Autoestima
Sábado à tarde | Ano Bíblico: Nm 22–24 |
Verso para Memorizar: "Vocês... são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz" (1Pe 2:9, NVI).
Leituras da semana: Sl 100:3; At 17:24-28; Rm 12:3; Mt 22:39, 2Sm 9; Lc 15; Ef 4:23-32
Baixa autoestima é um mal moderno. Seus portadores frequentemente são levados ao aconselhamento ou ao consultório pastoral por esse mesmo motivo ou por problemas mais complexos, como abuso de drogas, depressão ou distúrbios alimentares.
Na existência diária, a baixa autoestima pode nunca chegar a proporções clínicas, mas quase invariavelmente prejudica os relacionamentos e o desempenho na maioria das áreas da vida.
Talvez o principal motivo de as pessoas sofrerem mais que nunca desse problema seja a mídia, que frequentemente retrata suas celebridades como maiores que a vida, deixando que os outros sintam sua própria pequenez em contraste com os ícones que desfilam diante deles.
A ideia de autoestima, como a Bíblia apresenta, tem uma perspectiva diferente. A psicologia convencional considera a autoestima como a avaliação que alguém faz de seus próprios atributos e características, a partir da observação que faz de si mesmo e do parecer de outras pessoas. A Bíblia oferece pelo menos dois componentes adicionais: Quem são os seres humanos por origem (Gn 1:26, 27) e o que Deus pensa sobre cada pessoa e o que lhe oferece (Jo 3:16). Quando somamos esses componentes, nossa compreensão sobre a autoestima pode mudar.
Ano Bíblico: Nm 25–27 |
Origem
Hoje, prevalecem duas visões mutuamente exclusivas sobre a origem humana. Uma descreve os seres humanos como produtos de mero acaso, resultado de um acidente cósmico em que nossa existência não foi planejada. Casualmente, viemos à existência. Embora essa opinião sempre haja existido entre algumas pessoas, nos últimos séculos – particularmente depois que as falsas teorias de Charles Darwin se popularizaram — a ideia de a humanidade existir por puro acaso tem enganado milhões. Assim, muitos chegaram a crer que a vida é inerentemente sem propósito, ou que qualquer que seja seu propósito, as pessoas devem tentar alcançar por si mesmas. Por milênios, a maioria das pessoas imaginava que se originavam de Deus ou dos deuses; hoje, muitos acham que vieram dos macacos. Em contraste, existe a visão ensinada na Bíblia.
1. Compare a visão apresentada acima com as declarações da Bíblia. Gn 1:26, 27; Sl 8:5, 100:3; At 17:24-28. Como cada uma dessas posições deve afetar nosso senso de valor próprio e de autoestima?
Deus não só nos criou com um propósito, mas nos criou à Sua imagem. Ele também criou outros maravilhosos seres vivos: plantas e animais, mas, em sua beleza e perfeição, eles não trazem a semelhança de seu Criador, como os seres humanos. Além disso, a humanidade foi colocada acima de todos eles com domínio e autoridade.
Em contraste com a convicção ateísta de que não existe propósito transcendente para a biologia e psicologia humana, a Bíblia ensina que Deus escolheu partilhar "Sua imagem" com a família humana. Obviamente, grande parte dessa imagem foi maculada e perdida por causa das sucessivas gerações de pecado, mas a impressão continua em cada pessoa, e que a imagem perdida pode ser restaurada progressivamente pelo poder transformador do Espírito que opera nos que são rendidos a Cristo.
Deus não só nos criou, mas também nos remiu. De fato, Ellen White disse que Cristo teria morrido até mesmo por uma única pessoa. O que isso nos diz sobre nosso valor inerente, não importando o que o mundo possa pensar sobre nós? Por que é tão importante manter em mente nosso valor aos olhos de Deus?
Ano Bíblico: Nm 28–30 |
Autopercepção
Aquilo que vejo em mim mesmo é um componente importante da autoestima. Porém, é um retrato incompleto e, frequentemente, defeituoso. A subjetividade pode levar a interpretações equivocadas quando avaliamos as pessoas, inclusive a nós mesmos.
