Resposta ao Pastor Natanael Rinaldi, do Instituto Cristão de Pesquisas
As considerações a seguir são o resultado de minha tréplica a "RESPOSTA AS "OBSERVAÇÕES" DE LEANDRO SOARES DE QUADROS", da autoria do Pr. Rinaldi. Ele me enviou esse material através do site Advir e, por amor à Verdade e para esclarecer aquilo que o pastor obscureceu, disponibilizo a resposta a seguir, em cinco partes no meu blog, para facilitar a leitura de todos (no site Advir será publicado na íntegra, sem divisões).
Há subtítulos também do pastor com quem discuto o assunto. Para identificar os tópicos que são trechos dele, usei as aspas.
Deus ilumine aqueles que, como Davi, oram: "Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei." Salmos 119:18.
Ótima leitura!
Pastor Natanael Rinaldi:
É bom voltar a manter contato com você. Carlos Magalhães, amigo meu e moderador do site Advir, repassou-me sua réplica aos comentários que fiz ao seu artigo "Ellen White – a profetisa que falhou".
O fato de o senhor elaborar uma resposta demonstra que leu o que escrevi (Disponível no blog www.namiradaverdade.com.br). E isso me deixa contente, pois, pôde ver contextualizei os textos de Ellen White e mostrei – com bibliografia abalizada – os equívocos históricos e distorções doutrinárias que o senhor fez. E, com certeza, isso ficará ainda mais evidente em minha tréplica que não tem o objetivo de atacar sua pessoa, mas, sua teimosia em querer utilizar-se de "fontes" não confiáveis (ou confiáveis, só que manipuladas). Se o pastor tiver o coração sincero e liberto do ódio, não terá dificuldades de ver que as fontes históricas que se utiliza para falar dos adventistas e também as interpretações que faz dos escritos de Ellen White (mesmo que inconscientemente, o pastor faz uso do procedimento não cristão chamado "elipse") precisam ser ignoradas. Isso fará bem a você e dará mais credibilidade ao que escreve.
Até mesmo pessoas de sua denominação religiosa têm visto a sua falha nesse ponto. Não estou aqui para julgá-lo (quem sou eu para isso!), mas, para mostrar que aquilo que o senhor pensa que sabe sobre os adventistas não é a verdade.
A seguir, analisarei suas considerações.
Onisciência de minha parte?
As conclusões que cheguei a respeito de seu coração endurecido se deram pelos nossos diálogos e pela série de artigos que publicou no site do CACP. Em suas palavras não demonstra o mínino interesse em discutir ideias. Seu desejo é "provar a todo custo" que o adventismo é uma seita e que os escritos de Ellen White são falsos.
Não li o seu coração, pois, acredito nas palavras de 1 Reis 8:39. O que fiz foi uma análise do seu discurso – coisa que qualquer pessoa, mesmo não tendo o atributo da Onisciência, pode fazer.
O tipo de jornalista que sou
Se ler os debates que tive com pessoas que discordam (de forma educada) de minhas ideias verá que não considero "desonestos" todos aqueles que não concordam comigo. Há pessoas que vivem segundo a luz que receberam e Deus as julgará levando isso em conta. Acesse meu blog (www.namiradaverdade.com.br) e veja que, em vários debates (quando a pessoa é sincera e sabe discordar), há diálogos amistosos (noutros, nem tanto… Pois, não é fácil tratar com aqueles que dizem palavras de baixo calão).
O irmão Robson Alves, da Assembléia de Deus, depois de debatermos sobre vários assuntos (Sábado, Imortalidade Condicional da Alma, etc), concordou comigo que o sétimo dia não foi abolido (Mateus 5:17, 18), mas, continuou crendo na Imortalidade da alma. Somos grandes amigos, nos correspondemos e JAMAIS acusei ele de desonesto por não pensar igual a mim. Deus tem os filhos dEle em todas as igrejas (Manual da Igreja Adventista, pág. 13; João 10:16, etc) e, no tempo certo, cada um terá a oportunidade de aprender mais sobre as Verdades da Bíblia (inclusive os Adventistas), pois, "a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito." Provérbios 4:18.
Sou o tipo de jornalista que pesquisa em fontes fidedignas para escrever. Não costumo falar mal de uma heresia jeovista sem confirmar com a liderança de tal denominação se o que dizem sobre eles é a verdade ou não. Faço uso das normas jornalísticas que estão no Manual de Redação da Folha de que o jornalista (ou comunicador, como no seu caso) precisa fazer o "cruzamento de informações". Analiso opiniões prós e contra os adventistas e depois redijo minhas conclusões com base em evidências.
O senhor não é jornalista, mas, pode fazer isso melhor que eu, se quiser.
O juízo investigativo não nega a Divindade de Cristo
Deixando de lado o termo que o senhor usou (perempetoriamente), que, de acordo com o princípio comunicacional não é o ideal para transmitir uma mensagem de maneira coloquial, seria importante o pastor ler a 4ª Crença Fundamental dos Adventistas do Sétimo Dia que deixa clara nossa posição sobre a Divindade Absoluta do Senhor Jesus Cristo.
Outra informação importante e que evitará que o público evangélico veja-o como uma pessoa desinformada sobre nossa história denominacional é a de que Ellen White não elaborou o ensino do juízo investigativo. As obras a seguir serão de grande ajuda em sua pesquisa, sendo ela imparcial: "O Santuário e as Três Mensagens Angélicas", do Dr. Alberto R. Timm; "Em Busca de Identidade", de George Knigth; "Portadores de Luz", de Richard W. Schwarz e Floyd Greenleaf.
Foi o milerita JOSIAS LITCH que desenvolveu a idéia em 1840 e a publicou em 1841, antes mesmo do grande desapontamento de 1844. Ele escreveu: "nenhum tribunal humano pensaria em executar juízo sobre um réu sem antes julgá-lo; muito menos Deus" (TIMM, 2000).
Já o termo foi usado pela primeira vez por E. Everts, em 1º de janeiro de 1857.
"… Jesus está fazendo um tal Juízo Investigativo porque perdeu o seu atributo da onisciência e precisa saber a quem ele pode cancelar ou não os pecados dos adventistas mortos e sonolentos nas sepulturas escuras dos cemitérios"
Sua afirmação demonstra total desconhecimento da doutrina do juízo investigativo como ensinada pelos adventistas. O juízo não existe por que Deus "não sabe", mas, por que os anjos não sabem. A Bíblia apresenta os anjos como não tendo a Onisciência (1 Pedro 1:12) e os coloca a parte do processo de Deus em julgar o pecador (Daniel 7:9, 10). O juízo de investigação não é para o Criador, mas, para criaturas celestiais que também estão envolvidas no conflito entre o bem e o mal (1 Coríntios 4:9; Apocalipse 12:7-9).
