Os mais primitivos calendários do velho Continente, de que a História nos proporciona uma informação concreta, são o hebreu e o egípcio. Ambos tinham um ano civil de 360 dias: curto para representar o ciclo das estações, mas grande para corresponder ao chamado "ano lunar", que se define como um período de tempo igual a 12 lunações completas existentes no ano trópico, ainda desconhecido.
Não satisfeitos com o ano de 360 dias, estes povos procuraram aperfeiçoar o seu calendário, embora seguindo caminhos diferentes. Os hebreus se voltaram para o sistema Lunissolar, ajustando os meses com o movimento sinódico da Lua e coordenando o ano com o ciclo das estações. Por sua vez, os egípcios abandonaram por completo o sistema lunar para seguir unicamente o ciclo das estações, tal como as observavam no Egito, visto desconhecerem ainda a duração do ano trópico.
Depois de muitas reformas, por volta do ano 5000 a.C., os egípcios estabeleceram um ano civil invariável de 365 dias, conservando a tradicional divisão em 12 meses de 30 dias e 5 dias adicionais no fim de cada ano. O atraso aproximado de 6 horas por ano em relação ao ano trópico motivou que, lentamente, as estações egípcias se fossem atrasando, originando uma rotação destas por todos os meses do ano. Por esse motivo, os egípcios começaram uma cuidadosa observação no ano 2783 a.C., comprovando que em 1323, também a.C., as estações voltavam a coincidir nas mesmas datas do calendário. A este período de 1461 anos egípcios e que corresponde a 1460 anos julianos, deu-se o nome de período sotíaco, de Sothis ou Sírius, em cujo nascimento helíaco se baseou as observações.
Apesar desta comprovação, os egípcios não fizeram qualquer correção no seu ano vago e um segundo período sotíaco seria iniciado em 1323 a.C. Porém, no ano 238 a.C., houve uma tentativa para reformar o calendário egípcio por forma a pô-lo de acordo com o ciclo das estações, mas sem êxito, devido à oposição de determinadas classes sacerdotais. Só no ano 25 a.C. foi adotada a reforma juliana, introduzindo, de 4 em 4 anos, 6 dias adicionais em vez de 5.
Os gregos estabeleceram um ano lunar de 354 dias, que dividiram em 12 meses de 30 e 29 dias, alternadamente. Por conseguinte, tinha menos 11 dias e 6 horas do que a ano trópico, sendo necessário fazer intercalações para estabelecer a devida correspondência. Estas intercalações tinham o nome de dietérida (ciclo de dois anos; trietérida, ciclo de três anos, etc). Os meses, como no calendário egípcio, eram dedicados aos deuses e neles se celebravam festas, não só em honra do deus correspondente, mas também muitas outras dedicadas aos astros, às estações, etc.
A escolha dos nomes para os meses, procurou contemplar os imperadores e as divindades do culto pagão professado na antiguidade.
Entretanto, no governo de Numa Pompílio, essa seqüência foi modificada; deslocando-se para o início do ano solar o 11º mês (Januarius).
Com a ascensão de Caio Júlio César ao governo de Roma, Sosígenes, astrônomo alexandrino, atendendo a vontade do imperador, procede à primeira reforma estrutural do calendário em 46dc, passando a governar-se pelo curso do ano solar, cuja duração média foi fixada em 365 dias e 6 horas com início em 1º de Januarius.
A denominação dos nomes referentes a Januarius e Februarius era uma homenagem à deuses mitológicos Janus e Febo, daí a tradição de se festejar até hoje com um feriado os dias 1º de Janeiro e em alguns paises 2º dia do mês de Fevereiro. Um pouco mais tarde, mudaram o nome dos meses Quintilis e Sextilis para Julius e Augustus, homenageando assim os imperadores que possuíam esses nomes.
Em meados do séc.XVI, o papa Gregório XIII promove mais uma mudança no calendário Juliano através da burla intergravíssimas; conservando, entretanto o costume romano de origem mesopotâmica de marcar o início do dia a meia noite. Estava criado então o calendário Gregoriano atual.
Com a oficialização da religião Católica como religião do Império Romano, as festas bíblicas então, deixaram de serem cumpridas como eram até então, e passaram a ser cumpridas dentro de um programa de associação com as festas pagãs romanas.
