O livro "Ele veio para libertar os cativos", da Dra. Rebecca Brown, relata desta forma: "São oito os 'dias santos', durante o ano nos Estados Unidos, em que são praticados os sacrifícios de humanos. São eles: o natal, a páscoa, o 'halloween' (dia das bruxas), o dia de ação de graças, e preferivelmente, o primeiro dia de cada estação do ano (primavera, verão, outono e inverno). (...) Desde que os Druidas instituíram o 'halloween' na Inglaterra, este continua a ser o dia especial para a prática dos sacrifícios humanos. A repentina epidemia de substâncias e objetos encontrados em vários 'halloween' tratados por 'trick-or-treaters' (brincadeiras maldosas) não é por acaso. É uma tentativa maldosamente planejada pelos satanistas, pois as crianças feridas e mortas por esses 'truques' são sacrificadas a Satã".
Muitos cristãos estão celebrando entusiasticamente diversos feriados ocultistas sem conhecer a verdadeira origem deles. Quando você compreender o quão paganizado o mundo ocidental se tornou, verá que o julgamento de Deus não pode estar muito longe. Lembre-se da advertência bíblica: "Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas." [Apocalipse 18:4]
A Estrela de Belém – Fenômenos astronômicos ligados a acontecimentos históricos são excelentes para precisar datas. A "Estrela de Belém", descrita por Mateus (2:1-2), teria sido um fenômeno astronômico? Poderia ela nos ajudar a precisar a data correta (pelo menos o ano) do nascimento de Jesus?
Que fenômeno astronômico poderia ter levado os magos à interpretação do "anúncio do nascimento de Cristo"? A descrição da "Estrela de Belém" feita por Mateus é superficial a ponto de nos permitir vislumbrar várias possibilidades. Assim somente por revelação divina do Espírito Santo é que sabemos a verdade (Mt 16:17, I Cor 12:3, Lc 12:12, João 14:26).
Alguns fenômenos astronômicos, tais como eclipses; conjunções planetárias; aparecimentos de cometas de curto período; etc. são cíclicos e podemos saber com precisão sobre suas datas de ocorrência através de cálculos matemáticos. Outros fenômenos tais como aparecimentos de cometas de longo período; novas; super-novas; etc. para sabermos se e quando aconteceram, temos que recorrer a relatos de civilizações espalhadas pelo mundo; muitas vezes dos chineses antigos que eram observadores meticulosos do céu.
Há pouco, um cientista britânico, fazendo uso de estudos astronômicos chegou à conclusão que Jesus Cristo teria nascido em quinze de setembro do ano 7 a.C.
A Estrela de Belém é uma história com mais de 2000 anos que ainda exerce fascínio sobre muitas pessoas, entre as quais diversos historiadores, teólogos, filósofos, astrônomos e todos os que procuram encontrar a explicação para um fenômeno do qual, na realidade, não existem quaisquer provas concretas. Puro capricho? Julgo que não. O trabalho tanto pode valer por aquilo em que se acredita, como por tudo o que se pode descobrir e aprender com ele, mesmo não acreditando. Por esta razão, creio que qualquer investigação séria e empenhada é legítima. Este é apenas um resumo de alguns artigos e livros que fomos descobrindo e que nos pareceram curiosos. Não dispensa, de modo algum, a leitura dos mesmos pelos interessados.
Os três Reis Magos tinham conhecimento de astrologia e astronomia... Gaspar ("aquele que vai inspecionar") simboliza o poder real e oferece Ouro ao Cristo e o saúda como Rei; Belchior ou Melchior ("meu Rei é luz"), o poder sacerdotal, oferece Incenso e o saúda como Sacerdote, e Baltazar ("Deus manifesta o Rei") é a síntese dos dois anteriores, e representa um estado indiferenciado além da dualidade, oferece Mirra (o bálsamo da incorruptibilidade) e saúda o Menino Jesus como Profeta, ou Mestre Espiritual por Excelência.
Rei Herodes, César Augusto e Cirênio, relacionados ao nascimento de Jesus por Mateus e Lucas, foram governadores oficiais do Império Romano e possuem várias referências históricas. A morte de Herodes "o grande", por exemplo, teria acontecido entre os anos 04 e 01 antes de nossa era. (Flávius Josephus menciona um eclipse lunar que ocorreu pouco antes da morte de Herodes. Esse eclipse tem sido identificado pela maioria dos historiadores como sendo o ocorrido em 13 de março do ano 4 antes de nossa era.) O nascimento de Jesus teria ocorrido no final do reinado de Herodes.