Se o senhor ler com atenção nossa literatura verá que o juízo investigativo:
1) É a forma de Deus mostrar aos anjos (que não leem os corações) quem é de Cristo e quem não é. Os registros celestiais (Daniel 7:9, 10) com os pecados das pessoas não tornam o sacrifício de Cristo na cruz algo "incompleto" como vários apologistas tendenciosos afirmam.
2) É a maneira de Deus mostrar a Soberania dEle em permitir que todos avaliem a forma como Ele lida com pecado e pecadores (Romanos 3:4). Afinal: "quem não deve, não teme".
3) É o momento em que Jesus condena o poder representado pelo chifre pequeno em Daniel 7 (o mesmo que corresponde à besta em Apocalipse 13) e dá o reino eterno aos santos (ler todo capítulo 7 de Daniel).
4) É a ocasião que Ele mostra diante do universo todos os casos para que Jesus volte e separe o joio do trigo (como os anjos saberão quem é trigo e joio sem um juízo antes da volta de Cristo?). Isso será uma garantia de que o pecado não se levantará por uma segunda vez, pois, todos terão visto que ele não presta mesmo (Naum 1:9).
Por essas (e outras razões. Poderá estudar o assunto de uma perspectiva adventista-cristocêntrica do livro "O Sacerdócio Expiatório de Cristo), nós Adventistas concordamos como o teólogo Luterano Joseph A. Seiss (bem como com as citações que o senhor apresentou de Ellen White e do livro Estudos Bíblicos) quando ele afirma:
"A ressurreição e as mudanças que acontecem num abrir e fechar de olhos sobre os vivos são os frutos e a corporificação do juízo antecedente. São as conseqüências do juízo já realizado em relação a eles. Estritamente falando, os homens não são ressuscitados nem trasladados para que venha o juízo. A ressurreição e a trasladação são produtos do juízo previamente efetuado. Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro porque eles já foram julgados aptos para estar com Cristo, e os santos vivos serão reunidos com eles nas nuvens, porque já foram julgados santos e vencedores sobre o mundo" (SEISS, J. A. The Apocalypse, 1973, p. 136. Grifos acrescentados).
Eis um ensino que não é "fraudulento" como afirmou, e que deveria estudá-lo mais para escrever de maneira mais precisa.
Comentários aos textos bíblicos citados
Aceito todos os versos que o pastor mencionou por que são a Palavra de Deus. Mas, o fato de o senhor citá-los para "desmerecer" a doutrina do juízo investigativo (aceita por teólogos como Seiss) faz com que não adote o seu ponto de vista.
O comentário a seguir da própria Ellen White a respeito de 1 João 2:1 mostra que JAMAIS ensinamos que Cristo deixou de ser nosso advogado (de onde o senhor tirou essa ideia? Poderia citar-me a fonte bibliográfica para pesquisa?):
"Podemos, todavia, regozijar-nos no fato de que ainda não é tarde demais para corrigir o erro. Jesus é um Salvador ressurreto, vivo, nosso Advogado nas cortes celestiais. "Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo." I João 2:1. Tão logo virem os pecadores os seus pecados à luz da Palavra de Deus, e se arrependerem, e buscarem o perdão com contrição de alma, confessando seus pecados, O Senhor ouvirá e responderá". (Cristo Triunfante. Meditação Matinal. 20002, p. 124).
Sinceramente pastor Rinaldi: precisa conversar com Deus, a sós, e questionar a sua maneira de apresentar o adventismo diante das pessoas.
Algumas considerações sobre a expressão "cancelar pecados"
O registro dos pecados dos justos não nega as palavras do mestre em João 19:30 ("Está Consumado"); ele existe para avaliação dos anjos e vindicação do caráter dos fiéis. O cancelamento de pecados depois do juízo investigativo não indica que Deus ainda não nos perdoou. Ellen White, na citação de "O Grande Conflito", p. 485, não limita o perdão de Deus, mas, apresenta um Cristo que não está "de férias" no Céu. Como escrevi anteriormente Jesus está vindicando o caráter dos justos diante do universo. O cancelamento de pecados é um termo técnico usado para se referir ao cancelamento dos registros celestiais que só servem para análise dos anjos e jamais para condenar aqueles que já foram justificados por Cristo! (Romanos 8:31-39).
A expressão "cancelar pecados" (ou "riscar") pode ser mais facilmente compreendida se tivermos em mente amplitude do juízo – que não existe por causa de Deus, mas, do Universo. E que, portanto, os pecados serão "cancelados" não sentido de serem tirados da vida dos crentes já purificados, mas retirados dos registros celestiais depois que os anjos tiverem acesso a todos os procedimentos de Deus no julgar. Tanto que Ellen White escreveu: "Como o sacrifício em nosso favor foi completo, assim deve ser completa nossa restauração da mancha do pecado" (Maranata, Meditação de 1977, p. 89).
Não se deveria colocar na boca de Ellen White (e dos adventistas) conceitos que ela JAMAIS sonhou em expressar. O senhor não deveria demonstrar sarcasmo em suas afirmações, mas, um coração disposto a entender de verdade o que ensinamos.
Com base na poucas linhas que escrevi, com alegria no coração e CERTEZA respondo a sua pergunta: tenho a vida eterna em Jesus (João 5:24) e a receberei não por ocasião da morte, mas, da volta de Cristo (1 Coríntios 5:51-55), quando for Glorificado (Romanos 6:22; Romanos 2:6, 7).
Qualquer adventista que entenda o plano de salvação e estude corretamente a doutrina do Santuário É OBRIGADO a ter certeza da vida eterna. O juízo investigativo só trás incerteza para quem não conhece ou assunto (ou acha que conhece…).
Uma consideração importante sobre a morte
O senhor nunca aceitará a doutrina do juízo enquanto não crer que morte é morte mesmo. O fato de crer que o justo está consciente em algum estado intermediário (isso mais parece com a doutrina do purgatório) torna a doutrina adventista um "absurdo", pois: "se os salvos já estão com Cristo ou num lugar intermediário aguardando a ressurreição, por que serão julgados?"