Calendário Egípcio - Esse calendário foi o primeiro a ser determinado por regras fixas. Consistia de 12 meses de 30 dias seguidos por 5 dias adicionais ao final do ano. Não havia correção para o ano trópico. Como conseqüência, o ano egípcio retrocedia em um ciclo de 1460 anos com respeito ao ano trópico. Esse período era conhecido como "ciclo sótico''. Havia três estações determinadas pelo fluxo do Nilo: Cheias; Semeio e Colheita. A relação entre as estações definidas pelo Nilo e as estações naturais era feita pelo nascer heliacal da estrela Sírius, conhecida dos egípcios pelo nome de Sothis, é a estrela mais visível do nosso firmamento; já Vênus é o planeta mais brilhante. A primeira aparição da estrela no céu da manhã, depois da sua conjunção com o sol determinava o início da contagem das estações das Cheias. Hoje a conjunção de Sírius com o sol se dá em 2 de julho e a primeira aparição subseqüente no céu da cidade do Cairo é em 10 de dezembro. A origem deste calendário foi lunar. Ele regulava os festivais em função das fases da lua. Aparentemente "ajustes'' foram feitos, a posteriori, para conformar tal calendário a uma relação fixa com o calendário civil.
O calendário egípcio foi reconhecido pelos astrônomos gregos e tornou-se o calendário de referência da astronomia por muito tempo. Copérnico usou-o para construir suas tábuas da lua e planetas.
Os egípcios, cujos trabalhos no calendário remontam a 4 milênios antes de Cristo, utilizaram inicialmente um ano de 360 dias começando com a enchente anual do Nilo, que acontecia quando a estrela Sírius, a mais brilhante estrela do céu, nascia logo antes do nascer do Sol. Mais tarde, quando o desvio na posição do Sol se tornou notável, 5 dias foram adicionados. Mas ainda havia um lento deslocamento, que somava 1 dia a cada 4 anos. Então os egípcios deduziram que o comprimento do ano era de 365,25 dias. Já no ano 238 a.C., o Rei Ptolomeu III ordenou que um dia extra fosse adicionado ao calendário a cada 4 anos, como no ano bissexto atual.
Ptolomeu Euergetes tentou, em 238 a.C. introduzir o sexto dia para cada quatro anos, sugerindo algo como o ano bissexto moderno. No entanto sua proposta não teve eco. Seus argumentos foram considerados apenas sob o império romano na mão de Augusto (26-23 a.C.) que introduziu tal modificação no calendário. Assim, no sentido de corrigir deslocamentos já mensurados, o ano egípcio correspondente a 23-22 a.C. em 29 de agosto do chamado calendário juliano, foi introduzido um dia a mais. O ano egípcio correspondendo 23-22 a.C. possui o mês correspondente a agosto com 30 dias. A partir de então, este mesmo mês voltou a possuir 29 dias salvo nos anos bissextos, quando tinha um dia a mais. Esse novo calendário passou a se chamar Alexandrino.
Esta reforma não foi aceita integralmente e os dois calendários permaneceram paralelos até pelo menos 238 dC. Os astrônomos e astrólogos mantiveram a notação antiga. Ptolomeu usava-o, salvo no tratado de fenômenos anuais em que o novo calendário tinha mais conveniência.
Os persas adotaram o antigo calendário egípcio em 500 aC. Não é bem certo se foi adotado exatamente ou com modificações. Os armênios ainda o adotam. Os três últimos meses do calendário armênio correspondem exatamente aos três primeiros do antigo calendário egípcio. Em seguida vêm os cinco dias finais, característicos deste. O calendário alexandrino é ainda usado na Etiópia, na igreja Cóptica e para fins de agricultura no moderno Egito e vizinhos do norte da África.
O calendário babilônico-persa. À semelhança do calendário judaico, o ano babilônico era lunissolar, consistindo em 12 meses de 29 ou 30 dias cada, totalizando 354 ou 355 dias. Como o ano lunar é aproximadamente 11 dias mais curto que o ano trópico, acrescentava-se um segundo mês Ululu, o sexto mês, ou um segundo mês Addaru, o décimo segundo mês, a cada 2 ou 3 anos. Com o décimo terceiro mês, o ano passava a ter 383 ou 384 dias. O ciclo de 19 anos é considerado uma descoberta dos povos mesopotâmicos, que, posteriormente passou às monarquias selêucida e arsácida e, por intermédio delas, aos judeus. Por volta de 432 A.C., o astrônomo ateniense Méton organizou esse ciclo, determinando que o terceiro, o sexto, o nono, o décimo primeiro, o décimo quarto, o décimo sétimo e o décimo nono anos fossem constituídos de 13 lunações. Daí surgiu o nome de "Ciclo Metônico", pelo qual é mais comumente conhecido o ciclo de 19 anos. Os nomes dos meses babilônicos são: 1) Nisanu, 2) Aiaru, 3) Simanu, 4) Duzu, 5) Abu, 6) Ululu, 7) Tashritu, 8) Arahsamnu, 9) Kislimu, 10) Tebetu, 11) Shabatu e, 12) Addaru.
