Sábado à tarde | Ano Bíblico: Jz 13–16 |
Verso para Memorizar: "Permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em Mim" (Jo 15:4).
Leituras da semana: Mc 1:21-35; Lc 4:31-42; Mt 6:14, 15; 25:34-46; 26:36-44; Sl 31:24
Em anos recentes, pesquisas apontaram os efeitos positivos que religiosidade, fé, espiritualidade, oração, perdão, esperança e frequência à igreja podem ter sobre a saúde, inclusive a saúde mental. Numerosas publicações científicas preeminentes relataram uma conexão entre fé religiosa e bem-estar mental e emocional. Surpresa das surpresas!
Mas isso não é magia; o fator fé se aplica só aos que estão profundamente dedicados a seus princípios religiosos. O psiquiatra Montagu Barker, perito na relação entre religião e saúde mental, afirma que a religião é uma proteção poderosa contra a doença mental, mas só quando os crentes têm forte compromisso com suas convicções. Se não, a religião pode se tornar fonte de culpa e causa de perturbações emocionais, mentais e comportamentais.
Nesta semana, vamos estudar nosso melhor exemplo, Jesus, a fim de aprender como podemos ser fortes na fé. Estudando Sua vida e mantendo íntima relação com Ele, podemos construir mecanismos sólidos para o crescimento espiritual, que, por si sós, podem levar à melhor saúde mental.
Oração e estudo da Bíblia, adoração, prática do perdão, serviço aos outros, esperança e confiança em Deus são caminhos seguros para o desenvolvimento espiritual e a saúde mental. Com Jesus como nosso exemplo, seguramente não podemos errar.
Ano Bíblico: Jz 17–19 |
Jesus – Homem de oração
1. Descreva os hábitos de oração de Jesus. Mc 1:21-35; Lc 4:31-42. Que lições você pode aprender desses hábitos?
Jesus foi para a sinagoga naquele sábado em Cafarnaum e ensinou as Escrituras a um grupo grandemente admirado que reconheceu Sua autoridade, e curou um homem endemoninhado. Depois da reunião, Jesus e Seus discípulos foram para a casa de Pedro e André, e lá, Ele curou a sogra de Pedro. Ao pôr do sol, muitos ("toda a cidade" [Mc 1:33]) se reuniram ao redor de Jesus e Lhe levaram todos os tipos de doentes e endemoninhados para ser curados.
"Nunca antes testemunhara Cafarnaum um dia semelhante a esse. O ar estava cheio de vozes de triunfo e de exclamações de livramento. Enquanto o último sofredor não foi socorrido, Jesus não cessou Seu trabalho. Era tarde da noite quando a multidão partiu e se fez silêncio na casa de Simão (Ellen G. White, Exaltai-O [MM 1992], p. 86).
Esse deve ter sido um dia exaustivo para Jesus. Porém, Ele não dormiu até tarde na manhã seguinte. Precisava estar em comunhão com o Pai; então, ergueu-Se antes do amanhecer, foi a um lugar solitário e passou tempo em oração. Jesus, o Filho de Deus, aquele que tinha estado com o Pai antes que fosse criado o mundo (Jo 17:5), aquele que criou o Universo inteiro (Jo 1:3), ainda assim sentia necessidade de oração. O conceito é notável.
Depois de um dia cansativo, tendemos a adiar a oração e comunhão com Deus. Mas é justamente nesses momentos de esgotamento psicológico que a maioria de nós precisa do bálsamo calmante da oração e de tempo com a Palavra de Deus. Jesus sabia disso e costumava manter constante proximidade com o Pai. Se isso era necessário para Jesus, quanto mais deve ser para nós?
A oração é um fator positivo para o bem-estar e a saúde mental. Embora não entendamos como a oração atua nem por que atua, somos aconselhados a orar (Lc 18:1; 21:36; Rm 12:12). Quem, havendo passado tempo em comunhão com o Senhor pela oração e leitura da Palavra, não sentiu o impacto positivo que isso pode ter sobre o espírito e a mente? Não precisamos entender todos os mistérios da oração a fim de saber como é importante ter um relacionamento íntimo com Deus.
Que tipo de vida de oração você tem? Quanto tempo você passa com a Palavra de Deus? Como você pode tornar mais significativo e transformador da vida seu tempo de devoção? Por mais importante que seja o tempo que passamos em oração e leitura da Palavra, só o tempo não é o único elemento. Que outros fatores são necessários?
Ano Bíblico: Jz 20, 21 |
Comunidade de adoração e igreja
Jesus ia regularmente à sinagoga aos sábados (Lc 4:16). Seu exemplo deve nos mostrar a importância da comunidade. O conceito de "um cristão solitário" independente do corpo, não é bíblico. Embora existam alguns exemplos ocasionais desse fato na Bíblia, isso não prova que esse é o plano de Deus. Ao longo de todas as Escrituras, vemos o modelo de povo de Deus como uma comunidade, um grupo que trabalha junto para o benefício mútuo e para a igreja como um todo.
2. Qual é nosso papel e lugar na comunidade mais ampla da igreja? 1Co 12:12-31; Ef 4:15, 16
O interessante é também que, recentemente, respeitáveis estudos estão mostrando que aqueles que frequentam a igreja e participam dos cultos (comparados com os que não fazem isso) em base regular:
• têm menor probabilidade de sofrer de abuso de drogas.
• têm maior probabilidade de ser sexualmente responsáveis.
• estão menos envolvidos em comportamentos arriscados.
• têm maior probabilidade de praticar ética relacionada aos negócios e ao trabalho.
• têm maior probabilidade de desfrutar de uma comunidade social mais rica e de grupos de apoio.
• têm maior probabilidade de revelar níveis mais elevados de autoestima e eficácia pessoal.
• têm maior probabilidade de aceitar melhor as perdas (morte de familiares, calamidades, complicações da saúde, etc.).
• têm maior probabilidade de abrigar emoções positivas (amor, perdão, satisfação, etc.).
• têm menor probabilidade de abrigar emoções negativas, como medo, culpa, hostilidade, raiva, etc.).
O envolvimento com uma igreja pode ser grande fonte de bênção. Esse ambiente pode ser terapêutico para as emoções e para o corpo. É verdade que, às vezes, surgem problemas na comunidade, e alguns deles demonstram ira e amargura; mas, frequentemente, os que trabalham seus problemas podem encontrar o apoio da igreja e companheirismo e encorajamento que não poderiam ter em nenhum outro lugar. Pense no que a igreja poderia ser se cada membro levasse ao coração estas palavras de Paulo: "Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo" (Gl 6:2, NVI).
Qual é seu relacionamento com o corpo de sua igreja local? Você é alguém que mais contribui ou mais recebe? Por que, às vezes, você pode precisar receber? Ao mesmo tempo, se todos fôssemos à igreja com a atitude de doar de nós mesmos quando e onde pudéssemos, que tipo de comunidade teríamos?
Ano Bíblico: Rute |
Perdão
"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23:34).
3. Que mensagem poderosa Jesus nos dá em Mateus 6:14, 15? Que consequências eternas para nós estão nas palavras de Jesus?
Jesus ensinou Seus discípulos a orar: "Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores" (v. 12). Então, Ele insistiu (v. 14, 15) que se não estivermos dispostos a perdoar, Deus não nos perdoará.
O pensamento é apavorante. Afinal, todos somos pecadores e, assim, todos precisamos do perdão divino. Dessa forma, todos devemos aprender a perdoar, se quisermos nós mesmos ser perdoados!
O perdão é tão importante porque é fundamental para reparar e manter boas relações. O Senhor sabe como é doloroso o fardo do pecado e como esse fardo deve ser deixado por meio do perdão – o perdão que obtemos de Deus e o perdão que concedemos aos outros.
A experiência do perdão é útil, não só para os que o recebem, mas também para os que o concedem. O sentimento de graça e generosidade experimentado pelos que concedem o perdão os leva para mais perto Deus e contribui para a edificação do caráter.
Um estudo administrado no meio de indivíduos recentemente divorciados mostrou a diferença entre os que estão dispostos e os que estão pouco dispostos a perdoar. Mark Rye, da Universidade de Iowa, recrutou 199 pessoas divorciadas em grupos de recuperação de organizações de solteiros da comunidade e grupos de recuperação de divórcio com base nas igrejas. Não foi surpresa quando os pesquisadores constataram que os que concederam perdão a seus antigos cônjuges desfrutavam níveis mais elevados de saúde mental. Os perdoadores experimentavam níveis mais elevados de bem-estar e satisfação religiosa e níveis mais baixos de ira e depressão.