Umas das mais sérias advertências bíblicas é contra o julgamento de outra pessoa: "Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas" (Rm 2:1; veja também Lc 6:41, 42). A distorção parece universal, e as pessoas estão sujeitas a cometer erros quando julgam os outros. O mesmo acontece com nós mesmos. Existe muito erro quando alguém julga a si mesmo em termos de habilidade, aparência, caráter, poder, etc. Sempre vai haver pessoas mais espertas, de melhor aparência e mais talentosas que você; ao mesmo tempo, sempre haverá pessoas que olham para você e se sentem inferiores.
2. Leia cuidadosamente e com oração Mateus 22:39. O que está implícito nesse texto a respeito de como devemos ver a nós mesmos?
Esse texto sugere que uma quantidade razoável de amor deve ir para si mesmo (embora não seja esse o foco principal do texto). Deve existir um orgulho saudável pelas coisas bem feitas, nas tarefas bem realizadas e nas boas características e traços de caráter que alguém possua. Espera-se uma atitude de proteção própria e cuidado de si mesmo. O problema vem quando a pessoa não dá crédito a Deus, o Criador de todas as boas coisas em nós.
3. Como devemos entender Romanos 12:3, levando em conta o que vimos até agora?
Existe uma área mediana desejável entre a extremamente baixa autoestima e a arrogância. E Paulo nos adverte contra a última. Ao mesmo tempo, Romanos 12:4-8 explica que o corpo de Cristo precisa da contribuição de cada membro, de acordo com os dons individuais dados a eles pela graça. Não existe nada de errado em reconhecer cada dom, usando-os para fortalecer a igreja de Cristo, e agradecer a Deus por eles.
Faça mentalmente uma lista dos bons atributos pessoais, características e habilidades que Deus lhe deu. Como você pode usá-los e, ao mesmo tempo, permanecer humilde? A contemplação diária da cruz pode ajudar a nos manter em nosso lugar.
Ano Bíblico: Nm 31, 32 |
O que os outros veem
Em muitas sociedades, o valor de uma pessoa é determinado por seus talentos, dons, aparência, e assim por diante. Olhamos para a aparência externa (1Sm 16:7); afinal, isso é tudo que podemos ver. Assim, nosso conceito próprio costuma ser moldado pela reação que os outros mostram, com base na observação externa que fazem de nós. Se todos lhe disserem que você é bonito, é mais provável que você mesmo se ache bonito.
Mas sempre existe muito mais em cada um de nós do que o olho enxerga. Aqueles que sofrem de baixa autoestima precisam pensar em termos de características ou atributos pessoais que têm verdadeiro valor e não necessariamente o que o mundo valoriza, porque, frequentemente, os valores do mundo não têm nenhum valor para Deus.
4. Quais são as coisas que nossa sociedade e cultura valorizam? Qual é a importância dessas coisas para Deus?
Pode haver exceções, mas a maioria das sociedades tende a atribuir muito valor às características externas, observáveis. Porém, outras características, como honestidade, generosidade, temperança ou firme compromisso aos princípios e ideais, tendem a ocupar lugar secundário.
5. Como o preconceito de gênero, classe ou nacionalidade afeta a autoestima das pessoas? Qual deve ser o alvo do cristão em termos de preconceito e discriminação? Gl 3:28
Os efeitos do preconceito são devastadores sobre a autoestima e o desempenho. Como cristãos, devemos fazer um esforço concentrado para levantar e encorajar os outros, qualquer que seja sua origem.
Em 2 Samuel 9, temos a história de Mefibosete, que poderia ter sido objeto da vingança de Davi. Isso explica por que ele teve medo, se inclinou ao chão e se referiu a si mesmo como "um cão morto". Ele também era incapacitado. Não há dúvida de que a restauração da propriedade familiar, a relocação de servos e as honras concedidas deram a Mefibosete uma medida extra de valor próprio. A influência que as pessoas têm sobre a autoestima dos outros é extremamente poderosa. Mais do que percebemos, temos a habilidade de formar o conceito próprio dos outros por meio de palavras, ações e até nossa forma de olhar para eles.
Ano Bíblico: Nm 33, 34 |
O que Deus Vê
6. De acordo com as três parábolas de Jesus em Lucas 15, qual é nosso valor diante de Deus? O que Deus pensa sobre nós? Por que é tão importante conhecer esse conceito e mantê-lo diante de nós?