Entende, pastor Rinaldi? Uma doutrina puxa a outra. Por isso, recomendo que faça um estudo imparcial do livro "Imortalidade ou Ressurreição" do Dr. Luterano Oscar Cullmann, uma das maiores autoridades em Novo Testamento que já pisaram nesse mundo. E, assim, ficará mais fácil aceitar a doutrina bíblica de um julgamento antes da volta do Senhor, como diz a Palavra: 1 Pedro 4:17, 2 Coríntios 5:10, Romanos 14:12, Eclesiastes 12:13, 14, etc.
O "êxtase" de Arnaldo B. Christianini
Christianini não estava em êxtase místico quando explicou Lucas 16:19-31 por que ele não acreditava no misticismo. Até batia de frente com tal ideia!
Se o fato de Christianini explicar que o Senhor Jesus utilizou-se de crenças da época o tornam um "místico", então o senhor terá de dizer o mesmo em relação a outros autores – NÃO ADVENTISTAS – que sabem ser Lucas 16:19-31 uma parábola, recheada de crendices judaicas e até pagãs para ilustrar um ponto. Entre eles: Clark Pinnock, John Stot, Archer (mesmo acreditando no inferno, não acha correto o uso Lucas 16 para provar a doutrina que ele mesmo acredita), William Manson, Rev. Alfred Plummer, Sailer Mathews, Dr. William Smith, S. E. Mc Nair, Charles B. Ives, Sátilas Amaral Camargo, etc. Ninguém em sã consciência acusará tais comentaristas evangélicos de serem "possuídos" por alguma entidade pelo fato de terem a mesma opinião que A. B. Christianini.
Os detalhes da parábola não tornam Jesus um mentiroso (o que importa na parábola são os princípios morais e espirituais que ela quer passar), do mesmo modo que Deus, ao dizer que havia colocado adornos no povo de Israel (Ezequiel 16:11-13 – parábola) não apresenta como um amante de jóias, contrariando 1 Timóteo 2:9, 10, Êxodo 33:4-6 e Jeremias 7:20. O que o senhor me diz da parábola do sevo infiel? (Lucas 16:8, especialmente). Vamos colocar a moral de Cristo em dúvidas por ele elogiar a conduta astuta (não o roubo) do servo infiel?
Se ler os escritos de Ellen White de forma não descontextualizada e atenta, entenderá a citação da pág. 291 do vol. 2 dos "Testemunhos Seletos". Vou transcrever e acrescer outro grifo para não haver margens para interpretações pessoais.
"Os livros do "Espírito de Profecia" e também os "Testemunhos", devem ser introduzidos em toda família observadora do sábado; e os irmãos devem conhecer-lhes o valor e ser impelidos a lê-los. Não foi o plano mais sábio reduzir tanto o preço desses livros, e ter em cada igreja somente uma coleção deles. Devem figurar na biblioteca de cada família, e ser lidos e relidos. Coloquem-se onde possam ser lidos por muitas pessoas".
Ellen White disse que os livros dela deveriam ser lidos pelos observadores do Sábado e explicou que muitas mensagens que Deus deu a ela são específicas para nós. Mas, ela jamais se colocou num patamar em que os escritos dela fossem uma "segunda Bíblia". Os textos a seguir são alguns dos que se encontram no meu artigo "Ellen White não é uma segunda Bíblia – 1 Crônicas 29:29", disponível no link http://www.novotempo.org.br/namiradaverdade/?p=320 Leia com carinho pastor Rinaldi para que não fiquemos discutindo sobre coisas que não tem um por quê. Eis algumas das declarações dela, do livro "Conselhos Para a Igreja" (cap. 14):
"Nas Escrituras, milhares de gemas da verdade se encontram ocultas para o pesquisador superficial. Jamais se esgota a mina da verdade"
"Pais, se quiserem educar seus filhos para servir a Deus e fazer o bem no mundo façam da Bíblia o seu guia"
"A Palavra de Deus é suficiente para iluminar o Espírito mais obscurecido, e pode ser compreendida por todo aquele que sinceramente deseja entendê-la"
Depois de tal esclarecimento com base no texto que citou, e nos transcritos acima, o senhor terá a coragem de acusar os Adventistas de fazerem de Ellen White uma segunda Bíblia? Sua citação do livro "A Sacudidura" é descontextualizada, portanto. Aceitar Ellen White como mensageira de Deus é aceitar as mensagens de Deus. É isso o que o autor do livro que o senhor pegou apenas um trecho quis dizer. O escritor não desejava "acrescentar" a Sra. White à Bíblia. Se o tentasse fazer, seria até removido do rol de membros da Igreja.
A citação que o Pr. Rinaldi fez do livro "Primeiros Escritos"
"Disse o meu anjo assistente. ' Ai de quem mover um bloco ou mexer num alfinete dessas mensagens'. A verdadeira compreensão dessas mensagens é de vital importância. O destino das almas depende da maneira em que forem elas recebidas.'"
NOTA: O destino das almas depende de aceitar os escritos dela e não da Bíblia… Francamente, só essa declaração já daria ocasião para qualquer pessoa lúcida abandonar tal seita que mantém ensino tão estapafúrdio.
Para quem o livro "Primeiros Escritos" foi escrito, pastor Rinaldi? Para Adventistas. Não foi escrito para a nossa amada comunidade evangélica que não tem maiores informações sobre o dom profético dado a ela. Para os Adventistas que conhecem a luz profética dada por Deus a Ellen White, não há desculpas para negar o dom de profecia. Isso por que cada um será julgado pela luz que recebeu (Mateus 16:27; Romanos 1:20). Nem mesmo Ellen White ensinava que todas as pessoas para serem salvas precisam crer nos Testemunhos. Leia o texto a seguir e deixe sua teimosia de lado:
"Muitos há entre os católicos, que vivem incomparavelmente mais segundo a luz que têm, do que muitos que professam crer na verdade presente, e Deus os provará tão certamente como nos tem provado a nós." Evangelismo, p. 114.
Se todas as pessoas só fossem salvas por acreditar em Ellen White – de acordo com sua conclusão particular – como ela poderia escrever que entre os católicos (que não creem no dom profético) há pessoas que vivem mais de acordo com a luz que têm do que qualquer um de nós? Um conselho, pastor: pare de descontextualizar Ellen White por que a comunidade evangélica culta irá ridicularizá-lo. E isso não é bom para a sua imagem.