Essa não é uma experiência isolada. Durante a última década, os estudos são claros. O perdão reduz a depressão e a ansiedade, aumenta a autoestima e o bem-estar emocional geral. Em resumo, o perdão serve para muitas coisas; enquanto isso, alimentar rancores é perigoso para o corpo e para a mente.
Isso é surpreendente? Quem entre nós não experimentou a cura e alívio provenientes de oferecer perdão aos que nos ofenderam?
Como você pode praticar o conselho de Paulo: "Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou" (Cl 3:13, NVI)? Que escolhas você deve fazer a fim de perdoar aqueles que o ofenderam?
Ano Bíblico: 1Sm 1–3 |
Serviço
O esforço missionário ao mundo oferecido pelos adventistas do sétimo dia segurou historicamente dois ramos básicos de ministério: ensino/pregação e cura/ajuda. Eles representam as duas tarefas importantes do ministério de Jesus (veja Mt 9:35 e At 10:38). Além disso, para muitos, ao longo do mundo, os adventistas do sétimo dia são conhecidos por sua obra de saúde e humanitária.
Ao mesmo tempo, em muitos lugares, esses ramos poderosos se tornaram bastante institucionalizados. Como resultado, o membro comum pode não se empenhar diretamente nesses ministérios. Alguns proveem apoio financeiro; outros deixam esses ministérios para os profissionais; e alguns, infelizmente, até os consideram com indiferença. No fim, muitos não se envolvem diretamente na tarefa de ir "por toda parte, fazendo o bem" e, assim, perdem uma tremenda bênção. Por quê? Porque existe uma grande bênção pessoal em ministrar às necessidades de outros. A simples prática de partilhar diretamente com o necessitado ou de ajudar um doente ou simplesmente ouvir atentamente os problemas dos outros resultará em grande bênção para aquele que participa do ato de ministrar. Existe um impulso em nós, não totalmente erradicado por seis mil anos de pecado, que nos faz sentir bem quando servimos aos outros.
4. Qual será o critério com que os filhos de Deus serão julgados? Mt 25:34-46. Que significa isso à luz de Efésios 2:8, 9?
A salvação não pode ser pelas obras. Se fosse, ninguém seria salvo. A graça de Deus manifesta pelo sacrifício de Jesus em nosso favor é o único meio de salvação. Ao mesmo tempo, a aceitação pessoal da graça de Deus produz boas obras, e essas obras revelam a realidade de nossa experiência com Deus. As boas obras que praticamos devem ser resultado direto de saber que já temos a salvação em Jesus, como resultado de Suas obras por nós. As obras são o resultado natural de sermos salvos, não um meio de ser salvos. O importante é que tenhamos sempre em vista essa distinção.
Enquanto isso, existe uma grande bênção emocional e espiritual para os que, por gratidão a Deus pela salvação que têm em Jesus, se doam aos outros. Muitos que enfrentam problemas emocionais se sentiriam muito melhor caso tão-somente dirigissem os pensamentos para fora de si mesmos e para os outros.
Você se sente infeliz, insatisfeito? O mais provável é que você seja muito absorvido em si mesmo. Participe da ajuda aos outros e veja o que acontece.
Ano Bíblico: 1Sm 4–6 |
Esperança e confiança em Deus
5. "Sejam fortes e corajosos, todos vocês que esperam no Senhor!" (Sl 31:24, NVI). Que motivos temos para esperar no Senhor?
Estudos mostram que a esperança é um fator crítico para a saúde mental. Os reféns que mantêm a atitude de esperança apresentam maior probabilidade de sobrevivência. A esperança é um grande motivador e fonte de resistência mental e física. A maior parte dos tratamentos de depressão têm bons resultados em pacientes convencidos de que sua disposição pode melhorar significativamente e que podem ser ajudados. Realmente, a depressão e a ansiedade afligem frequentemente os que mantêm uma perspectiva pessimista, catastrófica e desesperada sobre a vida. Uma atitude esperançosa pode fazer enorme diferença em toda a nossa perspectiva mental.
Mas existe mais do que a esperança geral, a esperança de que, quaisquer que sejam suas provas no presente, tudo terminará bem. A esperança religiosa transcende o finito e se fixa no eterno. Aponta-nos realidades, verdades e promessas que o mundo, de si mesmo, nunca pode oferecer. É uma esperança encontrada no Deus Criador, o único que pode nos dar aquilo que o mundo jamais poderá nos oferecer.
6. Que lição podemos aprender da confiança de Jesus no Pai, mesmo em ocasiões terríveis? Mt 26:36-44
A passagem nos fala sobre o estado abatido do Salvador. Palavras cuidadosamente escolhidas foram usadas para descrever as emoções angustiosas de Jesus: entristecer-Se, angustiar-Se (triste até à morte). De coração partido e tratado com desatenção por Seus amigos, Ele caiu não só sobre os joelhos, mas sobre o rosto e pediu socorro a Seu Pai. Quando não veio o socorro, Ele pediu novamente. E outra vez. Note que, cada vez que Ele apresentou Seu pedido, Ele pediu que fosse feita a vontade de Deus. Por fim, Jesus pôs toda a confiança no Pai. Não importava o que acontecesse, Ele buscou ser submisso ao Pai. Era assim que Ele agia, e é assim que devemos agir, também.
Uma coisa é confiar no Senhor quando tudo vai bem. Mas como podemos aprender a confiar nEle em circunstâncias adversas? Como podemos aprender a confiar quando as orações não são respondidas como desejamos?
Ano Bíblico: 1Sm 7–10 |
Estudo adicional
Precisamos ouvir individualmente Sua voz a nos falar ao coração. Quando todas as outras vozes silenciam e em sossego esperamos perante Ele, o silêncio interior torna mais distinta a voz de Deus. Ele nos manda: 'Aquietai-vos, e sabei que Eu Sou Deus' (Sl 46:10). Somente assim se pode encontrar o verdadeiro descanso. E é essa a preparação eficaz para todo trabalho que se faz para Deus. Por entre a turba apressada e a tensão das febris atividades da vida, aquele que assim se refrigera será circundado por uma atmosfera de luz e paz. A vida exalará fragrância, e há de revelar um divino poder que atinge o coração dos homens" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 363).
"Cada raio de luz lançado sobre outros será refletido sobre nosso próprio coração. Cada palavra de bondade e simpatia proferida aos tristes, cada ação que vise aliviar os oprimidos, e cada doação para suprir as necessidades de nossos semelhantes, dados ou feitos para glorificar a Deus, resultarão em bênçãos para o doador. Os que assim trabalham estão obedecendo a uma lei do Céu e receberão a aprovação de Deus. O prazer de fazer o bem aos outros comunica aos sentimentos calor que atravessa os nervos, aviva a circulação do sangue e promove saúde mental e física" (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 56).
Perguntas para reflexão
1. Qual tem sido sua experiência com a comunidade da igreja local? Como você pode melhorar essa experiência? Como você pode trabalhar com sua igreja para torná-la um lugar em que todos se sintam bem, onde todos se sintam bem-vindos, onde todos aprendam sobre a salvação e a mensagem da verdade presente que temos para o mundo? Em que áreas sua igreja é forte, e em que áreas deve melhorar?
2. Qual foi sua experiência com respeito a dar e obter perdão? O que você aprendeu pode ajudar aqueles que ainda não conseguiram aprender a perdoar?
3. Suponha que alguém chegasse até você e dissesse: "Sim, eu creio em Deus, em Jesus, na salvação, mas só não sei como andar em fé. Só não sei como confiar em Deus." Que conselho prático você daria?
Respostas sugestivas:
Pergunta 1: Jesus costumava orar em público e em particular, tratando de assuntos específicos de Sua realidade.
Pergunta 2: Temos um papel, ainda que pequeno, a desempenhar na adoração e em conduzir nossos semelhantes à salvação.
Pergunta 3: Temos que desenvolver em nós as qualidades do caráter divino. Sem elas, não estaremos aptos para o reino de Deus.
Pergunta 4: Embora sejamos salvos pela graça, a salvação se evidencia em nossas obras.
Pergunta 5: Deus cuida de nós a cada dia e, por fim, nos dará a vida eterna.
Pergunta 6: A esperança O susteve nas horas mais difíceis.
FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2011/li1312011.html
Texto-chave: Efésios 4: 15, 16
O ALUNO DEVERÁ...
Saber: Os benefícios para a saúde provenientes de um relacionamento espiritual com Cristo e Seu corpo, a igreja.
Sentir: A esperança e paz que vem da caminhada diária com Deus, bem como o apoio emocional que vem dos irmãos na fé.