Atualmente tem aumentado o número dos que acreditam que Herodes morreu no ano 1 antes de nossa era; sendo então plausível o nascimento de Jesus nos anos 4, 3 ou mesmo 2 antes de nossa era.
Uma conjunção ocorre quando dois ou mais astros atingem coordenadas celestes muito próximas, parecendo cruzar-se no céu. As conjunções são fenômenos relativamente freqüentes e podem mesmo ter uma periodicidade mensal, como é o caso da conjunção que se dá entre o Sol e a Lua em cada Lua Nova, mas de uma maneira geral o período é um intervalo de tempo mais alargado.
Em 1603, Johannes Kepler, à época astrônomo e astrólogo imperial, observou uma conjugação dos planetas Júpiter e Saturno, que apareceram no mesmo meridiano celeste, um por debaixo do outro. Esses planetas se aproximaram no céu (mas não o bastante para serem confundidos como um único objeto), e foi seguido por um agrupamento de Marte, Júpiter e Saturno.
Calculou que a freqüência do agrupamento entre Júpiter, Saturno e Marte ocorre a cada 805 anos, sendo assim, teria acontecido no ano 799 D.C., mas também no ano 6 A.C. (data provável para o nascimento de Cristo). Se continuarmos a contar os anos para trás chegamos a 811 A.C. (presumível tempo do profeta Isaías), depois a 1616 A.C., (período de Moisés)... Demasiada coincidência para Kepler? Talvez, porque parece que se continuarmos a retroceder chegamos a 4031 A.C., altura em que se considerava, imagine-se, que Adão tivesse sido criado!
Pouco depois, uma supernova brilhante, resultante da explosão de uma estrela, apareceu na mesma área do céu. Kepler supôs que a supernova teria sido criada pelos planetas, o que hoje se sabe ser impossível. Fez cuidadosamente as suas contas e reparou que no ano 4 a.C., data já então considerada provável para o nascimento de Cristo, se tinha verificado uma conjunção de planetas e um agrupamento. Imaginou que uma «estrela nova» tivesse também aparecido na altura e que ela tivesse guiado os magos a Belém. O que Kepler fez, erradamente, foi relacionar a conjunção dos três planetas com o aparecimento da nova estrela. Uma coisa teria sido conseqüência da outra. Depois julgou que no tempo do nascimento de Cristo se teria dado um fenômeno semelhante. Foi desta forma que, durante muitos anos, se pensou que a estrela de Belém poderia ter sido uma "nova".
É também uma explicação possível, mas pouco provável, pois não há registros seguros de nenhuma supernova espetacular por essa data.
Chamamos de "Novae" (plural de "Nova") àquelas estrelas que subitamente têm seus brilhos aumentados de dezenas a centenas de milhares de vezes. Muitas vezes uma estrela que só pode ser observada com potentes telescópios, no espaço de algumas horas ou dias se torna um dos objetos mais brilhantes do céu, permanecendo assim por alguns dias ou semanas.
Interpretamos esse fenômeno como o resultado da interação entre duas estrelas próximas (sistema binário) onde uma delas, "velha e exaurida", vai "colhendo e acumulando" combustível (hidrogênio) de sua companheira. De tempos em tempos (centenas de milhares de anos) esse material acumulado atinge massa crítica e dá-se início a um violento processo de queima (explosão), surgindo assim a "Nova".
O único registro de "novae" no tempo admissível do nascimento de Jesus, que temos notícia, foi feito por astrônomos chineses, na constelação de Capricórnio, no ano 5 antes de nossa era. Teria sido essa "nova" a "Estrela de Belém"?
Segundo esses mesmos registros, essa não era uma "nova" muito brilhante, capaz mesmo de não se fazer notar por um observador menos atento. Além disso, como uma "nova" pode indicar um local ou uma direção a seguir? "Novae" não têm assimetrias (como caudas) que "apontam para algum lugar" e se mantém fixas em relação às estrelas de fundo.