"Agora Walter Rea descobriu que os livros os tais livros inspirados da pena de EGW não passam de plágios. Seriam mesmo "revelações divinas da verdade"? Você crê nisso, amigo Leandro? E é isso o que está sendo ensinado nas faculdades teológicas adventistas com a apostila de "Orientação Profética – No Movimento Adventista." Coitados dos futuros pastores… Serão mais conhecidos como discípulos da Sra. White do que discípulos de Jesus."
Quanto a Walter Rea, preciso lhe informar que o impacto do livro dele ("The White Lie") não foi significativo na nossa igreja, mesmo a organização tendo contratado um advogado especialista em direitos autorais (não para dedicar tempo em se preocupar apenas com Rea). O advogado contratado NÃO ERA ADVENTISTA e foi considerado um dos mais especializados na área de direitos autorais. Após análise extensa dos livros de Ellen White ELE CONCLUIU QUE ELA NÃO PLAGIOU E NEM MESMO AGIU CONTRA AS LEIS VIGENTES NA ÉPOCA DELA. É bom estar informado disso para que não continue falando coisas inverídicas às pessoas por meio de seus artigos (que no ano que vem refutarei todos. Um já está disponível; os outros, em processo…) no ICP e no CACP.
E, para provar que o livro de Rea não teve a repercussão que muitos irmãos evangélicos apologistas dizem – eis a citação do livro A mão de Deus ao leme (Casa Publicadora, 1985), do Pr. Enoch de Oliveira:
"… além de alguma repercussão lograda em alguns diários e publicações especializadas, o impacto logrado por Walter Rea sobre a Igreja foi insignificante e inexpressivo".
O livro supracitado é fidedigno e foi elaborado com dedicação e conhecimento de causa POR ALGUÉM QUE CONHECE a história do adventismo.
As acusações de plágio foram refutadas há muitos anos e não vejo motivos para trazer à tona esse tipo de coisa. Nenhum autor em qualquer lugar do planeta processou ou ameaçou processar Ellen White pelo uso de citações. Nos dias deles era até um privilégio um citar o outro.
Não negamos que Ellen White tenha feito uso de outros autores. O que discordamos é do modelo de inspiração adotado no meio evangélico de que um profeta não pode fazer uso de boas fontes. Se ela for "plagiadora" por citar autores que o Espírito Santo selecionou, então Judas também foi um plagiador, pois em Judas 1:14, 15 ele citou um trecho de I Enoque (fonte que nem é cristã!) e em Judas 1:9, fez menção a obra Assunção de Moisés. Perceba que as mesmas críticas atribuídas à Ellen White podem ser direcionadas aos escritores bíblicos.
Um tiro no próprio pé
Se ela fosse uma plagiadora, por que ela fazia citações de obras clássicas que estavam na biblioteca dos próprios irmãos da igreja? "D' Aubigne, Wylie, Conybeare e Howson, e Geikie eram nomes familiares para muitos adventistas" (101 Respostas a Perguntas do Dr. Ford, p. 91).
"No Signs of the times de 22 de fevereiro de 1883 ela recomendou o volume de Conybeare e Howson aos leitores do Signs como um 'livro de grande mérito'. Nesse mesmo ano 2000 cópias do livro Conybeare e Howson foram gratuitamente distribuídas como prêmios aos assinantes do Signs…" (Ibidem).
Pastor Rinaldi: se ela tivesse sido uma plagiadora desonesta como o senhor diz, não estaria dando um "tiro no próprio pé" ao recomendar que as pessoas lessem os livros de onde ela tirou citações importantes para aclarar verdades de Deus?
Por que leio os livros Ellen White?
Em resposta ao seu questionamento: não leio os escritos de Ellen White por Christianini dizer que eram infalíveis (e o são, doutrinariamente) e sim por que sinto em minha vida os benefícios da leitura de tais livros, que me ensinam a amar mais a Jesus Cristo e a Bíblia. Só quem experimenta isso de verdade pode dizer algo sobre o assunto. Se o senhor lesse os livros dela sem utilizar-se de elipses (intencionais ou não – não posso julgá-lo) e com o mesmo espírito do Dr. William Albright (um dos pais da arqueologia e metodista), chegaria à mesma conclusão que ele: que ela foi profetiza.
Graus de inspiração
Creio que o pastor não leu com atenção o que escrevi. Transcreverei novamente para que releia e entenda:
"O grau de qualidade ou de inspiração dos escritos dela não podem ser diferentes da Bíblia porque o mesmo Espírito Santo é o autor de ambos. Não existem "graus de inspiração". Uma pessoa não pode ser parcialmente inspirada pelo Espírito. O profeta é usado por Deus ou pelo diabo (nesse caso, falso profeta)".
Perceba que minha afirmação de que "não existem graus de inspiração" está no contexto em que abordo a inspiração que vem DO ESPÍRITO SANTO. Ele não inspira mais uns e menos outros.
Minha intenção não foi falar em TIPOS de inspiração (que vem de Deus ou do demônio) e, portanto, a citação de Jeremias 14:13-15 e de Jeremias 28:1-17 não se aplicam a minha argumentação.
"E EGW com a sua profecia da PORTA DA GRAÇA FECHADA? Era de Deus? Se era de Deus porque ela corrigiu o que havia profetizado errado, falsamente?"
Vou devolver-lhe a pergunta:
E os apóstolos com a teoria de que a porta da salvação estava fechada para os gentios? (Atos 10)? Eram de Deus? Se eram de Deus, porque depois os apóstolos reconheceram que haviam errado?
Caro pastor Natanael: enquanto acreditar que a Bíblia foi totalmente inspirada pelo modelo do ditado, encontrará contradições em Ellen White e na própria Bíblia. Lemos na Palavra de Deus que um profeta pode ser ensinado por Deus (afinal, é um ser humano) e que inspiração não é sinônimo de impecabilidade. Veja o caso dos apóstolos em Atos 10 e 11. TODOS ficaram irritados com Pedro por pregar ao gentio Cornélio. Mas, depois da visão do lençol zoológico (que os ignorantes distorcem para dizer que Deus apoia o uso de alimentos imundos) eles MUDARAM de opinião tanto que PEDRO disse: "… Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas;" Atos 10:34.
Se o senhor me disse que Ellen White era do diabo por ter sido ensinada por Deus, terá que me dizer que Pedro também o era e, aí, terei que apenas orar ao Criador para que o perdoe por tamanha blasfêmia.