Fazer: Oferecer perdão e servir aos outros como parte de sua experiência religiosa prática.
Esboço do aprendizado
I. Saber: Uma vida espiritual saudável
A. Quais são os benefícios para a saúde oriundos de uma vida ativa de oração e relacionamento com Deus?
B. Quais são os benefícios para a saúde promovidos pela frequência à igreja e pelos relacionamentos fortes e afetivos com os irmãos na fé?
C. Por que o perdão e o serviço são também importantes para a saúde?
II. Sentir: Bençãos espirituais
A. Que bênçãos você tem sentido da convivência com os irmãos na fé?
B. Que emoções positivas resultam de um relacionamento com Deus?
C. Como os cristãos equilibrados lidam com a culpa?
III. Fazer: Perdão e serviço
A. Existe alguém em nossa história presente ou passada a quem precisamos perdoar? Quais são os primeiros passos que você pode dar para oferecer o perdão?
B. Como podemos prestar mais atenção ao mundo ao redor de nós? Que necessidades na igreja ou na vizinhança podemos ajudar a suprir nesta semana?
C. Como Cristo exemplificou fé inabalável em Deus mesmo quando Se sentiu abandonado?
Resumo: Relacionamentos fortes com os irmãos na fé e com Cristo, o Cabeça da igreja, ajudam a criar estabilidade emocional. Confiança em Deus traz não apenas paz e conforto agora, mas firme esperança na vida eterna, como Deus prometeu, sem o mal e a morte.
Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: As chaves para uma vida bem-sucedida são produzidas por meio da comunhão com Deus.
Só para os professores: Em 1979 a Corporação Chrysler estava bem perto da completa falência. Incapazes de se recuperarem, eles procuraram um sócio com vastas reservas. Finalmente uma sociedade foi feita com o governo federal dos Estados Unidos. Foram investidos na corporação decadente 1,5 bilhão de dólares. Sem essa sociedade, a Chrysler teria sido reduzida a uma nota de rodapé histórica, e milhares de famílias teriam caído no desemprego. A sociedade foi crucial para a viabilidade.
A sociedade é crucial também para a viabilidade espiritual. As Escrituras Sagradas afirmam repetidamente que os seres humanos são espiritualmente falidos quando avaliados por si mesmos. No entanto, isso não implica em falta de valor. Mesmo diante da falência, a Chrysler possuía muitos bens. Sua condição, contudo, demonstrava que eles deviam infinitamente mais do que jamais poderiam pagar. Da mesma forma, a humanidade deve infinitamente mais do que jamais poderia pagar. Nossa falência espiritual demanda uma sociedade com Alguém que possui recursos ilimitados para cobrir nossas dívidas. Precisamos associar-nos ao Governo Celestial do Universo.
Em Jesus Cristo, o Céu nos concedeu justiça, salvação, justificação, redenção, santificação e esperança eterna. Mortos sem Cristo, tornamo-nos eternamente viáveis com Jesus como nosso Sócio Principal. Esta lição concentra nossa atenção em como essa divina sociedade é formada.
Atividade de abertura: Comente os mecanismos das sociedades empresariais e as razões pelas quais ocorrem aquisições e fusões. A linguagem técnica é desnecessária, mas conceitos básicos como os que se seguem certamente surgirão da discussão: (1) frequentemente, as empresas acumulam dívidas que não podem resolver sozinhas ou, têm aspirações que não podem realizar sem capital adicional; (2) outro grupo, profundamente interessado na empresa com dificuldades financeiras, concorda em financiar a dívida ou o capital necessário para atingir os objetivos da empresa; (3) o grupo que financia a dívida se torna o sócio principal; e (4) em gratidão, o grupo que recebe a ajuda financeira provê vantajosos ganhos sobre os investimentos.
Pense nisto: Pense na parábola dos talentos, em Mateus 25. O senhor foi severo por esperar um retorno de seus investimentos? Qual é a diferença entre a atitude dos dois primeiros recebedores e a do último? Com qual delas se parecerá a atitude do cristão sincero?
Compreensão
Só para os professores: Peça que os alunos reflitam por alguns momentos, em silêncio, sobre a dificuldade que temos para orar com a mesma intensidade com que Jesus orava. Peça que eles identifiquem: 1. Os fatores que nos impedem de orar mais. 2. Ideias para aumentar nossa frequência de oração. 3. Segredos para tornar esses momentos mais significativos.
I. "O Senhor que orava"
(Recapitule com a classe Mc 1:21-35 e Lc 5:16.)
A oração é a comunicação divina. Será que as grandes empresas poderiam efetivamente existir sem uma comunicação viável? Embora fosse perfeito em todos os aspectos, Jesus orava constantemente. Cristo estimava a comunicação com Seu Pai celestial, Seu Companheiro no empreendimento da salvação.
Ironicamente, nós, débeis e fracos seres humanos, frequentemente parecemos menos inclinados à oração do que Cristo, embora necessitemos da direção de nosso "Sócio Principal". Jesus começava e terminava cada dia com essa comunicação divina. Todos que sinceramente desejem retribuir o investimento que Deus tem feito neles, todos que apreciam genuinamente sua libertação da dívida espiritual, todos que entendem a importância da sabedoria de nosso Sócio Principal, não podem deixar de se comunicar com Deus por meio da oração e da leitura das Escrituras.
Pense nisto: Como a oração fortalece o crente na batalha contra o mal?
II. A adoração e a comunidade da igreja
(Recapitule com a classe Lc 4:16.)
Não apenas a sociedade passiva é destituída de fundamento nas Escrituras, "sociedade independente" é contrária ao cristianismo bíblico. Na verdade, "sociedade independente" são palavras contraditórias. O próprio Jesus Se unia em comunhão com os crentes a cada sábado. Embora personificasse a perfeição, Cristo não considerava a interação com Seus discípulos ou com as massas incultas abaixo da Sua dignidade. Ele reservava tempo para comunhão com o Pai, mas estava constantemente ocupado com o trabalho de Seu Pai, que era alcançar os perdidos com o evangelho. Hoje os cristãos precisam fortalecer uns aos outros para realizar com sucesso a obra da qual Deus os encarregou: alcançar outros com Seu amor.
Pense nisto: Que meios práticos podemos empregar para o propósito de apoiar e fortalecer uns aos outros?
III. Perdão
(Recapitule com a classe Cl 3:13.)
Qualquer organização humana, incluindo a igreja, está sujeita a equívocos, julgamentos errôneos e percepções falhas. Realisticamente falando, a igreja também é suscetível à ambição da autopromoção, egoísmo, avareza, conduta antiética, assédio, desonestidade e apatia, muitas vezes camuflada com vestes de justiça. Às vezes, as organizações religiosas sofrem de ingenuidade em relação a certos comportamentos antiéticos sequer tolerados pelas organizações seculares, porque elas levam mais a sério a conduta perversa do que a igreja. Visto que nossas expectativas quanto à vida na igreja podem se tornar excessivamente altas, doses de realidade muitas vezes ferem intensamente, e a desilusão pode dominar até mesmo o cristão experimentado. O perdão é o único antídoto eficaz para essa desilusão.
O perdão nunca desculpa nem minimiza o comportamento pecaminoso. Em lugar disso, reconhece a fraqueza e propensão pecaminosa de todos os seres humanos. Os perdoadores reconhecem sua própria necessidade desesperada de perdão. Finalmente, os que estão em dívida com o perdoador são libertos da condenação justa que deveria acompanhar o erro. Ironicamente, libertando os que pecam contra nós, livramos também a nós mesmos.
Pense nisto: Como a igreja, ou qualquer organização espiritual poderia, por qualquer período de tempo, funcionar sem doses consideráveis de perdão? Por que as pessoas perdoadoras, em geral, experimentam mais saúde (física e mental), redes sociais satisfatórias e menor incidência de depressão? A quem deveríamos perdoar na próxima semana?
Aplicação
Só para os professores: Sociedades bem-sucedidas desenvolvem meios de minimizar as incertezas quanto às expectativas funcionais. Quando os dois grupos assumem o papel da direção geral, o conflito é inevitável. As organizações humanas tentam minimizar o conflito desnecessário usando títulos e descrições das funções. As Escrituras atribuem certos títulos e "descrições das funções" para Deus; igualmente, as Escrituras definem nosso papel na redenção. O seguinte exercício oferece a oportunidade de comentar a função divina e a nossa.
Atividade: Usando um quadro com folhas (flip chart), uma lousa ou uma projeção com notebook, liste as características e responsabilidades que Deus traz para a sociedade e, reciprocamente, anote as características e responsabilidades designadas aos seres humanos. A lista de textos a seguir é sugestiva, não exaustiva, e os membros da classe devem ser encorajados a mencionar outras características e passagens que vêm à sua mente.
