No tear do Céu
Sábado à tarde | Ano Bíblico: 1Sm 11–13 |
VERSO PARA MEMORIZAR: "Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados!"(Romanos 4:7, NVI).
Leitura para o estudo desta semana: Is 64; Rm 3:21-31; 4:1-7; 6:1-13; Fp 3:3-16
Cristo é o substituto e garantia do pecador. Ele obedeceu à lei em lugar do pecador, a fim de que o pecador possa crer nEle e crescer nEle em todas as coisas até a plena estatura humana em Cristo Jesus, e assim ser completo nEle. Cristo fez a reconciliação pelo pecado e suportou toda a sua ignomínia, reprovação e punição. E ainda, embora tenha carregado os pecados, trouxe justiça eterna, para que o cristão esteja imaculado diante de Deus. Haverá ocasiões em que se perguntará: 'Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?' E a resposta será: 'É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou' (Rm 8:33, 34). Aquele que tem as vestes imaculadas de justiça, tecida nos teares do Céu, em quem não existe um filamento sequer da humanidade pecaminosa, está à mão direita de Deus para vestir Seus filhos crentes com a roupagem perfeita de Sua justiça. Aqueles que estão salvos no reino de Deus não terão nada de que se gloriar; todo louvor e glória são dirigidos a Deus, doador da salvação" (Ellen G. White, The Youth's Instructor, 6 de dezembro, 1894). Observe as imagens: vestes de justiça, vestes imaculadas de justiça "tecida nos teares do Céu" e sem um filamento sequer da humanidade pecaminosa entremeado. Que imagem maravilhosa da justiça de Jesus, justiça que abrange todos os que, por fim, serão salvos para Seu reino!
Ano Bíblico: 1Sm 14–16 |
Olhando-se no espelho
Os policiais em três carros convergiram para uma mulher que dirigia e a forçaram a parar ao lado da estrada. Então, eles se aproximaram do carro com armas em punho. A mulher estava horrorizada quando saiu, com as mãos erguidas.
– O que foi que eu fiz? – perguntou ela, tremendo de medo.
Eles pediram para ver seus documentos e, depois de alguns minutos, todos relaxaram e as armas voltaram para seus lugares.
– Por favor – disse ela – o que estava errado? Por que vocês me cercaram?
– Bem – disse um dos policiais – nós vimos você dirigindo como uma louca e fazendo gestos obscenos para os outros motoristas.
– E por isso vocês me fizeram encostar, apontando as armas para mim?
– Não, senhora – respondeu o policial – foi porque vimos o adesivo com símbolos cristãos, e achamos que o carro tinha sido roubado.
Essa história (admitimos) ingênua ilustra um ponto triste: nem todos os cristãos, ou os que professam o nome de Cristo, vivem de acordo com os elevados padrões que sua fé requer. Alguns fazem isso melhor que outros, mas todos ficam aquém. Qual cristão, não importando quão fiel seja, ao olhar no espelho, pode alegar algum tipo de justiça própria? Qual cristão, olhando no espelho, não fica horrorizado com o que sabe que se esconde sob a superfície?
1. Que mensagem é proclamada em Isaías 64? Que imagem de vestuário é usada para descrever a justiça humana, e qual é seu significado? Que esperança é apresentada?
A expressão "trapos da imundícia", indica uma peça de vestuário contaminada pela menstruação. Que imagem mais poderosa a Bíblia poderia apresentar para descrever a justiça humana depois da queda? O apóstolo Paulo retoma o tema em Romanos 3, onde ele deixa claro que tanto judeus quanto gentios estão na mesma posição diante de Deus: pecadores necessitados da graça divina. O texto de
Isaías 64 pode ser visto como um precursor de Romanos 3 no Antigo Testamento. Aponta o nosso dilema como pecadores e, no entanto, não nos deixa sem esperança.
Qual foi a última vez que você olhou profundamente para si mesmo, seus pensamentos, seus motivos mais íntimos e seus desejos? O que você viu? Foi muito assustador? Qual é a sua única esperança?
2. Com base em Isaías 64 e Romanos 3, marque um "X" nas alternativas corretas: A. O ser humano é mau por natureza ( ) B. O ser humano é bom por natureza ( ) C. A natureza humana é parcialmente pecaminosa ( ) D. O ser humano é totalmente mau, mas em Cristo existe esperança.
Ano Bíblico: 1Sm 17–19 |
Justiça imputada
Sem dúvida, qualquer cristão sincero, olhando para si mesmo, particularmente em contraste com a justiça de Deus, especialmente da forma como foi revelada em Cristo, verá algo bastante assustador. Não há muito para recomendá-lo diante de Deus, certo? Na verdade, não há nada, nada mesmo, exceto o "trapo da imundícia".
Que esperança temos, então? Uma grande esperança, verdadeiramente, e o termo teológico para essa esperança é justiça imputada. O que significa isso? De modo muito simples, é a perfeita justiça de Jesus, a justiça "tecida no tear do Céu" e concedida a nós pela fé. "Justiça imputada" significa substituir nossa vida pecaminosa por Sua vida sem pecado. Ela vem de fora de nós, é creditada a nós, e nos cobre completamente. Somos vistos aos olhos de Deus como se nunca houvéssemos pecado, como se tivéssemos sido sempre totalmente obedientes aos mandamentos de Deus, como se fôssemos tão santos e justos como o próprio Jesus.
3. Leia Romanos 4:1-7. Como a confiança de Abraão em Deus ilustra a justiça imputada?
Paulo disse em Romanos 4:2 que, se Abraão tivesse sido justificado pelas obras, ele poderia ter se gloriado. Entretanto, Abraão creu em Deus e, portanto, foi considerado justo. Jesus nos convida a ir a Ele em fé simples, pecadores que somos, e Ele dará Seu manto de perfeição, a justiça perfeita que Ele alcançou enquanto esteve aqui, vivendo na carne. Isso é conhecido como "justiça imputada", e é a única solução para o dilema descrito tão vividamente em Isaías 64 e Romanos 3.
Imagine assim: Jesus tira suas antigas roupas manchadas, seu trapo imundo, e o envolve com o manto de Sua justiça perfeita, Sua santidade perfeita, Seu registro perfeito de obediência à Lei. Ele o envolve e então sussurra ao seu ouvido: "Agora você é perfeito. Eu lhe dei minha perfeição. Por favor, use este manto, e não o afaste de você."
Qual foi o maior presente que alguém já lhe deu? Como você se sentiu com o presente, especialmente se você não fez nada para merecê-lo? Quanto mais gratos devemos ser, então, pelo dom da justiça de Jesus?
Ano Bíblico: 1Sm 20–23 |
Sem a Lei
Um pregador se colocou diante de uma congregação e declarou: "Jesus Cristo mudou minha vida. Eu sou uma pessoa totalmente nova e diferente do que era antes.
"No entanto, após 25 anos sendo cristão, se há uma verdade que minha experiência me ensinou – uma experiência provada e julgada pela Palavra de Deus – é esta: se no fim, eu tiver que ser salvo, se eu realmente 'perseverar até o fim', como Jesus disse, e entrar no reino eterno de Deus, então não há dúvida de que será apenas porque estou coberto pelo manto da justiça de Cristo, justiça tecida no tear do Céu e que me cobre completamente. Posso vencer o pecado, e pela graça de Deus obtive muitas vitórias; pela graça de Deus estou superando defeitos de caráter; pela graça de Deus estou aprendendo a amar todas as classes de pessoas, mesmo os meus inimigos.
"Apesar de tudo isso, sei que nada disso está perto de ser bom o suficiente.
A menos que esteja coberto pela justiça de Jesus, justiça creditada a mim pela fé, independente da minha obediência à lei, no fim dos mil anos, você poderá se colocar sobre o muro da cidade santa, e acenar para mim, porque sei que não estarei lá com você. Não poderei estar lá com você."
4. Leia Romanos 3:21-31. O que Paulo está dizendo, e como as ideias apresentadas nesses versos são refletidas nas palavras que o pregador disse acima?
Embora Paulo estivesse se dirigindo a um grupo específico, com uma questão específica, o assunto é relevante para todos, judeus e gentios. Hoje, para nós, como adventistas do sétimo dia que acreditamos na perpetuidade da lei, a questão é especialmente importante. Na condição de pecadores, a justiça que nos salva, a justiça de que precisamos, nos cobrindo como um vestido, é uma justiça que se manifestou "sem a lei". Em outras palavras, é a justiça de Jesus, a retidão de Sua vida, a justiça que nos traz "a redenção que há em Cristo Jesus". A redenção está nEle, não em nós mesmos nem no cumprimento da lei, e essa redenção se torna nossa pela fé.
Qual tem sido a sua experiência com a guarda da lei? Você já sentiu que seus melhores esforços na obediência o estavam justificando diante de Deus? Quais são as implicações de sua resposta? Comente sua resposta com a classe.
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A roupa faz o homem
Um autor escreveu uma pequena história sobre dois bandidos medíocres tentando realizar um assalto. No plano, um dos bandidos deveria vestir o uniforme de policial e ficar em frente ao local a ser assaltado. Dessa forma, com ele ali, ninguém desconfiaria, enquanto seu parceiro realizasse o assalto. No entanto, a história terminou com o parceiro vestido como policial, prendendo o outro. Vestido como policial, ele começou a agir como tal!
Essa história traz uma questão relevante para nosso tema. Sim, pela fé somos cobertos pela justiça de Cristo, Seu "manto de justiça", como ela é chamada. Nascemos de novo e temos vida nova em Cristo. Não há dúvida, portanto, de que nossa vida refletirá a roupa que vestimos.
Ao receber o manto da justiça de Cristo, assumimos um compromisso total de permitir que Ele coloque em nossa vida Seus atributos de caráter. Somos totalmente justificados pela graça, obra de um momento, e também recebemos poder para obedecer, que é assimilado ao longo do tempo e produzido como obra de uma vida. Por que pedir mais poder? Porque "tudo posso nAquele que me fortalece"
(Fp 4:13). Certamente, isso significaria, pelo menos, o poder para obedecer à Sua lei.
5. Leia Romanos 6:1-13. O que o texto diz sobre o tipo de vida que devemos ter, agora que estamos cobertos, "vestidos" pela justiça de Jesus?
Paulo deixa muito claro que a pessoa que foi "crucificada" com Jesus recebe um impacto radical, capaz de mudar a vida. Observe a imagem de vida e morte ali. Não há nada pela metade. Nossa antiga pessoa, que vestia trapos imundos, morreu; uma nova pessoa nasceu, vestida com a justiça de Jesus, uma justiça que se manifesta para que agora possamos andar "em novidade de vida". Essa novidade significa que não devemos mais permitir que o pecado reine em nós. Temos recebido muitas promessas de vitória. A pergunta é: Será que reivindicaremos essas promessas para nós?
Que aspectos de sua vida revelam a realidade de sua experiência com Deus? Quais são as áreas em que você está lutando? Como você pode fazer a escolha diária de morrer para o eu e viver a vida nova que Cristo nos oferece?
Ano Bíblico: 1Sm 28–31 |
Graça barata e legalismo
Em toda a Bíblia, os escritores inspirados enfatizam a necessidade de obediência. Pensar que não importa o que fazemos, desde que Cristo esteja em nosso coração, é um engano. Se Cristo realmente vive em nosso coração, boas ações devem, necessariamente, ser o resultado. Ao mesmo tempo, não é menos fatal pensar que podemos ser salvos pelas nossas próprias obras de obediência.
Paulo escreveu um relatório impressionante de sua vida, realizações e linhagem, antes de conhecer Jesus: ele foi circuncidado ao oitavo dia, era descendente de Israel, era fariseu, tinha zelo e era irrepreensível. Isso demonstra legalismo. Após sua conversão, ele chamou essas coisas de lixo, comparadas com o conhecimento de Cristo. Ele obteve justiça ao aceitar o manto da justiça de Cristo e queria se tornar como Ele.
6. Leia Filipenses 3:3-16. Como Paulo expressa a grande verdade da salvação pela fé e o que isso significa na vida de uma pessoa salva?