Assim de Habsburgo, Kepler, ao observar com um modesto telescópio do castelo de Praga a aproximação de Júpiter e Saturno na constelação de Piscis, perguntou-se pela primeira vez se o Evangelho não se referia precisamente a esse mesmo fenômeno. Foram feitos grandes cálculos até descobrir que uma conjunção deste tipo ocorreu no ano 7 a.C. lembrou também que o famoso rabino e escritor Isaac Abravanel (1437-1508) havia falado de um influxo extraordinário atribuído pelos astrólogos hebreus àquele fenômeno: o Messias tinha que aparecer durante uma conjunção de Júpiter e Saturno na constelação de Piscis. Kepler falou em seus livros de sua descoberta, mas a hipótese caiu no esquecimento perdida entre seu imenso legado astronômico.
Faltava uma demonstração científica clara. Chegou em 1925, quando o erudito alemão Pe Schnabel decifrou anotações neobabilônicas de escritura cuneiforme gravadas em uma tábua encontrada entre as ruínas de um antigo templo do sol, na escola de astrologia de Sippar, antiga cidade localizada na confluência do Tigre e do Eufrates, a uns cem quilômetros ao norte da Babilônia. A tabuinha encontra-se agora no Museu estadual de Berlim.
Entre os vários dados de observação astronômica sobre os dois planetas, Schnabel encontra na tábua um dado surpreendente: a conjunção entre Júpiter e Saturno na constelação de Piscis ocorreu no ano 7 a.C., em três ocasiões, durante poucos meses: de 29 de maio a 8 de junho; de 26 de setembro a 6 de outubro; de 5 a 15 de dezembro. Além disso, segundo os cálculos matemáticos, esta tripla conjunção pôde ser vista com grande claridade na região do Mediterrâneo.
A tripla conjunção dos dois planetas na constelação de Piscis explica também a aparição e a desaparição da estrela, dado confirmado pelo Evangelho. A terceira conjunção de Júpiter e Saturno, unidos como se fosse um grande astro, ocorreu de 5 a 15 de dezembro. No crepúsculo, a intensa luz podia ser vista ao olhar para o Sul, de modo que os Magos do Oriente, ao caminhar de Jerusalém a Belém, a tinham diante de si. A estrela parecia se mover, como explica o Evangelho, «diante deles» (Mt 2, 9).
Há quem considere mais provável que se tenha tratado da passagem de um cometa. Se a "Estrela de Belém" foi um cometa, que cometa teria sido? Um cometa sempre volta em períodos regulares. Quantas vezes mais o "Cometa – Estrela de Belém" teria se aproximado do Sol, depois da época do nascimento de Jesus? Seria ele um cometa conhecido e catalogado?
Astrônomos do século XVI propuseram haver sido a "Estrela de Belém" o cometa Halley. Na época acreditava-se ser o período do Halley um pouco menor que o conhecido atualmente. Acreditava-se assim que o Halley havia "passado" no ano 1 antes de nossa era. Hoje sabemos que o Halley "passou" no ano 12 antes de nossa era. Muito cedo para estar associado ao nascimento de Jesus.
Nenhum dos cometas conhecidos, segundo os dados hoje catalogados, passou por aqui, capaz de ser visto a olho nu, entre os anos 7 antes de nossa era e o ano 1 de nossa era; período admissível do nascimento de Cristo.
Com período quase igual ao de Halley, o cometa de Olbers (período 72,4 anos) teria passado no ano 15 a.C.; O cometa Herschel-Rigollet (período 150 anos) teria passado no ano 139; O Comas Solá (período 8, 55 anos) terá passado no ano 1 a.C.; O cSchaumasse (período 8,7 anos) teria passado no ano zero entre as duas eras. É uma explicação igualmente razoável, mas que não explica a razão por que não se encontram quaisquer registros desse suposta cometa noutras culturas.
A primeira explicação astronômica que se procurou dar para a "Estrela de Belém" foi que teria sido um cometa. (Essa imagem ainda é muito forte no imaginário popular; onde freqüentemente a "Estrela de Belém" é representada como uma "estrela com cauda".) Cometas possuem "caudas" que parecem apontar para algum lugar. Dependendo de onde vemos o cometa, temos a impressão de ele estar apontando pra esse ou aquele ponto do horizonte. Visto do local adequado o "Cometa – Estrela de Belém" daria a impressão de estar apontando para Belém. Além disso, cometas aparecem, desaparecem por algum tempo (quando passam próximo do Sol) e reaparecem; isso em períodos de alguns meses (compatíveis com o tempo suposto da viagem dos magos).