Calendário Babilônico - Um dos calendários mais antigos do mundo, possui 12 meses lunares, de 29 ou 30 dias cada um, cujo início é assinalado pelo aparecimento da lua nova. O ano babilônico tem 354 dias, 11 dias a menos que o solar. Para resolver essa defasagem, acrescenta-se um mês complementar (13º mês) a cada três anos. Os meses babilônicos são tishrê, cheshvan, kislev, tevet, shevat, adar, nissan, iyar, sivan, tamuz, av e elul. O 13º mês é introduzido após elul ou adar, conservando o mesmo nome do anterior seguido da indicação de segundo. Por volta de 480 a.C., os babilônios adotam um ciclo de 19 anos, adicionando os meses complementares a cada sete anos. Assim, conseguem uma correspondência mais adequada entre o ano lunar e o solar. O calendário babilônico influencia o calendário judaico emprestando-lhe o mecanismo para compensar a defasagem em relação ao ano solar e o nome dos meses do ano.
O calendário na Babilônia era constituído de 12 meses lunares. O primeiro dia do mês era declarado quando aparecia a primeira lua no crepúsculo após a lua nova (que para eles era "sem lua''). Para ajustar este sistema ao período definido pelas estações, um mês adicional era, casualmente, introduzido. O ano iniciava na primavera com o mês "Nisannu''.
Os gregos, que adotaram o calendário babilônico fizeram uma modificação importante no ano de 432 a.C. através do matemático ateniense Meton. Este introduziu um critério de correção do ano lunar, através de 7 intercalações num período de 19 anos, conhecido por ciclo metônico. O astrônomo Callippus de Cizicus, em 330 a.C., modificou este período, com uma correção a cada 4 desses ciclos, perfazendo um período de 76 anos, conhecido como período calípco, fazendo o ano médio, neste ciclo, valer 365,25 dias, muito mais próximo ao ano trópico verdadeiro. Os babilônios adotaram essas correções 50 anos depois.
Apesar das modificações tornarem a contagem dos anos lunares ajustados ao ano trópico, o calendário greco-babilônico não foi adotado em todas as regiões, visto que os países eram constituídos por cidades-estados independentes. O resultado é que a datação de eventos na contagem do tempo juliano, por exemplo, é bastante difícil.
A exemplo dos gregos, os romanos também adotaram o calendário babilônico. É dito que o Rômulo, o fundador de Roma, proclamou o calendário baseado no grego nos anos de 700 aC. Contudo, contavam-se apenas 10 meses, perfazendo 304 dias no ano: Martius, Aprilis, Maius, Junius, Quintilis, Sextilis, September, October, November e December. Os últimos seis meses se referiam ao número do mês no ano: quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono e décimo. Os 61 dias restantes caiam no inverno. Aparentemente os romanos não faziam muita questão de considerá-los, pelo menos no início.
O Pontífice observava a lua após a lua nova e proclamava o início do mês. Tal ato se denominava CALARE e dizia-se do KALEND como o primeiro dia do mês (o dia da proclamação). Ao mesmo tempo em que marcava o KALEND o Pontífice também marcava o nones (quarto crescente) e o ides (lua cheia). A tradição manteve o termo ides (em português, idos) como o dia 15 do mês. Na peça Júlio César, de Shakespeare, um adivinho disse a César: "Cuidado com os idos de março''. No dia 15 de março, César teria se encontrado com o adivinho e comentou: "Então, os idos de março chegaram'', ao que o adivinho respondeu: "Mas não se foram''.
Segundo a literatura, o biógrafo grego Plutarco, que viveu no final do século I dC, confirma esta passagem como verdadeira. O diálogo teria sido travado entre César e o astrólogo Spurinna. A expressão: "Cuidado com os idos de março'' teria sido dito pelo astrólogo. Impressionado, César resolveu não sair da cama, naquele dia. Diz-se, então, que seu amigo Decimus Albinus Brutus (o filho adotivo de César era Marcus) convenceu-o que um homem de seu porte não podia se submeter a previsões supersticiosas de um astrólogo. No caminho do Senado, que naquele dia se reunia no templo a Vênus, encontrou-se com Spurinna e lançou-lhe a frase com desdém. A verdadeira resposta do astrólogo foi: "Os idos de março chegaram, mas ainda não passaram''. César foi assassinado ao chegar, diante da estátua de Pompeu, no dia 15 de março de 44 aC.
O termo nones para designar a lua em quarto crescente se deve ao fato que, sob certas condições entre a lua nova ("sem lua'' para os romanos) e o quarto crescente decorrem 8 dias. Vide, por exemplo, o mês de julho de 1998. No primeiro dia se dá a lua crescente e no dia nove foi a lua cheia. Procurando-se um pouco, verifica-se o mesmo entre as luas nova e quarto crescente.
O termo Março vem de Marte, o deus romano da guerra. Tirando esse termo e os que denotam o número do mês, os nomes dos outros meses são objeto de certa polêmica.
Abril: Enquanto existem aqueles que associam o termo a uma corruptela de Aphrodite, aphrilis, outros dizem ter o nome relação com um herói mitológico ou deus chamado Aper ou Aprus.