Se você se sentir tentado a pensar que é inferior, está perdido ou rejeitado, lembre-se de que, juntamente com essa condição vai algo mais — um cuidado especial e intenso de Deus e Seus anjos. O pastor se importava mais com a ovelha perdida do que com as restantes noventa e nove. A mulher esqueceu suas outras moedas e procurou cuidadosamente até que encontrou a perdida. O pai parece ter dado mais atenção às exigências irracionais do filho pródigo que ao primogênito. Todos, o pastor, a mulher e o pai, mostram uma consideração especial por aqueles que obtiveram menos sucesso.
Então, quando os perdidos são achados, há grande alegria na Terra e no Céu. Veja como essas histórias revelam poderosamente o amor de Deus a cada um de nós, não importando nossas culpas.
Esse princípio pode ajudar aqueles que estão em necessidade. Muito frequentemente, ao falar com os outros, se você lhes der um ambiente seguro, confidencial e acolhedor, só isso já pode lhes fazer muito bem. As pessoas, especialmente as que sofrem, precisam saber que alguém se importa com elas, especialmente em sua dor.
O cristão tem uma clara vantagem sobre quem não aceita nem crê no Senhor. Deus está em ação 24 horas por dia, 7 dias por semana, para ouvir aquele que se sente deprimido, estressado, solitário e ansioso. Essa relação com Deus deve ser razão suficiente para que alguém se sinta especial e obtenha algum alívio para a baixa autoestima.
Evidentemente, a cruz é o maior exemplo de nosso valor aos olhos de Deus. Mais que qualquer outra coisa, essa deve nos mostrar quão valiosos somos diante de Deus, não importando as fraquezas e culpas que temos. A cruz nos diz que, não importa o que os outros pensam sobre nós, somos de valor inestimável para o Criador do Universo. E, afinal, considerando a transitoriedade dos valores da sociedade, no fim, quanto deve realmente valer a visão dos outros e da sociedade como um todo?
Como podemos ajudar outras pessoas a tomar a mensagem de Lucas 15 e aplicá-la a si mesmas? Como podemos ajudar os outros a perceber que Jesus aqui está falando pessoalmente sobre eles?
Ano Bíblico: Nm 35, 36 |
Um novo homem
7. O que Paulo quer dizer por nos "revestir" do novo homem? Qual é a natureza desse novo homem? Ef 4:23, 24
As pessoas gostam de tentar novas aparências: mudar de penteado, comprar novas roupas, e até mesmo fazer uma plástica ou transplante de cabelo. Mas essas ações trazem mudanças apenas exteriores, secundárias. O ser básico permanece inalterado.
Paulo fala sobre um novo ser, relacionado não com a aparência mas com a natureza e a atitude mental. Ele diz que fomos "criado[s] para ser semelhante[s] a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade" (v. 24).
8. Resuma as atitudes e comportamentos que provêm do novo homem. Ef 4:25-32
O novo homem a que Paulo se refere demonstra frutos (veracidade, unidade, honestidade, diligência, conversação saudável, generosidade, perdão). Note, igualmente, que todos os atributos do novo homem têm que ver com bom caráter e relações interpessoais saudáveis, e esses podem estar ligados diretamente às questões de autoestima. Os comportamentos adversos mencionados em Efésios 4, como a mentira, ira e amargura, deixam a pessoa com um senso diminuído de valor. Em contraste, repartir com pessoas necessitadas e ser bondoso e compassivo são ações que podem aumentar a autoestima, pois transferem o centro da pessoa e, assim, deixam a pessoa com senso de realização.
A comunidade cristã precisa de pessoas interessadas em edificar os outros e não em destruí-los. O valor próprio pode ser arruinado facilmente em um instante com palavras rudes de crítica. "É dever de toda família e de cada cristão individualmente opor-se ao uso da linguagem corrupta. Quando em companhia de quem se deleita em palestras tolas, é nosso dever mudar o assunto da conversação, se possível. Com o auxílio da graça de Deus devemos calmamente proferir algumas palavras, ou introduzir um tema que oriente a conversa para terreno mais aproveitável" (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 337).