A ideia de que a inspiração torna um profeta perfeito e não passível de ser corrigido por Deus cai por terra. Acusar Ellen White por crer em um tempo na teoria da porta fechada leva qualquer um a acusar os apóstolos por também crerem que a porta da salvação estava fechada para os não judeus.
A Inspiração do Espírito Santo não anula a personalidade, individualidade e imperfeições dos profetas. Eles continuam precisando da graça de Cristo e devem exercer fé no texto de 1 João 2:1, que o senhor muito bem citou.
"Francamente! Leandro, quase não dá para acreditar que V. S. seja mesmo jornalista. É de um raciocínio infantil que me assombra ao declarar sobre EGW,
"Na página anterior, Ellen White usou a mesma construção gramatical… Dá para rir… do seu fanatismo, como se desconhecesse o que todos sabem: que EGW saiu da escola aos nove anos, depois da pedrada que recebeu de uma colega de escola. Porventura tinha ela qualquer noção de "construção gramatical"??? Só na cabeça de um fanático discípulo dela que tal possa ocorrer…"
Já respondi a seu argumento sobre o assunto e não me deterei em suas palavras maldosas. Deixe-me comentar sobre sua citação a seguir:
"E V. S. cinicamente tem a petulância de escrever atrevidamente, "Uma das maiores "virtudes" do Pr. Natanael Rinaldi é escrever bobagens." Vocês adventistas agem dolosamente e querem impingir sobre oponentes a pecha de "escrever bobagens". Isso é cinismo, repito."
Sou ser humano como o senhor: falho e que precisa da graça de Jesus. Minhas conclusões de que o senhor escreve muitas bobagens surgiram após as leituras que fiz de VÁRIOS artigos seus. Se o pastor estivesse no meu lugar e passasse pela minha experiência espiritual com Cristo por meio da Bíblia e dos livros da Sra. White teria a mesma reação.
Portanto, não escrevi tais linhas por cinismo, mas, como uma manifestação de desapontamento por tantas coisas ruins que o pastor escreve sobre Ellen White.
Não o fiz com a intenção de magoar sua pessoa. Ninguém tem o direito disso. Sendo que se sentiu ofendido, peço que me perdoe pela forma como me dirigi ao senhor no último artigo. Porém, se coloque no meu lugar. E, ponha a mão sobre sua consciência para ver que o senhor xinga os Adventistas. E há anos.
Sua incrível distorção dos fatos apresentados na Revista Adventista do ano de 1986
É necessário o senhor saber que Adventista algum que conhece a declaração de Ellen White em seu contexto JAMAIS a questionou pela menção que fez ao casamento entre brancos e negros. Na Revista apenas podemos ler que uma pessoa (ou outra) não entendeu o que ela disse (por isso, o editor explicou), mas, isso não pode ser usado como argumento para generalizar toda uma igreja.
Mostre-me com documentação apropriada que "milhões" de adventistas consideram Ellen White racista. Informe-me também sobre a maneira como os irmãos dos dias dela entenderam o texto. E, não fuja pela tangente, pastor: tente refutar a explicação histórica que apresentei. Qualquer leitor inteligente, ao comparar nossos textos, verá que o senhor "passou por alto" minhas considerações.
Vou aguardar suas provas.
Qual a doutrina central dos Adventistas?
É Cristo no Santuário dEle. Assim como afirma o livro de Hebreus, além de um advogado (1 João 2:1) temos no Céu um Sumo Sacerdote (juiz – João 5:22) que vindica nosso caráter perante um universo expectante (1 Pedro 1:12). Não cremos pastor Rinaldi que o Salvador está "de férias no Céu", mas que, após o sacrifício suficiente dEle, de lá do Templo Divino o Senhor aplica os méritos do sacrifício na cruz na vida do crente. Isso para que o cristão salvo continue no processo de santificação que o levará à glorificação (Romanos 6:22).
O pastor pegou uma citação que mostra o santuário celestial como esperança Adventista sem mencionar que tal Santuário Celestial (Hebreus 8:1, 2) só é o centro da esperança Adventista por que o nosso Salvador e Sumo Sacerdote está lá. Por que fazer isso, pastor Natanael?
"… Precisam tirar a capa da hipocrisia e fazer o que estão fazendo certos pastores que estão abandonando as hostes adventistas por já conhecerem a que extremos eles chegam para defender sua galinha de ouro – Ellen Gould White".
Tais informações precisam de uma atualização. Todos os dias recebemos na Rede Novo Tempo informes de pastores de várias confissões religiosas que deixaram de lado a mentira da imortalidade da alma e da santificação do domingo, e hoje, estão nas fileiras do Adventismo. Em agosto desse ano, um pastor evangélico, por mais de 25 anos (professor de pastores) deixou sua congregação e hoje está na igreja Adventista do Sétimo Dia. Se assistir ao pequeno depoimento dele (se quiser, lhe mando pelo correio. Basta me informar seu endereço postal) perceberá a felicidade do ex-pastor pentecostal por hoje conhecer toda a Verdade da Bíblia. Ele teve o interesse despertado ao assistir um programa que apresento na TV, "Na Mira da Verdade".
Além de pastores assembleianos, batistas, metodistas, presbiterianos, professores seminaristas e maçons têm abraçado a esperança da volta de Cristo por meio do programa que apresento (que ainda não tem um ano de existência. Completará em março, pela graça de Deus). "Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós; por isso, estamos alegres." Salmo 126:3.
Há poucos dias uma igreja inteira trocou de placa por influência direta da Rede Novo Tempo (isso é tão comum para nós! É natural que pessoas sinceras, ao serem despertas pelo Espírito Santo, tomem decisões que choquem alguns, mas, que agradam a Deus).
Por isso, lhe convido a estudar a doutrina Adventista sem o ódio que está no seu coração. Assim, shegará às mesmas conclusões do pastor Ademir Oliveira. Leia o link http://www.portaladventista.org/portal/asn—portugu/1446-ex-pastor-da-assembleia-de-deus-se-batiza-na-igreja-adventista
Guerra Civil Americana
Sua acusação de que alguém que abandonou os estudos aos 9 anos não podia conhecer sobre regras gramaticais ofende a muitos leitores que sabem ser possível uma pessoa, mesmo não tendo ido à escola, aprender pelo esforço. Ellen White tinha uma biblioteca invejável e estudou bastante. Por esse fator e por ter sido inspirada pelo Espírito, pôde ser a escritora mais traduzida do mundo (entre as mulheres).