Maio: Homenagem à deusa Maia, filha de Atlas. Junho: referência à deusa Juno. Contudo há referências a alusões que maio e junho vêm de "velho'' e "jovem''.
Julho: Em uma revisão do calendário, em 8 a.C., o imperador Augusto ofereceu a mudança de nome do mês "quintilis'' para Julius em homenagem a grande imperador Júlio César, e de quebra, aproveitou e mudou o mês "sextilis'' para Agosto ou Augustus.
O segundo rei de Roma, Numa Pompilius, adicionou os dois meses que faltavam no ano. Não há consenso se os meses de janeiro e fevereiro tenham sido adicionados ao final do ano ou se janeiro tenha sido acrescentado no início e fevereiro no fim. Sabe-se que já em 425 a.C., janeiro se encontrava no início do ano e o mês de fevereiro foi levado a intercalar entre janeiro e março. Uma corrente defende que, para os romanos o ano iniciava em março e terminava em fevereiro. A reforma do calendário promovida por Júlio César, criando o calendário juliano, acrescentou o ano bissexto. Fevereiro, que possuía, inicialmente, 23 dias, passou, mais tarde a ter 28 dias, ganhou um dia a mais, de quatro em quatro anos.
Janeiro é um nome que deriva da homenagem ao velho deus Janus, associado à origem do universo, regendo o caos. O nome fevereiro parece derivar de februa, chicote de pele de carneiro com o que se procurava "purificar'' ou "penitenciar-se''. Nos "idos'' deste mês, os romanos observavam o festival da Lupercalia, quando mulheres estéries eram chicoteadas na esperança de se tornarem férteis. Tal associação, contudo, dizem os historiadores ser improvável. De qualquer forma o verbo februare, parece se relacionar com penitência.
Antes da reforma juliana, os meses chegaram a possuir, alguns, 22 ou 23 dias. O ano chegava a ter, no máximo 355 dias. Para corrigir para o ano trópico, um mês era acrescentado. Chamava-se Mercedinus, em referência a merces, ou salário, pois se dava na época do pagamento de empregados. Podia também se chamar "intercalaris'', de onde a palavra moderna deriva.
Após a marcação de "Ides'', a metade do mês, a contagem se dava regressivamente. O período de "kalendas'' era, portanto, o mais longo de todos. Cobrindo, logo após a proclamação da lua cheia até logo depois da lua nova.
A duração do mês, as intercalações, etc, eram de atribuição dos Pontífices que a usavam, muitas vezes, para suas conveniências, para alongar ou encurtar o período de um cargo eletivo, sendo objeto de muita corrupção. A reforma juliana veio para colocar um fim a essas ações arbitrárias. Essa reforma, também, fixou as datas, a contagem dos dias e a relação entre os meses, fazendo o calendário se parecer bastante com o que se tem hoje.
Calendário romano - O primeiro calendário romano foi supostamente criado por Rômulo (fundador lendário dessa cidade) em 753 a.C., ano de fundação de Roma, baseado no calendário egípcio. O ano tem 304 dias, divididos em 13 meses lunares, seis de 30 dias e quatro de 31. Inicia-se em 1º de março. Os 4 primeiros tinham nomes próprios dedicados aos deuses da mitologia romana e provinham de tempos mais remotos, em que, provavelmente, se aplicaram às 4 estações; os 6 restantes eram designados por números ordinais, indicativos da ordem que ocupavam no calendário
O calendário não concordava com o ano solar nem com o lunar, ou seja, tratava-se dum calendário sem qualquer base astronômica. Adota a meia-noite para o início do dia. Os dez meses são: martius (31 dias), o primeiro mês, consagrado a Marte, deus da guerra; aprilis (30 dias), dedicado a Apolo, deus da beleza; maius (31 dias), dedicado a Júpiter, deus do Olimpo; junius (30 dias), dedicado a Juno, esposa de Júpiter. Quintilis (31 dias), sextilis (30 dias), september (30 dias), october (31 dias), november (30 dias), december (30 dias) significam sétimo, oitavo, nono e décimo. Numa Pompílio, rei que segundo a tradição teria governado Roma depois de Rômulo, entre 715-673 a.C., dá ao calendário uma base astronômica. Elabora um calendário composto de 355 dias, distribuídos em 12 meses (seguindo o exemplo dos gregos). Supersticioso, Pompílio considera os dias pares azarados. Por isso, diminui um dia dos seis meses de 30 dias. Aos seis dias junta mais 51, formando dois novos meses. Januarius, com 29 dias, é colocado sob a proteção de Janus, o deus da paz, representado por duas faces, uma olhando para o passado (fim do ano) outra para o futuro (ano novo). Februarius, com 28 dias, azarado por ser número par, é dedicado ao deus da purificação dos mortos, Februa. Sua denominação faz referência à "febre", é o mês das doenças, considerado de mau agouro. Assim, o ano fica com 355 dias em vez de 354, que era o valor do ano lunar dos gregos, para evitar o suposto azar de um número par, atribuindo o dia excedente a Februarius, que passou a ter 28 dias.