Ano Bíblico: Dt 1–3 |
Estudo adicional
Se Deus cuida de um pardal... como Ele cuidará daqueles que foram comprados pelo sangue de Cristo? Uma pessoa vale mais que todo o mundo. Por uma única pessoa Jesus teria passado pela agonia do Calvário para que fosse salva para Seu reino. 'Portanto, não tenham medo; vocês valem mais do que muitos pardais" (Ellen G. White, Review and Herald, 3 de maio de 1892).
"Perdemos muitas e ricas bênçãos porque negligenciamos buscar o Senhor com coração humilde. Quando formos a Ele com coração sincero, pedindo-Lhe que revele nossos defeitos, Ele nos mostrará um quadro verdadeiro de nós mesmos, refletido no espelho de Sua Palavra. Então, tendo nos visto como Deus nos vê, não saímos esquecidos de que tipo de pessoas somos. Vamos estudar cuidadosamente os traços defeituosos de nosso caráter e buscar graça para torná-los semelhantes ao padrão apresentado na Palavra de Deus" (Ellen G. White, The Lake Union Herald, 3 de novembro de 1909).
Os dois parágrafos acima nos dão uma compreensão adicional para manter o equilíbrio entre a inferioridade e a vaidade. Leia Romanos 12:2, 3 à luz desses textos para compreender melhor como alcançar um conceito próprio equilibrado.
Perguntas para reflexão
1. O século 20 foi um dos mais violentos da história, com assassinatos em massa em escala nunca vista antes. Como a visão darwinista da existência humana, que afirma que toda vida é produto de mutação fortuita e seleção natural, pode ser responsável, ao menos parcialmente, por esse total descaso pela santidade da vida humana? Em outras palavras, se somos apenas macacos avançados, produtos unicamente do acaso, qual é o valor inerente de uma vida individual?
2. Pense mais no que a cruz de Cristo nos ensina sobre nosso valor individual. Pense no que aconteceu na cruz, quem estava sobre ela, e o que significou Sua morte. Como a cruz deve nos ajudar a ter mais senso de qual realmente é nosso valor individual?
Respostas sugestivas:
Pergunta 1: Se somos produto de mero acaso, não temos muito mais valor que esta vida. Se somos criaturas de Deus, Ele nos atribui imenso valor,
Pergunta 2: No mesmo nível do nosso próximo. Nem acima, nem abaixo. Neste sentido, o amor próprio é apropriado.
Pergunta 3: Sem falsa modéstia, mas com a verdadeira modéstia cristã.
Pergunta 4: Resposta pessoal.
Pergunta 5: Todos somos iguais diante de Deus e uns dos outros. Toda discriminação é pecaminosa.
Pergunta 6: Deus mostrou nosso valor a ponto dar a vida de Seu Filho para a nossa salvação.
Pergunta 7: A renovação parte do interior transformado pelo poder de Deus e se manifesta em nossas atitudes e atos.
Pergunta 8: Veracidade, paz, honestidade e outras virtudes mais.
FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2011/li912011.html
Texto-chave: Romanos 12:3
O ALUNO DEVERÁ...
Saber: Descrever uma autoestima saudável, usando a perspectiva cristã do quanto Deus nos aprecia.
Sentir: A importância de valorizar a nós mesmos e aos outros como Deus nos valoriza.
Fazer: Uma avaliação realista de quem somos e a importância de nossa participação no corpo de Cristo.
Esboço do aprendizado
I. Saber: À imagem de Deus
A. O que Deus fez para demonstrar Sua apreciação por nós?
B. Qual é a diferença entre elevar o ego de alguém e mostrar-lhe adequada consideração?
C. Por que é importante buscar continuamente ser recriado à imagem de Cristo, em lugar de permanecer satisfeito com nossa condição atual?
II. Sentir: Comprado com Seu sangue
A. Como Deus nos vê?
B. Como devemos nos avaliar ao nos vermos através dos olhos de Deus?
C. De que modo a maneira de Deus nos avaliar deve orientar e moldar a forma como tratamos os outros?
III. Fazer: Apreciar o corpo de Cristo
A. Como podemos realisticamente estimar e estabelecer um valor apropriado aos dons que Deus nos deu?
B. Como podemos cumprir o papel que Ele deseja que cumpramos na igreja?
C. O que podemos fazer para respeitar e apreciar as contribuições de cada membro ao corpo de Cristo?
Resumo: Um senso de autoestima cristã se desenvolve do reconhecimento de que cada um de nós somos formados à imagem de Deus e, com nossa permissão, estamos continuamente sendo transformados na semelhança de Cristo como membros importantes de Seu corpo.