Teologicamente, temos que fazer a diferença entre a justiça imputada de Cristo – a justiça que nos justifica – e a obra que o Espírito Santo faz em nós para nos transformar. Mas nunca devemos separá-las no contexto do que significa ser cristão. Precisamos das duas. Ter a primeira sem a segunda é como ter uma moeda com apenas um lado. Isso não existe.
A compreensão de que a obediência vem como um dom nos livra de duas valas: graça barata e legalismo. Primeiro, acreditaremos na importância de obedecer e, segundo, nossa obediência não será meritória, pois a teremos recebido como um dom. Somos tão dependentes de Cristo para obedecer à lei e ser santificados como somos para ser justificados e perdoados diante de Deus. O Senhor está mais do que disposto; Ele está ansioso, não só para nos justificar, mas para nos dar a vitória sobre o pecado e o eu. Como sempre, nossa vontade continua sendo o fator imprevisível: Quão dispostos estamos a Lhe entregar nosso eu, diariamente, "para O conhecer, e o poder da Sua ressurreição, e a comunhão dos Seus sofrimentos, conformando-[nos] com Ele na Sua morte" (Fp 3:10)?
Leia novamente o texto para hoje. Onde você vê a realidade do livre-arbítrio humano? Qual foi a intenção de Paulo no verso 16, ao pedir que "andemos de acordo com o que já alcançamos"? Que escolhas podemos fazer para possibilitar essa prática?
Ano Bíblico: 2Sm 1–4 |
Estudo adicional
Leia de Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 88, 89: "O Processo de Prova"; Obreiros Evangélicos, p. 161: "A Justiça pela fé"; Caminho a Cristo, p. 49-55: "Um Direito Seu".
"A lei requer justiça – vida justa, caráter perfeito; e isso o homem não tem para dar. Não pode satisfazer as reivindicações da santa lei divina. Mas Cristo, vindo à Terra como homem, viveu vida santa e desenvolveu caráter perfeito. Estes oferece Ele como dom gratuito a todos quantos o queiram receber. Sua vida substitui a dos homens. Assim obtêm remissão de pecados passados, mediante a paciência de Deus. Mais que isso, Cristo lhes comunica os atributos divinos. Forma o caráter humano segundo a semelhança do caráter de Deus, uma esplêndida estrutura de força e beleza espirituais. Assim, a própria justiça da lei se cumpre no crente em Cristo. Deus pode ser "justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus" (Rm 3:26; Ellen G. White, (O Desejado de Todas as Nações, p. 762).
Perguntas para reflexão:
1. Leia novamente a citação de Ellen G. White na lição de sábado. Escreva uma paráfrase do que ela está dizendo, e leve para a classe no sábado. Ouça a versão de cada colega e compartilhe a sua própria. Destaque os pontos principais.
2. Quando usamos o manto da justiça de Cristo, nós "que... contemplamos a glória do Senhor, segundo a Sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior" (2Co 3:18, NVI). Descreva o que significa contemplar "a glória do Senhor".
3. Ao longo dos anos, alguns membros da igreja têm lutado com a questão da segurança de salvação. Como devemos entender o que significa ter segurança? Onde essa segurança deve ser encontrada? Como a imagem do manto de justiça tecido "no tear do Céu", sem um único filamento de fabricação humana, nos ajuda a entender de onde pode vir nossa segurança? Como podemos saber que não estamos sendo presunçosos, se temos essa segurança?
Respostas Sugestivas:
1: Nossa justiça é como trapos imundos, mas se confiarmos em Deus, Ele pode nos moldar, como o oleiro molda o barro.
2: Alternativas corretas: A e D.
3: Abraão creu na promessa de muitos descendentes e isso lhe foi atribuído como justiça. Pela fé, a justiça de Cristo nos é imputada.
4: Sem fé na graça de Deus e na justiça pelos méritos do sangue de Jesus, não há esperança de salvação para os pecadores.
5: A ressurreição e glorificação de Cristo, após a morte, simbolizam a vida vitoriosa do cristão, depois da morte para o pecado.
6: Salvação é renunciar à justiça própria e ganhar a justiça de Jesus Cristo pela fé; morrer para o eu e ressurgir para Deus.
FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2011/li122011.html
Texto-chave: Romanos 6:1-13
O aluno deverá...
Saber: Reconhecer a profundeza de nossa depravação e a perfeição completa do dom que Cristo oferece de justiça e viver correto.
Sentir: Sua profunda necessidade de ser crucificado com Cristo e de ser ressuscitado para a vida em Cristo.
Fazer: Apoderar-se do que Cristo fez por nós quando nos cobriu com Sua justiça e avançar entregando diariamente a vontade a Ele.
Esboço
I. Saber: Sem um único filamento de nossa humanidade
A. Por que é tão importante reconhecer que nem nossos melhores esforços podem nos trazer salvação?
B. Ao examinarmos a perfeição do generoso dom da justiça de Cristo, em contraste com nossa depravação, o que somos levados a concluir?
II. Sentir: Saudade das vestes tecidas no Céu
A. Como o contraste entre nossas imperfeições e a perfeita bondade de Cristo nos faz sentir?
B. Nosso desejo de ser vestidos é satisfeito mediante a aceitação das vestes de justiça de Cristo. Como podemos expressar alegria por esse fato?
III. Fazer: Escolha diária
A. Qual é a relação entre aceitar o manto da justiça de Cristo, tecido no Céu, e viver Sua vida de obediência aqui na Terra? Que devemos fazer diariamente, a fim de viver com Cristo?
Resumo: O manto da justiça de Cristo é um dom imerecido e gratuito. No entanto, temos de aceitar suas provisões, entregando diariamente a Deus a vontade e os desejos. Devemos deixar que Cristo viva Sua vontade e Seus desejos em nossa vida.
Ciclo do aprendizado
Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Embora nos julguemos muito bons, ou pareçamos assim aos outros, nossa bondade, em última instância, não tem mérito para a salvação. Todos somos pecadores carentes da graça divina, simbolizada na Bíblia como o manto da perfeita justiça de Cristo.
Só para o professor: Saliente que, embora seja impossível sermos bons por nossas próprias forças, podemos ser considerados bons por Deus, se nos permitirmos ser revestidos da justiça de Cristo. Isso deve nos motivar a ser mais semelhantes a Ele, na realidade ou, utilizando um termo teológico, alcançar a santificação.
Como seria se toda a sua vida devesse ser julgada por seu pior momento? A pior coisa que você já fez, ou o pensamento mais egoísta, mais vil? Talvez seja algo que ninguém mais conheça, algo que faria com que os outros o evitassem ou fugissem de você. Quem sabe, seja terrivelmente embaraçoso e não represente realmente "quem você é". "Isso não é comigo", você diz. "Pergunte-me sobre o aluno carente para quem estou pagando a escola."
OK. Que dizer do aluno carente para quem você paga a escola? E que dizer de todas as outras coisas que você fez e que ajudaram sua comunidade e a humanidade em geral? Todos esses anos não fumando, não bebendo e não usando drogas, mesmo quando os outros achavam você um "estranho" ou "chato", a vida toda frequentando fielmente a igreja quando todos os seus amigos criticavam a "religião organizada"? Isso deveria contar para alguma coisa, mesmo que você tenha algumas falhas, não é verdade?
Infelizmente, não. Na verdade, do ponto de vista de Deus, as boas coisas que fazemos (que, praticamente, não se diferenciam das coisas ruins) são descritas na Bíblia como trapos de imundície. Isso é justo? Afinal, você fez seu melhor. Mas Deus exige perfeição, e você não é perfeito. Ele tem todo o direito de nos abandonar assim. Em vez disso, Ele nos oferece toda oportunidade de trocar nossos trapos imundos pelo manto de Sua justiça perfeita, que nos foi dada pela vida, morte e ressurreição salvadoras de Seu Filho, Jesus Cristo.
Comente com a classe: Deus pode ver cada um de nós como uma experiência fracassada. Em vez disso, Ele Se sacrifica para nos dar algo que não temos e jamais poderíamos obter por nós mesmos. Qual deve ser nossa resposta, e por quê?
Compreensão
Só para o professor: Enfatize que a Bíblia faz clara distinção entre a justiça que vem de Deus e a justiça que nós mesmos, como seres humanos, praticamos para nos sentirmos melhores a nosso respeito e a nossa condição de perdidos. No exterior, elas podem parecer idênticas. Mas a justiça humana é superficial. Ela vem de uma mistura confusa de motivos e, em última instância, é ineficaz. A justiça de Deus, por outro lado, conduz à salvação, tanto para nós como para aqueles com quem entramos em contato.
I. A justiça como trapos de imundície
(Recapitule com a classe Is 64:5-7.)
Os profetas, como Isaías, são conhecidos por haver Deus falado a eles e por haverem retransmitido a mensagem. Mas a relação não era unilateral. Os profetas também falavam a Deus. Talvez o que os distinguisse fosse sua vontade de buscar a Deus no que chamamos de oração e seu desejo acima da média de ouvir uma resposta. Em todo caso, há muitos exemplos de profetas falando com Deus, e essa passagem é uma delas.
Isto é importante porque, neste texto, não é Deus que estava dizendo a Isaías que a sua justiça era como trapos de imundície, mas ele próprio, Isaías, chegou a essa conclusão. Isaías estava falando de seu povo, e a maioria ainda não havia percebido esse fato.
Coletivamente, o povo de Isaías sabia que nenhum deus, nem outra coisa qualquer sobre a Terra fez a ninguém o que o Deus de Israel havia feito por Seu povo. No entanto, eles ainda decidiam voluntariamente ignorá-Lo e a Sua justiça, formulando sua própria justiça, que lhes permitisse, eles achavam, alcançar a salvação à parte de Deus.
Quando chegou a hora de pôr à prova o sistema que eles haviam construído, este se mostrou inútil, não o que eles afirmavam ser, e desprovido de poder.
Um povo nessa situação podia muito bem achar que Deus os havia abandonado. Mas, na verdade, eram eles que se haviam afastado de Deus. Por mais longe de Deus que estejamos, Ele nos chama de volta e usa todos os meios necessários e disponíveis para nos atrair para Si.
Pense nisto: Alguma vez você já se esqueceu de Deus, mesmo sem perceber? Talvez você quisesse algo que era incompatível com Deus, mas se convenceu de que poderia ter Deus e algo mais. Ou talvez você tenha abandonado ou ignorado a Deus por algo que era bom em si, mas não podia ser seu salvador pessoal. Inevitavelmente, chegou o momento em que você teve que avaliar suas escolhas e decidir se aquilo em que confiava era digno de confiança. Só Deus passa no teste. Comente com a classe o que isso significa.
II. Cobertos
(Recapitule com a classe Rm 4:7, 8.)
"Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos". Esta declaração, que aparece em Romanos 4:7 como citação do Salmo 32:1 é mais notável pelo que não diz do pelo que diz. A palavra usada aqui, traduzida como bem-aventurado,no original hebraico, significa feliz. Feliz pode se referir ao senso de felicidade, mas também se refere à boa sorte. Aquele que tem os pecados perdoados e cobertos sente alegria e alívio com a boa sorte da graça de Deus. A graça de Deus não é uma questão de sorte nem de circunstância, mas é tão diferente do que poderíamos esperar que parece boa sorte para nós. Além disso, à semelhança da boa sorte ou circunstância, não somos responsáveis por ela. Não podemos colocar Deus em um melhor estado de espírito doando mais dinheiro nem sacrificando um cordeiro. Deus nos perdoa e cobre nossos pecados porque é Deus. Esse é Seu caráter.
Poderíamos esperar que o versículo dissesse: "Bem-aventurado aquele ou aquela que não tem pecado". Mas, então, ele tomaria um significado completamente diferente. Poucos de nós negaríamos que ficaríamos felizes se nunca houvéssemos pecado e não tivéssemos que enfrentar as consequências de nossas transgressões ou as de outros. Mas nenhum de nós poderia dizer isso. Se a passagem dissesse isso, estaria defendendo uma norma que ninguém pode alcançar. A bem-aventurança também teria um significado diferente. Isso significaria, em essência, que Deus reconhece e recompensa sua realização de uma condição sem pecado, se isso fosse possível.