Cometas são "pedras de gelo sujo" que gravitam em torno do Sol em órbitas elípticas muito "achatadas"; o que faz com que eles se aproximem e se distanciem periodicamente do Sol (e conseqüentemente da Terra uma vez que, em termos de Sistema Solar, nosso planeta fica próximo do Sol).
Essas pedras de "gelo sujo" são formadas por uma mistura de elementos voláteis; pedras; grãos de poeira (dos tamanhos os mais variados); etc. Quando se aproxima do Sol, parte desse material se volatiza liberando parte das pedras e grãos de poeira que estavam presos ao gelo. Inicialmente esse material que se desprende do núcleo do cometa (a pedra de gelo sujo) fica gravitando em torno do núcleo, formando uma "nuvem" de gás e poeira que chamamos de "cabeleira". Parte desse material vai ser "empurrado" pelo vento solar no sentido contrário ao que o Sol se encontra, formando a "cauda" do cometa. Os cometas sempre "apontam" para o Sol. Vendo um cometa no céu, temos a impressão que ele está "apontando" para um ponto da linha do horizonte que fica entre o cometa e o Sol.
Por outro lado, e este será o argumento mais forte, nenhuma destas teorias permite explicar que apenas os magos tivessem visto um fenômeno espetacular no céu. Os judeus de Jerusalém deveriam ter igualmente visto o cometa ou a supernova, não se percebendo que uns tenham ficado impressionados com o fenômeno e outros o tenham ignorado.
Uma explicação antiga, surgida logo após as reflexões de Kepler, diz que os magos teriam visto uma conjugação de planetas, que se teria verificado no ano 4 a.C. Os céticos dizem que apesar de ser uma explicação plausível, mas que não se consegue destacar nenhum fenômeno celeste verdadeiramente raro e espetacular, pois conjugações desse tipo são relativamente freqüentes. Em particular, tinham-se verificado conjugações muito mais espetaculares poucas décadas antes.
Ocorre que os planetas estavam muito próximos, separados apenas por um arco de grau, na constelação de Peixes e essa conjunção tivera uma particularidade, fora uma conjunção tripla. Uma conjunção tripla é um fenômeno raro (freqüência de 805 anos), que ocorre devido ao movimento retrógrado aparente de um dos dois planetas, que faz com que eles se cruzem no céu três vezes durante um período de poucos meses. Assim, a Estrela de Belém pode ter sido a conjunção de Júpiter, Saturno e Marte.
Em 1986, Roger Sinnott, astrônomo e colaborador da Sky and Telescope, escreveu o artigo Computing the Star of Betlehem, que relacionava a Estrela de Belém com uma conjunção entre Júpiter e Vênus que ocorreu no ano 2 A.C. Na realidade, esta conjunção deve ter sido espetacular, uma vez que o disco de Vênus chegou a ocultar parcialmente o de Júpiter e, durante algum tempo, terá parecido que os dois astros se estavam a fundir num só. Tudo isto aconteceu na constelação do Leão que, segundo algumas interpretações, estaria relacionada com o povo da Judéia pela seguinte passagem do Gênesis (49:9): "Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará?" Esta teoria levanta o problema de Jesus ter nascido depois do ano que tem sido adotado para a morte de Herodes, o ano 4 A.C. Existem alguns estudos que pretendem dar a volta a este obstáculo, argumentando que houve uma confusão na edição de 1544 do Antiguidades, de Flávius Josephus, o que terá levado os investigadores a fazerem o cálculo errado para o ano da morte de Herodes. Segundo os autores dos estudos, qualquer manuscrito de Josephus anterior a 1544 aponta para que Herodes tenha morrido no ano 1 A.C.
Este ponto de vista é também defendido pelo teólogo Ernest L. Martin, no seu livro The Star that Astonished the World, 1996. No entanto, Martin apresenta uma teoria mais complexa que associa mais do que um fenômeno. A 11 de Setembro (dia que marca o início do ano hebraico) de 3 A.C., Júpiter, o planeta rei, entrou em conjunção com a estrela Régulo (pequeno rei), a mais brilhante da constelação do Leão. O Sol estava na constelação da Virgem. Temos, pois, dois reis que se encontram quando a Virgem é protegida pelo Sol, uma conjugação de fatores que certamente não deixaria indiferentes os Magos do Oriente e que Martin considera ter sido o sinal que os levou a partir. O 11 de Setembro foi, segundo ele, a data do nascimento de Jesus Cristo. Além do mais, esta conjunção foi tripla, isto é, Júpiter entrou em movimento retrógrado e depois prosseguiu o seu movimento natural, o que o levou a cruzar-se três vezes com Régulo.