Ciclo do aprendizado
Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: A única forma pela qual os seres humanos podem chegar a uma verdadeira avaliação de seu valor é olhar a si mesmos através dos olhos de Deus. O Senhor colocou um alto preço em nós: o sangue de Seu Filho.
Só para os professores: Nossa autoestima é profundamente impactada pelas pessoas mais próximas de nós. A história a seguir e o subsequente tempo para compartilhar deve ser usada para considerar o impacto que os mais próximos de nós podem ter na nossa autoimagem.
Para os atletas de elite, não há panela de pressão tão intensa como os Jogos Olímpicos. Os atletas mudam a dieta, o padrão de sono, a disciplina de treinamento, e tudo o que seja necessário para ganhar o ouro no palco mundial. A pressão para um bom desempenho já é imensa, mas acrescente a isso o fato de que os participantes trazem consigo as esperanças e sonhos das nações que eles representam, e o efeito é uma receita para um grande estresse.
Um mergulhador olímpico bastante condecorado apareceu com uma nova maneira de lidar com o estresse do momento. Ao contrário de um esporte em equipe, o mergulho é um esforço muito solitário; então ele inventou uma estratégia para acalmar os nervos. Enquanto estava em cima da plataforma de mergulho, justamente antes de se lançar no ar, ele repetia o seguinte: "Mesmo que eu erre este mergulho, minha mãe ainda me amará."
Ele queria ganhar? Certamente! Às vezes ele perdia? Certamente! Ganhando ou perdendo, ele tinha uma coisa com que podia contar: o amor incondicional da mãe. O amor de sua mãe o havia fortalecido contra os inevitáveis desafios de competir no maior palco do mundo. Esse mergulhador, por sinal, é considerado um dos maiores entre os que se colocaram em uma plataforma de mergulho.
Pense nisto: Se nossa estima pessoal é impactada para o bem ou mal pelos mais próximos de nós, o que isso nos diz sobre o lugar que Deus deveria ocupar em nossa vida?
Compreensão
Só para os professores: Peça que os alunos anotem em uma folha de papel, frases que costumamos usar ao falar com amigos ou familiares, que refletem falta de aceitação, que transmitem insegurança com relação ao companheirismo de que eles precisam, e que acabam diminuindo o valor dessas pessoas. Peça que tomem uma decisão a esse respeito.
I. "Coroados de honra"
(Recapitule com a classe Gn 1:26, 27 e Sl 8:5.)
A lição desta semana começa com a maior obra de autoafirmação feita em favor da humanidade. Deus ESCOLHEU compartilhar Sua imagem com Sua criação. Pertencemos a Ele. O Salmo 8:5 estabelece nosso lugar na hierarquia de poder da criação. Somos feitos um "pouco menor... do que os anjos" e somos coroados "de glória e de honra" (RC).
A honra concedida por Deus a nós não é um reconhecimento comum. A palavra honra traduzida no Salmo 8:5 é hadar, que significa honrar, glorificar e tornar esplêndido. Ao criar a humanidade, Deus a coroou com esplendor. A palavra hadar é a mesma palavra usada na frase "beleza da santidade", encontrada no Salmo 96:9 e 110:3. Há beleza mais exaltada do que aquela encontrada na santidade? Hadaré usada para descrever essa beleza e a beleza da criação da humanidade, um ato sagrado, realizado por um Deus santo.
Pense nisto: Como a honra e a santidade com que fomos criados originalmente deveriam nos inspirar a permitir que Deus recrie Sua imagem em nós?
II. Imagem é tudo
(Recapitule com a classe Sl 16:8.)
A grande estrela do tênis Andre Agassi tornou famoso o slogan "Imagem é tudo". Evidentemente, naquele momento Agassi estava fazendo propaganda das câmeras Canon, mas há uma verdade nessa frase que é muito mais profunda do que a intenção do anúncio. Como sabemos, o que contemplamos nos transforma.