Felizes somos nós, que temos um Deus que perdoa nossos pecados e nos ajuda a vencê-los, em lugar de um Deus que apenas apresenta um mapa e diz: "Espero que vocês façam isso!"
Pense nisto: Nós todos passamos por várias circunstâncias difíceis. Mas, como este versículo nos diz, o que realmente importa é que nossos pecados estão perdoados e que temos comunhão com Deus. Como esse conhecimento pode nos ajudar a enfrentar a dor e o sofrimento inevitáveis que teremos de enfrentar como seres humanos vivendo em um mundo imperfeito?
Aplicação
Só para o professor: Use as seguintes perguntas e exercícios que enfatizam a necessidade de todos reivindicarmos o manto da justiça de Cristo, a fim de sermos aceitos por Deus.
Perguntas para consideração
1. Vamos encarar os fatos: a mensagem de nossa incapacidade para obter o favor de Deus e a necessidade de afirmar a vida e morte de Cristo em nosso favor não é novidade para a maioria de nós. Vamos também encarar o fato de que precisamos ser lembrados mais frequentemente. Por que é tão difícil integrar essa percepção à nossa vida e aos pensamentos?
2. Releia a declaração do pregador no estudo de terça-feira. Nela, note que o pregador obteve muitas vitórias sobre o pecado em sua vida com a ajuda de Cristo. No entanto, não importa quantas vitórias ele haja alcançado ou continue a alcançar, isso nunca será suficiente.
Pergunta de aplicação
Na teologia cristã, a justificação é o nome da condição jurídica em que se diz que não somos culpados de pecado por causa da substituição da vida de Cristo pela nossa aos olhos de Deus, o juiz. Santificação é o processo pelo qual realmente nos tornamos mais santos. Como o conhecimento de sua justificação pode ajudá-lo a obter uma vida mais santificada?
Criatividade
Só para o professor: Talvez a ideia-chave desta lição seja a substituição do registro de Cristo, da perfeita impecabilidade e obediência à lei em lugar de nosso pecado e desobediência. As seguintes atividades são destinadas a enfatizar a necessidade de aceitar as novas roupas oferecidas por Cristo para nossa justificação, santificação e salvação.
A ideia de ter a aparência pessoal – ou de uma casa – "renovada" é muito popular na atualidade, sendo tema de vários programas populares de televisão. Pergunte à classe: "Seu relacionamento com Jesus lhe permitiu ser renovado?" Neste caso, a ênfase será sobre as mudanças positivas que ocorreram na vida de alguém. Naturalmente, você quer manter o foco em Jesus e gratidão para com Ele, em vez de auto-glorificação por ter alcançado essas mudanças.
Alternativa: Peça que os membros da classe considerem as áreas da vida em que ainda precisariam fazer mais. Sugira que tomem nota dessas áreas e as usem como tema de oração nos próximos dias, próximas semanas ou meses, e que procurem evidências de mudança.
FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2011/aux122011.html
Lição 1: No tear do Céu
Introdução
A graça de Cristo cobre o pecador, livrando-o da tragédia de sua condição decaída. A roupa com que ele é coberto não lhe custa nada. Não porque seja de fabricação barata. Mas pelo fato de que o pecador jamais poderia pagar por ela, ainda que trabalhasse por toda a eternidade. A metáfora da graça como vestimenta é o tema da Lição da Escola Sabatina que iremos estudar nos próximos três meses.
Desde a antiguidade, trajes e vestimentas são mais do que proteção para o corpo. Marcam a divisão de classes e identificam a pessoa ao seu nível na escala social. Por exemplo: entre os sumérios, era comum andar descalço ou usar sandálias. Sapatos de couro macio e fino eram exclusividade dos dirigentes. No Egito, o faraó e os sacerdotes usavam sandálias de papiro. As mulheres e os demais, inclusive os ricos, andavam descalços.1 Atualmente, grifes globais demarcam quem é socialmente importante e atestam o potencial financeiro de seus usuários.
De fato, cada traje tem um significado próprio e se adequa a uma situação específica. Há roupas para trabalho, esporte e passeio. Há roupas de luto e roupas de festa. Em uma de suas parábolas, Jesus fala do convidado lançado fora da festa de casamento do filho do rei porque não usava a roupa exigida para aquele momento (Mateus 22:11-13). Na sociedade em geral, usar a roupa certa é importante. Teria Cristo ensinado que essas mesmas regras de etiqueta se aplicam ao reino de Deus?
Na realidade, como em outras parábolas, Jesus utilizou um exemplo da vida prática para ilustrar um conceito espiritual. Ao estudarmos sobre as vestes que Cristo oferece a todos, iremos descobrir que a "moda celestial" não tem como finalidade separar as pessoas nem estratificar classes sociais. Essas vestimentas nos integram ao ambiente celestial, fazendo-nos sentir parte da família divina. Com as vestes de Cristo, podemos nos colocar na presença de Deus, onde jamais poderíamos entrar com as roupas de fabricação humana, ainda que fossem os mais exclusivos modelos da alta costura.
Ao falar de roupas, costumamos pensar na aparência. Mas a Bíblia usa essa ilustração para falar de algo que diz respeito à essência da humanidade e de sua relação com Deus. Infinitamente maior do que a alegria de usar uma roupa nova é receber de Deus uma condição espiritual renovada. É isto o que atesta o apóstolo Paulo: "Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados!" (Romanos 4:7, NVI).
A seguir, iremos analisar três pontos destacados pela lição: (1) a vergonha e a nudez do ser humano em face à completa corrupção causada pelo pecado; (2) a alegria de receber as vestes de Cristo; (3) a importância de andar a altura do traje com o qual fomos vestidos, por meio da obediência pela fé.
Corrupção completa
Jamais iremos valorizar as vestes da justiça divina, com as quais Cristo nos cobre, a menos que tenhamos a real dimensão de nossa condição pecaminosa. Segundo Isaías 64:6, toda justiça humana apartada de Deus equivale a "trapos sujos" (NTLH). Diante da realidade do pecado, o profeta reconhece que mesmo nossas boas ações carregam o germe do mal e um potencial maléfico marca todo ato humano por mais bem-intencionado que seja. Por isso, Isaías descreve seu próprio povo, ao quebrar a aliança com Deus, como folhas secas espalhadas pelo vento (v. 7).
A cena descrita por Isaías não se limita a um tempo e lugar específico. Em sua carta aos Romanos, o apóstolo Paulo retoma citações do Antigo Testamento (cf. Ec 7:20; Sl 14:2, 3; 143:2) para reconhecer a completa e irrestrita corrupção do gênero humano. Judeus e gentios se encontram debaixo da condenação de Deus (Rm 3:9). Os primeiros são condenados pela lei escrita; os demais, pela lei da consciência (Rm 2:12). Por isso, diante de Deus, todos são considerados indesculpáveis (Rm 1:20).
Assim, de acordo com a Bíblia, o pecado na realidade humana não é apenas um acidente de percurso, mas um fato que engloba todas as esferas da existência terrena. O texto de 1 João 3:4 afirma que "pecado é a transgressão da lei". Porém, essa transgressão não se limita aos atos pecaminosos. Está na própria essência da experiência humana. Segundo o apóstolo Paulo, "tudo o que não provém da fé é pecado" (Rm 14:23). Portanto, pensar no pecado apenas em termos de conduta e ações visíveis seria reduzir inadvertidamente a extensão dos estragos causados pelo mal.2
George Knight destaca a universalidade do pecado: "Há algo que nunca será necessário ensinar a ninguém – como pecar. Todas as outras coisas têm que ser ensinadas. Pecar é algo que vem naturalmente. Toda nação, toda comunidade precisa da polícia e das forças armadas. Desde o Éden, não há paraísos imaculados na Terra. Desde o pecado, vivemos fora do Éden."3
Completamente vestidos
Quando reconhecemos a profundidade com que a Bíblia retrata a experiência do pecado é, de fato, mais fácil vislumbrar a ampla dimensão da obra divina da justificação. Do contrário, acabamos por reduzir em nossa compreensão a amplitude do ato salvífico de Cristo. "Se o pecado é definido como uma série de ações, o passo seguinte, segundo essa lógica, é que a justificação consiste em uma série de comportamentos e ações."4 Porém, tal ideia se afasta da verdade bíblica para cair na armadilha do legalismo condenado por Cristo na religiosidade de Sua época.
O que a Palavra de Deus nos mostra é que apenas uma força sobrenatural, vinda do Alto, é capaz de tirar o pecador de seu "poço de perdição", do lamaçal em que se afunda, sendo capaz de colocá-lo sobre uma rocha e lhe firmar os passos (Sl 40:2). Essa obra de restauração começa com a ação divina de buscar o perdido. DEle é a iniciativa de amar. "Mas Deus prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Rm 5:8). Dessa forma, a justificação é a obra que Deus realiza em nosso favor. Não vem de nós, mas de Deus (Ef 2:8).
Frank Holbrook afirma que a justificação divina pode ser didaticamente resumida em três pontos principais: perdão dos pecados, justiça imputada e adoção na família de Deus.5
Em Cristo, temos a garantia do perdão dos pecados, os quais são apagados e esquecidos por Deus (Jr 31:34; Hb 8:12, 10:17). Mas o castigo do pecado não foi anulado em um passe de mágica. Se a atitude de Deus em relação ao pecador fosse semelhante à de um pai permissivo, fazendo de conta que a quebra de Sua santa lei não era nada, o pecado se tornaria a lei do Universo. O castigo veio em sua máxima intensidade. Porém, não caiu sobre o pecador infectado pelo mal, mas sobre Cristo, que jamais conheceu o pecado. "O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados" (Is 53:5).
Dessa maneira, a cruz revela diante de todo o Universo a misericórdia e também a justiça de Deus ao declarar como justo aquele que foi maculado pela injustiça (Rm 3:26). Ao declarar que o pecador é justo, Deus não mente nem se engana. Fala a verdade, pois o caráter perfeito de Cristo é atribuído a nós, pecadores. O farrapo imundo é trocado pelas vestes de glória. Por isso, é feliz aquele a quem Deus não atribui transgressão (Rm 4:7).
Se a justificação fosse baseada naquilo que fazemos, teríamos sérios motivos para temer e nos desesperar, pois nossos melhores esforços sempre estão aquém do padrão divino. Mas sabendo que a justificação se baseia naquilo que Deus realiza por nós, não há o que temer.6 "E, agora que fomos aceitos por Deus por meio da morte de Cristo na cruz, é mais certo ainda que ficaremos livres, por meio dele, do castigo de Deus" (Rm 5:9 – NTLH).
Quando recebemos a graça de Cristo em nossa vida, estamos livres da condenação (Rm 8:1). Mas a bênção é ainda maior. Também somos adotados como filhos na família de Deus (Rm 8:14-17). Como a ovelha perdida que foi reintegrada ao rebanho do bom pastor, ou como o filho pródigo aceito pelo pai amoroso (Lc 15), temos o privilégio de ser chamados filhos de Deus.
Obediência pela fé
Ainda nos resta uma pergunta: Como deve ser a vida de um filho de Deus, aceito em Sua família pela graça meritória de Cristo? Se a graça cobre seus pecados, ele se tornará um pecador despreocupado com as consequências de seus atos? Ou será alguém perfeito, livre de pecados depois de alcançar sua nova posição diante do Pai?
O apóstolo Paulo nos ajuda a responder aos dois questionamentos. Em primeiro lugar, não podemos nos conformar à vida de pecado, confiando em uma suposta graça transigente com a indiferença ao chamado de Cristo. "Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?" (Rm 6:1 e 2). Na realidade, o professo cristão que vive na prática do pecado, menosprezando de forma consciente e obstinada as claras orientações da Palavra de Deus, invalida em sua própria vida o sacrifício de Cristo (Hb 10:26).