Sócio principal: Gn 1:1; João 3:16; 5:27; 14:1-3, 15-18; 15:1-3; 16:7, 8; Dt 5:6; Is 9:6, 7; 35:4, 10; 44:6-8; 53:1-12; 55:3; 65:17, 18;Am 3:7; Sl 139:1-6; 1Jo 3:20.
Sócio subordinado: Lc 9:23-27; Rm 1:1; 12:1, 3-6; Mt 19:13-15, 16-21; 22:37-39; At 2:38; João 14:15; 21:17; Dt 5:7; 6:1-7; Mq 6:8.
Perguntas para reflexão
1. O que geralmente caracteriza o papel do sócio principal? 2. Embora o sócio minoritário seja naturalmente subordinado, que contribuições valiosas ele poderia dar à sociedade? 3. Que resultados desastrosos poderiam ocorrer se os sócios minoritários tentassem assumir os papéis atribuídos ao sócio principal (por exemplo, o de juiz)? 4. Que consequências perigosas acontecem quando os sócios subordinados tentam privar o sócio principal de seu papel de diretor geral? 5. Que consequências trágicas surgem quando os sócios subordinados simplesmente deixam de cumprir suas responsabilidades, esperando que o sócio principal faça o trabalho designado a eles? 6. Como você descreveria o papel de Deus em termos usados por líderes contemporâneos? Como você definiria o papel dos seres humanos em linguagem moderna?
Criatividade
Só para os professores: Nosso estudo começou com a premissa de que uma sociedade com Deus traz sucesso. Qualquer experimento científico respeitável começa com uma hipótese claramente definida que inclui alguma declaração com respeito aos resultados. O resultado nesse momento é qualificado como sucesso; mas o modo de definir o sucesso determinará se nossa hipótese é correta. Se fôssemos definir sucesso como riqueza mundana, posição política influente, condição social elevada ou prestígio terrestre, a conclusão inevitável seria que a sociedade com Deus não traz sucesso. Se, todavia, sucesso for definido em termos de contentamento, felicidade, relacionamentos satisfatórios, propósito claramente definido, bem-estar emocional, senso de pertencer e orientação para o serviço, poderíamos concluir que a sociedade com Deus traz sucesso.
Atividade de encerramento: Desenvolva uma definição de sucesso do grupo. Conduza a discussão de modo que nenhuma pessoa domine o diálogo. Uma vez que uma definição aceitável tenha sido obtida, discuta como as grandes ênfases da lição (oração, adoração coletiva e envolvimento com a comunidade, perdão, serviço e confiança em Deus) influenciam nossa sociedade com Deus. Podemos inequivocamente afirmar que esses elementos contribuem para nosso sucesso na vida? Por quê? Existe um "efeito cumulativo", o que significa que esses diferentes elementos reforçam-se mutuamente em vez de simplesmente permanecer sozinhos? Quais são os traços comuns que interligam essa matriz? Experimentos científicos valiosos consideram todas as evidências – as que parecem apoiar a hipótese e as que não parecem ser favoráveis a ela. Concedem liberdade de expressão para aqueles cuja experiência de vida não parece apoiar a hipótese. Essas pessoas podem ter sido levadas a outras conclusões por causa de decepções com a oração ou com a comunidade da igreja ou com qualquer outra coisa.
FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2011/aux1312011.html
Lição 13 – SOCIEDADE COM JESUS
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Noel José Dias da Costa
Objetivo deste estudo:
Compreender que a confiança em Deus é fonte de saúde e nos prepara a fim de vivermos em equilíbrio em nossa comunidade, atuando de forma cooperativa e construtiva.
Verdade central:
A confiança em Deus produz esperança, essencial para nossa saúde mental e física. A comunhão com Jesus produz um caráter justo e amoroso, capaz de se refletir nos relacionamentos, elevando-nos espiritualmente ao ponto de imitá-Lo na busca de servir a Deus e ao próximo.
Introdução
A sociedade pós-moderna, marcada de um lado pelo extremo relativismo, e de outro pelo endeusamento no ter, como pré-requisito para não correr o risco da exclusão, não tem preenchido o vazio existencial do ser humano. O sofrimento humano tem crescido, desafiando os cientistas preocupados em auxiliar o homem a encontrar o sentido da vida. Os estudos mais consistentes sobre espiritualidade e saúde mental mostram que a fé religiosa é fundamental para mudar esse quadro. Ela proporciona esperança, confiança e sentido à vida das pessoas, e as torna mais confiantes em Deus, cooperativas e perdoadoras.
Este estudo apresenta ingredientes essenciais para o desenvolvimento espiritual e da saúde mental: oração, estudo da Bíblia, adoração, prática do perdão, serviço aos outros, esperança e confiança em Deus.
I. Jesus e a oração
Por que Jesus orava? Ele não veio como Deus ao nosso mundo, com o poder infinito em Suas mãos? De fato, Ele veio ao mundo como ser humano, mas não deixou de ser Deus. Entretanto, para cumprir Sua missão de salvar-nos, Ele deveria usar apenas os recursos que também temos à nossa disposição. Assim, em nenhum momento Ele usou Seu poder divino em benefício próprio. Ele orava constantemente por Si e pelos que veio salvar:
Como alguém identificado conosco, participante de nossas necessidades e fraquezas, dependia inteiramente de Deus, e no lugar oculto de oração buscava força divina, a fim de poder sair fortalecido para o dever e provação (Refletindo a Cristo, [MM 1986], p. 110).
A oração é um importante recurso terapêutico, utilizado inclusive por vários médicos. R. C. Byrd acompanhou por dez meses 393 pacientes admitidos em unidade coronariana, dividindo-os em dois grupos. Os nomes dos pacientes de um dos grupos foram fornecidos a participantes de um grupo que se reunia sistematicamente para interceder por eles através da oração. Em síntese, um grupo de cristãos fora do hospital orou em favor das pessoas de um dos grupos. Os que receberam oração apresentaram menos edema pulmonar, foram entubados com menor frequência, necessitaram de menos antibióticos (NETO, 2010).
Para refletir:
Qual é a quantidade e a qualidade do tempo que você dedica à oração e ao estudo da Bíblia?
II. A importância da comunidade religiosa
Jesus frequentava a sinagoga regularmente (Lc 4:16). Esse exemplo revela a importância da comunidade religiosa para a vida espiritual. Na Bíblia, o povo de Deus sempre é retratado como uma comunidade de pessoas que juntas adoram a Deus, se apoiam e auxiliam mutuamente. O corpo humano é a ilustração usada por Paulo para enfatizar a interdependência e a cooperação dos membros da Igreja (1Co 12:12-31). Como num sistema orgânico, todos temos igual importância no crescimento da Igreja.
Vários benefícios são apresentados cientificamente como derivados de pertencer a uma comunidade religiosa e praticar seus ensinos. Em um trabalho de revisão (NETO, 2010) foi constatado que participar de um grupo religioso pode trazer consequências psicossociais saudáveis, podendo atuar de várias maneiras:
- Favorece a adesão a programas promotores de saúde;
- Promove apoio em momentos de solidão, depressão e morte de alguém próximo;
- O processamento cognitivo e crenças influenciam na maneira de lidar com o estresse;
- A experiência religiosa e o companheirismo servem para bloquear ou inibir o impacto de emoções negativas como a ansiedade, talvez por vias psiconeuroendocrinológicas.
Estudos realizados com frequentadores de clubes onde também há o apoio social não apresentaram os mesmos resultados, demonstrando que a comunidade religiosa oferece a seus membros algo mais do que simplesmente o apoio social.
A convivência com outras pessoas implica em divergências e conflitos, em diferentes escalas. Em si mesmos, eles não são bons nem ruins, mas podem constituir-se em boa oportunidade de crescimento pessoal e coletivo, se Jesus for colocado em primeiro lugar na vida. Ele disse: "... se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai Celeste vos perdoará" (Mt 6:14). O perdão deve estar presente em nossas relações como uma dádiva recebida de Deus para ser repartida aos nossos ofensores, pois, como pecadores, somos devedores desse dom.
O perdão reduz a depressão e a ansiedade, aumenta a autoestima e o bem-estar emocional geral. Guardar rancor, ao contrário, só aumenta o sofrimento e debilita a saúde mental e física. Por isso, Deus nos diz através de Paulo: "Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós" (Cl 3:13).
Para refletir:
Como é seu relacionamento com a Igreja local? Você é apenas um frequentador ou "membro do corpo de Cristo"? Explique sua resposta.
