais outro tanto de pessoas de 20 anos ou menos. É uma imaginação aproximativa. Seriam umas 1.800.000 de pessoas, sem contar os próprios egípcios que foram junto. Vamos supor ainda que os animais fossem em igual número. É uma multidão de 3.600.000 seres vivos. Muitas vidas para passarem por meio de um deserto, sem que ocorresse um desastre com a morte de, digamos, todos eles. Só mesmo o poder de DEUS poderia realizar tal façanha. E eles permaneceram no deserto por 40 anos, aí sim, sem DEUS realizando milagres todos os dias, jamais isso seria possível.
Pois bem, acha isso muito fora da realidade? Pois saiba de uma coisa, também hoje o povo de DEUS só sobrevive, e não é extinto, em pleno século XXI, pelo poder de DEUS. Ou não existiria aqui mais nenhum servo autêntico de DEUS.
Mais alguns números aproximativos, só para vermos a dimensão daquele povo. Imagine que em cada barraca, ou cabana, morassem 5 pessoas. Seriam umas 360 mil barracas. Um acampamento gigantesco, no meio do deserto.
Vamos ainda supor que cada barraca ocupasse 25m2, e mais outro tanto para os animais num acampamento, seriam 50m2 por barraca. Logo, isso daria 18km2 para todo acampamento, ou, uma área de 3km por 6km, densamente povoada, um habitante (humano e animal) para 5m2. Mais denso que isso, improvável, portanto, esse pode ter sido o tamanho mínimo do acampamento, algo gigantesco para um deserto.
Imagine todo esse povo em marcha. Digamos que caminhassem numa largura de 100 metros. Digamos que caminhasse uma pessoa ao lado da outra, uma por metro de largura, portanto, 100 pessoas na largura. Digamos ainda que uma atrás da outra a intervalos de 2 metros, com o gado. Tudo bem apertado mesmo. Isso daria uma fila de 100m de largura por 36km de comprimento. Se caminhassem a 4km por hora, levariam 9 horas para todos passarem por um local, ou para todos saírem de um lugar.
Esses números são aproximados, mas não podemos imaginá-los muito menores que essas hipóteses. Veja só o gigantismo! Como fazer com que um povo desse tamanho formasse fila, e se pusesse em marcha, sem confusão? Haja paciência Moisés, haja paciência. Sem DEUS, nem pensar!
Agora imagine mais um pouco. Por exemplo, aparecendo um leproso entre um povo assim aglomerado, longe de cidade e de recursos. A contaminação poderia se tornar uma tragédia e deixar o nome de DEUS abaixo do chinelo. Portanto, DEUS tomou providências para evitar toda forma de contaminação entre o povo, e deu a eles o principal motivo: Porque Ele, DEUS, é puro e santo, por isso, o povo deveria ser também puro e santo, isto é, saudável. Mas saudável não porque DEUS os preservava de doenças mesmo eles vivendo descuidadamente, e sim, DEUS preservando-os em saúde e eles fazendo a parte que lhes tocava, a obediência a princípios de vida e higiene.
Assim é hoje. Nós, povo de DEUS, cristãos, devemos ser saudáveis. Isso quer dizer, devemos seguir princípios de saúde que nos deixam saudáveis, especialmente no fim dos tempos, que estamos vivendo. Temos hoje quatro grandes motivos para buscar a saúde. O primeiro é que somos um povo separado do mundo, santo como DEUS é santo, portanto, temos a obrigação de sermos superiores quanto a saúde. Em segundo lugar, porque vivemos em um tempo de pestes e doenças contagiosas que assumem formas alarmantes, e assim será cada vez mais até o final. Portanto, precisamos nesse tempo dar testemunho do poder de DEUS e da eficácia de Seus princípios. Nós estamos caminhando os últimos metros deste tenebroso deserto do pecado, que já vai aos seis mil anos. O terceiro motivo é que, nesses dias finais, quando DEUS sacudir a igreja para a purificar (por meio do decreto dominical), O ESPÍRITO SANTO falará com todos os que permanecerem ao lado de CRISTO, e isso Ele fará por meio dos neurônios, que precisam estar saudáveis para entender essas mensagens. O quarto motivo é que, no final, quando formos perseguidos, quando não vai mais houver alimento suficiente para toda a população, quando tudo já estiver contaminado, o povo de DEUS será alimentado pelo poder de DEUS (ver Isa. 33:16) com pão e água do Céu. Esse será um pão integral e a água será pura. Hoje é o tempo de fazermos a reforma da saúde, para que o nosso gosto não sinta desejos de alimentos inadequados que o intoxicam o mundo hoje, mas que nesse tempo já tenhamos sensibilidade de um intelecto não embotado para, tanto entender o ESPÍRITO SANTO quanto apreciar o poderoso alimento natural que receberemos. Essas são algumas coisas que podemos aprender das orientações de DEUS a Seu povo, no deserto. Pensando encontrará muitas outras aplicações.