Algumas análises propõem ainda que se alie a conjunção entre Vênus e Júpiter a esta tripla conjunção de Júpiter e Régulo (como é o caso da que é apresentada por Frederick A. Larson, no site Star of Bethlehem, que os interessados poderão consultar).
Como se pode depreender do que tem sido dito até aqui, hoje em dia existe um considerável número de trabalhos e obras publicadas sobre este assunto. Mesmo assim, julgo que pode ser interessante destacar duas investigações, que deram origem a dois livros que têm conseguido bastante aceitação, quer por parte da comunidade científica, quer pelos interessados por estes temas, em geral.
Dois livros parecem lançar mais alguma luz sobre o problema. Um deles é de Mark Kidger, um astrônomo britânico que atualmente trabalha no Instituto de Astrofísica das Canárias. A obra, intitulada The Star of Bethlehem: An Astronomer's Point of View saiu sob a chancela da Princeton University Press. O outro é da autoria de Michael Molnar, um astrônomo norte-americano. Tem como título The Star of Bethlehem: The Legacy of the Magi e foi publicado pela Rutgers University Press.
O primeiro livro, The Star of Bethlehem – An Astronomer's View (Princeton University Press, Novembro de 1999), foi escrito pelo inglês Mark Kidger, astrônomo do Instituto de Astrofísica das Canárias.
Kidger parte da hipótese segundo a qual o rei Herodes terá morrido entre 13 de Março e 11 de Abril do ano 4 A.C.. Defende também que os Magos seriam de origem persa, iniciados na tradição messiânica do zoroastrismo, alegando que, devido à grande rivalidade existente entre os persas e os romanos, os primeiros ter-se-iam certamente interessado pela possibilidade de vir a surgir um Rei libertador dos judeus, que iria sem dúvida causar dificuldades aos romanos na luta pelo controle da Judéia.
Kidger sugere que os Magos observaram uma conjunção tripla, ocorrida entre Júpiter e Saturno e que se prolongou por sete meses, de Maio a Dezembro, no ano 7 A.C. – a conjunção calculada por Kepler. Este terá sido o primeiro sinal, pois Júpiter, o planeta rei, reunia-se a Saturno na constelação de Peixes, que estaria astrologicamente associada aos judeus. Todavia, este evento não foi suficiente para convencer os Magos de que algo acontecia, ou estava para acontecer. Estas conjunções eram relativamente freqüentes e houve mesmo algumas mais espetaculares em anos anteriores, por exemplo, em 146-145 A.C.
Mas, vieram outros sinais, como o agrupamento entre Júpiter, Saturno e Marte, que ocorreu a 20 de Fevereiro de 6 A.C., também na constelação de Peixes. Kidger lembra que, sendo Marte o rei da guerra, uma interpretação possível para este evento poderia ser o nascimento de um Rei, que traria a libertação para os judeus. Porém, estamos perante mais um fenômeno relativamente freqüente e Kidger indica ainda mais dois sinais. Um deles é uma ocultação de Júpiter pela Lua, a 17 de Março de 6 A.C., na constelação do Carneiro.
O outro fenômeno, e esse, sim (segundo ele), teria sido a Estrela que orientou a viagem dos Magos, é a «nova» que apareceu em Março do ano 5 A.C. a norte de Alfa e Beta Capricórnio, ou a sul de Águia, e que os chineses registraram. Dizem os Anais chineses que a nova brilhou durante 70 dias. Kidger considera que teria sido tempo suficiente para os Magos realizarem a sua viagem, desde a Pérsia até Jerusalém, com a estrela que tinham visto no Oriente, ao romper da aurora, «seguindo» à sua frente, num movimento aparente (que se deve ao movimento aparente da esfera celeste), para depois parecer «estacionar» a sul, na direção de Belém. Jesus Cristo teria assim nascido por volta de meados de Abril de 5 A.C., o que não só se encaixa no Evangelho segundo Mateus, mas também está de acordo com as palavras do Evangelho segundo Lucas, que parecem referir-se à Páscoa. Cada um dos sinais apresentados por Kidger é, segundo ele, por si só, insuficiente, mas o conjunto pode fazer algum sentido.