III. Serviço
Uma das formas de desenvolver o bem-estar integral é o serviço em favor dos outros. Gestos dessa natureza elevam a autoestima, dão um sentido real à vida e aumentam o senso de dignidade. É impossível ter uma experiência real com Cristo e não sentir o impulso que Ele implanta no coração do salvo para fazer o bem aos outros. As boas obras são o resultado natural da salvação, não um meio de obtê-la (Ef 2:8-9). Mas elas sempre serão o fruto espontâneo da presença de Jesus na vida. É um ato de gratidão que nos faz desviar o foco de nossa esfera de vida, ou problemas, para aqueles necessitados que nos rodeiam. Muitos que enfrentam problemas emocionais conseguem reduzi-los ou superá-los pela simples dedicação de algum tempo em favor de outras pessoas.
Jesus disse que o bem que fazemos a outros, é a Ele que fazemos (Mt 25:40). Deveríamos ter uma disposição constante de repartir com o próximo as bênçãos que recebemos de Deus, como gesto de adoração e gratidão a Ele. Ellen G. White afirma:
"Aquele que se deixar atrair para fora do próprio eu, e que, à semelhança de seu Senhor, se identificar com a humanidade sofredora será abrandado e aperfeiçoado pela prática da simpatia para com os outros. A cortesia, a paciência e a amabilidade caracterizarão essa pessoa, e tornarão sua presença uma contínua alegria e bênção. Seu semblante resplandecerá com o brilho da verdadeira beneficência" (Nos Lugares Celestiais, [MM 1968], p. 325).
IV. Esperança e confiança em Deus
A lição conclui com o apelo para que nossa confiança em Deus seja fortalecida com a lembrança de Seus feitos e a certeza do cumprimento de Suas promessas. Essa atitude aumentará nossa fé e proporcionará saúde mental e física.
A importância da esperança para a saúde foi demonstrada em um estudo longitudinal realizado pelo Departamento Nacional de Saúde dos Estados Unidos (US Nacional Health), que avaliou 2.832 pessoas por mais de 12 anos. Demonstrou-se que os participantes sem esperança desenvolveram um risco aumentado de contrair uma enfermidade fatal do coração em relação aos que tinham mais esperança (ANDA et al, 1993). Na Finlândia realizou-se também um estudo com 2.428 homens, por seis anos, e encontrou-se um número muitíssimo maior de mortalidade por câncer entre os que tinham menos esperança (EVERSON et al, 1996).
Por isso, no momento de sua provação o profeta Jeremias afirmou: "Quero trazer à memória o que me pode dar esperança." Ele buscou algo que alimentasse a possibilidade de ver dias melhores. E então concluiu: "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as Suas misericórdias não têm fim, renovam-se cada manhã. Grande é a Tua fidelidade" (Lm 3:21-22).
Podemos esperar no Senhor (Sl 31:24) e receber dEle grandes bênçãos. Mas precisamos confiar nEle, a despeito das adversidades, ou do que, humanamente, elas apresentam. Deus sempre estará no comando do Universo e, se permitirmos, Ele conduzirá nossa vida pelos melhores caminhos. Precisamos de fé e de uma entrega incondicional como experimentaram Abraão, José, Daniel, Jó e Jesus (Mt 26:36-44). O exemplo de nosso Salvador deve ser um incentivo a sermos fiéis a Deus sempre, não importando o que acontecer.
Para refletir:
Como podemos aprender a confiar em Deus quando as coisas não vão bem como desejamos e as orações parecem não ser atendidas como esperamos?
Conclusão
A vida do cristão é de constante aprendizado, que se consolida no relacionamento com Jesus pela oração e estudo da Palavra de Deus. Precisamos dedicar tempo para isso e, tanto quanto possível, junto à natureza. Mas, na proporção em que recebemos Suas bênçãos, devemos reparti-las com nossos semelhantes, atendendo suas necessidades. Assim, permanecendo nEle, cresceremos em fé, aprendendo a viver em comunidade, como membros atuantes do corpo de Cristo, aguardando e apressando Sua vinda e para esse evento preparando-nos cada dia.
Noel José Dias da Costa é psicólogo e pastor, mestre e doutor em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Teologia pelo SALT-UNASP-EC. Atua como professor, psicólogo e auxiliar da Associação Ministerial no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-SP). É casado com a pedagoga Erenita M. S. da Costa, e pai de Tiago e Ana Cristina.
FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2011/com1312011.html
Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Primeiro Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: A Bíblia e as Emoções Humanas
Estudo nº 13 – Sociedade com JESUS
Semana de 19 a 26 de março
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
Verso para memorizar: "Permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em Mim" (João 15:4).
Introdução de sábado à tarde
De fato, há pesquisas científicas atestando os benefícios da religiosidade. E não poderia ser diferente – essas descobertas científicas não trazem nada novo, exceto que confirmam o que devia ser esperado. Bastaria ler na Bíblia os exemplos do passado, ou ver entre as pessoas da atualidade as mudanças que nelas ocorreram após se converterem para seguir o que DEUS ensina por intermédio de Sua Palavra.
Nessa semana, a última desse primeiro trimestre de 2011, estudaremos como manter comunhão com JESUS, ou, com DEUS. Um personagem do passado andou com DEUS alguns séculos, e se tornou tão íntimo com seu DEUS que Este o levou para junto de Si. Esse homem foi Enoque. Transcrevemos abaixo alguns trechos sobre como esse homem andou com DEUS, e poderão ver que isto está ao alcance de todos. São quatro modos como Enoque andava com DEUS, e esses modos também nós podemos praticar, não estão fora do alcance. Os grifos foram acrescentados para dar as respectivas ênfases.
1. Em oração a DEUS – diálogo permanente com o Criador.
"Eles [os obreiros] não podem estar constantemente de joelhos, mas podem erguer o coração a Deus. Assim foi que Enoque andou com Deus." (Evangelismo, 681)
"Irmãos, orai no lar, em família, de noite e de manhã; orai ferventemente em vosso retiro; e enquanto empenhados em vosso labor diário, erguei a alma a Deus em oração. Foi assim que Enoque andou com Deus." (Lar Adventista, 213)
"Eles [Daniel e seus companheiros] tiveram todo o cuidado em conservar-se em contato com Deus. Oravam e estudavam, e introduziam na vida prática um espírito estrito e conscienciosamente humilde. Andavam com Deus, como Enoque andou." (Medicina e Salvação, 276)
"Enquanto empenhados em nosso trabalho diário, devemos erguer a alma ao Céu em oração. Todas as promessas da Palavra de Deus, todo o poder da graça divina, todos os recursos de Jeová, estão empenhados em garantir-lhe o livramento. Foi assim que Enoque andou com Deus. E Deus era com ele, um socorro presente em todas as ocasiões de necessidade. ..." (Mensagens aos Jovens, 249)
2. Senso da presença de DEUS – Portar-se como um nobre na presença do Rei.
"E como Enoque andava com Deus? Habituou a mente e o coração a sempre sentirem que ele se achava na presença de Deus, e quando estava perplexo, suas orações ascendiam a Deus, para que o guardasse." (Eventos Finais, 71)
"Estamos em Cristo por uma fé viva. Ele habita em nosso coração pela nossa apropriação individual da fé. Temos a companhia da presença divina, e ao reconhecermos essa presença, são nossos pensamentos levados cativos a Jesus Cristo. Nossos exercícios espirituais estão de acordo com a intensidade de nosso senso dessa companhia. Dessa maneira andou Enoque com Deus..." (Mensagens aos Jovens, 159)
"Enoque andou com Deus. Ele honrou a Deus em todos os passos da vida. Em seu lar e nos negócios sempre inquiria: "Será isto aceitável ao Senhor?" E por lembrar-se sempre de Deus e seguir Seus conselhos, foi transformado em caráter, e tornou-se um santo homem, cujos caminhos agradavam ao Senhor." (Recebereis Poder, E, 95)
"Enoque andou com Deus, e, a despeito disso, não viveu no meio de qualquer cidade corrompida com todas as espécies de violência e iniquidade, como Ló em Sodoma." (Evangelismo, 68)
3. Confiança total em DEUS – Fé que agrada a DEUS.
"Não vemos a Cristo em pessoa. É pela fé que O contemplamos. Nossa fé apega-se a Suas promessas. Foi assim que Enoque andou com Deus." (MCP, 538)
4. Servo ativo no serviço de DEUS – trabalhando pela salvação do próximo.
"Aquele que na verdade ama e teme a Deus, esforçando-se, com sinceridade de propósito, a cumprir a Sua vontade, colocará ao serviço de Deus corpo, espírito, coração, alma e forças. Foi isto que se deu com Enoque." (Meditações Matinais, 1968, pág. 190).