- Segunda-feira: Controle social
Agora imaginemos essa multidão de pessoas, todas muito próximas umas das outras, uma quantidade de gado e mais os pertences. É um ambiente bem favorável para conflitos. E devem ter surgido muitos. Aliás, é um ambiente favorável até para uma guerra civil.
DEUS precisava tratar disso. Eles precisavam aprender que havia um DEUS, e que Ele deixara princípios de relacionamento. O principal deles, que origina todos os demais princípios é amar uns aos outros, amando acima de tudo a DEUS.
Ali eles receberam os princípios do amor escritos em tábuas de pedra. Tudo o que eles já sabiam, agora estava bem escrito, numa ordem lógica. Em primeiro lugar eles deveriam não se interessar por outros deuses, pois não existem outros deuses. Não deveria fabricar para eles deuses, pois isso é uma estupidez. Ora, como uma criatura iria fabricar seu criador? Então eles deveriam reservar um dia em sete, para momentos de intimidade com o Criador. Essas coisas já se sabia desde Adão e Eva, mas ainda não estavam escritas, era passadas de geração em geração por meio de ensinos verbais.
Então, o próximo princípio foi honrar os pais, pois se de DEUS veio a vida, se Ele é O Criador da vida, os pais são os que nos geraram com vida. Em seguida, com o ponto principal aqui é a criação da vida para o amor, não se deve matar, e também não se deve adulterar, pois o adultério é uma forma de brincar de fazer vida sem o compromisso de amar a nova vida que assim pode ser gerada. DEUS ainda assegurou que a propriedade de cada um fosse respeitada, que as pessoas não mentissem, e que nem sequer cubiçassem, pois foi pela cubiça, e depois pela mentira, que todo o pecado se manifestou, no Céu e nessa Terra.
Esses princípios eram conhecidos pelas criaturas desde que foram criadas, mas não estavam escritos. Antes, na criação, esse princípios estavam nos corações, de Adão e Eva, com o pecado, estavam se perdendo, substituídos pelo ódio. Agora, para não desaparecerem por completo, e para que ficassem registrados, podendo ser relembrados, estavam escritos em duas tábuas de pedra, postos numa arca especial, sobre a qual o próprio DEUS Se manifestava, dando a compreensão do quanto esses princípios eram importantes.
- Terça-feira: Fidelidade matrimonial
O estudo nos relata um estranho ritual. Era feito no caso do marido desconfiar de sua esposa, de uma possível traição. Esse tipo de desconfiança nem deveria existir entre o povo de DEUS, em condições normais. Minha esposa e eu somos casados há mais de 30 anos, e somos absolutamente fiéis um ao outro, e nós dois percebemos a fidelidade recíproca. Somos livres para irmos e virmos, e não nos ficamos indagando para ver se nos portamos com fidelidade. Sabemos que somos fiéis.
Mas naqueles tempos, entre o povo de DEUS não era assim. Eles estavam saindo da escravidão, do meio de um povo sem DEUS, em que a prática da infidelidade era normal. Eles não foram educados nos princípios divinos em sua maioria, apenas, talvez, soubessem alguma coisa sobre DEUS. Quando muito, eles tinham noções sobre o DEUS verdadeiro e seus princípios de vida. Precisavam reaprender os princípios inerentes à antiga fé de seus pais Abraão, Isaque e Jacó. Assim estavam sendo ensinados por meio de figuras, tais como o ritual do santuário, e esse ritual da dúvida quanto a fidelidade.