Esse engano é denunciado pelo teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer. Ele o chama de graça barata. Essa falsa graça justifica o pecado, e não o pecador. "O mundo encontra fácil cobertura para seus pecados dos quais não tem remorsos e não deseja verdadeiramente libertar-se. A graça barata é, por isso, uma negação da Palavra viva de Deus."7
Tentando fugir da graça barata, também é possível cair na armadilha do perfeccionismo legalista. Em sua primeira experiência religiosa, o apóstolo Paulo, ainda conhecido como Saulo de Tarso, se propôs a guardar todas as regras e mandamentos da Lei, em todos os detalhes conhecidos. Ele mesmo classifica sua experiência religiosa como "irrepreensível" do ponto de vista dos regulamentos (Fp 3:5). Porém, ao redescobrir a existência do ponto de vista de Cristo, o apóstolo passou a considerar tudo aquilo como "refugo" (v. 8). Sua mudança ocorreu quando ele entendeu a fórmula da salvação pela graça: "Não eu, mas Cristo".
Seu problema não estava em procurar guardar os mandamentos. Na verdade, o grave problema estava em guardá-los como forma de se justificar diante de Deus. Mas sua conversão alterou todo seu antigo sistema de valores. Dali em diante, seu desejo era "ser achado nEle, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé" (Fp 3:9).
Estar em Cristo foi o objetivo constante da vida de Paulo. Esse também deve ser o propósito de todo verdadeiro cristão: morrer para o pecado e viver para Cristo, em novidade de vida (Rm 6:4). A Bíblia não esconde os erros de Paulo após seu encontro com Cristo. No final de sua carreira cristã, ele mesmo admitiu que ainda estava em busca da perfeição. O mesmo acontece com todos os que se propõem a andar com Cristo. Portanto, o cristão deve ter o coração aberto a aprender com as falhas e crescer com as derrotas, reconhecendo a completa dependência de Cristo e de seu sacrifício substitutivo, tendo em vista a obediência por meio da fé. Alguém que viva essa experiência em sua vida, dia a dia, sem desistir de buscar a Deus, mesmo em meio a crises e decepções, conhecerá na prática o que significa santificação.
Ao declararmos nossa fé em Cristo, Ele nos justifica. E ao vivermos diariamente submetendo a Deus nossos planos e sonhos, perseverando em buscá-Lo, confessando nossos erros e rogando o poder para vencê-los, então Ele opera em nós uma transformação que se estende pelo prazo de uma vida. O desígnio de Paulo deve também ser o nosso: "Uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Fp 3:13 e 14).
Conclusão
Como resultado do pecado, a humanidade inteira foi colocada debaixo da ira de Deus, incapaz de se salvar por conta própria. Toda a nossa justiça é semelhante a trapos sujos.
Temos a nossa disposição a justificação como resultado do sacrifício substitutivo de Cristo, uma dádiva gratuita de Deus a todo ser humano.
Por meio da fé em Cristo, recebemos o perdão dos pecados, somos revestidos pela justiça de Cristo e adotados na família de Deus.
A alegria da salvação deve nos motivar a buscar diariamente o poder de Deus para alcançar uma experiência vitoriosa na vida cristã.
1. NERY, Marie Louise. A evolução da indumentária: subsídios para criação de figurino. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2003. p. 25.
2. ADAMS, Roy. La natureza de Cristo. Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2003. p. 114.
3. KNIGHT, George R. I used to be perfect. Berrien Springs: Andrews University Press, 2001. p. 17. [tradução do autor]
4. ________________. The pharisee's guide to perfect holiness. Boise: Pacific Press Publishing Association, 1992. p. 21. [tradução do autor]
5. HOLBROOK, Frank B. O sacerdócio expiatório de Jesus Cristo. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002. p. 227.
6. DEVER, Mark; LAWRENCE, Thomas Michael. It is well: expositions on substitutionary atonement. Wheaton: Crossway Books, 2010. p 121.
7. BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. 8 ed. São Leopoldo, RS: Sinodal, 2004. p. 9.
Guilherme Silva é pastor e jornalista. Atua como editor-associado de livros na Casa Publicadora Brasileira.
FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2011/com122011.html
Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Segundo Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: Vestes da Graça
Estudo nº 01 – No tear do Céu
Semana de 26 de março a 02 de abril
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
Verso para memorizar: "Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados!" (Rom. 4:7, NVI).
Introdução de sábado à tarde
A linguagem humana é toda simbólica da respectiva realidade. As palavras que usamos para nos comunicar não são a realidade em si, mas simbolizam essa realidade. Por exemplo, a palavra mesa não é uma mesa, mas por ela sabemos do que se trata.
Os seres inteligentes utilizam muitos outros símbolos além das palavras. Por exemplo, dizer que "está tudo azul" não tem nada a ver com essa cor, e sim, que tudo vai bem. Os símbolos enriquecem a compreensão das coisas e são um recurso interessante dos seres inteligentes.
Nesse trimestre estudaremos os símbolos relacionados com o vestuário. Não somos exatamente o que vestimos, mas transmitimos aos outros o que somos, em grande parte, pelo que vestimos. Com o tempo, vamos nos tornando conforme nos vestimos, e isso é incontestável. Por isso tanto se fala das vestes brancas dos salvos, pois o branco é símbolo de pureza, assim como, na Bíblia, o vermelho nas vestes é símbolo de pecado.
O verso dessa semana tem um significado importante. Ele ensina que aqueles homens ou mulheres que tiveram seus pecados perdoados são felizes. Isso quer dizer, felizes porque podem ter a certeza de que a vida eterna os aguarda. Podem estar confiantes de que há outra vida além dessa que é passageira, uma vida em que só teremos motivos para nos alegrar. Por isso, aqui mesmo, antes de recebermos a recompensa da fé, embora ainda em situação de pecadores, já podemos ser felizes se não tivermos nos livros do Céu registro algum dos pecados que cometemos. Esse é um assunto importante para se estudar, e será nessa semana que nos aprofundaremos nele.
- Primeiro dia: Olhando-se no espelho
A lição traz uma história de mau testemunho. Vou relatar outra, verdadeira. Dirigia o carro na cidade, por uma avenida rápida de duas vias em cada sentido. À frente estava um irmão, responsável pela colportagem. Repentinamente ele parou o carro, na pista mesmo, e estendendo o braço, começou a falar com uma pessoa do outro lado da rua. Como vinha atrás, tive que dar uma forte freada e desviar para a direita, empurrando outro carro ainda mais à direita. A outra opção era bater. No vidro traseiro do carro dele havia um enorme adesivo sobre a breve volta de JESUS CRISTO. Que testemunho contraditório consegue dar uma pessoa desleixada no trânsito.
Há bons testemunhos e maus testemunhos. Os bons geralmente são produto de grande esforço espiritual, e entrega diária, muita oração e zelo pelas coisas de DEUS. Mas os maus testemunhos são, geralmente, puro relaxamento, indiferença com o que é santo. Certa vez passei por forte constrangimento na Reitoria da Universidade, devido ao comportamento de um estudante que saiu pelas pensões da cidade, dizendo que iria se hospedar, mas depois não foi a nenhuma delas. Então as pensionistas se queixaram para a Pró-reitora Acadêmica, que foi ver quem era. O rapaz havia feito o vestibular em horário diferenciado do sábado, por se adventista. Que situação negativa para os demais adventistas de bom testemunho.
Precisamos nos olhar no espelho espiritual, para ver como estamos testemunhando. Precisamos ver se a imagem que estamos espalhando aos que nos observam é boa, ou se é trapo de imundícia. Para quem ainda não sabia, a expressão "trapo de imundícia" naqueles tempos bíblicos significava pequeno pano que as mulheres utilizavam durante a menstruação. Hoje se compararia ao absorvente higiênico usado, e talvez, também ao papel higiênico depois de usado. Que comparação a Bíblia faz! Se o nosso proceder, a nossa obediência aos princípios divinos, se o modo como vivemos em relação ao conhecimento da verdade que temos é comparável a um absorvente higiênico, então, sem dúvida, precisamos de algum poder superior para que sejamos transformados.
Somos pecadores, de natureza pecadora. Isso quer dizer, temos uma tendência natural a gostar e fazer o que não presta. É bom que saibamos disso. Não podemos confiar em nossa força ou em nossa capacidade de fazer o bem. Não temos essa capacidade. Além de sermos fracos para o que é correto, ainda estamos inseridos num ambiente onde tudo conduz ao pecado. Por certo o estudo dessas lições nos ajudará a olharmos no espelho que é a Bíblia e também a encontrarmos as manchas dos pecados, e ainda, também a tomarmos uma atitude prática diante da situação observada.
- Segunda: Justiça imputada
Qual é mesmo a nossa situação? Vamos tentar descrever. Em primeiro lugar, a palavra mais apropriada para nos identificar é: pecador. Todos nós somos pecadores, e com exceção de JESUS CRISTO, nenhum ser humano nascido nesse planeta nunca pecou. Aliás, nós, diferentemente de JESUS, já nascemos pecadores. Isso é bem curioso, mas fácil de explicar. Um bebê, que nunca fez nada de errado na sua curta vida, ao nascer, já é um pecador. Aliás, ao ser gerado, isso já foi em pecado. Mas como pode ser isto?
É simples. Um casal de pecadores não consegue gerar um ser perfeito. Isso é completamente impossível. Mas um ser perfeito pode se tornar pecador, porém, a reversão é impossível. Da perfeição se pode ir em direção à imperfeição, mas da imperfeição jamais alguém poderá ir, por si mesmo, à perfeição.
Vamos explorar um pouco essa questão, de uma vez pecador, sempre pecador – exceto se for de todo transformado. Vamos a uns exemplos. Um pecador morre, e ele não tem opção alguma de, por si mesmo, evitar a morte. Pecadores envelhecem, e por mais que recorram a cirurgias plásticas, não adianta, é impossível evitar a morte. Uma vez tendo cometido um só pecado, torna-se mortal. Por mais que depois de se arrepender obedeça sempre, não conseguirá pelo fato de obedecer reverter sua situação mortal.
Um pecador falha. Por mais que os homens e mulheres aperfeiçoem a ciência, a tecnologia etc., o que qualquer pecador faz é passível de falhas. É o caso dos aviões para citar um exemplo. Há máximo esmero ao fabricá-los, mas não são perfeitos. Vez por outra um deles cai.
Um pecador também é pouco inteligente. Os antediluvianos que herdaram ainda a vitalidade de seus pais originais, possuíam uma vitalidade vinte vezes superior aos seres humanos mais capazes de nossos dias. E ainda assim, cometiam graves falhas, e sua inclinação era sempre para o mal.
Sendo assim, como pode um pecador ser salvo? Por pior que seja a nossa situação, a solução é bem fácil. É como costumo dizer: assim como é fácil se perder, também é fácil se salvar. O difícil da salvação foi reservado a CRISTO. Este sim, sofreu para que alguém pudesse ser salvo. Mas pecadores, em geral, querem ser salvos sem, no entanto, abrir mão do mundo.
Um pecador para ser salvo precisa ser considerado justo. Pessoas com pendências de pecados a serem perdoados jamais se salvarão. Mas se um pecador, por pior que forem seus pecados, for considerado justo, então ele se salva. E ser considerado justo chamamos elegantemente "justiça imputada", uma expressão que poucos sabem o que é. Ela significa que DEUS nos considerou justos a partir da justiça de JESUS, nosso irmão. Em outras palavras, como JESUS viveu nessa terra como um ser humano, igualzinho a nós, mas não pecou, ele obviamente foi justo. É de se lembrar que Ele não nasceu pecador, mas na condição de Adão antes de pecar. Se tivesse nascido pecador, nada poderia fazer por nós, nem mesmo por Ele, e estaria em igual situação a de todos os pecadores. Ele viveu sendo perseguido pelo inimigo, mas nunca falhou – ao contrário de Adão e Eva. Ou seja, Ele foi justo, isto quer dizer, obedeceu em todo o tempo, em tudo. Portanto, Ele foi um ser humano justo.
Ora, justiça imputada é simplesmente atribuir a um pecador essa justiça que CRISTO demonstrou em Sua vida. É evidente que DEUS imputará a tal justiça se o pecador desejar, ou seja, se se arrepender de seus pecados.