Introduzindo em primeiro lugar o mês de Januarius, dedicado ao deus Jano e em último lugar o mês de Februarius, dedicado ao deus Februa, ao qual os romanos ofereciam sacrifícios para expiar as suas faltas de todo o ano. Este foi o motivo por que o mês de Februarius foi colocado no fim.
Em suma, Pompílio intentou fazer concordar o calendário com o ano solar, acrescentando 2 meses (janeiro e fevereiro, respectivamente de 29 e 28 dias) e diminuindo 1 dia aos meses de 30 dias. Com essa medida, Numa Pompílio acrescentou 51 dias ao calendário, resultando, portanto, num ano de 355 dias. Um décimo terceiro mês, denominado de "Mercedonius", era acrescentado de 2 em 2 anos. Por fatores diversos, essas intercalações não foram realizadas da maneira correta, o que desordenou o calendário. Em 46 A.C., a diferença entre o ano civil e o ano trópico chegava a 80 dias.
Nova modificação é feita pelo quinto rei, Tarquínio Prisco. Essa modificação impede que o calendário lunar acumule uma grande diferença em relação às estações do ano. Essa é a base dos calendários Juliano e gregoriano.
Os romanos sentiram também a necessidade de coordenar o seu ano lunar com o ciclo das estações e seguindo, de certo modo, o exemplo dos gregos, estabeleceram um rudimentar sistema luni-solar, introduzindo no seu calendário, de dois em dois anos, um novo mês (13º): Mercedonius, assim chamado por estas intercalações serem feitas na época em que os senhores outorgavam as suas mercês aos escravos (uma espécie de gratificações voluntárias pelos serviços prestados).
O Mercedonius, cuja duração alternava de 22 ou 23 dias, intercalava-se entre 23 e 24 de Februarius, que se interrompia, completando-se depois da mesma. O ano assim formado tinha, em média, 366,25 dias, portanto mais um dia do que o ciclo das estações. Foram estabelecidas várias normas para atender a esse aspecto que na prática não resultaram, pois as intercalações passaram a ser feitas de acordo com interesses particulares ou políticos: os pontífices alongavam ou encurtavam o ano conforme os seus amigos estavam ou não no poder. A desordem atingiu tal ponto que o começo do ano já estava adiantado de três meses em relação ao ciclo das estações.
Foi esta desordem que Júlio César encontrou ao chegar ao poder. Decidido a acabar com os abusos dos pontífices, chamou a Roma o astrônomo grego Sosígenes, da escola de Alexandria, para que examinasse a situação e o aconselhasse nas medidas que deveriam ser adotadas. Além do que com a conquista de novos territórios, César sentiu a necessidade de uniformizar o calendário, já que outros eram utilizados pelos povos anexados ao império.
Estudado o problema, Sosígenes observou que o calendário romano estava adiantado de 67 dias em relação ao ano natural ou ciclo das estações, Para desfazer essa diferença, Júlio César ordenou que naquele ano (708 de Roma, ou 46 a.C.), além do Mercedonius de 23 dias que correspondia intercalar naquele ano, fossem adicionados mais dois meses, um de 33 dias, outro de 34 dias, entre os meses de November e December. Resultou assim um ano civil de 445 dias, o maior de todos os tempos, único na história do calendário e conhecido pelo nome de Ano da confusão, pois, devido à grande extensão dos domínios de Roma e à lentidão dos meios de comunicação de então, nalgumas regiões a ordem foi recebida com tal atraso que já havia começado um novo ano.
Foi então abolido o calendário lunar dos decênviros e adotou-se o calendário solar, conhecido por Juliano, de Júlio César, que começou a vigorar no ano 709 de Roma (45 a.C.), mediante um sistema que devia desenrolar-se por ciclos de quatro anos, com três comuns de 365 dias e um bissexto de 366 dias, a fim de compensar as quase seis horas que havia de diferença para o ano trópico. Suprimiu-se o Mercedonius e Februarius passou a ser o segundo mês do ano. Consequentemente, os restantes meses atrasaram uma posição, além da que já haviam atrasado na primeira reforma de Numa, com a conseqüente falta de sentido dos meses com designação ordinal. O valor médio do ano passou a ser de 365,25 dias e o equinócio da primavera deveria ocorrer por volta de 25 de Março.
Entretanto, as origens do calendário juliano remontam ao antigo Egito apesar de ter sido estabelecido em Roma por Júlio César no ano 46 a.C. (708 da fundação de Roma), segundo as indicações do astrônomo alexandrino Sosígenes, tendo vigorado por 1600 anos.