E porque só o marido tinha direito a desconfiar da esposa, ela não do marido? DEUS estava curando o povo aos poucos. A mulher tende sempre a ser menos infiel que o homem. DEUS iniciou pela parte mais urgente a ser curada. E também porque a mulher foi feita para o marido, ela deve ser fiel a ele, o que pressupõe que ele seja ainda mais fiel a ela. Uma esposa fiel, a parte fisicamente mais fraca, requer pela lógica bíblica que o marido, que a recebeu por esposa como Adão recebeu Eva de DEUS, cuide dela, seja fiel a ela, assim como JESUS CRISTO cuida da igreja e é fiel a ela, que considera como Sua noiva. Portanto, ai do homem infiel, esse DEUS mesmo vai julgar se ele não se arrepender, diretamente de Seu trono, pois a ele foi dada a responsabilidade do sacerdócio do lar. A mulher ainda poderia ser submetida a julgamento pelo sacerdote do templo, mas o homem, a quem DEUS responsabilizou o cultivo dos princípios divinos no lar, se ele se desviar dos bons caminhos, DEUS mesmo o julgará (se não se arrepender). Na verdade o caso da infidelidade do homem é sempre mais grave que o da mulher.
E o que significa aquele estranho ritual? Ora, havendo motivos de suspeita por parte do marido, em relação a sua esposa, cabia a ele a iniciativa, como sacerdote do lar, de resolver a questão. Aliás, a suspeita, em grande parte, até poderia ser culpa dele, pois sendo escravos, já não tendo mais a capacidade de cuidar da esposa como Adão aprendera de DEUS, vivendo numa época em que os homens achavam normal ter várias esposas, a infidelidade não era de estranhar. Isso tudo ocorria por causa do pecado que estava deteriorando o matrimônio, e acabando com a fidelidade mútua. Nem o sacerdote do lar, que respondia a DEUS sabia como viver as responsabilidades do lar. Logo, esse ritual estava também dizendo ao marido que ele responderia perante DEUS, e que lhe cabia manter o lar como DEUS o estabelecera, sendo obviamente ele, o marido, fiel a esposa e fiel a DEUS. Ele como sacerdote deveria, portanto, trazer a esposa, de quem desconfiava, perante o tabernáculo, para dirimirem as dúvidas. Lá ela bebia da água santa (do tabernáculo) misturada com um pouco de pó do chão do tabernáculo (terra santa da habitação de DEUS). Os dois estavam na casa de DEUS, quem estabelecera o matrimônio, a ali tudo seria esclarecido. Se ela foi infiel, a sua coxa descaía (flacidez) e seu ventre inchava e ficava estéril. Ela, portanto, não era mais digna de ter filhos pois não teria condições ideais para educá-los nos princípios do amor, que havia traído. Poderia até continuar sendo esposa, mas mãe não poderia mais ser. Mas se ela não foi infiel, nada acontecia depois de beber daquela água.
Como é que sobrevinham aqueles efeitos sobre a infiel? Não vinha da água, mas de DEUS, quem cuidava do matrimônio, pois Ele o estabelecera.
E o que quer dizer isso tudo? Que o marido deve ser fiel a esposa, ele responde a DEUS, e a esposa deve ser fiel ao marido, ela responde a ele. Que o marido é quem deve cuidar da fidelidade no lar, para isso, deve amar a esposa a tal ponto que ela não sinta desejos de se envolver com outro, embora possa haver mesmo assim, exceções. Seriam essas exceções a serem considerados pelo sacerdote.
Em outras palavras, aos poucos, DEUS estava reconstruindo o lar e o matrimônio.
- Quarta-feira: Cidadãos consagrados
A nação de Israel deveria ser uma nação santa. Isso significa, separada do mundo, mas não alienada do mundo. Separada no sentido de ser superior quanto a adoração, aos costumes, ao culto, ao estilo de vida. Separados porque se dedicavam ao DEUS verdadeiro. Mas o principal dessa santidade é que eles deveriam não se isolar do mundo. Ser santo não significa desprezar o mundo, pelo contrário, ser testemunha ao mundo de que o estilo de vida diferente que o povo de DEUS leva é muito melhor que todos os demais. Portanto, ser santo significa ser diferente, e esse diferente não é uma mera maneira um pouco melhor de viver como o mundo vive.
Vamos a umas aplicações práticas. No mundo, as pessoas vão aos estádios de futebol para torcer pelos seus times, o povo de DEUS torce em sua casa, na televisão. Isso não é estar separado do mundo, mas é manter ligações perigosas com o mundo.
No mundo as pessoas vão a bailes e festas com bebidas alcoólicas, o povo de DEUS não bebe álcool, mas têm festas com atrativos do mundo, como palhaços etc.
Os do mundo se alimentam de tudo o que aparece, o povo de DEUS evita, mas toma café ou chimarrão, ou se alimenta de produtos industrializados que são um tanto prejudiciais.