Seu argumento foi fraquíssimo e ofende aos irmãos que aprenderam a ler na Bíblia e mesmo assim a entender corretamente.
Leia corretamente o texto de Ellen White. Compare com o original disponível no White Estate (http://www.whiteestate.org) e veja que a conjunção condicional "SE" está no escrito dela. Ora, se está, isso indica que ela sabia escrever!
O que é isso, pastor? Que fanatismo é esse de sua parte em dizer que ela não poderia ter aprendido algo da gramática da língua dela? Como pode provar que o nível de escolaridade de uma pessoa a impressa de aprender as coisas? São tantas as pessoas autoditadas no mundo! Entre as cerca de 40 pessoas que o Espírito Santo usou para escrever a Bíblia, havia apenas pessoas de grande cultura como o apóstolo Paulo?
BIOGRAFIA DE EGW RELATADA PELA PRÓPRIA IGREJA (E DISTORCIDA POR NATANAEL RINALDI)
Foram citados o livro "Fundadores da Mensagem", a Revista Adventista e a apostila "Orientação Profética no Movimento Adventista"[1] com o objetivo de dizer que a própria igreja Adventista reconhece que Ellen White era doente mental. É notório o seu extremismo. Todas as citações mostram as condições dela para contrastar com o ministério prolífico que teve e provar que o Espírito a usou! Como a própria igreja iria chamar Ellen White de "doente mental" se produziu a melhor biografia sobre ela nos últimos anos ("Mensageira do Senhor", de Herbert E. Douglass) justamente para refutar essa ideia, entre outras?
Um conselho, pastor Rinaldi: procure fazer uma terapia comportamental. Faz bem e o cristão não precisa sentir vergonha e pedir ajuda a bons psicólogos.
"Admito que meu artigo EGW – A PROFETISA QUE FALHOU deve ter-lhe acertado em cheio, do contrário não teria procedido com tanta rispidez nas suas palavras."
O senhor pode admitir uma barbaridade dessas. Eu, não. Seus artigos sobre Ellen White e os adventistas carecem tanto de embasamento bibliográfico contextualizado e de amor cristão que o que me motiva a escrever-lhe isso é a esperança de "fazermos as pazes" mesmo que não concordemos em todos os pontos. É o desejo de mostrar a verdade aos sinceros que também me motiva. EM NADA me afetam seus escritos, pois, uma pessoa que não seja analfabeta funcional, numa leitura simples vê a inconsistência de seus comentários e da forma como se utiliza dos textos de Ellen White (e outros autores nossos) para "provar" as ideias que são fruto de sua imaginação.
Não digo isso em relação a outros trabalhos seus – muito importantes.
Será que o senhor não percebe que o próprio texto que citou de Ellen White (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 236) sobre a Bíblia depõe contra tudo o que escreveu contra ela, acusando-a de uma "segunda Bíblia"? Não tenho palavras para expressar uma contradição tão visível… Os leitores que compararem o que senhor me escreveu com a presente resposta chegarão às próprias conclusões…
A falta de amor cristão do Pr. Rinaldi em chamar Ellen White de analfabeta e doente mental
Suas palavras ofendem cristãos sinceros que tiveram o mesmo grau de escolaridade que Ellen White, mas, que mesmo assim, venceram na vida. Pessoas que superaram as próprias limitações e que se tornaram de grande influência na sociedade. Na sua igreja há pessoas assim e, tais irmãos, com certeza, ao verem o seu "método" de avaliar uma pessoa, ficarão bem chateados com o senhor.
A tentativa de desacreditar a obra do Espírito Santo, atribuindo-a a causas naturais, é tão antiga como a própria Bíblia. Os milagres do Pentecostes foram atribuídos a embriagues (Atos 2:13).
É difícil imaginar que uma pessoa que sofresse de epilepsia tivesse tamanha capacidade, como no caso de EGW. Ela atravessou os EUA 24 vezes por volta de 1885 para pregar a Palavra de Deus. Quando morreu, deixou cerca de 100.000 páginas escritas à mão. Foi o terceiro escritor mais traduzido na história da literatura. Das todas as escritoras mulheres, ela foi a mais traduzida. Uma rainha da Rumânia pediu que o livro A Ciência do Bom Viver fosse traduzido para o seu idioma nacional e difundido entre o seu povo. Como tudo isso seria possível, se com a idade de 9 anos os médicos lhe deram apenas alguns meses de vida, após um golpe no rosto?
O Dr. e escritor Cesar Vasconcellos, (na época psiquiatra no Hospital Silvestre e no Centro Adventista de Vida Saudável), assim comentou sobre a epilepsia (em uma entrevista que fiz com ele):
"A epilepsia é uma doença do Sistema Nervoso Central na qual há transtorno temporário das funções do cérebro que aparece bruscamente, pára espontaneamente e tem tendência a repetir, sendo uma descarga brusca de um grupo de neurônios ou uma liberação brusca de energia. Há a epilepsia generalizada, a focal e a semigeneralizada. Geralmente a pessoa epiléptica tende a ser muito irritadiça e impaciente, também com facilidade para explosões de temperamento. Se for tratada, a epilepsia geralmente tem boa resposta aos medicamentos anti-epilépticos. E mantendo-se em tratamento não é uma doença que altera a inteligência da pessoa. Muitos epilépticos têm a chamada "aura" que indica a proximidade de uma crise epiléptica ou fica somente na própria aura sem ter a crise. Ou seja, a crise seria a própria aura. Na crise epiléptica maior, chamada de "grande mal epiléptico" a pessoa tem as contrações musculares no corpo todo por alguns minutos, perda da consciência, perda da memória não se lembrando do que ocorreu, quando cai ao chão se machuca, há palidez da face, pode perder o controle dos esfíncteres e portanto urinar ou evacuar na roupa, pode morder a língua ou se asfixiar com a secreção e o tamponamento da entrada de ar pela língua, e geralmente ocorre um torpor ou sono após a convulsão". Ellen White sempre foi uma pessoa calma e serena.
Uma característica comum aos ataques repetidos, quando não são tratados, é o que se chama "diminuição da capacidade mental". Simplesmente, a mente se debilita com a repetição dos ataques. Estima-se que Ellen G. White teve umas duzentas visões abertas (acompanhadas de fenômenos físicos, como ocorreu com Daniel, entre outros profetas) e cerca de mil e oitocentos sonhos proféticos. Se não fossem visões, mas ataques epilépticos, seria esperado uma diminuição de sua capacidade mental ao longo dos anos. Entretanto, ocorreu o contrário: foi observado o desenvolvimento de sua capacidade mental. Ela contava com uma saúde melhor do que nos anos de sua juventude.