Esse foi o caso de Abraão. Esse homem simplesmente creu na promessa de DEUS, e isso lhe foi atribuído (ou imputado) como justiça. Portanto, imputar, atribuir ou conceder é como um presente de DEUS, de graça, a quem deseja receber esse presente. Desse presente depende a nossa vida eterna.
Mas a vida de uma pessoa para ser salva não pode ficar só na justiça imputada. Alguns pregadores estilo ômega da apostasia, em nossa igreja, enganam os membros enfatizando somente essa justiça imputada. Fazer isso é o mesmo que aceitar a seguinte declaração: uma vez salvo, salvo para sempre. E isso não é verdade. O correto é dizer: uma vez salvo, salvo até que cometa o próximo pecado. Ou seja, tendo sido perdoado dos pecados anteriores, se nunca mais pecar (o que é impossível), estará salvo, mas se pecar outra vez vai necessitar outra vez de perdão. Portanto, agora entra a tal da justiça comunicada, ou seja a ação do ESPÍRITO SANTO de gradativa transformação da vida da pessoa, tornando-se ela cada vez menos propensa a pecar. Isso é a vida de santificação. Pela transformação a pessoa vai se afastando do desejo de pecar, vai se tornando cada vez mais parecida a JESUS. É essa mudança de vida que devemos procurar ver se está acontecendo ao olhar para o espelho da Bíblia.
- Terça: Sem a Lei
Qual o papel da fé na salvação?
Qual o papel da lei na salvação?
Qual o papel da graça na salvação?
Qual o papel das obras na salvação?
Vamos estudar isso mais uma vez. Já foi estudado em várias lições anteriores. Porém, poucas pessoas de nossa igreja têm a compreensão simples e correta desses pontos relacionados com a salvação. Tentaremos ser simples nas explicações.
Há dois conjunto nesses quatro itens. Um que salva e outro que só tem a ver com a salvação, mas em si, não salva. O que salva é a graça e a fé, o que não salva, mas tem a ver com a salvação é a lei e as obras.
Veja bem a coerência desses dois grupos. A graça e a fé são complementares entre si. E, curiosamente, a lei e as obras também são complementares entre si. A graça e a fé são dons de DEUS que nós devemos pegar, segurar como dois preciosos presentes. A graça é DEUS nos dando a salvação pelos méritos de JESUS. Graça, o nome já diz, é de graça e é um presente em extremo interessante, agradável, promissor, desejável. E a fé, o nome também já diz, é crer, aceitar, querer, acreditar, confiar. A fé, assim como a graça, vem de DEUS, mas cabe a nós aceitar a graça e cultivar a fé para que ela cresça e se torne forte. Ela é como uma sementinha que pode germinar e crescer muito, e se tornar grande e poderosa na vida de uma pessoa. A graça e a fé são complementares porque uma é um presente que significa vida eterna, e a outra é um presente que significa que se confia, ou, que se aceita e deseja a vida eterna.
Já a lei e as obras, são também complementares, mas não salvam; porém, a salvação depende delas. Difícil? Não, mas bem fácil!
A função da lei se mostra em duas frentes: 1ª) Pela obediência (obras da lei) garantir a vida eterna de quem é puro, isto é, que nunca pecou. Em outras palavras, pela obediência não pecar nunca e viver eternamente. 2ª) Mas se pecar, a coisa muda. Então a lei exige punição, e nesse caso, a punição é uma só: a morte eterna. Entendeu? Enquanto houver obediência à lei, ela protege da morte, mas assim que peca pela primeira vez, ela condena.
Toda lei é assim. E tem que ser assim. Se uma lei não prever condenação ao desobediente, essa lei não vale nada, pois não tem poder algum. Ou seja, estaremos numa situação de impunidade. É o caso de muitas leis no Brasil, como a lei seca, que bem poucos obedecem, e dos muitos que a desobedecem, a maioria jamais é punida. Por isso essa lei vale bem pouco. Mas não é assim com a lei de DEUS. Portanto, fica bem claro, a lei de DEUS não pode salvar, tem que punir, ou não é lei.
Diante dessa situação só houve uma única via para salvar o ser humano caído em pecado, ou seja, por ter desobedecido a lei tornou-se pecador, e mortal. Aproveito para dizer aqui que satanás, que combate a Lei de DEUS, mentindo sempre, diz que no homem há uma alma, algo como um espírito, que é imortal. Isso é o mesmo que dizer que a lei não vale nada, pois se há pecado e só o corpo morre, mas uma essência permanece viva para ir a uma condição melhor, então estamos em condições de impunidade. A tal morte só do corpo físico seria apenas a libertação de uma alma, tornando-a livre das limitações desse corpo. Se isso fosse verdadeiro, a morte de JESUS pelos seres humanos teria sido uma gafe celestial. DEUS teria cometido um erro bobo, pois o sacrifício de JESUS seria desnecessário. Na verdade a mentira de satanás a Eva: "é certo que não morrereis", seria uma verdade, e o mentiroso nessa história toda seria DEUS, não satanás. Com um pouco de lógica se pode questionar tanto a farsa da imortalidade da alma quando da independência de um espírito do corpo.
A única via para salvar o ser humano era um membro da Trindade, no caso JESUS, vir à Terra, viver como homem, obedecer a lei de DEUS sem uma falha, sem uma desobediência, ou, sem nenhum pecado, e mesmo assim, ser morto pelo ser humano em lugar dele. Sendo isso feito, então DEUS tomou uma decisão: Ele poderia perdoar os pecados dos seres humanos, e torná-los justos, como se nunca houvessem pecado. Esse tornar justos é a graça, um presente de DEUS, tipo assim: agora vocês que creram são considerados justos porque JESUS, um irmão de vocês demonstrou justiça pela total obediência à lei. Assim sendo, tendo um membro da raça humana, JESUS, obedecido, DEUS resolve atribuir justiça a todos quantos crerem nesse homem e aceitarem ser transformados pelo ESPÍRITO SANTO. Assim, na salvação há participação dos três membros da Trindade.
Resumindo: DEUS nos atribui a justiça de CRISTO porque nos ama. E afinal o que é a lei, senão amar?
Vamos então meditar mais um pouco sobre a lei. Veja bem o seguinte: se a lei é amor, como é que ela condena quem desobedece? É bem fácil entender. Desobedecer a Lei de DEUS é, de alguma forma, deixar de amar. Portanto, há ruptura no amor, um desligamento. Assim sendo, desligado do amor de DEUS, naturalmente nos tornamos mortais. A vida vem do amor. Lembre-se, DEUS cria vida por amor; nós, seres humanos, somos capazes de gerar vida por amor. A Lei de DEUS tem a ver com a vida eterna. Enquanto amarmos, estaremos ligados ao doador da vida, e viveremos. Mas o pecado é uma separação, passa do amor para o ódio, uma outra natureza, que é mortal, pois pelo ódio se ligou a satanás, que é apenas uma criatura sem ter poder para garantir vida eterna.
Então, agora, veja só que coisa maravilhosa. A mesma lei que desobedecida, ou seja, tendo-nos separado de DEUS nos condenou à morte, é a que levou DEUS, a nos continuar amando, vindo por ela JESUS sofrer como homem e morrer na cruz, e nos salvar. Outro, não nós, teve que ser como um de nós, e obedecer integralmente para que a Sua justiça pudesse ser a nós concedida. Portanto, aqui está o ponto central de tudo: nós desobedecemos, mas DEUS não desobedeceu. Ele continuou firme nos amando, e tamanho foi o Seu amor por nós, e o de JESUS, que Este veio a esta Terra morrer por nós. Então fica aqui bem claro que quem teve que obedecer no processo de salvação foi JESUS.
Muito bom até aqui, mas depois que recebemos a graça e estamos crendo, tendo fé, daí não precisa mais obedecer? É o contrário, precisa sim obedecer. Isso também não é difícil de entender. Imagine a seguinte situação: você se arrependeu de seus pecados. Recebeu a graça, portanto, foi justificado, não tem mais pecados em seu registro no livro do Céu. Aí, dois dias depois peca outra vez. Nesse caso, continua salvo? De modo algum, está de novo perdido, pois o salário do pecado é a morte em todas as situações de pecado. Se Adão e Eva que estavam na perfeição ao pecarem se tornaram mortais, quem somos nós, imperfeitos, só porque nos foi concedida a graça, não perderemos mais a vida eterna se pecarmos outra vez? Não é assim, recomeça tudo outra vez; precisa se arrepender outra vez e precisa novamente receber a graça para justificar esse pecado, ou vai continuar condenado pela lei, isto é, separado de DEUS, na condição de mortalidade.
Então, concluindo o dia de hoje, entende-se da seguinte maneira:
ð Uma vez pecador é mortal, pois se desligou da fonte da vida que é o amor, que é DEUS;
ð Mas DEUS continuou amando;
ð E JESUS, por causa desse amor, morreu em lugar do pecador;
ð DEUS, de tanto que ama, concede a justiça da vida de CRISTO a todo pecador que se arrependa. Isto é a graça;
ð O pecador, pela fé, deseja e aceita essa justiça;
ð Até aqui o pecador deixou de ser pecador, portanto, está salvo se ... (veja sobre isto mais adiante);
ð Então o pecador, arrependido, perdoado, sendo transformado, perde o desejo de continuar pecando, e isto são as obras da lei;
ð Se o ex-pecador não pecar mais, continuará salvo!!
Portanto, a graça é para salvar o pecador da condenação da lei, e as obras da lei é para o ex-pecador continuar salvo até que JESUS venha, e não se torne outra vez pecador, condenado a morrer. Uma pessoa que pela fé recebe a graça, e depois disso busca não pecar mais, vai sendo transformada para ter cada vez mais capacidade de não pecar. Isto é o desligamento das coisas da Terra e a ligação às coisas de cima, do Céu, tornando-se no caráter cada vez mais semelhante a JESUS. Um dia, quando JESUS voltar, o que faltar para ser transformado será completado. Então sim, o já ex-pecador se tornará perfeito, como era Adão e Eva antes de terem comido do fruto proibido.
- Quarta: A roupa faz o homem
O autor da lição foi muito feliz hoje com a ilustração. Vamos nos valer dela para aprendermos sobre transformação da vida.
Ontem concluímos estudando sobre a salvação pela graça, e entramos um pouco nas obras. Hoje continuaremos nessas obras da lei.
O plano de salvação é bem fácil de compreender. Uma vez salvo da morte, o que mais desejaremos senão permanecermos salvos dessa morte? É evidente: iremos desejar o caminho da salvação, e não desejaremos cair outra vez na desgraça da perdição. Esse seria o normal; porém, há muitos que querem a salvação e também querem continuar acariciando seus pecados. Esses se perderão se continuarem nesse estilo de vida.
Logo, o nosso foco hoje é a situação após o recebimento da graça, ou seja, após ser considerado justo. Portanto, a questão hoje é bem definida: como continuar salvo?
A rigor a resposta a esta pergunta é curta e de fácil compreensão: para continuar salvo, deve não pecar mais; ou, se pecar, tratar de arrepender-se. Davi é um bom exemplo da segunda situação: ele se arrependia dos muitos pecados que cometia depois de ter recebido a graça da salvação.
Agora há outro porém, outra consideração muito importante. Depois de ter recebido a graça, não vai continuar vivendo como antes. Vai ter que viver em "novidade de vida", ou seja, um outro estilo de vida, que não é desse mundo. Vai renunciar as coisas desse mundo, para ser mais claro, e vai se ligar às coisas celestiais. Isso é: não permitir que o pecado reine em sua mente, é mudar de vida.
Um dos indicativos de que mudou de vida é o vestuário. Da ostentação irá para a simplicidade, um novo tipo de bom gosto. Outro é sobre como cuida do corpo, que cuidará de ser natural, não mais utilizando pinturas e enfeites artificiais sem sentido, ou com sentido mundano. O que vestimos e os ornamentos refletem o caráter que temos no íntimo e quais são os nossos verdadeiros objetivos, e demonstram a nós e aos demais, se de fato aceitamos a graça e se estamos fazendo alguma coisa para continuar retendo essa graça. A roupa é a segunda aparência acima da pele, que demonstra a mudança de uma vida mundana para a novidade de vida.