Em outras palavras, se pessoas do povo de DEUS não são totalmente separados do mundo, mas também não totalmente como o mundo, apenas partilhando em parte o que o mundo faz, mas que não deveria fazer, deve haver reforma. Não totalmente comprometido com o mundo, mas também não totalmente desligado daquilo que é só um pouco inconveniente para o povo de DEUS, não é ser santo (separado do mundo). Pois foi assim que os israelitas, povo de DEUS, em vez de atrair o mundo para si, deixou que o mundo o atraísse, e por essa via caíram inúmeras vezes nas mãos do inimigo.
Eles, no entanto, como nós, foram escolhidos por DEUS para serem uma nação de sacerdotes, isto é, de representantes de DEUS aqui na Terra. É isso também que DEUS deseja de nós nesses últimos dias, pois está determinado que no desfecho todos os seus filhos fiéis, que se arrependeram de todos os seus pecados e deles deixaram, serão profetas para com o poder de DEUS, e com os métodos de DEUS, concluírem a obra da pregação a toda a nação, tribo e língua, para finalmente JESUS voltar.
Alguns israelitas faziam um voto especial, o nazireado, que poria ser temporário, ou permanente, pelo restante da vida. Alguns eram dedicados pelos seus pais ou pelo próprio DEUS, antes de nascerem, como o caso de Sansão, João Batista e Samuel.
O nazireado (ou nazireato), foi regulamentado em Números 6:1-21. Feito o voto, o nazireu devia abster-se de tomar certos alimentos e bebidas fermentadas, de cortar o cabelo e tocar em cadáveres, além de não comer carne em muitas circunstâncias. A abstenção do vinho era para estarem mentalemente puros, não cortavam o cabelo para demosntrarem sujeição a DEUS, e manter-se cerimonialmente puros ao não tocar em cadáveres. Havendo contato com cadáveres, os dias de voto tomado seriam considerados inválidos devendo retomar o voto. Porém, antes de retomar o voto, o nazireu passava por uma semana completa de purificação, ao termo da qual rapava o cabelo (Números 6:9).
Enfim, era um povo especial, com uma missão, não de melhorar o mundo, mas de salvar pessoas do mundo para o Reino de DEUS. Por isso esse povo deveria ser, não apenas melhor que o mundo era, mas ser uma nação santa, como DEUS é santo, e atrair pessoas do mundo para esse estilo de vida.
- Quinta-feira: A bênção araônica
"O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz (Num. 6:24-26).
DEUS orientou a Moisés que Arão desse essa bênção sobre o povo de Israel. É uma bênção tríplice. Três vezes aparece a indicação "o Senhor", e diz o seguinte:
a) que o povo fosse abençoado e guardado (protegido);
b) que DEUS terá misericórdia do povo;
c) que o povo receberá a paz.
Por quê essa benção nessas palavras? Em primeiro lugar, o povo necessitava de bênção. Estava saindo da escravidão, e precisava de orientação, de sabedoria, deveria aprender a ser santo como DEUS é santo. Precisava receber leis, instruções e ser estruturado como uma nação.
Em segundo lugar, exposto no deserto, sem pátria, sem lar, o povo precisava de proteção, alguém que o guardasse dos muitos inimigos ao redor, e principalmente de satanás, que não descansaria em se empenhar para que fracassasse a viagem pelo deserto.
Também o povo necessitava de misericórdia, era um povo que perdera grande parte da fé de seus pais Abraão, Isaque e Jacó. Por séculos vivera em escravidão, e o verdadeiro DEUS não era mais conhecido por eles como foi com seus pais. Era um povo espiritualmente muito frágil, teria que haver grande paciência com esse povo.
Por fim, DEUS estava prometendo o que certamente todos eles almejavam: paz. Chegariam a uma pátria, e ali, se fossem fiéis, teriam paz, e seriam luz para os demais povos se aproximarem do DEUS que os salvara.
Israel, no deserto, era totalmente dependente de DEUS. Tudo o que eles necessitassem, DEUS teria que providenciar, ou morreriam. Assim era desde a sombra que a nuvem provia de dia; a luz e o calor que a nuvem lhes dava à noite; a água que não havia no deserto; o pão cujos cereais nem havia como plantar; a passagem pelas águas; a proteção dos inimigos; tanto humanos quanto dos espíritos satânicos; a manutenção das sandálias e das roupas; a sua organização como nação, pois no início não passavam de um bando sem estrutura organizacional; a organização de seu exército e a formação de liderança (pois estavam acostumados a escravidão e receber ordens, não a liderar); a conquista de nações e expulsão dos povos que se haviam degenerado, mas que lutavam com grande poder, sob o comando de satanás. E quem sabe em muito mais eles eram dependentes de DEUS. A pergunta é: em que esse povo não era dependente de DEUS?