Em resposta à acusação de que ela sofria de Epilepsia, oito professores da Escola de Medicina e Enfermagem na Universidade de Loma Linda, incluindo três neurologistas e um psiquiatra estudaram as evidências disponíveis. Em 1984 eles escreveram um relatório intitulado: "Sofria Ellen White de Crises Parciais Complexas?" Eis uma parte do relatório: "Diagnosticar um distúrbio de crise parcial complexa (epilepsia) não é algo muito fácil, mesmo com a ajuda de técnicas modernas como a eletroencefalografia e a gravação em vídeo. Portanto, o estabelecimento de um diagnóstico dessa natureza, retroativo a uma pessoa falecida há quase 70 anos e, levando-se em conta que não existem registros médicos, só pode ser, na melhor das hipóteses, especulativo, vago e controverso… Depois de cuidadosa análise do material biográfico e autobiográfico disponível, levando-se em conta o conhecimento atual deste tipo de desordem convulsiva, é nossa opinião que: (1) não há evidências convincentes de que Ellen G. White sofria desta espécie de epilepsia (2) não há possibilidade de que crises parciais complexas tenham sido as responsáveis pelas visões da Sra. White ou seu papel no desenvolvimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia" – Ministry, agosto de 1984, e referida em Adventist Review, 6 de agosto de 1984. (Citado por Hebert E. Douglass em Mensageira do Senhor, páginas 62, 63).
Além disso, suas visões transformaram ateus e adversários do Adventismo. Um dos mais antigos e destacados céticos foi José Bates. Ele não estava convencido de que as visões de Ellen White "eram de Deus". Pensava que as visões não passavam "do produto de um estado debilitado do corpo dela". Mas mudou de idéia depois de observar várias experiências dela em visão.
Que evidência do dom profético na pessoa de EGW! E que evidência de que o pastor Rinaldi precisa ler mais antes de escrever.
"Só que V. S. não diz que, ao contrário do que afirma, qualquer pessoa que nega os erros proféticos e outras coisinhas mais de EGW, logo são afastados e acusados de apóstata. Vamos citar alguns nomes ilustres entre os adventistas que foram caluniados e enxotados das hostes adventistas:
"Crosier, March, os Ballenges, Alonzo T. Jones, Louis R. conradi, George B. Thompson e muitos outros. Aqui no Brasil Ubando Torres de Araújo, 25 anos seguindo intransigentemente EGW até descobrir recortes de jornais americanos que lhe davam notícia do livro publicado pelo pastor adventista Walter Rea, escrevendo o livro arrasador THE WHITE LIE (A MENTIRA BRANCA) foi desmoralizado por escrever os livros: A Igreja de Vidro, Adventismo e Pecador Sou; Transgressor, não." Seus testemunhos são fortes contra as 'visões' e 'inspirações' de Ellen G. White. Mas a eles não é permitido falar porque, ou deixaram ou foram eliminados da igreja, por causa daquilo que sabiam e do seu desejo de divulgar esse conhecimento. Outros testemunhos poderiam ser reunidos, como os de William S. Peterson, Jonathan M. Butler, Ronald L. Numbers e outros eruditos adventistas."
Vou deixar que Ellen White lhe responda. A citação a seguir está no livro "Evangelismo", pág. 258:
"Alguns, conforme me foi mostrado, estão no caso de receber as visões publicadas, e de julgar da árvore pelos seus frutos. Outros são como o cético Tomé: não podem crer nos Testemunhos publicados, nem convencer-se deles pelo testemunho de outros, precisando ver e tirar a prova por si mesmos. Estes não devem por isso ser afastados, mas cumpre tratá-los com paciência e caridade fraternal até que encontrem a atitude a adotar e tenham opinião formada contra eles ou a seu favor. Se, porém, entrarem a combater as visões de que não têm conhecimento; se levarem a sua oposição ao ponto de combater aquilo de que não têm experiência, e se sentirem importunados quando os que crêem que as visões procedem de Deus delas falam nas reuniões, e se confortam com as instruções dadas em visão, pode a igreja saber que não estão certos." (Grifos acrecentados).
Ainda é válida sua acusação, sabendo que tais pessoas afastadas da igreja o foram por que interferiam na paz e na comunhão dos irmãos?
Sobre Ubaldo Torres de Araújo
Aqui a coisa ficará feia para o seu lado. E, por sua culpa. Como o senhor pode citar Ubaldo Torres sendo que:
(1) Ele foi demitido da revista apologética que o senhor conhece bem por que a resposta elabora pelo Dr. Timm e assinada por Tércio Sarli, à série "Contradições nos Escritos de Ellen White" destruiu os argumentos dele? O senhor está lembrando que a Igreja Adventista conseguiu um direito de resposta e isso custou o emprego de Ubaldo? Tanto que ele foi pedir trabalho na Casa Publicadora Brasileira! (Antes, implorou a um de nossos líderes para que a resposta não fosse publicada)
(2) A esposa dele se manteve fiel na Igreja Adventista e disse que não concordava com o marido (que não a convenceu!)?
Na verdade, Ubaldo Torres foi desmoralizado pela revista que o demitiu e pelas verdades que não pôde refutar, quando as autoridades de Jundiaí deram aos Adventistas o direito de resposta!
Por que ocultar tais fatos de seus leitores, Pr. Rinaldi?
Quanto ao livro de Ubaldo, lhe agradeço pela disposição em me enviar. Tenho-o, conheço e inclusive sei da história dele e o que a esposa do mesmo disse a respeito da apostasia e revolta dele (que não tinha a ver com doutrinas, mas, havia questões pessoais em jogo). Espero que o senhor informe tais coisas aos seus leitores.
"Sofisma, Leandro! Querendo defender sua falsa profetisa prefere acusar a Bíblia e dizer que a profecia de Jonas poderia ser considerada uma falsa profecia e que as profecias de EGW seriam desse tipo – condicionais. Mas, quanto à Bíblia, há provas descritas na Bíblia que relatam a conversão dos ninivitas. E que houve no caso de EGW em 1856? Se houvesse a aceitação da sua profecia, Jesus teria apressado a sua vinda, que não ocorreu. Lamentável, lamentável, amigo Leandro."