Ellen G. White escreveu o seguinte sobre como Jesus cresceu em sabedoria e conhecimento durante Seus anos formativos e como nós, também, podemos ser formados à imagem de Deus:
"Toda criança pode adquirir conhecimento como Jesus o adquiriu. Ao procurarmos relacionar-nos com nosso Pai celestial através de Sua Palavra, anjos se achegarão a nós, nossa mente será fortalecida, nosso caráter elevado e apurado. Seremos feitos mais semelhantes a nosso Salvador. E, ao contemplarmos o que é belo e grande na Natureza, nossas afeições crescem para com Deus. Ao mesmo tempo em que o espírito se enche de reverente respeito, o coração se fortalece ao pôr-se em contato com o Infinito por meio de Suas obras. A comunhão com Deus, mediante a oração, desenvolve as faculdades mentais e morais, e as espirituais se robustecem ao cultivarmos pensamentos sobre assuntos espirituais" (O Desejado de Todas as Nações, p. 70, 71).
Pense nisto: Em Seus anos formativos, Jesus contemplava Deus nos manuscritos do Antigo Testamento lidos para Ele por Sua mãe, e O contemplava na natureza e na oração (Leia o Salmo 16:8). Como nossa visão de nós mesmos mudaria se colocássemos o Senhor sempre diante de nós?
III. Autoestima saudável
(Recapitule com a classe Rm 12:3 e Fp 2:6, 7.)
A lição desta semana abordou superficialmente a ideia de estimar corretamente o valor da pessoa. Em Romanos 12:3, Paulo defende uma visão pessoal equilibrada, com base na transformação causada na pessoa pela consagração da vida a Deus. As pessoas que estão sendo transformadas por Deus apresentam uma estimativa correta de seu valor. O padrão mundano de desenvolvimento da autoestima pessoal é obter tantas coisas quantas você puder, porque a vida de uma pessoa consiste na abundância de bens que ela possui, mas Jesus pede que pensemos de modo diferente (Lc 12:15).
O perigo de estimar nosso valor acima do que Deus coloca em nós é a presunção. Em vez de focalizar excessivamente no que possuímos, ou mesmo em nossos dons e talentos dados por Deus, Paulo nos convida a pensar sobriamente sobre nós mesmos, e ver não somente as grandes coisas sobre nós mesmos, mas também as áreas de nossa vida que precisam ser moldadas por Deus.
Pense nisto: Se estimar nosso próprio valor pode ser perigoso, estamos realmente aptos a avaliar os outros? Existe algum momento em que somos chamados a apontar as falhas dos outros e dizer quando eles nos prejudicam? Em caso afirmativo, que orientações a Bíblia nos dá? (Veja Mt 18:15-20).
Aplicação
Só para os professores: Pense em algumas pessoas que podem se sentir tristes e desvalorizadas. Imagine três atitudes que você pode tomar para elevar o nível de motivação dessas pessoas.
Perguntas para reflexão
Em João 15:16, Jesus disse aos discípulos que eles não O haviam escolhido; Ele os tinha escolhido para "darem fruto, fruto que permaneça" (NVI). Num sentido muito real, somos um produto de seu fruto – sua fidelidade em compartilhar o evangelho que continuamos a espalhar hoje. Como você acha que essa mensagem da "escolha" impactou os discípulos? Como você acha que eles compreendiam as palavras de Jesus, após Sua ascensão?
Como a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho perdido, nós também, muitas vezes nos perdemos, mas Jesus vem em busca de nós. Como Jesus o atrai? (Jr 31:3).
Perguntas de aplicação
Pense em alguém que sempre o edifica. Passar tempo com essa pessoa sempre faz você se sentir melhor. O que especificamente essa pessoa faz que eleva seu entusiasmo e fortalece o senso de quem você é?
Isaías 40:11 pinta um quadro impressionante do cuidado de Deus por suas "ovelhas". Que partes da descrição de Isaías sobre o cuidado de Deus falam mais afetuosamente para você? O que isso lhe diz sobre seu valor intrínseco para Deus?
Criatividade
Só para os professores: Peça que os alunos reflitam: 1. Como você se vê e como se sente a respeito de si mesmo? 2. Como Deus avalia você? 3. Qual é a diferença? 4. Olhar um pouco mais para a cruz pode equilibrar a maneira de nos sentirmos e melhorar nossos sentimentos em relação aos os semelhantes?