"Enoque foi um ensinador público da verdade na época em que viveu. Ele ensinava a verdade; vivia a verdade; e o caráter do ensinador que andava com Deus era, em todos os aspectos, harmonioso com a grandeza e santidade de sua missão." (Recebereis Poder, E 253)
Primeiro dia: JESUS – Homem de oração
Quando JESUS veio a esta Terra, foi como ser humano. Ele tornou-Se inteiramente homem, sujeito às mesmas fraquezas. Mas em nenhum momento Ele fracassou. Qual foi o segredo dessa façanha? Como pode alguém, um ser humano, entre pecadores, num mundo onde pecar é normal, num ambiente que seduz e induz ao pecado, nunca pecar? A resposta está na oração. "Era nas horas de oração solitária que Jesus, em Sua vida terrestre, recebia sabedoria e poder. Sigam os jovens o Seu exemplo, procurando, na aurora e ao crepúsculo, uns momentos tranquilos para a comunhão com seu Pai celestial. E durante o dia todo levantem eles o coração a Deus. A cada passo em nosso caminho, diz Ele: "Eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita. ... Não temas, que Eu te ajudo." Isa. 41:13. Aprendessem nossos filhos estas lições na manhã de seus anos, e que vigor e poder, que alegria e doçura lhes penetrariam a vida!" (Educação, 259).
Esse era o segredo do poder de JESUS. Em nada Ele foi superior a nós. A única diferença é que Ele nasceu sem pecado, foi gerado pelo ESPÍRITO SANTO. Mas isso não Lhe dava vantagem alguma; pelo contrário, satanás apontou naqueles dias toda a sua energia demoníaca contra o Filho de DEUS. No momento de Sua luta final, se uniram ao demônio os homens e as mulheres contra Ele, mas em meio a essa multidão de compatriotas traidores, Ele se manteve calmo, e oferecendo a outra face, orou por perdão a todos os humanos.
O poder de JESUS vinha da comunhão com DEUS, Seu Pai. Passava significativa parte do tempo com DEUS. Aliás, dedicava à oração o horário nobre: as primeiras horas do dia, e as últimas. O horário nobre hoje geralmente é preenchido com a televisão ligada muitas vezes transmitindo tolices imorais e violências, além de muitas mentiras.
A estratégia para obtermos poder do alto é bem simples. Orar todos os dias, estudar a Bíblia e a lição da Escola Sabatina e ler mais algum livro do Espírito de Profecia. Fazendo isso vai adquirir conhecimento. Se for humilde diante de DEUS, Ele por meio desse conhecimento irá mudar a sua vida. Com o tempo irá abandonar aquelas coisas que o atraem para o mundo, e irá desenvolver vontade para com as coisas de cima. A estratégia para se salvar é bem simples: andar com DEUS, como Enoque, ou melhor ainda, como JESUS.
Segunda: Comunidade de adoração e igreja
A igreja é também uma comunidade, um lugar social de encontros. A igreja não é só destinada a momentos espirituais. O salvamento de pessoas com crescimento espiritual é a missão da igreja. Mas ela também replica o ambiente do Éden, isto é, ela também é um ambiente de sociabilidade, de crescimento profissional, de desenvolvimento pessoal, especialmente aos jovens. Portanto, a igreja deve ter também funções de substituição do mundo. Não está sendo, por enquanto, mas virá a ser, bem no final, um ambiente extremamente atraente, em que desejaremos estar o tempo todo. Assim foi no tempo dos apóstolos, logo após terem recebido o poder do ESPÍRITO SANTO. Assim será outra vez quando for derramada a chuva serôdia. Atualmente as pessoas geralmente vão à igreja por obrigação, ou para não ficarem com dor na consciência. Muitos chegam atrasados, e nem sempre a programação é espiritualmente correta. Muitos são os casos em que a monotonia tomou conta. Sempre a mesma coisa. Parece que cristãos são incapazes de exercer criatividade. Então vão a esses lugares pessoas, ou que não tem outra opção ou porque são muito dependentes de DEUS, e então suportam programações de desestímulo espiritual.
Não pode ser assim. Temos que ser um povo alegre, dinâmico, inventivo, inovador, criativo. Mas isso precisa ser dentro dos princípios estabelecidos por DEUS. Por falta de criatividade, para dinamizar os programas nas igrejas, muitos, mas muitos mesmo, estão copiando do mundo, e esse é outro erro. Portanto, temos três tipos de igrejas em nosso meio: as monótonas, as barulhentas e as espiritualmente dinâmicas. Só as últimas cumprem o "ide" e o plano de DEUS para o tempo do fim.
Principalmente para os jovens, nossas igrejas são pouco atrativas, exceto aquelas que oferecem o mesmo que o mundo também oferece. Mas essas, embora atraiam os jovens, e multidões, os levam à perdição. Isso, dentro dos muros do povo de DEUS. Atraem multidões do mesmo modo como as igrejas carismáticas o fazem, com muito sensacionalismo. E é uma importante profecia que se cumpre, que está a dizer que estamos na fronteira do decreto dominical.
A nossa igreja devia ser tanto um lugar de crescimento espiritual, quanto profissional e também social. Aproveitarei para dar meu testemunho pessoal, dos benefícios da igreja em minha vida. Nasci adventista, filho de pais que já nasceram adventistas, que também são filhos de pais que já nasceram assim. Mas isso não é vantagem e sim, responsabilidade. Meu assunto predileto sempre foi profecia. Interessa-me mais que outros estudos. Porém, sempre fui, e ainda sou, extremamente tímido, a tal ponto que na escola me escondia e procurava formas para que não fosse chamado a ir à frente ou falar alguma coisa. Na igreja jamais aceitava falar em público, ou de estar diante do público, mesmo que fosse para fazer papel de poste. Se fosse para fazer parte dos componentes de uma plataforma, só chegaria lá se arrastado pela força. Era o medo do público. Apesar disso, sempre fui bom estudante.
Certa vez, o pastor distrital cismou de que eu fosse o professor da classe dos jovens, na Escola Sabatina. Veio falar comigo, mas eu estava disposto a não aceitar. Seria algo impossível, pois tinha muito medo de falar diante de público. Mas o pastor era um homem mais teimoso que eu. Minhas origens são uma mistura de russos com alemães, e tal mistura gera as pessoas mais teimosas do mundo. No entanto, esse pastor era mais cabeçudo que eu, e não desistiu de insistir enquanto eu não disse sim. Aceitei, mas para o pastor ir embora, pois estava determinado a não cumprir o que prometi, e pensar em alguma desculpa durante a semana. No entanto, entrou em cena outro personagem, o ESPÍRITO SANTO, que foi me dizendo, todos os dias, algo assim: aceitou, tem que ir. E a consciência determinou que fosse. Estudei como nunca a lição daquela semana. Sabia tudo.
Chegando o momento de recapitular a lição com os jovens, o nervosismo era tanto que só não desmaiei nem sei porquê. E chegou o momento de me levantar para falar, e fiz isso. Tinha a lição na mão, e a Bíblia também estava ali. Tremia e suava, a voz desapareceu e a mente parou de funcionar. Uma vez em pé, não lembrava mais nada do que havia estudado. Foi constrangedor, em pé, tendo que falar, diante daquela multidão de jovens, e para piorar, ali também estava, sorridente, a esposa do pastor. A multidão era de sete jovens e aquela mulher. Em pé, sem falar nada, buscando relembrar o assunto, percebi que estava dentro de uma sala de aulas, e que atrás havia um quadro negro. Então disse as primeiras palavras, assim: "precisava de um giz, e não tem nenhum aqui". Por que disse isso?! Alguns segundos depois, lá estava a esposa do pastor me alcançando uma barra de giz, inteirinha. Agora estava com dois problemas, recapitular a lição e, afinal, o que fazer com aquele giz. A situação, portanto, piorou 100%.
Enfim, falei, tinha que falar. Nem eu, nem os jovens, nem a esposa do pastor entenderam alguma coisa, porque não tinha pé nem cabeça, e nada fazia sentido. Se há algum sub-produto do chamado Big Bang (que não acredito) esse poderia bem ser o tal estudo da lição: o caos total.
Mas o pastor não falou nada. E na semana seguinte, lá estava eu outra vez, e assim todos os sábados. Fui vencendo a timidez para passar a lição. Depois me convidaram para pregar. Já foi um pouco mais fácil. E participava dos estudos da lição numa classe de professores.