Não, pastor Rinaldi: não fiz uso de sofisma algum. Tanto que o senhor não tem como me provar que na Bíblia não há profecias condicionais. E não o fez, na sua réplica, pois, as evidências bíblicas são claras. Falar que utilizei de sofisma é uma coisa. Outra é provar. Aguardarei sua refutação.
Recomendo ao leitor (e ao pastor também) que releia o que escrevi no artigo anterior e veja a condicionalidade das profecias (daquelas que dependem de uma ação humana para ocorrerem ou não).
Agora posso explicar o texto que o senhor usou como "gancho" para pendurar dúvidas. Transcreverei sua análise na íntegra:
Como alegar que a profecia de 1856 apressaria a volta de Jesus, mas que tal não se deu por culpa do povo se EGW escreveu,
"Mas, como as estrelas no vasto circuito de sua indicada órbita, os desígnios de Deus não conhecem adiantamento nem tardança." (O Desejado de Todas as Nações, p. 28, edição 1979).
NOTA: Como arrazoar que se houvesse a aceitação da profecia dela Jesus teria apressado a sua vinda, se "os desígnios de Deus não conhecem adiantamento nem tardança???
Basta o senhor ler 2 Pedro 3:12 e entender que o evento da volta de Cristo é incondicional e que a data é condicional. "Esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão." 2 Pedro 3:12.
É só entender a citação de "O Desejado de Todas as Nações" em seu contexto e ver que ela se refere aos planos de Deus que não dependem de uma resposta humana: o tempo de 400 anos que o povo de Israel ficou no Egito [como relevado a Abraão]; a libertação do Egito e a primeira vinda de Cristo, que foi na "plenitude do tempo". Gálatas 4:4.
Ela cita Gênesis 15:14, Êxodo 12:41 e o nascimento de Cristo como sendo eventos incondicionais que aconteceriam "sem adiantamento ou tardança". Ela não tinha em mente nesse contexto do "Desejado de Todas as Nações" as profecias incondicionais.
Por que não ler todo o trecho para evitar distorções?
O QUE REALMENTE EGW ESCREVEU SOBRE A VINDA DE JESUS
Esse subtítulo de sua resposta foi transcrito apenas para contextualizar o leitor a fim de ver a parte do seu artigo que comentei.
Pastor: se o senhor quiser, podemos fazer uma análise bíblica sobre Daniel 8:14 e também histórica, levando-se em conta o grande desapontamento de 1844. Sei que para entender um assunto desses requer tempo e disposição de aprender. Como o senhor disse que não entende essa "babel", vamos num diálogo amistoso tratar do assunto. Sem tentar "provar" quem está certo, mas, ver o que a Bíblia ensina. Se aceitar minha proposta, saiba que estarei a sua disposição.
Uma vez lhe enviei um material sobre o assunto. Comecemos do zero e creio que teremos maiores resultados.
Quanto ao tópico 3 da explicação que dei à citação do "Primeiros Escritos", pág. 15, ele se refere aos desanimados que estavam presentes na visão. Eles sim precisavam de conforto durante a caminhada rumo ao Céu e Ellen White quis nos passar a certeza de que não precisamos temer enquanto seguimos pelo caminho estreito.
"Tenho minha aposentadoria e vivo dela. Não entrei no caminho de Balaão. Não recebo R$0,10 da Igreja a qual pertenço. Agora, sei que se os livros de EGW forem banidos, adeus adventismo. A própria família de EGW vive dos rendimentos dos livros dela. Quem afirma isso é Ubaldo Torres de Araújo no livro IGREJA DE VIDRO. Se quiser cópia posso cedê-la, gratuitamente pela Internet."
Não, pastor: os livros de Ellen White NUNCA serão banidos da vida daqueles Adventistas que amam a Bíblia e a volta de Jesus. Portanto, se o senhor sonha com o fim dessa igreja que está em mais 200 países do mundo com 16 milhões membros (e quase 60 Casas Publicadoras espalhando o evangelho eterno), sua frustração será grande.
Uma informação (que para o senhor não é novidade. Mas, é bom relembrar): qualquer pessoa que publica um livro tem o direito de viver dos direitos autorais, incluindo parentes próximos. TODOS os escritos evangélicos, católicos, espíritas vivem disso. Por que apenas Ellen White e a família dela não seriam dignos disso? Que preconceito é esse, pastor?
Considerações finais
Não vou repetir os erros históricos graves que o senhor apresentou e as distorções grotescas sobre nossa doutrina. O que desejo ao finalizar esta resposta é pedir a Deus que dê ao senhor, pastor Rinaldi, e, a mim, a perfeição de caráter de Mateus 5:48: aquela que nos habilita a sermos amáveis com aqueles que pensam diferente de nós. É desta forma que nossos debates serão produtivos e glorificarão Aquele que por nós deu a vida na cruz.
"Vocês ouviram o que foi dito: "Ame os seus amigos e odeie os seus inimigos." Mas eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, para que vocês se tornem filhos do Pai de vocês, que está no céu. Porque ele faz com que o sol brilhe sobre os bons e sobre os maus e dá chuvas tanto para os que fazem o bem como para os que fazem o mal. Se vocês amam somente aqueles que os amam, por que esperam que Deus lhes dê alguma recompensa? Até os cobradores de impostos amam as pessoas que os amam! Se vocês falam somente com os seus amigos, o que é que estão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos em amor, assim como é perfeito o Pai de vocês, que está no céu." Mateus 5:43-48 (Nova Tradução Na Linguagem de Hoje)
Deus nos ajude a seguirmos esse mandamento de Cristo, pois, sozinhos, o senhor e eu jamais conseguiremos. Todavia, o Espírito Santo nos auxiliará, se assim permitirmos.
Aguardarei seu retorno. Deus o ilumine,
Leandro Quadros.
leandro.quadros@novotempo.org.br
[1] Dr. Alberto Timm. Um dia, Deus o colocará de frente com ele para discutir essas coisas e verá o quanto o senhor escreve verdadeiras aberrações históricas sobre nós. Não é de admirar, pois, faz elipses e nunca entrevistou um líder de nossa igreja como o fez o Dr. Walter Martin que, diferente do senhor, não vê os adventistas como seita. Sendo que o ICP no Brasil tem inspiração no trabalho dele, seria mais honesto de sua parte e de todos os integrantes agirem como o Dr. Martin em relação aos adventistas do sétimo dia…
FONTE: http://www.novotempo.org.br/advir/?p=2494&utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+Advir+%28Advir%29