Assim, segundo Ridge, o «primeiro sinal» terá sido uma tripla conjunção de Júpiter e Saturno, que se registrou no ano 7 a.C. na constelação Peixes. Argumentando que Peixes é o signo da Judéia, Ridger diz que qualquer fenômeno astronômico aí registrado seria seguido com atenção pelos magos, que esperavam por um sinal anunciador do nascimento do Messias. Ao contrário dos habitantes locais, que não se interessavam por fenômenos celestes nem por astrologia, o alinhamento dos dois planetas no mesmo meridiano, passando um por debaixo do outro, seria seguido com interesse pelos magos da Babilônia ou da Pérsia que, apesar de terem origem judia, viviam sob influência da astrologia grega, romana e zoroastrista. O «segundo sinal» seria um agrupamento dos planetas Júpiter, Saturno e Marte, que se registrou em Fevereiro do ano seguinte, 6 a.C., igualmente em Peixes. O «terceiro sinal» seria uma conjugação de Júpiter e da Lua, que se realizou em Fevereiro de 5 a.C. na mesma constelação. Depois de todos estes acontecimentos celestes, os astrólogos magos ter-se-iam convencido da chegada do Messias e ter-se-iam preparado para a caminhada até Jerusalém. O «quarto sinal», ainda segundo Ridger, seria o aparecimento de uma explosão estelar, uma nova ou supernova, que o astrônomo britânico levanta como possibilidades, baseado em estudos de registros chineses. A «estrela nova» não seria tão espetacular que tivesse despertado grande interesse na Judéia, mas seria o sinal decisivo para astrólogos magos, que teriam passado os últimos anos a seguir os acontecimentos celestes. Os magos ter-se-iam posto a caminho para o local lógico de nascimento do novo rei dos judeus: a Judéia. Chegados a Jerusalém, pelo movimento natural dos céus, a nova, que teriam visto a oeste durante a madrugada, apareceria agora a sul, indicando o caminho para Belém.
Importante ressaltar que quando os magos chegaram à Belém, Cristo tinha acabado de nascer. Então, eles viram o sinal celeste (ou prestes a acontecer) antes do seu nascimento e início da viagem até Belém.
A explicação de Ridger parece bastante plausível e vem trazer novos elementos a esta longa polêmica. Mas Michael Molnar, o astrônomo que publicou o segundo livro sobre o tema apresenta um argumento que parece demolidor: não era Peixes, mas sim Carneiro o signo associado à Judéia. Molnar apresenta dezenas de autores e estudos da antiguidade, nomeadamente Ptolomeu, em apoio à sua tese, enquanto Ridger apenas se baseia no testemunho do rabi Abarbanel, um sefardita espanhol que viveu no século XV.
O segundo livro, também de 1999, é do astrônomo estado-unidense Michael Molnar, e tem por título: The Star of Bethlehem: The Legacy of the Magi (Rutgers University Press).
Moedas de bronze antigas (5-11 D.C.) de Antioquia mostram um carneiro olhando para uma estrela. Segundo o Tetrabilos de Ptolomeu, obra que é considerada a «bíblia da astrologia», o Carneiro era o signo do zodíaco que representava o reinado de Herodes (Judéia, Idumeia, Suméria, Palestina e parte da Síria). Molnar consegue coligir uma série de provas que sustentam esta idéia e diz ainda que o costume de relacionar o signo de Peixes com os judeus é apenas cristão. Repare-se que a palavra grega para peixe é ichtus, um acrônimo de Iesus Christos Theou Uios Soter – Jesus Cristo Filho de Deus o Salvador.
Para Molnar a astronomia e a astrologia confundiam-se durante a época em questão, pelo que qualquer abordagem deve ter em conta o significado astrológico do fenômeno. Como tal, baseia-se em Mathesos (334 D.C), de Firmicius Maternus, um astrólogo de Constantino o Grande, para descrever as condições que seriam favoráveis ao nascimento de um rei de natureza divina. Partindo destes pressupostos, Molnar explica como, a 17 de Abril do ano 6 A.C., se deu um fenômeno astronômico que não terá sido de modo algum espetacular, mas que terá tido um enorme significado para os astrólogos da época.