Para ajustar o ano trópico de 365,25 dias, adotou-se o sistema de ano bissexto (de 3'66', dois seis seguidos) a cada quatro anos.
O novo calendário, puramente solar, inspirado no ano egípcio de 365 dias, mas com a inovação do acréscimo de 1 dia a cada 4 anos para aproximar o ano civil do ano trópico; passou a ser composto por doze meses, perfazendo 365 dias, dividido em 12 meses de 29, 30 ou 31 dias. De quatro em quatro anos, instituía-se um ano bissexto de 366 dias. Os meses passaram a ter 30 dias (intercalados com meses de 31 dias). A diferença do calendário egípcio está no fato de se introduzirem os anos bissextos de 366 dias a cada quatro anos, de forma que o ano médio era de 365,25 dias. O fato de, hoje, os meses de Julho e Agosto (na época, quintilis e sextilis) terem 31 dias, sendo meses seguidos, devia-se a terem o nome de imperadores. Um décimo terceiro mês, que existia, foi extinto.
Foi necessário, no entanto adicionar 67 dias ao primeiro ano deste calendário. O primeiro dia de Março passou a ser o primeiro de Janeiro, de forma que o ano de 45 a.C. César estabeleceu o primeiro de janeiro como o dia do ano novo e manteve os nomes dos meses "setembro", "outubro", "novembro" e "dezembro", embora não fossem mais o sétimo, o oitavo, o nono e o décimo meses do ano.
O Período Juliano constitui um ciclo de 7.980 anos, resultantes da multiplicação dos valores da indicção (15 anos), do ciclo metônico (19 anos) e do ciclo solar. Este último abrange um período de 28 anos, findos os quais os anos voltam a ter os mesmos dias da semana como data inicial.
O referido período inicia-se às 12 horas do dia primeiro de janeiro de 4.713 A.C., uma Segunda-feira. Esse ciclo, inventado por Joseph Scaliger (1.540 A.D. – 1.609 A.D.), segue o calendário juliano, porém sua denominação foi dada em homenagem ao pai de seu idealizador, Julius Caesar Scaliger.
O número de dias decorridos até um ano qualquer do período obtêm-se multiplicando 365,25 pelo número de anos do intervalo. A compreensão desse ciclo assumirá particular relevância na utilização de informações de cunho astronômico para a localização da data exata da morte de Jesus.
Durante o consulado de Marco António, reconhecendo-se a importância da reforma introduzida no calendário romano por Júlio César, foi decidido prestar-lhe justa homenagem, perpetuando o seu nome no calendário, de maneira que o sétimo mês, Quintilis, passou a chamar-se Julius.
Também no ano 730 de Roma, o Senado romano decretou que o oitavo mês, Sextilis, passasse a chamar-se Augustus, porque durante este mês começou o imperador César Augusto o seu primeiro consulado e pôs fim à guerra civil que desolava o povo romano. E, para que o mês dedicado a César Augusto não tivesse menos dias do que o dedicado a Júlio César, o mês de Augustus passou a ter 31 dias. Este dia saiu do mês de Februarius, que ficou com 28 dias nos anos comuns e 29 nos bissextos. Também para que não houvesse tantos meses seguidos com 31 dias, reduziram-se para 30 dias os meses de September e November, passando a ter 31 dias os de October e December. Assim se chegou à distribuição sem lógica alguma dos dias pelos meses, que ainda hoje perdura.
De princípio, o calendário juliano conservou as letras nundinais para determinar a data dos mercados públicos, a divisão dos meses pelas calendas, nonas e idus e a nomenclatura ordinal dos dias. O dia excedente de Februarius, nos anos bissextos, era intercalado como o fora anteriormente o mês Mercedonius entre os dias 23 e 24. Quando Februarius passou a ter 28 dias nos anos comuns, o seu 23.º dia era o 6.º antes das calendas de Março. Portanto, o dia seguinte, que era intercalado de 4 em 4 anos, passou a designar-se por bissextocalendas (ou bissextus dies ante calendas Martii). Daí o nome de dia bissexto e, por arrastamento, de ano bissexto que hoje se dá aos anos em que o mês de Fevereiro tem 29 dias.
Mas o ciclo de 4 anos de Sosígenes começou por ser mal aplicado, pois em vez de se contarem 3 anos comuns e um bissexto, como, de fato, recomendava aquele astrônomo, os pontífices romanos falsearam a contagem ou a interpretaram mal, ainda que isso não pareça muito provável dada a sua simplicidade e intercalaram um ano bissexto de 3 em 3 anos. Assim, durante os primeiros 36 anos de vigência do calendário juliano foram intercalados 12 bissextos em vez de 9. Para se remediar este erro, e como 12 bissextos correspondiam a 48 anos, César Augusto suspendeu as intercalações durante 12 anos, começando então a ser feita de 4 em 4 anos, como era correto. Em geral, a cronologia não refere este fato e admite-se que o calendário juliano seguiu corretamente desde o princípio.