A lição desta semana aborda a questão da autoestima, e isso numa época em que a tecnologia está impactando grandemente a imagem que temos de nós mesmos. O aumento do uso da Internet e sites de redes sociais, em particular, estão criando o que alguns pesquisadores têm chamado a geração mais narcisista que já existiu. A tecnologia tem encolhido nosso planeta, mas estamos cada vez mais obcecados pela nossa aparência para as pessoas no outro lado do mundo, a quem nunca iremos encontrar em nossa vida. Aqui estão algumas maneiras em que você pode aplicar as verdades da lição desta semana à sua vida e à vida dos que o rodeiam:
Incentive um amigo que esteja hiper-conectado com a rede a participar com você de um jejum de meios de comunicação, durante uma semana. Cada dia, identifique uma característica do amor de Deus em Sua Palavra e comente com seu amigo sobre seus benefícios.
De todos os animais do mundo, Deus compara o ser humano a ovelhas. Elas não têm garras, não são agressivas nem particularmente espertas. Elas podem ser confundidas facilmente, e são propensas a se perderem. Mas isso não é tudo que existe sobre as ovelhas. Faça uma busca rápida na Internet sobre a utilização das ovelhas e partes das ovelhas, e você poderá se surpreender com o que encontrar. As ovelhas não são os animais mais sábios no estábulo, mas isso não significa que não sejam valiosas. O mesmo pode ser dito de nós seres humanos. Que percepção as ovelhas dão a você sobre sua dependência de Deus e seu relacionamento com Ele?
Identifique um personagem bíblico cuja autoestima o colocou em dificuldades. Peça que um membro da classe encene a história dessa pessoa e dê à classe a oportunidade de descobrir quem é ele.
Se a morte de Jesus pela humanidade caída estabelece quanto somos preciosos, o que poderemos dizer a Jesus no dia em que O encontrarmos? Peça que algumas pessoas de sua classe compartilhem o que pretendem dizer a Jesus quando O encontrarem na glória.
FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2011/aux912011.html
Lição 9 – AUTOESTIMA
Noel José Dias da Costa
Objetivo deste estudo:
Compreender como o conhecimento de nossa origem divina e do sacrifício de Jesus afeta nossa autoestima e nossa perspectiva de vida.
Verdade central:
Criados de forma especial conforme a imagem de Deus e comprados por preço infinitamente valioso, somos impactados pelo amor de Deus, que equilibra nossa autoestima e fornece recursos para eliminar os excessos de uma autoavaliação equivocada.
Introdução
No contexto do pecado em que crescemos, cercados pelas constantes avaliações negativas que pais, familiares, educadores e amigos fazem de nós, é muito comum desenvolver uma autoestima baixa. Os efeitos dela são a perda da autoconfiança e da qualidade nas relações sociais; a dúvida, a tristeza e o desânimo. Quando a autoestima é preservada, a pessoa alcança melhor desempenho em suas relações familiares, sociais e até no aspecto profissional e acadêmico.
Consideraremos neste estudo três pontos básicos sobre a autoestima:
– As concepções sobre nossa origem e a autoestima
– A autopercepção e o julgamento dos outros
– Nosso valor aos olhos de Deus
I. As concepções sobre nossa origem e a autoestima
Ao aceitar a criação como um fato, a pessoa é levada a refletir sobre sua origem superior, com propósito, e não de maneira acidental. Ao conceber-se como filho de Deus, o senso de dignidade pessoal é enobrecido, e a autoestima, fortalecida. A Bíblia diz que o homem foi criado à imagem de Deus (Gn 1:26, 27) e um pouco menor do que os anjos (Sl 8:5). Somos considerados sacerdócio real, nação santa, povo escolhido de Deus (1Pe 2:9). A compreensão desse privilégio é um fator eficiente da autoestima positiva.
A implicação natural da evolução darwinista é a ausência de um referencial objetivo para a vida e conduta humanas. Os processos naturais e o próprio homem são os referenciais. Nesse vazio, o homem encontra apenas o “acaso” como seu originador. Não bastasse isso, o conceito da sobrevivência do mais apto, da raça superior (eugenia) que influenciou as desigualdades históricas, levam as pessoas a experimentar maior angústia e desamparo, ferindo frontalmente sua dignidade e autoestima.