Nesse dia, Júpiter nasceu a leste pela manhã, na constelação do Carneiro. O sol estava igualmente na constelação do Carneiro. Além disso, Saturno também estava presente em Carneiro. A Lua estava em conjunção próxima com Júpiter de tal modo que houve uma ocultação. A ocultação de Júpiter pela Lua terá sido ofuscada pelo Sol e, como tal, não terá sido visível, no entanto os astrólogos poderiam ter suspeitado de que ela iria acontecer e encontrado assim condições auspiciosas para o nascimento de um grande Rei na Judéia.
Estes Magos, astrólogos, seriam mais uma vez sacerdotes zoroastrianos, provavelmente Partas, que se terão deslocado à capital das terras governadas por Herodes, Jerusalém, para tentar descobrir onde poderia ter nascido o novo Rei. É, segundo Mateus, Herodes quem lhes fornece a pista, depois de ter ouvido a profecia dos seus sacerdotes conselheiros. O início do movimento retrógrado de Júpiter, a 19 de Dezembro de 6. A.C., terá servido para explicar o fato da «estrela» ter ficado estacionária no céu e assim parecer ter parado, sobre Belém, como dizem os textos de Mateus.
Molner não contesta o ano de 4 A.C como o mais provável para a morte de Herodes. E, quanto à contradição entre Mateus e Lucas, Molner sugere que, uma vez que estes textos só foram escritos por volta do ano 80 D.C, o autor do último pode ter sido induzido em erro pelas moedas de Antioquia. Estas foram provavelmente cunhadas durante o censo de Quirinus, que Molnar aceita ter acontecido em 6 D.C., mas não na altura do nascimento de Jesus Cristo. A representação que as moedas exibem, a estrela e o carneiro, podia, no entanto, aludir a esse acontecimento e Lucas, simplesmente, deve ter associado as duas datas.
Desse modo, a explicação avançada por Molnar é completamente inovadora e baseia-se numa leitura das edições mais antigas do Evangelho de Mateus, escritas em grego. Molnar diz que a estrela não era mais do que o planeta Júpiter, que teve uma conjugação com a Lua em 17 de Abril de 6 a.C. na constelação Carneiro, o signo dos judeus. Essa conjugação não seria visível, pois se registrou perto do Sol, e apenas astrólogos a poderiam ter calculado. Indo ao texto grego, Molnar interpreta os versículos de Mateus tal como eles seriam lidos por astrólogos magos da época. A frase «vimos a sua estrela no Oriente», depois de confrontada cuidadosamente com o texto grego, significa apenas «vimos a sua estrela (isto é, o planeta Júpiter) nascer a oriente do Sol» (logo antes do Sol, o chamado nascimento helíaco). Quando o texto bíblico afirma que a estrela «ia adiante» e «parou», isso apenas significa que a estrela (Júpiter) seguia o movimento de leste para oeste nos céus (hoje chamado retrógrado, para um planeta) e depois ficou estacionária, o que terá acontecido em 19 de Dezembro do mesmo ano, antes de recomeçar o seu movimento aparente normal, de oeste para leste, habitual nos planetas.
As datas, tanto de Ridger com de Molnar, são compatíveis com o que se admite ter sido o momento de nascimento de Cristo, situado em data incerta, entre 8 e 4 a.C., talvez num mês de Abril ou Maio. As explicações parecem igualmente credíveis, mas a obra de Molnar, com uma interpretação puramente astrológica da estrela de Belém, parece estar a despertar mais interesse entre os estudiosos. Owen Gingerich, astrônomo e historiador de Harvard, diz que o livro de Molnar é a contribuição recente mais importante na procura de uma explicação natural para a famosa Estrela de Belém. Talvez a explicação da Estrela de Belém não esteja, afinal, escrita na observação de um fenômeno celeste espetacular, mas sim no simbolismo da astrologia antiga.
Nada indica que Jesus tenha nascido em 25 de dezembro e nunca se pode definir essa data, porque os cristãos primitivos não tinham essa celebração, e os que a criaram, sem ter qualquer informação sobre o dia em que ele nascera, substituíram a comemoração do nascimento do sol, no solstício meridional, pelos festejos do nascimento do Messias. Afirma-se também que esse dia era de comemoração do aniversário do deus persa Mitra.