"Não é Deus o próprio objeto de imitação? Deve ser obra da vida cristã, revestir-se de Cristo, e levar a si mesmo para a mais perfeita semelhança com Cristo. Os filhos e filhas de Deus devem avançar na semelhança com Cristo, nosso modelo. Diariamente devem contemplar Sua glória e admirar a Sua incomparável excelência. Ternos, verdadeiros e plenos de compaixão devem eles tirar as almas do fogo, detestando mesmo as roupas manchadas pela carne" (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 122).
- Quinta: Graça barata e legalismo
A justiça do alto é uma só, mas para efeitos de estudo, podemos dividir em duas partes, como já estudamos nessa semana. A primeira parte, didaticamente falando, é a justiça imputada, e a segunda parte, a justiça comunicada. A imputada é a justiça de CRISTO, que foi concedida a nós quando nos arrependemos de nossos pecados. Então DEUS nos considera igual a JESUS CRISTO, justos, como se até ali não houvéssemos pecado. Isso nada mais é senão uma atribuição, ou seja, um brinde por termos crido em JESUS e termos ficado com nojo do mal em que vivíamos. É simples assim.
A segunda parte é a justiça comunicada, que quer dizer, gradativamente, todos os dias, se desejarmos, somos tornados mais justos. Ela é obra do ESPÍRITO SANTO ao longo de nossa vida. Também se chama santificação ou transformação ou também aperfeiçoamento, o que significa gradual separação do mundo e ligação ao Céu, ou ainda, tornar-se mais semelhante a JESUS, de quem recebemos o perdão e fomos tornados justos. Essa justiça culmina com a transformação total que será realizada em todos os que aceitaram JESUS. Isso ocorrerá no dia de Sua vinda a este planeta. Nesse dia os mortos ressuscitarão já com corpos perfeitos e transformados, e os vivos terão seus corpos perfeitos e também serão transformados (só não ressuscitam porque não chegaram a morrer). A justiça comunicada ocorre diariamente e a finalidade dela é nos tornar cada vez mais semelhantes a JESUS, isto é, ter cada vez mais capacidade de obedecer a Sua lei, ou ainda, de praticar boas obras.
Portanto, o que nos resta a fazer? Na verdade DEUS nos deu as duas justiças e nos capacita, por meio de Seu ESPÍRITO, a sermos obedientes. A nós resta querer, ou seja, todos os dias entregar a Ele o "eu" para que deixemos de focar em nós e nos espelhemos em nosso Salvador. Esse é o ponto essencial: a nossa vontade. Nela DEUS não interfere. A nós cabe decidir o que queremos, e então, Ele operará nesse querer para que continue bem direcionado. Então, jamais podemos nos orgulhar de sermos obedientes, pois quando de fato somos, foi o ESPIRITO SANTO que operou em nós. A nossa parte é sentir o amor de JESUS por nós e ter o desejo de que Ele nos salve. Se sentirmos isso, buscaremos com DEUS a humildade, então Ele fará o restante, que envolve a transformação para vencermos nossas fraquezas.
Atualmente há um super poder se formando no mundo. É a cultura do pós-modernismo, que foca exatamente no contrário ao que é necessário para que alguém se salve; é o foco no "eu". Nessa cultura o que vale é o que "eu" quero, o que "eu" sinto, como "eu" quero ser visto. Essa cultura está em toda a parte, inclusive dentro de nosso arraial. Mas é preciso dizer bem claramente, aquele que não se libertar desse enfoque, ou seja, que não entregar o "eu" a JESUS, para que seja liberto, esse não se salvará. E é bem fácil saber se estamos ou não nessa situação. É só dar uma olhada no espelho para ver a aparência e no guarda-roupas para saber se somos uma pessoa simples e humilde como JESUS, ou se somos uma pessoa que gosta de aparecer e ser notada pelos outros, como é o estilo de satanás.
- Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Talvez a citação de hoje na lição (DTN, 762) seja a mais bem elaborada explicação de justificação e salvação já escrita por ser humano. Por isso, se sugere que leia com calma, sublinhe, anote e reflita. Nesse estudo, quem entender bem essa citação, entendeu o assunto de toda a semana.
Vamos tentar destacar os principais pontos dessa citação, em forma de esquema:
ð Na condição de pecadores não temos como sermos 100% obedientes à Lei de DEUS, que requer de todo ser inteligente que seja justo (isto é, totalmente obediente);
ð CRISTO, no entanto, fazendo-Se homem igual a nós, exceto de não ter nascido pecador, embora nascesse não de uma pecadora nas numa pecadora, viveu aqui na Terra, e demonstrou total obediência à Lei de DEUS;
ð Portanto, Ele foi justo;
ð Essa justiça de CRISTO, DEUS atribui a toda pessoa que creia em CRISTO;
ð Portanto, tal pessoa torna-se como foi CRISTO aqui na Terra: justa e inocente;
ð A partir desse ato, o ESPIRITO SANTO vai reconstruindo o caráter da pessoa, um caráter à semelhança do de CRISTO homem (isto é a santificação);
ð Com o caráter sendo aperfeiçoado, a pessoa se torna capaz de ser cada vez mais obediente à Lei de DEUS, portanto, cada vez mais ligada ao Céu e desligada da Terra;
ð Assim, DEUS que é justo, por atribuição e por transformação (imputação e comunicação de justiça), torna o pecador uma pessoa apta a ser reconduzida às moradas onde vivem os seres perfeitos.
Que maravilha! Para elaborar e realizar esse mecanismo lógico da salvação do ser humano, só uma condição era capaz de conseguir: o amor de DEUS. Do mesmo modo, para nós sermos salvos, só uma condição é capaz, o amor por DEUS, tendo Ele nos amado primeiro. DEUS demonstrou Seu amor por nós na morte de JESUS. E assim são as coisas de DEUS: amar a DEUS assim como Ele nos ama, e amar o próximo como nós nos amamos. Assim é o Reino de DEUS: amor incondicional. Ele nunca deixou de amar os que se tornaram pecadores. E os pecadores podem ser salvos se aceitarem esse amor, e se aprenderem amá-Lo.
Não se perca pelo caminho para não estar lá. O grande dia está se aproximando, e bem rápido. É nessa geração.
escrito entre 19 e 22/02/2011 - revisado em 23/02/2011
corrigido por Jair Bezerra
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.
FONTE: http://www.cristovoltara.com.br/
Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 01 – 1º Trimestre 2011 (26 de março a 02 de abril)
Observação: Este comentário é provido de Leitura Adicional no fim de cada dia estudado. A leitura adicional é composta de citações do Espírito de Profecia. Caso considere-a muito grande, poderá optar em estudar apenas o comentário ou vice versa.
Comentário: Gilberto G. Theiss
SÁBADO, 26 DE MARÇO - No tear do Céu - (Rm 4:7)
"Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados!" (Rm 4:7).
Após o retorno de Cristo em glória e majestade, ao estarmos no céu desfrutando de juventude eterna e de todos os benefícios providos pela redenção, não teremos outra coisa maior para vislumbrar do que a profunda impressão do quanto significou a cruz do calvário para nossas vidas. Para o resto da eternidade louvaremos, adoraremos, amaremos e glorificaremos a Cristo. Nada trará maior beleza aos nossos olhos e maior encanto ao coração do que o verdadeiro motivo que nos possibilitou estarmos ali. Por decisão própria, não gizaremos do direito de permanecer com a coroa da vitória em nossas cabeças. Imediatamente as lançaremos aos pés de Jesus por sentirmos imerecedores do prêmio. Aliás, não haverá nada que nos venha convencer de que tenhamos algum mérito por estarmos no céu, como de fato não há. A única razão clara e racional de nossa vitória contra a morte eterna se encontra unicamente em Cristo.
Durante este trimestre aprenderemos um pouco mais do papel da graça e da certeza da vitória em Cristo. Perceberemos que, embora estejamos perdidos para sempre, a cruz do calvário através do sangue de Jesus, nos garantirá a vitória contra as fortíssimas algemas do pecado. A salvação é possível, mas, somente a podemos encontrar no ato de Cristo por nós. Sua justiça é tudo para nós.
Leitura Adicional
"Aquele que deseja tornar-se filho de Deus tem de receber a verdade de que o arrependimento e o perdão devem ser obtidos por meio de nada menos que a expiação de Cristo. Certo disto, o pecador tem de fazer um esforço em harmonia com a obra feita em seu favor, e com súplicas incansáveis recorrer ao trono da graça, para que o poder renovador de Deus possa vir a sua alma. Cristo não perdoa a ninguém senão ao penitente, mas àquele a quem Ele perdoa, primeiro faz penitente. A providência tomada é completa, e a eterna justiça de Cristo é colocada ao crédito de toda alma crente. As vestes, preciosas e sem mácula, tecidas nos teares do Céu, foram providas para o pecador arrependido e crente, e ele poderá dizer: "Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me vestiu de vestidos de salvação, me cobriu com o manto de justiça, como o noivo que se adorna com atavios, e como noiva que se enfeita com as suas jóias." (Isa. 61:10 – Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 393-394).
DOMINGO, 27 DE MARÇO - Olhando-se no espelho - (Is 64; Rm 3)
Certa feita alguém se indignou devido uma ilustração usada por um pregador. Ele não concordou com as ilustrações que fazem de nós totalmente indignos e cheios de imundícies diante de Deus. A verdade é que, embora sejamos bons e cheios de virtudes e de boas vontades, nossas emoções, desejos, aspirações e até nossa sinceridade estão permeadas de egoísmos, rancor, orgulho, vaidade e desejos motivados muitas das vezes por sentimentos de grandeza e de falsa humildade.
Por menor que seja, todos nós temos algum motivo que nos torna indignos diante de Deus. Se você não concorda com este ponto de vista, reflita nesta pergunta: "A que ponto você se assemelha ao caráter de Jesus? Resposta: (a) Totalmente, (b) Quase totalmente; (c) Bastante; (d) pouco (e) quase pouco; (f) quase nada.
Quando Deus nos revelou em Isaias que nossa justiça é como trapo de imundície o que você acha que Ele tinha em mente?
Trapo de imundície poderia ser um pano de chão usado muitas vezes; ou então um pano que fora usado muitas vezes para limpar vômitos de pessoas; ou, como sugeriu o autor, um pano sujo com sangue sujo. No entanto, o sentido bíblico vai um pouco mais além de um mero pano de chão em estado precário devido aos tantos anos de uso. Nosso sangue, ou nossa justiça é como o pior trapo de imundície que possa existir. Observe que é Deus concedendo tal revelação. O objetivo do Senhor não é nos depreciar, mas mostrar que não adianta agarrarmos a nossa própria maneira de salvação. Nossas obras, nossa obediência, nossas virtudes e purezas, por melhores que sejam, não serão elas que nos darão o direito à Cidade Santa. Nossa condição diante da justiça divina não pode ser melhorada nem se atingíssemos a perfeição que aprovamos como padrão. Até nossa visão de perfeição é estritamente equivocada e não é capaz de suprir as exigências da lei divina. Nosso sangue está contaminado e todo o nosso ser se encontra em plena maculação. Deus pretende, com esta declaração fascinante, nos impressionar com este fato e nos fazer cair aos pés da cruz sem nenhuma resistência. Somente a graça, pelos méritos de Jesus, é capaz de nos colocar diante de Deus e receber Dele aprovação e salvação. Sem a graça, ninguém poderá fazer absolutamente nada por nós. Muito menos as nossas obras. Isto não significa que podemos viver de qualquer jeito ignorando a vontade de Deus. A justiça que a lei divina requer, ser humano nenhum é capaz de produzi-la. É ai que entra a graça para limpar a sujeira que nós não somos capazes de limpar.
Leitura Adicional
"Tornem os pastores as ações de cada dia assunto de cuidadosa reflexão e deliberado exame, com o fim de conhecerem melhor os próprios hábitos de vida. Mediante profundo exame de cada circunstância da vida diária, haveriam de conhecer melhor os próprios motivos e os princípios que os regem. Essa revisão diária de nossos atos, a ver onde a consciência aprova ou condena, é necessária a todos quantos desejam atingir a perfeição no caráter cristão. Muitos atos que passam por boas obras, mesmo atos de generosidade, quando intimamente examinados, verificar-se-á haverem sido suscitados por motivos errôneos.