Para refletir:
Leia João 3:16 e coloque seu nome no texto, no lugar das expressões “mundo” e “todo o que nEle crê”. Após aplicar a si mesmo, o que este verso lhe diz sobre seu valor diante do que Deus pagou pela sua salvação?
II. A autopercepção e o julgamento dos outros
A construção de nossa identidade está diretamente ligada às percepções das pessoas que são significativas para nós. Apesar de mudarem com o tempo, na maioria dos casos, desde a infância, até o fim da vida elas estão presentes, podendo ser pais, familiares, amigos ou irmãos de fé. A opinião delas a nosso respeito se torna relevante, fazendo com que nossa autopercepção e humor sejam muito afetados, às vezes, até demais. É como se elas fossem uma espécie de “caixa de ressonância”, da qual esperamos aprovação e aceitação.
Deus nos dá diretrizes seguras sobre as quais podemos construir julgamentos sobre nós e sobre os outros. Jesus disse: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22:39). Isso significa que devemos nos amar, e na mesma proporção, amar o próximo – nem mais, nem menos, mas da mesma forma que amamos a nós mesmos. Com essa orientação, Jesus preveniu dois graves problemas: a subserviência, resultante da autoestima baixa, e a arrogância, fruto do orgulho (Rm 12:3). Ele colocou todos no mesmo nível ao dizer: “como a ti mesmo”. Mas isso somente seria possível ao cumprir-se o primeiro: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt 22:37).
Para refletir:
Você é capaz de identificar seus pontos fortes e suas fraquezas?
Que coisas são valorizadas pela nossa sociedade e qual é a opinião de Deus sobre isso?
De onde vem o preconceito? Como ele pode ser superado?
Como a contemplação do sacrifício de Cristo na cruz lhe assegura confiança e humildade?
III. Nosso valor aos olhos de Deus
Jesus apresentou, em Lucas 15, três parábolas que ilustram o valor que Deus atribui ao ser humano. Observe as expressões usadas por Ele para enfatizar como o Pai nos ama:
– A ovelha perdida (v. 3-7): O pastor “deixa... as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la.” “Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo...”
– A dracma perdida (v. 8-10): A mulher “varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la... E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido”. “...Há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.”
– O filho pródigo (v. 11-24): “Seu pai o avistou e, compadecido dele, correndo, o abraçou e beijou... Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés... este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.”
Jesus utilizou figuras muito concretas para ilustrar o amor do Pai para conosco, Seus filhos. Por mais distante que esteja um pecador, pois mais indigno que pareça aos seus próprios olhos, Deus o tem como o alvo primordial de Seu amor e cuidado. Ellen G. White afirma que “na cruz do Calvário, Ele pagou o preço do resgate de um mundo perdido. Ele amou o mundo, a ovelha perdida que traria de volta para Seu rebanho. A cruz do Calvário fala do amor maravilhoso de Deus pelo pecador. Ele o valorizou a um preço infinito, dando Seu Filho Unigênito, “para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo 3:16; Ez 33:11; The Messenger, 26.04.1893).
Para refletir:
– Como podemos nos revestir do novo homem?
– Que atitudes caracterizam esse novo homem?
– Como o hábito de ajudar alguém pode ser benéfico para a autoestima?
Conclusão
Deus nos convida a aceitar Sua graça e poder para que sejamos revestidos de um novo caráter, que reflita Sua imagem. Ao nos humilharmos ante o sacrifício de Jesus na cruz e contemplarmos Seu grande amor, teremos uma visão clara do alto valor que Ele nos atribui, e assim seremos libertos da escravidão da incredulidade e do pecado. A comunhão diária com Jesus assegura uma autopercepção realista e uma compreensão mais justa de Deus, de nós mesmos e dos outros.
Noel José Dias da Costa é psicólogo e pastor, mestre e doutor em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Teologia pelo SALT-UNASP-EC. Atua como professor, psicólogo e auxiliar da Associação Ministerial no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-SP). É casado com a pedagoga Erenita M. S. da Costa, e pai de Tiago e Ana Cristina.
FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2011/com912011.html