Por aquela época tiveram lugar na Terra Santa os mistérios da Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, o advento do cristianismo e a difusão desta doutrina. Tal ocorrência acabaria por ter bastante influência na evolução do calendário juliano: a fixação das regras para a determinação da data da Páscoa e a adoção oficial da semana no calendário romano.
Os cristãos da Ásia Menor celebravam a Páscoa cristã no dia 14 da primeira Lua que começasse em Março, qualquer que fosse o dia da semana em que ocorresse essa data. Pelo contrário, os cristãos do Ocidente celebravam-na no domingo seguinte a esse dia. Esta discrepância entre os cristãos do Oriente e do Ocidente na comemoração de tão importante acontecimento, deu origem a sérias polemicas entre os altos dignatários das duas Igrejas. A questão foi resolvida no concílio de Nicéia (ano 325 da nossa era): Jesus Cristo ressuscitou num domingo, 16 Nissan do calendário judeu, coincidente com o plenilúnio do começo da primavera. O concílio decidiu manter estes três símbolos e acordou que a Páscoa passaria a ser celebrada universalmente, no domingo seguinte ao plenilúnio que tivesse lugar no equinócio da primavera ou imediatamente a seguir.
Os cristãos, que, entretanto, iam ganhando posições em toda a parte, precisavam da semana hebraica para o seu culto, visto que tinham de guardar o preceito do descanso ao sétimo dia e, assim, a semana acabou por ser adotada no calendário romano, abolindo-se, pouco a pouco, as letras nundinais e o uso das calendas, nonas e idus.
Convém salientar que o ano de 365,25 dias do calendário juliano é cerca de 11m14s mais longo do que o ano trópico. A acumulação desta diferença ao longo dos anos representa um dia em 128 anos e cerca de três dias em 400 anos. Assim, o equinócio da primavera que no tempo de Sosígenes ocorria por volta de 25 de Março, ao realizar-se o concílio de Nicéia, quase quatro séculos depois, teve lugar a 21 de Março.
A contagem dos anos, a partir da era cristã, dá-se quando a igreja solicita ao abade romano Dionysius Exiguus (Dionísio Exíguo ou, o Pequeno), que calculasse o ano de nascimento de Jesus, que ele fixou no ano 753 da fundação de Roma. A Era Cristã de Dionísio foi sendo adotada desde o século 6, mas só foi admitida pela Cúria Romana a partir do século 10.
Naquela época, 325 d.C. contava-se os anos a partir do início do governo do grande imperador Diocleciano, embora já vigorasse a religião cristã como oficial. Exiguus determinou que o ano 248 da era deocliciana correspondia a 332 d.C. Sabe-se, hoje, que Exiguus errou o cálculo de 4 anos. Por tradição, contudo, festeja-se o ano cristão como o definido por Exiguus. O sistema cristão inicia a era no ano I. O ano anterior a este é -I ou I aC. Muitos países adotam a notação I a.D., para denotar o ano I, depois de Cristo. "AD'' representa a abreviação latina de anno dominum, ano de Cristo.
Nos catálogos astronômicos adota-se o chamado "Dia Juliano'', contagem em que o dia começa ao meio-dia do dia civil anterior. A contagem do dia juliano é contínua. Valores quebrados, indicando momentos do dia, são admitidos. Adota-se o dia juliano "1'' o primeiro dia ao meio-dia de 4713 aC.
O Calendário "Cristão" surgiu no ano 532 da nossa era. Era o ano 248 da era Diocletiana (os anos eram Julianos e estavam sendo contados a partir de um decreto de Diocletiano) quando Dionysius Exiguus, um calculista do Papa (fazia os "complicados" cálculos para a determinação da Páscoa), sugeriu que a contagem dos anos tivesse início no ano do nascimento de Cristo. Não se sabe dos cálculos, provas, etc. que Dionysius teve para fixar o nascimento de Cristo (erradamente) 532 anos atrás, no dia que passou a ser 25 de dezembro do ano um.
O início da era Cristã ficou sendo, desta maneira, 359 dias antes daquele que Dionysius presumiu ser o dia do nascimento de Cristo.
São dois os Calendários Cristãos ainda em uso no mundo. O Calendário Juliano foi proposto por Sosígenes, astrônomo de Alexandria, e introduzido por Julio César em 45 AC. Foi usado pelas igrejas e países cristãos até o século XVI, quando começou a ser trocado pelo Calendário Gregoriano. Alguns países, como a Grécia e a Rússia o usaram até o século passado. Ainda é usado por algumas Igrejas Ortodoxas, entre elas a Igreja Russa. O Calendário Gregoriano foi proposto por Aloysius Lilius, astrônomo de Nápoles, e adotado pelo Papa Gregório XIII, seguindo instruções do Concílio de Trento (1545-1563). O decreto instituindo esse Calendário foi publicado em 24 de fevereiro de 1582.