E o que aconteceu mais tarde? Estava ainda na Universidade, cursando Administração. Havia uma disciplina bem difícil: era Macroeconomia. O professor falava rápido, e exigia muito. Na primeira prova, de mais de 40 alunos, só dois foram aprovados, e eu estava entre eles. O professor notou isso.
Mais um pouco de tempo, esse professor me estendeu um convite, ser professor auxiliar. Aceitei de pronto, pois raciocinei: já sou professor na Escola Sabatina, por que não posso ser numa Universidade?
Encurtando a história, e o testemunho, o tempo foi passando, e fiz carreira, chegando a ocupar os cargos de Pró-reitor de Administração na Universidade e Diretor Executivo na Mantenedora. Agora estou me aposentando, mas tenho dado aulas para vários cursos, presenciais e à distância. Por ironia, uma das disciplinas na Universidade é Oratória. Além disso, outra ironia, tenho dado palestras sobre meu assunto predileto – profecia – em muitos lugares do Brasil, com auditórios de até mais de duas mil pessoas, como também menos de dez pessoas, e tenho falado em rádio e televisão. Ou seja, DEUS transforma as pessoas. Ele capacita, mesmo que seja um tímido ao extremo.
Como é que alcancei tal carreira na vida? Graças àquele pastor, à Igreja Adventista e à Escola Sabatina. A lição que aprendi com essa experiência é simples: faça algo na igreja, participe, e vai se dar bem espiritualmente e profissionalmente. E tem mais, como brinde final, ainda vai ter a vida eterna. E outra lição para os líderes: criem oportunidades aos jovens, eles precisam da igreja para seu fortalecimento espiritual e seu preparo profissional. E para seu preparo para a vida eterna. Atenção, os jovens não precisam de barulho, como muitos de nossos líderes pensam e oferecem, eles precisam de verdadeiras oportunidades para que o ESPÍRITO SANTO os transforme, e se tornarão gigantes nas mãos de DEUS. Barulho é fácil oferecer aos jovens, é só copiar o que o mundo faz. Mas oferecer uma oportunidade que DEUS aprova, aí tem que ser um líder espiritualmente comprometido com DEUS e com a vida das pessoas.
Terça: Perdão
"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 23:34). Esse é sem dúvida o perdão mais estranho de todos os tempos. Um homem sendo morto, pregado na cruz, motivo de desprezo e chacota, traído, em situação miserável, implorando perdão exatamente por aqueles que O estavam matando. Mais curioso ainda é que esse homem veio para ser morto pelos que O estavam matando. Mas quem matou JESUS? Não foram somente aquelas pessoas presentes naquele dia, foram todos os pecadores de todos os tempos. Mas aqueles tiveram a ocasião de fazer o procedimento fatal, por isso, esse perdão alcança as pessoas de todo o mundo. Esse perdão foi como um terremoto no império de satanás, aliás, foi sua derrota.
Vamos tentar imaginar algo sobre os efeitos desse perdão. Aquelas pessoas ali presentes não devem ter entendido grande coisa, mas os demônios entenderam, temeram e tremeram. Por aquelas palavras os demônios foram derrotados. Sim, porque por aquelas palavras os pecadores podiam ser perdoados, salvos e libertos da cadeia de satanás. O perdão era possível!
JESUS, para poder perdoar, primeiro Ele mesmo perdoou. E em que condições Ele clamou por perdão!
Essa é a ciência do perdão: perdoar primeiro. No caso de JESUS, Ele perdoou para poder perdoar. No nosso caso, perdoamos para sermos perdoados. Foi isso que JESUS ensinou: "Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará: se porém não perdoardes aos homens tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas" (Mat. 6:14 e 15). Na oração que JESUS ensinou em um trecho se ora assim: "Pai perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam" (Mat. 6:12). Aqui está a ciência da vida eterna e feliz, livre de preocupações e de fardos psicológicos.
Vamos analisar um pouco essa questão, bem trabalhada pelo comentário da lição: o alívio vindo de ser perdoado ou de ter perdoado. Esse alívio é evidente e lógico. Nós somos seres sociais, portanto, o normal é que tenhamos amigos, e não inimigos. Sentimo-nos bem se estamos entre amigos, e nos sentimos mal estando entre inimigos. E aqui há algo bem importante: se estivermos entre inimigos, porém, se por alguma forma eles todos se tornarem amigos, isso nos fará sentir ótimo. Então estaremos em uma ambiente de paz, e isso é bom. E essa "alguma forma" para inimigos se tornarem amigos é o perdão. Ou seja, é bom quando temos um problema qualquer, e esse problema é resolvido. Pois ofensas são problemas, e o perdão resolve, portanto, faz bem ao nosso estado de espírito. Faz bem quando perdoamos ou quando somos perdoados. É que após um perdão a situação normaliza, e a amizade se torna outra vez plena. Estaremos em paz. Por esse motivo, o perdão faz bem à saúde e torna a vida mais otimista e feliz, tornando as pessoas que perdoam ou que são perdoadas capazes de mais facilmente serem bem sucedidas na vida.
E por que devemos perdoar para sermos perdoados? Muito simples saber: o Céu é um lugar para onde só podem ir pessoas humildes, capazes de perdoar, como foi JESUS quando homem. E como para lá só vão pessoas que tiveram seus pecados perdoados, devem, portanto, perdoar também.
Quarta: Serviço
A lição ensina o seguinte: nossa igreja age em duas ênfases: ensino/pregação e cura/ajuda. Hoje estudaremos a segunda ênfase.
Em primeiro lugar, a nossa ênfase em cura não é por meio de milagres, mas sim na prevenção, ou seja, de não se ficar doente, mas de ter uma vida saudável. A rigor, o adventista tem por objetivo evitar que ocorra a doença. Isso nem sempre é possível, por vários motivos. Então, quando a doença aparece, mesmo com toda a prevenção de uma bem conduzida reforma da saúde, DEUS nos orientou para os procedimentos da cura pela natureza. Isso não sendo suficiente, DEUS concedeu à humanidade, e a nós também, o conhecimento da medicina mais radical, como a necessária para o tratamento de doenças graves, como o câncer, a pneumonia e as doenças do coração, para citar três exemplos. Paralelamente, temos o recurso da oração, que em alguns casos se torna o último recurso, e é quando ocorre o milagre, que tem sido bem presente em nosso meio. Temos situações assim na família. Porém, é bom reafirmar: nós adventistas não enfatizamos milagres, e sim, vida saudável que evite, o quanto possível, mesmo nesse ambiente todo prejudicado pelo pecado, que se fique doente.
Contudo, no final dos tempos, nos derradeiros dias, DEUS não realizará muitos milagres, inclusive de cura, por meio da igreja? Sim, realizará, e há pelo menos dois motivos: serão cativados para dentro da igreja milhares ou milhões de pessoas que estão vindo do mundo com suas doenças, e precisam ser curados, como foi no tempo de JESUS. Essas pessoas, ao menos muitas delas, são ignorantes quanto à reforma da saúde. Por outro lado, DEUS usará seu poder para assim convencer o mundo sobre quem é o Seu verdadeiro povo.
Esse mesmo enfoque requer do povo de DEUS uma outra postura, diferente da atual. Presentemente, a responsabilidade pela cura, pela assistência e ajuda às pessoas está quase sendo realizada pelos meios institucionais, como faz a ADRA. Não há nada de errado em termos essa instituição, mas o que há de errado está em nós, os membros, se pensarmos que suprindo a ADRA com recursos já fazemos a nossa parte. Não é assim. As instituições da igreja servem para ocasiões mais radicais, como catástrofes, e nisso tem-se desempenhado bem, dando bom exemplo, e também para a atuação organizada por parte da igreja pelos pobres e necessitados. No entanto, também devemos fazer a nossa parte individual, que é, por exemplo, visitar os doentes, os presos, os idosos, os recém batizados, os tristes, os com problemas familiares ou econômicos, os que perderam o emprego, etc. Também nos compete ajudar os doentes, aconselhar para um estilo de vida melhor, para a reforma da saúde, a fim de serem mais saudáveis e felizes. Nós, adventistas, como uma frente ampla, devemos procurar melhorar o mundo, e com o poder de DEUS, conseguiremos melhorar onde houver disposição para isso. Isso funciona, e eu poderia dar muitos testemunhos. Um deles é o de uma aluna, que deixou de comer carne à noite, e isso já é um avanço. Nas minhas disciplinas sempre ensino algo referente à saúde. O detalhe interessante dessa aluna é que era filha de pecuaristas, que à noite só comiam churrasco (o costume deles). Ela deixou desse costume, e relatou que se sentia bem melhor. Meses depois a encontrei num casamento, e veio agradecer, dizendo que seguia firmemente a sua decisão.