Eles são um precedente para nós nesses últimos dias. Quando vier o decreto dominical, a pergunta será: em que não seremos dependentes de DEUS? Hoje, com as bênçãos de DEUS trabalhamos e assim obtemos nosso sustento, proteção, etc., mas quando os dias do aperto chegarem, não compraremos mais roupas e alimento, nem água. Tudo nos será fornecido por DEUS, incluindo a nossa organização como igreja (pois a estrutura organizacional hoje existente obviamente o inimigo não permitirá mais), a nossa incumbência de proclamar esse evangelho até todos ouvirem. Até sobre o que falar nos será fornecido por DEUS naqueles dias. Então seremos, como os israelitas lá no deserto, 100% dependentes de DEUS, e teremos a consciência dessa intensidade de dependência. Então é que teremos o poder para pregar e ensinar, e não mais necessitaremos de métodos estranhos muitas vezes utilizados para atingir alvos meramente humanos.
- Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
A propósito do estudo dessa semana, vamos concluir com as palavras da Irmã White. Ela dá um excelente conselho, que buscamos seguir em nosso lar: cada dia fazer a entrega, para aquele dia, ao Senhor. É seguir esse conselho, e o caminho estreito se tornará transitável, embora não se alargue. Alguém mais nesse dia estará ao nosso lado, e assim venceremos.
""Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã. ... Basta a cada dia o seu mal." Mat. 6:34.
"Se vos entregastes a Deus, para fazer a Sua obra, não precisais estar ansiosos pelo dia de amanhã. Aquele de quem sois servo, conhece o fim desde o princípio. Os acontecimentos do amanhã, ocultos a vossos olhos, acham-se à vista dAquele que é onipotente.Quando tomamos em nossas mãos o manejo das coisas com que temos de lidar, e confiamos em nossa própria sabedoria quanto ao êxito, chamamos sobre nós um fardo que Deus não nos deu, e estamos a levá-lo sem Sua ajuda. Estamos tomando sobre nós mesmos a responsabilidade que pertence a Deus, pondo-nos, na verdade, assim, em Seu lugar. Podemos bem ter ansiedade e antecipar perigos e perdas; pois isto é certo sobrevir-nos. Mas quando deveras acreditamos que Deus nos ama, e nos quer fazer bem, cessamos de afligir-nos a respeito do futuro. Confiaremos em Deus assim como uma criança confia em um amoroso pai. Então desaparecerão nossas turbações e tormentos; pois nossa vontade fundir-se-á com a vontade de Deus.
"Cristo não nos deu promessa alguma de auxílio para quando levarmos hoje os fardos de amanhã. Disse Ele: "Minha graça te basta" (II Cor. 12:9); mas, como o maná dado no deserto, Sua graça é concedida diariamente, para a necessidade do dia. Como as multidões de Israel em sua vida de peregrinos, encontraremos manhã após manhã o pão do Céu para a provisão do dia.
"Um dia de cada vez nos pertence, e durante o mesmo cumpre-nos viver para Deus. Por esse dia devemos colocar na mão de Cristo, em solene serviço, todos os nossos desígnios e planos, depondo sobre Ele toda a nossa solicitude, pois tem cuidado de nós. "Eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais." Jer. 29:11. "Em vos converterdes e em repousardes, estaria a vossa salvação; no sossego e na confiança, estaria a vossa força." Isa. 30:15.
"Se buscardes o Senhor e vos converterdes cada dia; se, por vossa própria escolha espiritual, fordes livres e felizes em Deus; se, com satisfeito consentimento do coração a Seu gracioso convite, vierdes e tomardes o jugo de Cristo - o jugo da obediência e do serviço - todas as vossas murmurações emudecerão, remover-se-ão todas as vossas dificuldades, todos os desconcertantes problemas que ora vos defrontam se resolverão" (O maior discurso de CRISTO, 100 e 101).
escrito entre: 29/08/2009 a 04/09/009 - revisado em 04/09/2009
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos.
FONTE: www.cristovoltara.com.br/