A diferença entre esses dois Calendários está na duração considerada do ano (365,25 dias no Juliano e 365,2425 dias no Gregoriano) e nas regras para recuperação do dia perdido, acumulado durante os anos, devido à fração de dias na duração do ano considerada.
Note que atualmente sabemos ser a duração do ano tropical de 365,242190 dias. Devido às diferenças entre as durações do ano consideradas nesses dois calendários e a duração verificada, o ano tropical se defasa de 1 dia a cada 128 anos no Calendário Juliano e a cada 3.300 anos no Calendário Gregoriano.
O Calendário Juliano estava 10 dias atrasado em relação ao ano tropical quando o Calendário Gregoriano foi decretado. Por isso, constou da bula papal que 10 dias do mês de outubro deveriam ser "pulados", passando o Calendário do dia 4 de outubro, imediatamente para o dia 15. Os dias 5 a 14 de outubro de 1582 não constam da história daqueles países que imediatamente adotaram o novo Calendário (Portugal, Espanha, Itália e Polônia).
No Calendário Gregoriano o ano é considerado como sendo de 365 + 97/400 dias (=365,2425 dias). Assim sendo, no Calendário Gregoriano, existem 97 anos de 366 dias (que chamamos de bissextos) em cada período de 400 anos.
Os anos bissextos são determinados pela seguinte regra: 1- Todo ano divisível por 4 é bissexto; 2- Todo ano divisível por 100 não é bissexto; 3- Todo ano divisível por 400 é bissexto. O item 3 prevalece ao item 2 que por sua vez prevalece ao item 1.
Os anos são formados por meses constituídos por 30 ou 31 dias; com exceção de fevereiro constituído por 29 dias nos anos bissextos e 28 nos demais anos.
Problemas com o calendário juliano. Este deslocamento do equinócio no calendário, que não foi tomado em consideração pelos padres conciliares de Nicéia, continuou a produzir-se à razão de um dia em cada 128 anos, causando várias preocupações à Igreja durante toda a Idade Média, visto que esse atraso poderia dar origem a novas discrepâncias sobre a data da Páscoa. O problema foi tratado nos concílios de Constança (1414) e Basiléia (1436 e 1439), mas não foi possível chegar a qualquer acordo. Em 1474, o Papa Sixto IV encarregou Juan Muller de estudar o meio de reformar o calendário, mas este sábio alemão, conhecido pelo nome de Regiomontano, morreu dois anos depois sem ter apresentado as conclusões do seu trabalho. No concílio de S. João de Latrão (1511 a 1515) foi novamente abordado o problema e no de Trento (1545 a 1563) chegou a ser discutido um projeto de reforma que não pôde ser concretizado, apesar dos esforços do Papa Pio IV, dada a escassa preparação científica de então para reconhecer as vantagens.
Foi necessária a autoridade de um Papa com a cultura e a tenacidade de Gregório XIII para conseguir impor a reforma. Entretanto, o equinócio da primavera ocorria já por volta de 11 de Março. Depois de várias consultas a instituições científicas, em 1576 foi criada uma comissão encarregada de estudar o problema e as várias propostas existentes para o resolver. Nesta comissão, constituída pelos melhores astrônomos e matemáticos da época, teve papel preponderante o célebre padre jesuíta Clavius, que estudara matemática em Coimbra com Pedro Nunes.
Foi preferido o projeto de reforma apresentado pelo astrônomo Luís Lílio e comunicado em 1577 e 1578 a numerosos príncipes, bispos e universidades para darem a sua opinião. Só depois de analisadas pela comissão todas essas respostas, resolveu-se adotar finalmente o projeto de Lílio e em 24 de Fevereiro de 1582 Gregório XIII expediu a bula Inter Gravíssimas, que estabelecia os pontos essenciais do novo calendário.
Julgando perfeito o calendário juliano, o Concílio de Nicéia (325 A.D.), presidido pelo Imperador Constantino, nele se baseou ao adotar as regras para a determinação do dia da Páscoa Cristã. Ficou decidido que a festa da Páscoa deveria ser celebrada no primeiro Domingo depois da primeira lua cheia que se seguisse ao equinócio da primavera, fixado como o dia 21 de março. Esta data seguia a da tradição judaica que é observada no dia 15 Nisan (calendário judaico). No entanto, em razão da diferença entre o calendário juliano e o ano trópico, o equinócio de 21 de março cada vez mais se distanciava do equinócio real, aproximando-se do verão do hemisfério norte, ou seja, a Páscoa aparecia cada vez mais cedo no calendário.
CONTINUA...