Isso nos falta, em grande medida. E não é culpa só dos membros por faltar. Não lembro mesmo da última vez em que tenha havido alguma orientação ou esforço oficial nesse sentido. O esforço oficial, sejamos sinceros, é em atingir alvos de batismo, mas pouco manter o rebanho saudável. E toda organização, principalmente nas de grande porte, o que nela se faz depende fortemente da liderança, jamais dos liderados. Sei do que falo, sou professor em curso de Administração, e nessa ciência, um dos enfoques que se estuda é exatamente esse que estamos abordando: a influência da liderança sobre o que fazem os liderados.
Quinta: Esperança e confiança em DEUS
A esperança é uma espécie de força psicológica para sustentar a nossa vida. E a esperança está principalmente alicerçada em JESUS, seja em Suas promessas, seja em Sua vida, morte e ressurreição, principalmente em Suas últimas horas de vida antes de ser crucificado.
Esperança é a capacidade de esperar por algo, evidentemente melhor. Nunca se espera que venha o pior. Por exemplo, se uma pessoa está gravemente doente, ela espera que melhore e fique boa, mesmo que a situação esteja bem ruim.
Um dos efeitos positivos da esperança é que ela, em si, antes de se concretizar o que se espera, melhora a qualidade de vida psicológica e fisiológica. Isto é, há um bem estar superior a quem não tem mais esperança e a cura é favorecida. É que aquilo que se espera geralmente é bom, positivo, agradável. E isso forma um cenário na mente bem do tipo daquilo que se espera. Esse cenário leva a mente a um imaginário correspondente, que resulta na produção de uma química positiva que faz bem ao corpo e à disposição em geral. Ter esperança é também ter certeza que esse cenário imaginário não é uma ilusão ou utopia, mas que no futuro assim será, e talvez seja bem melhor que esse sonho. Aliás, em relação a Nova Terra, é exatamente isso: será muito superior a tudo o que se possa imaginar. Essa é a principal esperança para o ser humano.
Ora, vejam só: todo o ser humano tem desejo de ser bem sucedido na vida, que é normal. Todo ser humano tem desejo de ter uma renda boa, de comprar uma casa, ter as coisas que necessita, fazer uma poupança para imprevistos e para aquisição de bens, como um carro ou mais de um se necessário, para viajar, para tirar férias, para educar bem os filhos em escolas boas, etc. E que tal a esperança de um dia viver num lugar em que o trabalho será por prazer, em que não vai haver competição, em que a vida será eterna e tudo será perfeito? Pois bem, essa é a esperança que me leva a escrever esses comentários, pois praticamente não há dia em que ela não se manifesta em minha vida. Em nosso lar temos essa esperança bem viva, e é influência poderosa nas nossas decisões. Por exemplo, sou na Universidade professor de 20 horas por semana em vez de 40 horas. As outras 20 horas, que não trabalho para o sustento, são dedicadas ao estudo das profecias, à pregação e ao ensino da verdade. Tamanha é a esperança de em breve estarmos nesse lugar que tanto sonhamos, minha esposa, minha filha, meu genro e eu, que não sentimos a necessidade de uma renda maior que aquela assim auferida. Precisamos levar uma vida um pouco mais restrita economicamente, mas sempre lembramos que um dia, e esse dia se aproxima rapidamente, os sinais o demonstram, estaremos no lugar dessa nossa maravilhosa esperança. Hoje é um sonho, mas bem logo será realidade, disso temos certeza.
Agora mesmo estamos num belo lugar. É um parque de águas termais, para refazermos nossas energias e enfrentarmos mais um ano de trabalho duro. E com a esposa, ficamos imaginando como vai ser bom quando estivermos em nosso lar definitivo, pois aqui vemos tudo como sendo meramente provisório. Lá, junto a CRISTO, lá sim será bom. Aqui temos algumas coisas em nosso nome, e registrado no Registro de Imóveis. Lá não teremos nada em nosso nome, e, no entanto, teremos tudo para desfrutarmos e vivermos felizes, sem preocupação, eternamente. Lá tudo nos será oferecido para ser usado, e ninguém o tomará de nós. Aqui, podemos ser proprietários de muitas coisas; lá não teremos propriedades, no entanto, lá ninguém nos tirará nada, nem o ladrão e nem a morte, e desfrutaremos como que recebendo presentes do Pai celeste, todos os dias, tudo o que nossa pura imaginação desejar. Essa é a nossa esperança, e faz bem pensar nisso, e trocar idéias sobre ela.
Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Ontem tivemos a oportunidade de refletir sobre aqueles momentos em que JESUS clamava ao Pai por socorro. Três vezes Ele orou pedindo que se fosse possível outra solução para salvar a humanidade, então que se evitasse a Sua morte. Três vezes DEUS, o Pai, respondeu da mesma maneira: silêncio total. Não havia outra via. Só mesmo a morte de JESUS era o caminho para salvar aqueles homens a quem Ele amava, e que estavam ali perto, dormindo. Apenas o sofrimento máximo servia para dar uma oportunidade de vida à humanidade. Só mesmo permitir que a fúria dos demônios agissem livremente servia como prova de amor supremo para provar que a Lei de DEUS é amor.
Como das três vezes não houve aparentemente resposta por parte do Pai, pois não houve manifestação alguma, JESUS, da terceira vez Se levantou, sereno e calmo, para ir em frente. Em Sua luta no Getsêmani por passar o cálice mortal para uma outra forma, Ele se convenceu que não havia a outra forma. O que haviam planejado era a única maneira de libertar a humanidade do desaparecimento eterno. Não poderia haver alguma mudança nesse plano. O silêncio de DEUS foi a resposta inequívoca, e por essa resposta, JESUS seguiu para cumprir o plano.
Muitas vezes nós também oramos e temos a impressão de que não obtemos resposta. Mas isso é apenas impressão. DEUS sempre responde de alguma maneira. Muitos dizem que DEUS responde conforme uma das três possibilidades: sim, não e espere mais um pouco. Mas não é assim. Ele tem mais respostas que essas. Pode ser sim, mas de outra maneira que solicitamos, e a reposta pode ter sido dada, e nós nem a percebemos. Ou Ele pode ter respondido como a JESUS - silêncio total, como a dizer que isso já foi definido antes da solicitação, e que assim será. Muitas vezes quando estamos orando devemos, no silêncio de nosso íntimo, sentir a resposta de DEUS. Na agitação dessa vida, DEUS nunca responde por meio de um alto-falante, mas na quietude de nosso íntimo.
DEUS não é de barulho ou de algazarra, como muitos cultos estão se tornando. Tempos atrás, muitos irmãos, os mais zelosos, reclamavam, e com razão, que havia muita conversa na nave da igreja. Hoje, quando se resume a esse problema, até que está bom, pois o barulho mesmo começa com a programação. Então tendemos a nos acostumar com ele, e pensamos que DEUS também é da turma do barulho. Mas não é assim. É no silêncio de nosso íntimo, no fundo de nossa alma, na meditação dos assuntos de DEUS, da Bíblia, dos temas do alto, que DEUS nos fala e nos orienta. A reflexão é algo que falta a muitas pessoas. Meditar e refletir é ler algo e parar para, com calma, ficar pensando o que aquilo quer dizer. E nesses momentos é que DEUS fala a Seus filhos.
Conforme o título da lição, "Sociedade com DEUS", algo que devemos buscar com insistência é a comunhão com nosso Criador e Redentor. Todos os dias, nas primeiras horas, em silêncio, orar, ler um trecho da Bíblia, estudar a lição da Escola Sabatina e ler um trecho de algum livro do Espírito de Profecia. Pelo menos isso. Se tiver pouco tempo pela manhã, então leia ao menos um trecho da Bíblia com oração. Pode completar o estudo mais tarde, em outro horário, mas nunca faça nada sem antes estar com DEUS, ouvi-Lo por meio de Sua Palavra. Então siga o seu dia em paz, na certeza de que DEUS estará, invisível, ao seu lado. Sim, não deixe de orar várias vezes ao dia. Aliás, poderia acostumar-se a um diálogo contínuo com DEUS, como se estivesse falando com Ele em pensamento. Experimente e acostume-se a esse diálogo, vai ver como a vida irá melhorar e tudo ficará mais fácil. Isso é comunhão, foi assim que Enoque andou com DEUS.
escrito entre 09 e 15/02/2011 - revisado em 16/02/2011
corrigido por Jair Bezerra
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.