Lemos em Lucas 2:8-11 "Naquela região havia pastores que estavam passando a noite nos campos, tomando conta dos rebanhos de ovelhas. Então um anjo do Senhor apareceu, e a luz gloriosa do Senhor brilhou por cima dos pastores. Eles ficaram com muito medo, mas o anjo disse: - Não tenham medo! Estou aqui a fim de trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo! Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês - o Messias, o Senhor!"
Quem conhece Israel sabe que 25 de dezembro é inverno naquela região e ninguém fica exposto ao tempo. Os pastores não ficariam no campo numa noite de inverno. No final de outubro e início de novembro os pastores já não vão mais ao campo, porque já é declarado inverno. Não há pastagens, é inseguro e desconfortante para o rebanho.
Inclusive, nessa época é cessada a navegação por causa da vinda da estação das tormentas, não sendo retomada senão na primavera.
Esdras 10 nos mostra que, por ocasião do mês nono (para nós, Novembro – para eles, Chisleu), todo o povo se congregou para confessar seus pecados e buscar o perdão e o favor divino (v.9-13). Era tempo de "grades chuvas" e por isso os homens tremiam muito. Cantares 2:11, fala que esse mesmo tempo era de muito frio.
Isso nos mostra (e o conhecimento do clima de Israel ainda hoje) que a partir de meados de Outubro, até o início do ano seguinte, é tempo de chuvas e de muito frio, sendo que em alguns lugares chega a gear devido às baixas temperaturas.
Lucas 2:8 nos afirma que quando Jesus nasceu, "havia naquela mesma região, pastores que estavam no campo, e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho".
Ora, isso jamais poderia ter acontecido em Dezembro. Nem mesmo após 15 de Outubro (início do Inverno).
"Durante a época da Páscoa (começo da primavera) era costume dos judeus daqueles dias levarem ovelhas aos campos e desertos, e recolhe-las ao começo das primeiras chuvas". Isso é afirmado por Adam Clarke no vol. 5 de seu Comentary, edição de New York. Afirma ainda que "os pastores cuidavam dos seus rebanhos dia e noite, durante todo o tempo que permaneciam fora...".
As primeiras chuvas começavam nos meses de outubro ou novembro (do nosso calendário). Vimos que as ovelhas estavam nos campos, e como os pastores, portanto, ainda não haviam recolhido seus rebanhos, é de concluir que outubro (do nosso calendário) ainda sequer havia começado.
Em Lucas 2:1-3 diz que José e Maria estavam indo de Nazaré, na Galiléia, para Belém que ficava na Judéia, porque o imperador havia feito um decreto para que todos se alistassem em sua cidade natal, a fim de que fosse feita uma contagem da população. Porque o imperador faria esse recenseamento justo no inverno? Porque Deus faria que seu filho Jesus nascesse no inverno, onde não havia condições humanas favoráveis para se caminhar por montes e desertos?
O Dr. Russel Shedd, em seu comentário na Bíblia Vida Nova, sobre o versículo 34 de Levíticos, que fala da Festa dos Tabernáculos, diz que "Jesus não podia ter nascido em dezembro, que é um mês de neve em Jerusalém, durante o qual nenhum rebanho estaria nos campos. Que provavelmente nasceu na época da Festa dos Tabernáculos, em outubro..."
Podemos através de alguns detalhes bíblicos, situar cronologicamente o nascimento de Jesus e verificar que o Seu nascimento foi o cumprimento da mais importante festa do Velho Testamento e o dia mais sagrado do calendário judaico, o grande dia de jejum do calendário judaico, o dia da expiação/propiciação dos pecados (Iom Kippur), celebrado no dia dez de Tisri-Etanim.
No Evangelho de João capítulo 1, vers. 14, vemos: "Cristo ... habitou entre nós". Esta palavra em grego é skenoo ou tabernaculou; isto é, a Festa dos Tabernáculos cumprindo-se em Jesus Cristo, o Emanuel (Is 7:14) que significa "Deus Conosco". Em Cristo não se cumpriu somente a Festa dos Tabernáculos, mas também a festa da Páscoa, na Sua morte (Mt 26:2; I Co 5:7), e a festa do Pentecostes, quando enviou o Espírito Santo sobre a Igreja (Atos 2:1).
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