Muitos recebem aplausos por virtudes que não possuem. O Perscrutador dos corações pesa os motivos, e muitas vezes ações altamente louvadas por homens são por Ele registradas como partindo de egoísmo e baixa hipocrisia. Cada ato de nossa vida, seja excelente e digno de louvor ou merecedor de censura, é julgado pelo Perscrutador dos corações segundo os motivos que o determinaram.
Muitos negligenciam contemplar-se no espelho que revela os defeitos do caráter; por isso existem deformidade e pecados, e são aparentes aos outros, se não compreendidos pelos que se acham em falta. O aborrecível pecado do egoísmo existe em alto grau, mesmo em alguns que professam ser devotados à causa de Deus. Se eles comparassem seu caráter com os requisitos dEle, especialmente com a grande norma, a santa lei de Deus, verificariam, sendo estudantes sinceros e honestos, que estão terrivelmente em falta. Mas muitos não estão dispostos a olhar interiormente para perceberem a depravação do próprio coração. Acham-se em falta em muitos, muitos aspectos, e todavia permanecem em voluntária ignorância de sua culpa.
Aquele que compreende bem o próprio caráter, que conhece de perto o pecado que mais facilmente o assalta, e as tentações mais capazes de o vencer, não se deve expor desnecessariamente, e convidar a tentação, colocando-se em terreno inimigo. Se o dever o chama a um lugar onde as circunstâncias não são muito favoráveis, ele terá especial auxílio de Deus, e assim poderá ir plenamente protegido para um combate com o inimigo. O conhecer-se a si mesmo salvará a muitos de cair em graves tentações, e evitará muitas inglórias derrotas. Para nos conhecermos bem a nós mesmos, é essencial analisarmos fielmente os motivos e princípios de nossa conduta, comparando nossas ações com a norma de dever revelada na Palavra de Deus" (Obreiros Evangélicos, p. 275-276).
SEGUNDA, 28 DE MARÇO - Justiça imputada - (Rm 4:1-7)
Estamos diante de um tribunal, onde o réu é acusado por vários crimes dos mais bárbaros e negros que se possa imaginar. Os crimes foram tão hediondos que o juiz resolve dar a sentença de morte na câmara de gás ou tortura na cadeira elétrica. No entanto, o juiz olha para a plateia presente e diz que existe uma maneira deste criminoso sair ileso da condenação. O juiz se levanta e diz para a plateia presente: "Alguém aqui estaria disposto em libertar este condenado de tal condenação colocando-se no lugar dele?" Dentre os presentes, ninguém se levantou para substituí-lo.
Observe que, nós somos o criminoso da narrativa e Deus é o juiz. Nesta história fictícia ninguém dentre os presentes se levantou para substituir o réu libertando-o da condenação. No entanto, na história da vida real, Jesus se levantou para nos substituir livrando-nos da morte eterna. Quando somos perdoados por Deus, nossa culpa é creditada em Cristo, pois Ele morreu a morte eterna que nos era merecida. Isto é, no mais alto grau da palavra, substituição ou justiça imputada.
Infelizmente, ainda existem pessoas por ai ensinando que chegaremos ao céu por algum mérito pessoal. É bem verdade que a verdadeira fé e salvação são evidenciadas com obras, mas é bem mentira que serão essas obras que nos darão por direito a redenção. Aquela cruz, independente de eu ser bom ou não, perfeito ou não, santo ou não, era para ser minha e sua. Eu posso ter recebido a melhor educação e vivido toda minha vida sem praticar nenhum pecado, mas, ainda seria culpado e com o destino selado para a morte eterna. O que me garante o passaporte para a eternidade é unicamente e exclusivamente a justiça de Cristo por nós e mais nada. Romanos 5:19 é claro ao afirmar que "assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um muitos serão constituídos justos". É pela obediência de apenas um homem (Cristo) é que seremos considerados justos. Ellen White é clara ao afirmar que "A lei requer justiça – vida justa, caráter perfeito; e isso o homem não tem para dar. Não pode satisfazer as reinvindicações da santa lei divina. Mas Cristo, vindo à Terra como homem, viveu vida santa e desenvolveu caráter perfeito. Esses oferece Ele como dom gratuito a todos quantos o queiram receber. Sua vida substitui a dos homens. Assim obtêm remissão de pecados passados, mediante a paciência de Deus. ...a própria justiça da lei se cumpre no crente em Cristo" (O Desejado de Todas as Nações, p. 762). Também considera que "É a justiça de Cristo que torna o pecador penitente aceitável a Deus e opera sua justificação" (Fé e Obras, p. 106). Porém, observe que, por enquanto estamos falando apenas de justiça imputada e não comunicada. Faço questão de fazer esta observação para que ninguém caia no erro de misturar as verdades sobre salvação e santificação e para que não incorram no erro de pensar que a igreja e muito menos eu, neste comentário, estejamos ensinando uma religião liberal sem responsabilidades cristãs. Cada tema em seu devido contesto.
Leitura Adicional
"É a justiça de Cristo que torna o pecador penitente aceitável a Deus e opera sua justificação. Por mais pecaminosa que tenha sido sua vida, se ele crê em Jesus como seu Salvador pessoal, permanece diante de Deus nas imaculadas vestes da justiça imputada de Cristo. O pecador tão recentemente morto em delitos e pecados é vivificado pela fé em Cristo. Ele vê pela fé que Jesus é seu Salvador e está vivo para todo o sempre, podendo "salvar perfeitamente [todos] os que por Ele se chegam a Deus". Heb. 7:25. Na expiação realizada para ele, o crente vê tal largura, comprimento, altura e profundidade de eficiência - ele vê tal inteireza de salvação, adquirida a um preço tão infinito, que sua alma se enche de louvor e gratidão. Contempla, como por espelho, a glória do Senhor e é transformado na Sua própria imagem, como pelo Espírito do Senhor. Vê o manto da justiça de Cristo, tecido no tear do Céu, talhado por sua obediência e imputado à pessoa arrependida pela fé em seu nome. Quando o pecador tem uma visão dos incomparáveis encantos de Jesus, o pecado deixa de ser atraente para ele; pois contempla Aquele que é o mais distinguido entre dez mil e totalmente desejável. Compreende por experiência pessoal o poder do evangelho, cuja vastidão de desígnio só é igualada por sua preciosidade de propósito" (Fé e Obras, p. 106, 107).
"A luz tem brilhado sobre a justificação pela fé e pela justiça imputada de Cristo. Em seus ensinos, os que recebem e agem conforme a luz recebida darão provas de que a mensagem do Cristo crucificado, o Salvador ressuscitado que subiu aos Céus para ser nosso advogado, é a sabedoria e o poder de Deus na conversão dos perdidos, trazendo-os de volta à lealdade a Cristo. Esses são nossos temas: Cristo crucificado por nossos pecados, Cristo ressuscitado dentre os mortos, Cristo nosso intercessor diante de Deus e, intimamente ligado a esses está o ofício do Espírito Santo, o representante de Cristo, enviado com poder divino e dons para conceder aos homens" (1888 Material, p. 1455).
""Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas àquele que não pratica, mas crê nAquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça." Rom. 4:3-5. justiça é obediência à lei. A lei requer justiça, e esta o pecador deve à lei; mas é ele incapaz de a apresentar. A única maneira em que pode alcançar a justiça é pela fé. Pela fé pode ele apresentar a Deus os méritos de Cristo, e o Senhor lança a obediência de Seu Filho a crédito do pecador. A justiça de Cristo é aceita em lugar do fracasso do homem, e Deus recebe, perdoa, justifica a pessoa arrependida e crente, trata-a como se fosse justa, e ama-a tal qual ama Seu Filho. Assim é que a fé é imputada como justiça; e a pessoa perdoada avança de graça em graça, de uma luz para luz maior. Pode dizer, alegremente: "Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a Sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente Ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; para que, sendo justificados pela Sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna." (Tito 3:5-7 – Fé e Obras, p. 101).
TERÇA, 29 DE MARÇO - Sem a Lei - (Rm 3:21-31)
O objetivo da lição de hoje não é minimizar a importância da lei, mas mostrar o que ela não pode e nem deve fazer por nós. Nem deve, porque a lei de Deus, que representa Seu sublime caráter, não foi criada com propósito de enaltecer os homens e muito menos trazer algum tipo de glória por ser obediente à lei, ela foi dada apenas para mostrar que estamos errando o alvo, trilhando por caminhos contrários aos estabelecidos por Deus, apresentar que nossa vida anda suja e cheia de pecado. O papel da lei é servir-nos de espelho para fazer-nos enxergar todas as manchas existentes em nosso rosto. Em sentido mais adequado, a lei, em nosso contesto serve para mostrar que estamos perdidos e que precisamos de um salvador. Neste ínterim, ela passa a ter a função de nos conduzir a Cristo, o único capaz de conceder-nos libertação, cura e redenção. Através de Jesus e mediante Sua graça, somos transformados à semelhança do Filho de Deus. A graça realiza uma obra mais que completa, pois além de salvar, ela exerce o poder de santificar a vida do cristão. Ellen White esclarece que a graça é capaz de nos conduzir a cumprir os deveres da vida cristã (Santificação, p. 81 e 87). No entanto, embora a lei nos conduza à Cristo por revelar nossa necessidade Dele, embora a graça exerça o papel de salvar e de transformar, é crucial entender que, jamais chegaremos no céu por causa das obras. Elas são importantes, mas, seu grau de importância não alcança os verdadeiros méritos em que somos aceitos: os de Jesus Cristo. Por esta razão é que Ele se tornou nosso substituto. Não seria chamado de substituição ou propiciação caso a lei pudesse nos redimir. Para que o leitor entenda, a lei é importante e deve ser guardada. Sua obediência é fruto da graça ou da salvação, mas não será por ela que estaremos no céu. O motivo central e único de um dia podermos desfrutar juventude eterna será porque Cristo ofereceu Sua justiça no lugar da nossa.
Leitura Adicional
"Por intermédio de Cristo, foram providas ao ser humano tanto a restauração como a reconciliação. O Abismo provocado pelo pecado foi coberto pela cruz do Calvário. Jesus pagou um resgate pleno e completo, em virtude do qual o pecador é perdoado, e a justiça da lei, preservada. Todos os que creem que Cristo é o sacrifício expiatório podem receber perdão dos pecados, pois, pelos méritos de Cristo, foi aberta a comunicação entre Deus e o ser humano. Deus pode me aceitar como Seu filho, e posso centrar nossas esperanças de obter o Céu, porque Ele é nosso substituto e penhor. Transgredimos a lei de Deus e, pelas obras da lei, ninguém será justificado. Os melhores esforços que o homem, por sua própria força, pode fazer, não têm valor nenhum para atender à santa e justa lei que ele transgrediu; mas, pela fé em Cristo, ele pode reivindicar a todo-suficiente justiça do Filho de Deus. Em Sua natureza humana, Cristo satisfez as exigências da lei. Carregou a maldição da lei em lugar do pecador, fez expiação por ele, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. A fé genuína se apropria da justiça de Cristo, e o pecador é feito vencedor com Cristo, pois se torna participante da natureza divina e, portanto, Divindade e humanidade são combinadas (Review and Herald, 1º de julho de 1890).
"Quem procura alcançar o Céu por sua próprias obras, guardando a lei, tenta o impossível. Ninguém pode se salvar sem obediência, mas suas obras não devem provir de si mesmo; Cristo deve operar nele o querer e o efetuar, segundo Sua boa vontade. Se alguém pudesse se salvar por suas obras, teria algo em si mesmo, pelo qual se alegrar. O esforço que o homem faz pelas próprias forças para obter a salvação é representado pela oferta de Caim. Tudo que o homem pode fazer sem Cristo é poluído pelo egoísmo e pecado; mas aquilo que é operado pela fé é aceitável a Deus. Quando procuramos alcançar o Céu pelos méritos de Cristo. Há progresso espiritual. Olhando para Jesus, autor e consumador de nossa fé, podemos prosseguir de força em força, de vitória em vitória; pois por meio de Cristo a graça de Deus operou nossa salvação completa (Fé e Obras, p. 93, 94).
QUARTA, 30 DE MARÇO - A roupa faz o homem - (Rm 6:1-13)
Há uma frase muito comum em alguns lugares que diz assim: "Para conhecer uma pessoa, basta observar o que ela veste". Quando estamos em um fórum, percebemos que todos ali se vestem como pessoas bem refinadas. O nível da roupa reflete bem o respeito e a dimensão do valor daquele ambiente. Em hospitais, quando vemos pessoas vestidas de branco, logo imaginamos ser enfermeiros ou médicos. Entre outros significados e relevâncias, este traje trás a devida identificação. Nas prisões nos EUA, os presos geralmente se vestem de roupas listradas. Este tipo de veste representa bem o ambiente e os motivos de estarem ali. Enfim, a roupa que vestimos parece, em alguns casos, refletir bem nossos próprios valores e estilo de vida.
Da mesma forma, quando vestimos as vestes da justiça de Cristo, somos salvos e considerados justos diante de Deus. As vestes de Jesus cancela nossa culpa e nos torna puros diante do Céu. É através desta veste (de Cristo) que Deus nos aceita e nos recebe como se nunca tivéssemos pecado. No entanto, preciso abrir um parêntese para dizer que, se ficássemos apenas nisto, não seríamos muito diferentes de muitas corporações religiosas existentes por ai. As vestes de Jesus, além de nos considerar justos, elas também, gradativamente, nos habilita para viver em condições de representar muito bem estas vestes. O poder de Deus mediante a graça busca transformarmos à semelhança de Jesus. Seu caráter, através do poder da graça, começa a ser reproduzido em nossa vida. Crescendo na graça, somos modelados para viver em um ambiente santo e puro. É um paradoxo eu dizer que fui salvo por Cristo, mas, continuar seguindo o caminho do pecado. Não tem sentido eu me casar com uma jovem, no entanto, continuar vivendo uma vida devassa como se fosse um solteiro irresponsável.
A salvação, definitivamente é pela graça, mas a graça não nos concede licença para continuar vivendo de maneira irresponsável. Pelo contrário, ela habilita o verdadeiro crente a cumprir os deveres da vida cristã e a testemunhar do que a palavra de Deus é capaz de fazer na vida de uma pessoa. Ser semelhante a Jesus deve ser o que mais desejamos na vida.
Leitura Adicional
"O Senhor Jesus age por meio do Espírito Santo; pois Este é Seu representante. Por meio dEle, infunde na alma vida espiritual, vivificando as energias para o bem, purificando-a da corrupção moral e habilitando-a para Seu reino. Jesus tem grandes bênçãos a conceder, ricos dons a distribuir entre os homens. É o maravilhoso Conselheiro, infinito em sabedoria e força; e, se reconhecermos o poder de Seu Espírito e nos sujeitarmos a ser por Ele moldados, estaremos perfeitos nele. Que pensamento é este! Em Cristo "habita corporalmente toda a plenitude da divindade; e estais perfeitos nEle". Col. 2:9 e 10. Nunca o coração humano conhecerá a felicidade até que se submeta a ser moldado pelo Espírito de Deus. O Espírito conforma a alma renovada com o Modelo, Jesus Cristo. Mediante a influência do Espírito, a inimizade contra Deus transforma-se em fé e amor, o orgulho em humildade. A alma percebe a beleza da verdade, e Cristo é honrado em excelência e perfeição de caráter. Ao efetuarem-se essas mudanças, os anjos rompem num hino arrebatador, e Deus e Cristo Se regozijam nas almas moldadas à semelhança divina" (Mensagens aos Jovens, págs. 17, 55 e 56).
"Chegou o tempo em que devemos saber por nós mesmos por que cremos da maneira como o fazemos. Devemos defender a Deus e a verdade, contra uma geração descuidada e incrédula. ... Precisamos ser revestidos da justiça de Cristo se queremos resistir à impiedade predominante. Devemos revelar a nossa fé por nossas obras. Lancemos para nós mesmos um sólido fundamento para o futuro, a fim de que possamos apoderar-nos da vida eterna. Devemos labutar, não em nossa própria força, mas na força de nosso Senhor ressuscitado" (Testimonies, vol. 4, págs. 594-597).
"Quando estivermos revestidos da justiça de Cristo, não teremos nenhum prazer no pecado; pois Ele estará trabalhando conosco. Poderemos cometer erros, mas havemos de aborrecer o pecado que causou os sofrimentos do Filho de Deus" (Mensagens aos Jovens, pág. 338).
"Se alguém que diariamente comunga com Deus se desvia do caminho, se por um momento deixa de olhar firmemente para Jesus, não é porque peque deliberadamente; pois quando percebe seu erro, dá meia-volta e fixa os olhos em Jesus; e o fato de haver errado não o torna menos querido ao coração de Deus. Sabe que tem comunhão com o Salvador; e quando é repreendido por seu erro em alguma questão de julgamento, não anda mal-humorado, nem se queixa de Deus, mas transforma seu erro em uma vitória" (E Recebereis Poder [Meditações Matinais, 1999], pág. 134).
QUINTA E SEXTA, 31 DE MARÇO E 01 DE ABRIL- Graça barata e legalismo-(Fl 3:3-16)
Alguns ficam muito preocupados quando o tema da graça é abordado. O medo advém pelo receio de surgir uma interpretação bastante liberal da vida cristã. Eu sou uma dessas pessoas. No entanto, temos que reconhecer que, há sérias distorções pendentes tanto para o lado perfeccionista quanto para o lado liberalista. A Bíblia é clara ao nos ensinar que a salvação é 100% pelo que Cristo fez por nós e 0% pelo que podemos fazer por nós para a salvação. No entanto, o fato de a redenção ser totalmente e exclusivamente pela graça, isto não significa que temos liberdade para vivermos de maneira irresponsável. Por outro lado, a Bíblia ensina que o desejo de Deus é que sejamos fiéis a Ele. Isto não significa que as obras tenham algum papel salvífico em nossa vida: de fato não tem. Somos julgados pelas obras, mas não serão elas o fator decisivo que nos favorecerá diante de Deus. Para sermos aceitos pelo Céu, somente por intermédio da justiça de Cristo. No entanto, sem as obras jamais entraremos na Cidade Santa. Não foi a obediência de Lúcifer que o inseriu no Céu, mas foi sua desobediência que o retirou de lá. Não foi a obediência de Adão e Eva que os colocaram no Éden, mas foi a desobediência deles que os retirou dali.
Ellen White é clara ao afirmar que "sem a graça de Cristo, o pecador se acha em estado desesperador; coisa nenhuma pode ser feita em seu favor" (Fé e Obras, p. 100). No entanto, a graça encobre apenas a nossa impossibilidade de gerar justiça diante de Deus e de cumprir as exigências da justiça da lei. Jesus cumpriu todas essas exigências a nosso favor. Mas temos que estar conscientes que, a graça não intercederá por ninguém que não esteja disposto a viver conforme o nível proposto pelo autor da graça. Não significa que neste mundo seremos iguais ao modelo (Cristo), mas, todos os que forem verdadeiramente salvos pela justiça de Cristo, hão de "desenvolver em si um caráter semelhante ao do Modelo divino" (Testimonies, vol. 6, págs. 261-263). Não podemos ser iguais a Cristo, mas podemos ser semelhantes. Como bem ilustrou João, "aquele que diz que o conhece deve andar como Ele andou" (I Jo 2:6). "Para que tenhamos a justiça de Cristo, precisamos diariamente ser transformados pela influência do Espírito, a fim de sermos participantes da natureza divina. É obra do Espírito Santo enobrecer os gostos, santificar o coração, enobrecer o homem todo" (Mensagem Escolhidas, v.1, p. 374).
Leitura Adicional
"Há os que professam possuir santidade, que se declaram santos do Senhor, que reclamam como um direito a promessa de Deus, ao mesmo tempo que recusam obediência aos mandamentos de Deus. Esses transgressores da lei reclamam tudo quanto é prometido aos filhos de Deus; mas isto é presunção da parte deles, pois João nos diz que o verdadeiro amor a Deus se revelará na obediência a todos os Seus mandamentos. Não basta crer na teoria da verdade, fazer uma profissão de fé em Cristo, crer que Jesus não é um impostor, e que a religião da Bíblia não é uma fábula artificialmente composta. "Aquele que diz: Eu conheço-O", escreveu João, "e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a Sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado: nisto conhecemos que estamos nEle." (I João 2:4 e 5). "Aquele que guarda os Seus mandamentos nEle está, e Ele nele." (I João 3:24).
João não ensinou que a salvação devia ser adquirida pela obediência, mas que a obediência é fruto da fé e do amor. "E bem sabeis que Ele Se manifestou para tirar os nossos pecados", disse, "e nEle não há pecado. Qualquer que permanece nEle não peca; qualquer que peca não O viu nem O conheceu." I João 3:5 e 6. Se estivermos em Cristo, se o amor de Deus estiver no coração, nossos sentimentos, pensamentos e ações estarão em harmonia com a vontade de Deus. O coração santificado está em harmonia com os preceitos da lei de Deus.
Muitos há que, embora procurando obedecer aos mandamentos de Deus, têm pouca paz ou alegria. Esta falha em sua experiência é o resultado da falta de exercitar a fé. Andam como se pisassem uma terra salina, um ressequido deserto. Pedem pouco, quando deviam pedir muito, pois não há limite para as promessas de Deus. Tais pessoas não representam corretamente a santificação que vem mediante a obediência à verdade. O Senhor quer que todos os Seus filhos e filhas sejam felizes, obedientes e desfrutem paz. Mediante o exercício da fé o crente toma posse dessas bênçãos. Pela fé, cada deficiência de caráter pode ser suprida, cada contaminação purificada, cada falta corrigida e toda boa qualidade desenvolvida" (Vidas que Falam [MM 1971], p. 359).
"Sem a graça de Cristo acha-se o pecador em estado desesperador; coisa alguma pode ser feita em seu favor; mas pela graça divina é comunicado ao homem poder sobrenatural, que opera em seu espírito, coração e caráter. É pela comunicação da graça de Cristo que se discerne o pecado em sua natureza odiosa, sendo afinal expulso do templo da alma. É pela graça que somos levados em comunhão com Cristo, para com Ele sermos associados na obra da salvação. A fé é a condição sob a qual Deus houve por bem prometer perdão aos pecadores; não que exista na fé qualquer virtude pela qual se mereça a salvação, mas porque a fé pode prevalecer-se dos méritos de Cristo, o remédio provido para o pecado. ..."Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas àquele que não pratica, mas crê nAquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça." Rom. 4:3-5. Justiça é obediência à lei. A lei requer justiça, e esta o pecador deve à lei; mas é ele incapaz de a apresentar. A única maneira em que pode alcançar a justiça é pela fé. Pela fé pode ele apresentar a Deus os méritos de Cristo, e o Senhor lança a obediência de Seu Filho a crédito do pecador. A justiça de Cristo é aceita em lugar do fracasso do homem, e Deus recebe, perdoa, justifica a alma arrependida e crente, trata-a como se fosse justa, e ama-a tal qual ama Seu Filho. Assim é que a fé é imputada como justiça; e a alma perdoada avança de graça em graça, de uma luz para luz maior" (Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 366 e 367).
"O toque da fé abre-nos a casa do tesouro do poder e da sabedoria; e assim, por meio de instrumentos de barro, Deus realiza as maravilhas de Sua graça. Nossa grande necessidade hoje é essa fé viva. Precisamos saber que Jesus é verdadeiramente nosso; que Seu Espírito nos está purificando e sublimando o coração. Se os seguidores de Cristo tivessem fé genuína, com humildade e amor, que obra poderiam realizar! Que fruto se veria para glória de Deus!" (Review and Herald, 13 de dezembro de 1887).
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro "Nisto Cremos" lançado pela "Casa Publicadora Brasileira". Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br
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